HB - Garotos Heróis escrita por williamquimica


Capítulo 12
Capítulo 11: Auzzy Lavely - Terra laranja


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Espero que sim... Que Deus os abençoem!!!

Detalhes:
Auzzy - Conjura cartas (Elas são do tamanho das cartas de um baralho comum, mesma espessura também, porém são um pouco mais densas)



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Ele desceu as escadas que o levava à sala esbaforido. Era onde Will, seu irmão, estava jogando videogame. Os ponteiros do relógio de parede marcavam vinte horas e meia. O rosto de Auzzy demonstrava preocupação e suspense naquela noite de lua cheia.

— Você está maluco!!? não acha que está se expondo demais? Se nossos pais descobrirem que você anda lutando contra assaltantes de banco, já sabe no que isso vai dar, não é!? Você não está sendo nada cauteloso, e não é a primeira vez — disse ele, em alto tom de voz.

O olhar de Will foi conduzido para trás. Colocou pausa no seu viciante jogo e respondeu:

— E você queria que eu fizesse o quê, ficasse de pernas cruzadas enquanto tinham pessoas correndo perigo? Aquelas pessoas do banco precisavam da minha ajuda, Auzzy.

— Eu acho que você deveria tomar mais cuidado, apenas isso. Enfrentar cinco bandidos sozinho foi uma atitude muito tola. — Auzzy se aproximou do sofá que estava em frente a tela do jogo — E se uma bala perfurasse seu corpo, Will? É nesse ponto que eu quero chegar. E Se você não se precavesse no momento certo, usando a técnica da intangibilidade? — Respirou fundo e suspirou, tocando no ombro do seu irmão — Você pode até ficar intocável, mas, se for pego despreparado, não pode se regenerar...

— Já terminou...? Cai fora, Auzzy. Me deixe em paz! — respondeu, olhando para cima totalmente enfadado, esperando somente ouvir os sons de tiros que propagavam da tela onde ele estava jogando.

Will não era a pessoa do tipo que curtia ouvir um sermão, principalmente quando se tratava do seu irmão de mesma idade. O tédio era a primeira coisa que sentia ao escutar alguém o chamando atenção. E Auzzy sabia muito bem disso, mas ele também tinha o conhecimento de que estava certo. Se ele não falasse nada, quem falaria? Seus pais estavam distantes naquele momento, e, provavelmente, nem sabiam do risco que Will tinha se colocado ao finalzinho da tarde. Depois de prosseguir com mais algumas reclamações, ele decidiu mostrar o celular ao seu irmão, mostrando-lhe um vídeo que estava nas redes sociais.

— Parabéns, você está na internet — ironizou Auzzy, estendendo a sua mão para Will pegar o celular.

Um vídeo de apenas poucos segundos. Estava estampado no rosto dele que, depois de assistir, não estava ligando muito para o que viesse acontecer. Apenas devolveu o celular e voltou-se para o jogo, estendendo um pequeno riso em seu semblante despreocupado.

Aquilo irritou Auzzy ainda mais. Ele sempre perdia a paciência quando via o seu irmão não ligar muito para assuntos que ele considerava importante.

— Se nossos pais assistirem isso, você estará muito encrencado! Você, pelo menos, deveria ter me chamado! Estaria correndo menos risco se fizesse isso. Foi um risco a sua atitude... E se um desses assaltantes fosse um scatrix poderoso!!? E se a garota que teve um fuzil apontado para a cabeça dela fosse assassinada!!!? Seria sua culpa tudo isso!

— E se... e se... e se... aaah, deixa disso, irmão. Deu tudo certo, afinal. Olha, na próxima vez, irei te avisar... fica tranquilo.

O telefone tocou, seu som ecoou da cozinha. Auzzy ironizou, retirando-se da sala para atender àquela chamada:

— Parabéns novamente, você acabou de ganhar uma baita encrenca.

A cozinha era ampla. Uma mesa, com quatro cadeiras ao seu redor, desacatava-se no centro do mobiliado local. Um armário preto fosco, aéreo, estendia-se horizontalmente a alguns centímetros da grande pia que ali havia. Tudo naquele espaço era altamente decorado, não era uma cozinha comum. Até o chão continha detalhes de ornamentação altamente dispostos de um piso exuberante de madeira.  

Auzzy atendeu ao telefone fixado na parede, predisposto na entrada da cozinha. Era seu pai, Alair Lavely.

— Alô... Pai...?

— Boa noite, filho... Eu preciso que você venha aqui agora. Eu e sua mãe estamos na quele mesmo hotel de Los Angeles. Venha voando rápido, precisamos lhe entregar o cheque para este mês.

— Mas, pai... por que não amanhã? Já é noite e ...

— Eu e sua mãe iremos viajar amanhã bem cedo, direto para Londres. Me chamaram nesse instante para uma reunião lá... Venha com o seu irmão.

— Tudo bem, pai. Vou me apressar aqui. Te vejo mais tarde. — Desligou o telefone e retornou à sala instantes depois.

Will perguntou, curioso:

— Era nosso pai, não era? O que ele falou?

— Pelo visto, você teve sorte. Nosso pai não sabe nada sobre o seu ato heroico no banco. Ele e nossa mãe irão viajar amanhã. Daí ele pediu que eu fosse ao hotel, onde eles estão hospedados, para pegar o nosso cheque desse mês.

Will se levantou do sofá e desligou o videogame e a televisão. Se alongou, esticando as pernas e braços.

— Que tal apostarmos novamente quem chega primeiro? De Nova Iorque à Los Angeles, voando. Praticamente de uma ponta a outra do nosso país.

— Lembre-se que da última vez você perdeu.

— Eu estava com dor na barriga. Aquele macarrão doido que você preparou... fez eu passar mal.

Auzzy sorriu.

— O meu macarrão é o melhor de todos... — E se preparou para sair de casa, junto com Will. O desafio o fez relevar toda a sua irritação momentânea da discussão que tivera. Voar era tão relaxante para ele. Achava que era o melhor ato para refrescar a mente. Sem falar na sensação de sentir a brisa no rosto, que era algo fascinante. Realmente, era uma sensação maravilhosa tudo aquilo.

Era surpreendente a velocidade ao qual um scatrix poderia alcançar voando. Em torno de duas horas os dois já haviam cruzado as ruas da Virgínia Ocidental, Carolina do Norte, Alabama, Texas, Novo México e chegado no Estado do Arizona. Voavam sobre as terras alaranjadas do deserto. Will estava à frente na disputa, e ganhara uma maior distância ainda quando Auzzy parou para observar algo que tinha despertado a sua atenção. Era o que parecia ser uma luta naquele deserto.

Auzzy não estava muito longe da terra. Estava flutuando, tentando decifrar aquele rosto do garoto que estava brigando mano a mano com um loiro de gorro.

Parou, pensou, até se lembrar que era um dos alunos da sua escola, a Center Tecnology. Por um breve momento, tinha pensado em descer para apartar a luta, mas resolveu não agir. "Deixa para lá, isso não é da minha conta, é melhor não interferir... luta justa entre dois adversários... Will não deve ter visto isso, com certeza teria parado..." — refletia ele, antes de prosseguir e dar as costas àquele duelo sensacional.

Mais alguns minutos e eles chegaram no hotel de Los Angeles, onde seus pais haviam se hospedado. Auzzy desceu dos céus e parou em frente ao seu irmão.

— Teve sorte hoje, em? Você nunca me venceu.

— Eu estou mais rápido agora, Auzzy. Você que não acreditou em mim.

Eles subiram os andares do prédio de elevador. Seus pais estavam no quinto andar, esperando-os. A mãe deles, como de costume, receptiva.

— Meus filhos queridos, que saudades de vocês! — Abraçou um de cada vez, encostando os seus cachos na bochecha deles — Fiz bolo de chocolate. Está na mesa da cozinha, venham. Peguem!

— Não, mãe. Antes de sairmos de casa, nós nos alimentamos bastante — respondeu Will.

Aparentemente, Auzzy era mais parecido com a mãe, porém, Will era mais idêntico ao pai. Seus pais tinham em torno de trinta à trinta e cinco anos de idade.

Somente depois de o pai deles o abraçarem, que foi entregue a Auzzy um cheque, uma quantia em dinheiro o suficiente para eles passarem até três meses sozinhos.

— Peça a prima de vocês para tirar o dinheiro no banco — disse Alair Lavely, o pai dos meninos.

Em seguida, Auzzy e Will já estavam se preparando para saírem, quando a mãe deles falou:

— Ei, esperem. O amigo de seu pai vai levar vocês perto de casa. Ele possui a técnica do teletransporte. Já deve estar chegando... Não achou mesmo que iriamos deixá-los sair voando por aí uma hora dessas não é?

Apesar de Auzzy querer sair voando novamente, teve de se contentar a obedecer sua mãe. Os dois sentaram nas poltronas da sala e ficaram conversando com os pais naquela serena noite de sexta-feira.

Nenhum dos quatro que estavam naquela sala podiam vê-los de longe, mas eles estavam sendo observados por dois espiões de binóculo, em um prédio distante ao deles. Eles viam tudo claramente, observando todos eles com cuidado. O prédio onde estavam reunidos os Lavely´s L. era de vidro, o que facilitava mais ainda a espionagem.


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Notas finais do capítulo

Espero que comentem, isso me motiva cada vez mais... rsrsrsrsrs
Muito obrigado.



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