A Herdeira do Quarto Trono escrita por R31


Capítulo 18
Meia-noite


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que gostem!!! ^^



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Oito anos antes...



Susana Pevensie Willians

 

Não fique com medo

Isso será real, mas não tenha medo

 

A badalada certa está

Você saberá que chegando a hora está

Meia noite, está é a hora

Sua filha levada será

Para onde você menos imagina

 

Sim, amigos ela terá

Sua herança a salvará

Um reino cuidará

O trono tomará

Uma aventura viverá

 

Junte as peças, tudo claro ficará

Relembre tudo

Como deixou o outro mundo

Seu povo clamou

Os quatro tronos ela salvou

 

Susana, Susana

Doce Susana

Nárnia não desiste

Não desiste de você

Mesmo quando você se recusa a ver

Eu ainda olho por você

 

Pode ser que demore um dia

Pode ser que demore trinta anos

Pode ser que demore uma vida

Mas você pode voltar, você pode acreditar

Você pode voltar

E estaremos a lhe esperar

 

Você pode voltar

Você pode voltar

Você pode voltar

Você pode...

 

Meus olhos se abrem e a luz do sol cega-me por um breve momento, antes que eu colocasse o travesseiro sobre a cabeça. Estou tomada por uma doce sensação, a de quem está realmente em casa. Lar doce lar. A sensação de que realmente existe um lugar no mundo para mim. Nem me lembro quanto tempo faz que não tenho essa sensação...

Um suspiro escapa por meus lábios quando me viro e me viro para deitar de bruços. Minha mão percorre o colchão atrás do calor reconfortante de Maicon, mas novamente, tudo o que sinto é o frio dos lençóis me lembrando de que meu marido está do outro lado do oceano neste exato momento.

Odeio ficar longe de Maicon. A presença dele é tão reconfortante, tão acolhedora, tão familiar. Quando eu fico longe dele, sinto como se eu estivesse longe de uma parte importante de mim mesma, sinto vontade de voltar logo para ele, apenas para sentir seus braços ao meu redor novamente.

O maior presente que recebi na vida, além de uma família que me ama, histórias para recordar, foi Maicon. E depois dele, Laura.

Minha pequena Laura. Parece ser a versão mais inusitada de uma mistura de tudo o que há na minha família. Doce, bem-humorada, inteligente, corajosa, teimosa... e o principal, ela é uma linda criança, como eu fui e isso me enche de orgulho. Quando penso em minha filha, me lembro do sonho que tive esta noite e de repente, não sei mais o que exatamente eu deveria sentir ou mesmo pensar.

Aslam falou comigo, em sonho. E isso me aterroriza.

Há anos que venho evitando Nárnia, evitando Aslam e tudo o que pode ser relacionados a eles e, de repente, o pai de Maicon ressuscita, após ter ficado mais de dez minutos morto. De repente, Aslam aparece em meu sonho.

De repente, Ele diz que eu posso voltar.

Eu posso voltar?

Posso mesmo voltar?

Não entendo. Não entendo o que ele quis dizer e não sei por que isso acontece comigo. Se eu tivesse metade da fé de Lúcia, certamente, eu entenderia. Mas não tenho isso.

Bufando, tiro o travesseiro de cima de minha cabeça e, afastando o mar revolto de mechas negras que era meu cabelo do rosto e olho ao meu redor. Acho estranho o fato de Laura não ter entrado no meu quarto ainda e pulado sobre minha cama, pulando em meus pés até que eu finalmente acordasse. Ela tem tido esse costume desde que Maicon viajou para os Estados Unidos para acompanhar o estado de saúde do pai.

Curiosa, me levanto, muito lentamente, visto meu robe e em passos vagarosos, deixo meu quarto e atravesso o corredor em direção ao quarto de minha filha.

Quando chego ao quarto dela e vejo a cama dela arrumada e o quarto totalmente arrumado, mas sem sinal dela ali, me perguntei se ela já havia acordado e estava prestes a me virar no corredor para descer as escadas para o primeiro andar, escuto o riso de Laura se misturar ao de um garoto. Só então me lembro que Nathan ficou preso aqui devido à chuva que caia torrencialmente, ontem a noite, então ele acabou dormindo aqui. Como eu adoro irritar os pais do garoto, liguei para eles, avisando que Nathan era nosso convidado esta noite. Evelyn, a mãe dele, ficou muito brava comigo, mas eu não me importei.

Gosto de Nathan, ele me lembra muito um rapaz que conheci em Nárnia, o nome dele era Nathan também, mas era mais conhecido em Nárnia por “Lorde de Calormânia”. Muito nobre, tinha um senso de justiça tão inflado quanto meu irmão Edmundo, era fiel aos seus ideais e à moça que ele tanto amava, coincidentemente, chamada de Laura. É curioso pensar que dei o nome de Laura para minha filha em homenagem à Dama do Vale, essa garota por quem Lorde de Calormânia foi tão apaixonado; e agora, vejo minha filha Laura tendo uma forte amizade com um garoto chamado Nathan.

Como a vida é engraçada...

Desço as escadas e vejo Laura e Nathan na sala. Os dois estavam sentados nos colchoes espalhados pela sala, mas olhavam com fixação para o relógio grande e velho que estava no canto oeste da sala. Ambos tinham os cabelos bagunçados e usavam pijamas dois números maiores que eles, mas o que realmente importava, era que se divertiam, juntos.

—...Ele disse que vai acontecer na meia noite, no meu sonho. –Disse Nathan, olhando para o relógio.

—No meu também –suspirou Laura, olhando na mesma direção. –Ele disse que não era para ter medo, mesmo que nossa aventura fosse perigosa demais.

—Perigosa?

—Toda aventura tem perigos, se não, não seria uma aventura. –Disse Laura, rindo. Muito filosófico para uma menina de apenas doze anos...

—Ah, sim, isso é verdade... –Riu Nathan.

—Mas eu não teria medo, Nathan, mesmo com os perigos.

—É mesmo? –O garoto riu, já conhecendo minha filha tão bem quanto eu. -Mesmo que você tivesse que andar na beira de um penhasco muito íngreme? E tivesse de encarar seu medo de altura?

—Sim, mesmo assim.

—Mas... como?

—Simples, oras. –Vejo Laura pousando sua cabeça no ombro de Nathan. -Você vai estar lá, comigo...

O garoto sorriu. Havia ternura em seu olhar quando o vi passar o braço por trás do pescoço de Laura. Abraçando-a, posso ouvi-lo dizer:

—É claro que eu vou estar lá, por você...


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



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