Aprendendo a amar escrita por LanitaNaruhina


Capítulo 3
Estranho




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Aprendendo a amar

Cap 3 — Estranho

 

Eu já estava descendo as escadas para ir tomar café da manhã, tudo bem calmo. Alguns alunos conversando, outros sozinhos… Eu estava conversando com os meus colegas de quarto, estavam querendo saber mais sobre mim.

— Gosta de que tipo de música? — perguntou Lee.

— Eu gosto muito de pop, e um pouco de jazz. E vocês?

— Bom, todos nós não temos muito que um estilo musical, simplesmente ouvimos e vemos se gostamos ou não — respondeu Shikamaru.

— Entendi. Vocês tem namorada?

Eu perguntei só para puxar assunto, não era um garoto de muitos amigos. Eu sou um pouco sozinho.

— Sim, menos o Lee. Eu já disse para ele fazer essa sobrancelha que melhoraria muito, mas ele ainda prefere fugir da pinça.

— Eu já disse que na família todos são assim! É como uma marca registrada dos Lee, e também o nosso charme. — Ele deu um sorriso galanteador, bom, ele tentou. — Meu pai tem, meu avô tem, meu bisavô tinha já que ele morreu. Acho que entenderam.

— Tudo bem, sabemos que não importa ser bonito por fora e ser uma pessoa meio escrota e sem caráter por dentro — disse com sinceridade.

Eles me olharam parecendo surpresos. Eu fiquei um pouco confuso por aquilo, eu tinha falado somente o que pensava e o que surpreendente minha mãe tinha me ensinado.

— Dá para vocês pararem de me olhar assim? Isso tá estranho — respondi já me sentindo desconfortável.

— Desculpa, mas é que... — Lee ficou calado por alguns poucos segundos. — Você não parece o tipo de pessoa que falaria isso.

— Tudo isso só porque tenho físico de um delinquente e, às vezes, por agir como um, eu tenho que agir feito um em todos os aspectos?

— É que ontem... Você agiu como um.

— Ontem foi ontem, hoje é outro dia. Eu só ajo daquele jeito quando estou irritado ou não estou 100% bem. Quando estou normal eu ajo assim. Por quê? Algum problema com o meu jeito de agir?

— Não, só realmente ficamos surpreso nada demais.

— Deveriam tentar primeiro conhecer a pessoa, depois julgarem como ela é. Que tal fazermos assim? — falei aquilo e bufei irritado.

Outra coisa que me irritava era aquilo. Por que todos me julgavam sem me conhecer direito? E daí que eu posso parecer meio delinquente? Eu não sou, pelo menos não quando estou calmo. Eles só me viram por um dia e já querem deduzir como eu sou. Acho que agora eu é que sei como são verdadeiramente os meus colegas de quarto. Confesso que não achava muito bonito sobrancelhas grandes e grossas, mas se o Lee gostava era problema dele e não meu.

Finalmente chegamos na sala de jantar para comermos.

O café da manhã foi silencioso na nossa mesa. Acho que depois deles terem percebido que eu me irritei, eles resolveram ficar calados. Mas eu tinha meus motivos e não achava besta.

Minutos depois, acabamos indo para a sala de aula. A primeira aula seria de física, uma matéria a qual eu odiava.

Sei que todas as matérias são importantes para o futuro e blá,blá, blá. Mas física... É algo que ainda não entendo para que vai servir.

Eu quero trabalhar em uma empresa, para que vai servir eu estudar a ciência da natureza e seus fenômenos? Para nada.
Assisti aquela aula com tédio e com uma pequena vontade de morrer.

"Tão chato!" pensei quase que dormindo.

Lee, que estava ao meu lado, parecia interessado na aula. 

Suspirei. Resolvi olhar quem parecia interessado naquela aula e outros que estavam igual a mim. Ou era isso ou ficar rabiscando o papel.

Era nítido o tédio em vários rostos, alguns prestavam atenção e pareciam anotar algo. Então meu olhos pararam em Hinata, ela não parecia estar concentrada na aula, parecia que estava com sua mente em outro lugar, seus olhar era vazio e aos poucos sua expressão pareceu ficar triste. Parecia se lembrar de algo terrível.

Talvez pelo fato de eu ter ficado a encarando muito, ela olhou para o lado e me pegou em flagrante a observando.

Nenhum de nós fez nada, simplesmente ficamos olhando um para a cara do outro, até o momento em que alguém jogou uma bolinha de papel em sua cabeça. Ela olhou, leu rapidamente e amassou a bolinha novamente, a jogando no canto da sala. Depois daquilo, ela não me olhou mais. Passou a aula inteira com os braços dobrados sobre a mesa e com a cabeça em cima parecendo desta vez prestar atenção na aula.

Fiquei um tanto que curioso para saber o que tinham escrito naquele papel. Pela cara que ela fez era óbvio que era aquelas clássicas piadinhas idiotas que sempre fazem.

Eu decidi não estressar minha cabeça com aquilo e fiquei desenhando redemoinhos em meu livro. Já havia desistido há muito tempo de tentar entender física.

As outras aulas passaram normalmente. Já havíamos almoçado e era hora do intervalo. Havia pedido para o Shikamaru me levar até a biblioteca, queria tentar achar um livro lá, somente para passar um pouco o tempo. Como já havia dito: não tenho muitos amigos e aqui, por enquanto, nenhum. Não posso considerar os meus colegas de quarto como "amigos". Amigos para mim são pessoas as quais você conta seus segredos mais idiotas e que te apoiam em seus momentos difíceis, e não esses que conversam um dia e depois somem completamente.

— Obrigado, Shikamaru.

Havíamos acabado de chegar na porta da biblioteca. Tentei decorar todo o caminho.

— Tudo bem. Não foi problema algum.

Ele se afastou e eu entrei na biblioteca. Várias mesas e poucas pessoas. Ali inclusive tinha uma idosa, era como se ela que cuidasse do lugar. Não me importei e fui procurar qualquer livro que chamasse minha atenção, sabia que ali só teria livros de história antiga ou para o estudo, mas eu queria me distrair de qualquer maneira. No fim, acabei achando um bom livro e o lendo até o horário bater e eu ir para a próxima aula.

Eu tinha acabado de chegar na sala de música. Cheguei atrasado e recebi um olhar severo da professora.

— Dez minutos.

— Desculpa, eu acabei me perdendo. — Cocei minha nuca.

Aquilo não era mentira. Aquele internato era grande e não era culpa minha os corredores serem praticamente iguais.

— Tudo bem. É aluno novo e te entendo, quando vim para esse colégio, eu fui tentar ir para o meu quarto e, em vez disso, acabei indo parar no ginásio.

Todos riram inclusive eu. Olhei para o piano onde Hinata tocava. Alguns ali a olhavam com admiração enquanto outros olhavam para a professora.

Me sentei ao seu lado e ela parou de tocar.

— Oi.

— Bom... Vamos começar, né? Você ainda tem muito o que aprender para tocar de modo aceitável.

Ela ficou gaguejando em alguns momentos, era nítido que estava um pouco nervosa. Eu não falei nada a não ser que ela pedisse. Estava realmente tentando aprender a tocar piano e ela estava sendo paciente. Ela falava coisas que já havia dito dez vezes antes só para me explicar.

— Não, não. De onde tirou isso, Uzumaki? Precisa prestar mais atenção — disse dando um sorriso quase que invisível.

— Sou burro mesmo! Nem música, que é algo que eu gosto, eu estou me saindo bem.

— Não fale assim. Todos nós temos dificuldade em algo. Eu, por exemplo, tenho dificuldades com a matéria de biologia.

— E eu tenho em física. Que matéria mais chata e difícil. Queria ter cérebro o suficiente para entender essa matéria que parece ser algo que se recusa a entrar na minha cabeça.

— Não precisa se estressar tanto. Peça ajuda a um amigo seu, o Shikamaru, o Sasuke ou o Lee. Eles são os garotos mais inteligentes da nossa turma.

— Eles não são meus amigos. Não fiz nenhum aqui ainda.

— Entendi. Também não tenho amigos aqui, somente a Ino.

— Nunca teve nenhum amigo além dela? Namorado ou algo do tipo?

Hinata ficou em silêncio. Parecia estar pensando em algo distante daqui. Pela sua expressão, parecia algo doloroso.

— Vamos voltar a aula — sua voz tinha mudado de tom drasticamente, de um tom sereno e calmo, passou a seco —, estamos aqui para te ensinar a tocar piano e não ficar sabendo sobre a vida um do outro.

Os poucos minutos da aula, ela tentou me ensinar mais um pouco de piano. Quando a aula acabou como ontem, ela foi conversar com a professora.

Eu fui jantar, tomei banho e quando me deitei na cama, eu fiquei um bom tempo olhando para o teto. Ainda estava intrigado com o jeito como Hinata reagiu quando perguntei sobre ter amigos ou namorado, mas também confesso que invadi um pouco sua privacidade. Não somos amigos para saber de algo que seja um tanto que pessoal.

Fiquei pensando naquilo por um tempo até que dormi um sono profundo


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