Parker escrita por Fofura


Capítulo 11
É isso mesmo, produção?


Notas iniciais do capítulo

Hey ursinhooos! Olha eu aqui quinze dias depois, no prazo, bonitinha hahah
Eu disse no anterior que ia postar as fotinhas do “casamento” e apresentar os outros personagens lá no meu face, então corre lá quem não viu que já tá disponível. Tá tudo em modo público, só vai hahah ♥
Eu também disse no capítulo 9 que o capítulo 11 é o grande baque. Então… tá aí. Surtem à vontade hsuahsa



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— Ihh! Tem caroço nesse angu!- comentou Jerry ao ouvir o que Rayle disse sobre Renê estar estranho nos últimos tempos.

— Acha que ele está dando umas escapadas?

— Eu não sei. Talvez sim, talvez não. O fato é que Renê sempre gostou muito de festa, de sair pra beber e curtir. Ele pode estar só voltando a fazer isso. No último ano ele só se dedicou ao restaurante.

— Pode ser.- concordou Thomas. — Você confia nele?

— Confio.

— Então está tudo bem.- sorriu.

— E aquele dragão da sua sogra, já te deixou em paz?

Parker deu risada do modo como Jeremmy chamou Carmen.

— Desde o bate boca que eu tive com ela aquele dia, nós não trocamos muitas palavras.

— Estou sentindo que ela está tramando uma.

— Eu também.- ela concordou com Tommy.

— Talvez ela tente separar vocês.

— Boa sorte pra ela.- Rayle riu, mas seu sorriso sumiu e ela fez uma careta. — Gente, que cheiro é esse?

— Buenas noches, chicos!- disse a professora ao entrar na sala e ouvir o boa noite dos alunos. O cheiro que Rayle estava sentindo era do perfume dela.

— Nossa, é muito forte.- ela tapou o nariz e a boca. — Eu tenho que vomitar.- levantou e saiu correndo da sala deixando todo mundo sem entender.

Jerry perguntou se podia ver se ela estava bem e com a resposta positiva da professora, ele foi.

O fotógrafo mais velho a encontrou botando as tripas pra fora agarrada com o vaso.

— Menina! Só falta cuspir o coração.- Jerry se espantou.

— Nossa, nunca um perfume me fez tão mal.- disse secando o suor da testa com o dorso da mão.

— Isso está com cara de baby chegando.- sorriu malicioso.

— Não viaja!- ela se levantou dando descarga.

— Vamos ver quem está certo depois que fizer o exame.

— Eu não vou fazer exame porque eu não estou grávida.- afirmou indo lavar as mãos.

— Ah é? Virou um detector de grãozinho agora pra ter certeza de que não tem um aí no bucho?

— Renê e eu tomamos cuidado com isso.

— Não deixaram escapar nem na lua de mel?

— Não, eu tenho certeza que a gente se preveniu na lua de mel. Deve ter sido só um mal estar.

— Aham, sei. Vamos voltar pra sala.

Rayle assistiu a aula e quando chegou em casa, mais uma vez Renê não estava, mas Carmen sim, para sua infelicidade.

— Não fique tão surpresa.- comentou a mulher sentada na poltrona de luxo dela, colocando a xícara de café que tomava sobre a mesinha de centro da sala.

— Do que está falando?- já faltava pouco para Rayle perder a paciência.

— Renê.- ela respondeu. — É claro que ele ia trocar você mais cedo ou mais tarde.

— Eu não tenho tempo pra isso.- deu as costas pra sogra, mas parou ao ouvi-la.

— É só questão de tempo, Rayle!- foi a primeira vez que ela pronunciou seu nome. — Ele vai chutar você como fez com as outras.- Rayle se virou para olhá-la. — Acha que é especial?- riu debochando. — Você não passa de um pedaço de carne.- a fotógrafa estava lutando para não ficar nervosa com o que ouvia, mas nada dizia. — Eu posso ser velha, mas conheço o filho que tenho. E acredite…- sorriu. — Ele é muito pro seu bico.

Rayle revirou os olhos e foi pro quarto, ainda escutando a última frase firme de Carmen:

— Ele não te ama!

Rayle bateu a porta e andou em direção à grande cama de casal. Sua sogra estava dizendo aquelas coisas só para provocá-la e fazê-la terminar com Renê, ou era tudo verdade e ela estava lhe alertando? Com certeza não era um alerta de “estou dizendo isso porque me importo”, pois era certo que Carmen estava se divertindo com a situação.

Sentou-se e olhou pro nada, pensativa. Renê às vezes era muito irresponsável. Mesmo sendo um homem adulto, dono de seu próprio restaurante, com uma boa reputação como chef, ainda assim continuava sendo o filhinho de papai/mamãe que gasta horrores em barzinhos e baladas, pagando de gatinho.

Suspirou massageando as têmporas. Levantou pra tomar um banho.

Ao tirar a aliança pra colocar na pia, viu que a de Renê também estava lá. Ué! O que estava fazendo ali? Devia estar no dedo dele.

Entrou no box e deixou que a água morna relaxasse seu corpo. Demorou uns 10 minutos e saiu para se vestir. Colocou seu pijama e quando ia sair do quarto pra beliscar alguma coisa, Renê entrou no mesmo.

— Oi princesa.- deu um selinho nela e tirou o casaco.

— Onde você estava?

— No bar do papi com alguns amigos. Desculpe o atraso.

— Deixou a aliança em casa.- ela lhe mostrou a joia em seu dedo indicador.

Renê fingiu demência e Rayle não percebeu, já que ele atuava muito bem.

— Ah, você achou!- ele pegou e colocou no dedo. — Eu tirei pra tomar banho e esqueci de colocar de volta. Até achei que tinha perdido.- deu um beijo no rosto dela e agradeceu por devolver.

— De nada.- ela forçou um sorriso enquanto Renê ia se lavar também.

Podia ter sido só esquecimento de fato, mas mesmo acreditando nele, Rayle estava com uma pulguinha atrás da orelha.

~  ☺  ~

Mais poucos dias se passaram, o Chef mexicano não chegou mais tarde pra não passar desconfiança. E Rayle… bem… continuava com os enjoos repentinos. Ou quando estava em casa ou na faculdade, dificilmente era no trabalho.

Um dia, quando estava de folga, a fotógrafa resolveu ir ao hospital fazer um exame. Custava a acreditar que Jeremmy estava certo, que tinha um bebê dentro dela.

Foi com surpresa que recebeu o resultado positivo no exame. Estava grávida mesmo! Seis semanas.

Rayle teve que se sentar pra se acalmar do susto e a ficha cair.

Sua mente viajou longe, tentando lembrar quando isso havia acontecido. Então lhe veio um momento de clareza. Seis semanas foi antes de seu casamento simbólico com Renê, uma semana antes disso. Aquele dia que havia escutado a discussão dele com a mãe. Depois de beberem um pouco, ambos foram para um hotel. Ali que fizeram algo errado, esqueceram completamente e a consequência estava aí: um bebê!

Não estava pronta pra ser mãe... Mas ela tinha Renê, eles tinham um ao outro, então ficaria tudo bem… né?

Meu Deus! Carmen ia surtar! Lembrou da sogra na hora.

Rayle já estava se preparando pra ouvir poucas e boas dela. Mas no fundo não estava nem aí, não iria demorar muito para ela e Renê estarem fora daquela casa. Se Renê não quisesse ir, ela iria sozinha, já estava em seu limite. Carmen achava que era quem? A Sara Delano Roosevelt? Que vivia mandando na vida da nora porque não gostava dela? Não, não. Por mais que amasse Renê, ela não ficaria naquela casa se Carmen desse mais um único pitaco em sua vida, ou dissesse alguma calúnia sobre ela. Sua paciência com a anfitriã havia evaporado.

Quando o susto passou, Rayle sorriu. Era inevitável. Estava com medo, mas queria ter o bebê. Era feliz ali, fazia o que amava, estava com quem amava, e teria mais alguém pra amar! Seria incrível!

Guardou a folha com o resultado e foi pra casa pensar em como contaria para Renê quando ele chegasse.

Passou o dia todo sozinha, Carmen às vezes a provocava, mas Rayle fingia que nem ouvia. Como a fotógrafa estava de folga, Renê resolveu sair mais cedo pra ficar com ela, já que ele reclamava que nunca tinham tempo pra ficarem juntos. Só não imaginava a bomba que ela estava prestes a jogar.

— Princesa!- ele a chamou quando chegou. Carmen não estava em casa, havia saído poucos minutos antes de seu filho chegar.

Assim que Rayle escutou o chamado de Renê, correu até a sala e pulou em seu colo o abraçando. Ele só a levantou do chão um pouquinho e depois a colocou de volta.

— Ai que saudade!- ele falou dando beijinhos no rosto dela. — Cadê minha mãe?

— Saiu. Não a vi muito por aqui hoje, fiquei no quarto estudando.

— Ficou sozinha aqui? Por que não chamou seus amigos?

— Sua mãe é homofóbica, esqueceu? Disse que não quer “aqueles gays imprestáveis”, como ela mesma disse, dentro da casa dela.

Renê balançou a cabeça, mais uma vez decepcionado com a mãe. Ele mesmo já tinha tido uma crise de ciúmes uma vez por causa de Thomas, que era bem galã, desconfiava que ele fingia que era gay pra se aproximar de Rayle. Claro que a fotógrafa achou aquilo ridículo e conversou com ele, tanto que isso passou.

— Deixa pra lá, tenho uma coisa pra te contar.- sorriu mudando de assunto.

— O que? Passou na prova?

Rayle tinha feito uma prova na faculdade e estava esperando o resultado, por isso achou que era disso que se tratava, pois ela estava ansiosa.

— Passei, mas não era isso não.- ela riu.

— Ah.- ele também riu. — Mas que bom, parabéns! O que é então?

— Vem cá.- Rayle pegou a mão dele e o levou pro quarto. Não queria que Carmen escutasse caso chegasse do nada em casa. — Eu tenho tido alguns enjoos estranhos ultimamente e fui ao médico pra saber o porquê. Olha o que eu descobri.- entregou a folha pra ele e esperou ansiosa por sua reação. Mas a reação que Parker esperou ver nele não apareceu.

— Isso é brincadeira né?- ele riu achando que era mentira. — Isso é forjado, está fazendo uma pegadinha. Cadê a câmera?

— O que? Não.- o sorriso dela desapareceu. Rayle não estava entendendo por que aquela reação. — Por que eu brincaria com uma coisa dessas?

— Isso está errado, Rayle, me diz que é brincadeira.- ele estava quase desesperado, estava o oposto de feliz.

— Não, Renê, a prova está aí na sua mão.- disse apontando para o papel. Confusa. Era como Parker se sentia. Confusa.

— Rayle, eu não quero um filho!

— O que?- a loira não estava entendendo nada.

Ele engatou num relacionamento sério, vivia fazendo planos, queria ter sempre uma vida sexual ativa, tanto que nem se preveniu da outra vez, dizia que a amava e queria ficar pra sempre com ela, em sua própria casa, sem a mãe dele pra atrapalhar, que queria constituir família e agora que soube que ia ser pai tudo mudou?

— Como assim? Você me disse que queria ter uma família.

— É, eu, você e um cachorro, não um filho!

Rayle estava perplexa, ele estava surtando com aquela notícia, andava de um lado pro outro.

— Eu não quero uma vida de pai de família, Rayle. Viver pro trabalho, a mulher e o filho. Eu quero curtir, ser feliz.

— Espera, você acha que com uma família não dá pra ser feliz?- hashtag chocada.

— Eu não nasci pra isso! Eu não quero esse bebê, eu só quero você.- Rayle estava tão sem reação que não sabia o que dizer daquelas barbaridades todas. — Olha…- ele respirou fundo e segurou ela pelos ombros tentando acalmá-la e ser racional. — Já que aconteceu… não tem problema…- Rayle já achou que ele tinha aceitado a ideia, mas… — É só você tirar.

Rayle arregalou os olhos.

— Como assim “tirar”?

— Aborto.- ele respondeu na maior naturalidade do mundo.

— Renê, ficou maluco?- se soltou dele. — Eu não vou abortar.

— Então vai ter que fazer uma escolha.

Rayle franziu o cenho achando um absurdo o que ele estava pedindo.

— Tem noção do que está me pedindo?- perguntou horrorizada. — Quer que eu escolha entre você e o nosso filho??

— Eu não tenho filho nenhum!- o modo como ele falou assustou Rayle que deu um passo pra trás com medo dele ser agressivo. Já aconteceu de ela não concordar com o que ele diz ou quer, e ele acabar machucando ela segurando seus pulsos com força.

— Você é um monstro…- sua voz embargou.

Renê se aproximou dela e a segurou de novo pelos braços enquanto ela se segurava pra não chorar.

— Rayle, eu amo você, e eu quero você assim, perfeita do jeito que é. Esse bebê vai estragar tudo.

— Você é doente!- novamente se afastou dele. — Não acredito que caí na sua conversa, que larguei tudo por você, que me iludi desse jeito.- as lágrimas queriam descer, mas ela aguentou firme. Não daria esse gostinho pra ele. — Você é tão mau quanto a sua mãe.- ele tentou se aproximar de novo, mas ela aumentou o tom. — Não encosta em mim! Nós erramos naquela noite e vamos ter que enfrentar as consequências! Eu não vou fazer isso sozinha!

— Rayle, pensa direito...

— Não Renê!- ela gritou. — Eu vou ter ele, e você vai assumir!

— Não, eu não vou!

— O que está acontecendo aqui?- a mãe de Renê ouviu os gritos e nem pediu licença ao entrar.

— Não é da sua conta, Carmen! Fica fora disso!- a fotógrafa estava fora de si e gritou com a sogra mesmo.

— Vai deixar ela falar assim comigo, Renê?

— Mãe, por favor…- Renê tentava se manter calmo e controlar a situação, mas isso estava longe de acontecer.

Rayle ignorou Carmen ali e voltou a repreendê-lo.

— Você não pode fazer isso!- sua voz embargou.

— Seja lá o que for que estejam discutindo, acho que deviam continuar.- a velha sorriu e o envelope que trazia em mãos foi notado pelos outros presentes no quarto. — Achei isso aqui na correspondência.- ela fez questão de entregar na mão de Rayle que o abriu e não acreditou no que viu.

Eram fotografias de Renê aos beijos com outra mulher.

— Mas o que…?- ela ficou sem reação e seus olhos encheram de lágrimas, mas as segurou, estava com raiva. Carmen sorriu. — Essa é a…- Rayle imediatamente reconheceu a mulher da foto. Ela trabalha no restaurante, junto com Renê, era chef também. — Não acredito que fez isso comigo!- chocou as fotos contra o peito dele — que tinha a culpa estampada na cara — ao empurrá-lo com raiva.

— Eu avisei.- disse Carmen cruzando os braços super satisfeita.

— Mãe, não piora. Deixe-nos sozinhos. Eu preciso convencer a Ray…

— Não tem essa de convencer, Renê!- a loira o interrompeu. — Eu não vou abortar o bebê!

— BEBÊ??- a véia surtou. — Que história é essa de bebê, Renê?

— Rayle está grávida, mãe.- respondeu decepcionado.

— Eu sabia!!- vociferou a mais velha. — Sabia que ela tinha dado o golpe do baú e que não demoraria pra dar o da barriga também!!

— Cala a boca!- Rayle gritou de volta enquanto chorava, não aguentava mais segurar. — Eu não sou assim! Eu nunca quis dar golpe nenhum, eu amava esse cretino!

— Amava?- Renê ficou em choque por ela ter usado o verbo no passado.

— É, amava. Você não merece o amor de ninguém!- secou as lágrimas que teimavam em cair e saiu da casa às pressas.

Aquela casa, aquelas pessoas... Rayle percebeu que só estavam a fazendo mal. Só voltaria lá pra pegar suas coisas. Se o canalha achava que Parker ia escolher ele em vez da criança, ele estava redondamente enganado.


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Notas finais do capítulo

RENÊ, SEU ESCROTO DE MERDA! SEJA HOMEM, SEU SACO DE ESTRUME!
Podem xingar, gente, eu não ligo não, arrochem!
Quem vocês acham que contratou alguém pra tirar aquelas fotos? Hmmm?
Rayle tá gravidinha, finalmente vou poder divulgar as aesthetics que eu tô guardando há séculos pra não dar spoiler shauhsa
Tadinha da Rayle, oh jisuis. E agora, gente?
O que acharam desse capítulo?
Deixem seus comentários pra mim, por favorzinho, hoje é meu aniversário e o da Rayle também. Nos dê esse presente, vai nos deixar muito, muito feliz ♥
Obrigada por lerem ^~^
Abraço de urso :3