Parker escrita por Fofura


Capítulo 10
E começou a desconfiança!


Notas iniciais do capítulo

Hey ursinhos!
Está saindo um capítulo por mês e eu peço desculpas por isso. Eu queria postar de quinze em quinze dias, mas isso só funcionou no começo kkkk rindo de nervoso
Quero dedicar esse capítulo pra Isah Doll, essa maravilhosa que recomendou a história dia 17, obrigada de novo sua lindaaaa ♥ Muito amor envolvido, emocionei :’)
Espero que esse atraso não esteja fazendo vocês desistirem da história. Juro que vou tentar postar mais rápido pra vocês :3 Perdoem minha demora e não desistam de mim ♥



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— Como é que é??- Carmen levantou-se do sofá assim que ouviu o que Renê tinha acabado de dizer. — Casamento??

— Qual o problema, mãe?

— Renê, você não vai casar com essa menina.

— Rayle não é mais uma menina, mãe.

— Ela é como todas as outras, Renê! Só está interessada na sua herança. Ainda bem que ainda estou aqui para protegê-lo de garotas assim.

— Chega, mãe! A Rayle não é assim!

— Você está completamente cego!

Rayle escutava tudo detrás da porta com lágrimas nos olhos. Sabia o que sua sogra pensava dela, mas escutá-la dizer era muito pior. Parker jamais imaginou que alguém pensaria que ela era daquele jeito, até porque nunca deu motivo pra isso. Aquilo doía, não queria mais ficar naquela casa.

— Mãe, o casamento só vai ser simbólico, por que todo esse surto?

— Como eu vou saber que não irá se casar de verdade?

— Eu já disse que eu não quero casar, e mesmo que eu quisesse, já sou bem grandinho. Se continuar implicando com a Rayle eu vou embora dessa casa. É isso que você quer?

— Não fala assim comigo, Renê!

— Eu já estou cansado disso! Ela não fez nada pra você, mãe!

Rayle não quis mais ouvir aquela discussão, resolveu não entrar pra não ter que escutar mais nenhum julgamento de Carmen. Então foi dar uma volta pra esfriar a cabeça.

Quanta falta Sara fazia! Ela havia se mudado há dois anos, estavam sem se falar há meses, não sabia se ela ainda estava em Las Vegas, se ela estava bem, se havia tido sorte com Gil... não sabia nada e aquilo machucava. Às vezes se pegava olhando para as fotos de seus momentos juntas, de sua infância juntas, no orfanato, na escola... dos ensaios que fez com ela. Sara era como sua irmã mais velha e só de pensar que a perdeu, tinha a sensação de que parte de seu coração estava sendo arrancado pra fora do peito.

Andando pelas ruas daquele lugar que ela já amava, Rayle se deparou com uma livraria e bem na vitrine havia um livro de física. Na hora veio a imagem de Sara em sua mente fazendo aquelas contas malucas que ela conseguia de cabeça, sem dificuldade alguma. Sara era formada em física, Rayle sempre a admirou por ser ótima em contas, totalmente o oposto dela, era só ver um número que saía correndo, sempre foi melhor em literatura e arte do que com tabelas e fórmulas.

Seu celular tocou no exato momento em que deixava uma lágrima cair pela falta da amiga. Viu que era Renê e não se importou por estar chorando, não precisava se fazer de forte pra ele.

— Rayle, onde você está?

— Eu vim dar uma volta.- fungou. — Não quis ficar ouvindo sua mãe me apunhalando daquele jeito.

— Oh princesa… Me encontra no bar do papi pra gente conversar.

— Ok.

Não demorou muito para estarem sentando juntos no balcão daquele lugar alegre. No momento não estava cheio, mas havia música e bastante bate papo.

— Vamos beber alguma coisa pra relaxar.

— Renê, sabe que eu não bebo.

— Precisa esquecer um pouco de tudo isso.

— Do que adianta eu encher a cara pra esquecer e lembrar de tudo de novo quando estiver sóbria? Não faz sentido.

— Certo, não faz, mas…

— Renê… eu não quero mais ficar lá. Sua mãe me odeia.

— Ela não te odeia.- suspirou. — É o jeito dela. Quando papai ainda era vivo ela se controlava, mas depois…

— Eu até pensei em tentar conviver, fazer ela enxergar, sabe? Eu não fiz nada pra ela me tratar assim.- Renê assentiu. — Mas depois repensei. Eu sou uma boa pessoa, mas não vou gastar meu tempo provando isso pra ninguém, muito menos pra sua mãe, desculpa.

— Não, eu estou do seu lado, não precisa se desculpar. Eu até sairia de lá, mas tenho medo de deixá-la sozinha naquela casa.

— Eu entendo.- Rayle abaixou a cabeça. — Talvez ela tenha razão. Vai ver eu não sou mesmo a mulher certa pra você.

— Não, não diga isso.- ele tocou seu rosto. — Não deixa ela entrar na sua cabeça, Ray.- ela suspirou. — Aguenta só mais um pouquinho, tabom?

Ela assentiu.

— Vamos beber?

Rayle lhe lançou um olhar de reprovação.

— Não precisa ficar bêbada, é só pra você se animar um pouco e não ficar triste o resto do dia por causa da minha mãe.

— Tabom.- ela cedeu. — Só um pouquinho.

Aham! Só um pouquinho né? Se empolgaram nas doses e ficaram mais alegres do que planejaram, mas tinham consciência do que faziam, não era tão ruim quanto parecia.

Renê ficou todo saidinho e acabaram indo para um hotel. A noite foi longa, pegaram no sono rapidamente em seguida.

Já pela manhã, Rayle foi acordada com beijos no pescoço. Sorriu e abriu os olhos para encontrar um Renê todo satisfeito.

— Bom dia!

— Bom dia.- trocaram um beijo e Rayle logo tratou de lhe dar uma bronca. — Eu fiquei bêbada ontem e a culpa é sua!

— Não ficou bêbada, Rayle, só bebeu quatro doses. Doida você sempre foi, a bebida não afetou muito.

— Hey!- deu um soco no braço dele e ambos riram.

— Olha isso aqui.- Renê mostrou o celular pra ela e haviam várias ligações perdidas da mãe.

Rayle revirou os olhos.

— Com certeza ela quer saber se eu te levei pro mal caminho. Ela acha que eu sou qualquer coisa, menos decente.

— Pensa pelo lado bom, Ray, vai começar a faculdade em duas semanas. Com as aulas e o trabalho você mal vai vê-la.

— Enfim uma boa notícia.

— Bom, já vamos começar a ver nossos trajes pro casamento simbólico. Eu vou procurar um terno e você procura seu vestido de noiva. Pode escolher qualquer um. Semana que vem a gente casa.

Rayle sorriu.

Queria algo simples, então não esbanjou nem nada. Seu vestido branco era sereia de cetim com decote nas costas. Não tinha decote na frente, haviam detalhes em pedrarias que formavam alças que iam até as costas.

O terno de Renê era cinza bem chicoso com a gravata preta.

Escolheram “casar”, no dia em que completaram três anos de namoro, num bosque que Renê gostava de ir acampar, alugou uma cabana que tinha lá no meio e resolveram passar a “lua de mel” lá. Renê comprou as alianças e cada um escreveu seus votos.

Rayle nunca imaginou que um dia faria aquilo, muito menos sem ser de verdade, só simbólico. Mas sendo de verdade ou não era com ele que queria ficar, mesmo ele tendo a pior mãe do mundo.

Foi lindo, a fotógrafa até se emocionou ao falar de seus sentimentos. E a lua de mel… bom, eu dispenso os detalhes.

Uma semana se passou e com isso veio a faculdade. E Renê tinha razão, quando Rayle começou a faculdade mal teve contato com a sogra. Ela estudava à noite já que trabalhava durante o dia, então só ia pra casa, comia alguma coisa e ia se arrumar pra faculdade.

Na primeira semana Rayle já tinha feito amizade com quase toda a turma por conta de ser bem comunicativa. Mas teve dois caras que ela amou conhecer e sempre ficava perto deles nos intervalos e nas aulas também. Rayle, Jeremmy e Thomas eram até conhecidos como o trio de malucos.

Jerry também era americano, como Rayle. Era aquela bicha raiz, tinha trejeitos, era meio escandalosa, estava sempre na moda e sempre usava chapéu por não ter cabelo. Seus olhos eram escuros e ele tinha uma barba bem baixinha. Tommy também tinha e era um pouquinho mais cheia que a do amigo, também era dono de olhos escuros, mas era o oposto de Jerry, ele era aquele gay mais playboyzinho, não tinha tanto trejeito. Cabelo liso, gostava de roupas básicas, não gostava de chamar muita atenção. Tarefa falha, pois deixava as mulheres doidas por ser um pitelzinho. Era igual a Renê, mexicano, mas falava muito bem o inglês. Jeremmy tinha 27 anos e Thomas tinha 26. Rayle era a mais nova, com 24.

Foi divertido demais o dia que se conheceram.

— Meu nome é Thomas, prazer em conhecê-la, Rayle.- Tommy a cumprimentou com um beijinho no rosto.

— Igualmente Thomas.

— E eu sou o Jeremmy, todos me chamam de Jerry.- ele se apresentou primeiro com aquela mão que parecia ter vida própria. Ele adorava gesticular. — Mas de noite mesmo eu viro Lisa.

Rayle deu risada.

— Prazer em conhecer.- ela disse simpática.

— Costumam chamar a gente de Tom e Jerry. Se você se juntar com a gente, pode até ser aquele ratinho cinza pequenininho.

A loira deu risada mais uma vez.

— Ouvi mesmo falar que vocês são bem famosinhos por aqui.

— Menina!! Todo mundo nos conhece aqui, a gente causou no curso de moda.- disse o mais velho. — Tommy decepcionou muitas niñas por gostar da outra fruta.- riu.

Rayle também riu.

— Ai o que eu posso fazer? Papai do céu me fez assim.

— Acho que é melhor eu ter cuidado e não expôr meu boy.

— Gente! É um pitel?

Rayle sorriu travessa e resolveu mostrar uma foto dele.

— Menina, eu tô bege!- Jerry ficou chocadíssima.

— Arrasou, gata, bate aqui!- Rayle deu um high five em Thomas e deu risada.

— Fica de olho senão ele se apaixona por mim, viu, lindinha?!

— Jerry, tu não vale o chão que pisa.

— Eu sei, meu anjo.

A fotógrafa balançou a cabeça. Eram duas figuras mesmo!

Dias depois já estavam fazendo compras juntos. Foram para o shopping no fim de semana e fizeram a farra, se divertiram bastante. Rayle até mandou uma mensagem para Renê por insistência dos dois fingindo que iam comprar lingerie e era pra ele escolher qual ela ia usar.

“Renê?”

“Oi princesa ♥”

— Ai que fofo! Ele chamou ela de princesa.- disse Thomas.

— Fala pra ele escolher entre duas cores, Ray. Ele com certeza vai perguntar por que.

— Tabom.- ela riu.

“Qual cor você acha que combina mais comigo? Vermelho ou laranja?”

“Acho que laranja. Por que?”

— Eu sabia! Haha!

Thomas e Rayle também riram.

“Fiquei na dúvida. Estou comprando lingerie”

“Eita que hoje a noite vai ser longa

— Ai que safadinho, gente!- os três riram do comentário de Jerry.

— O que vai responder, Rayle?

Ela deu risada do que pensou em responder. Os dois viram ela digitar e quase tiveram uma crise de riso.

“Por que? Tá com insônia?”

'–' ”

— Olha a resposta dele, tadinho.- Thomas gargalhou.

— Ai eu não aguento essa menina.- Jerry abraçou o pescoço de Rayle com um dos braços e depois que Rayle digitou uma risada de volta para o namorado, eles voltaram a andar.

~  ☺  ~

Essas três semanas que passaram desde a discussão que Renê teve com a mãe foram tranquilas. Quando Rayle não estava com Renê, ela estava fotografando com Tom e Jerry. E sempre que tinha ensaio, ela marcava pra domingo que era quando tinha tempo. As coisas estavam indo bem demais, Rayle até estava estranhando. Mas aí sua sogra resolveu implicar com ela de novo. A calma de Rayle evaporou.

— O que pensa que está fazendo, menina?

— Um estúdio.

Rayle precisava de um espaço pra trabalhar, não tinha espaço para guardar seus novos equipamentos e precisava praticar fotos internas, de estúdio, pra prova prática do curso. Não tinha aula naquele dia por isso estava aproveitando para arrumar tudo.

— Não vou permitir que você transforme essa casa numa zona.

“Que exagerada, meu Deus!”

— Mas o Renê me deixou usar o porão.

— Renê não manda nessa casa, eu mando. E você vai tirar essas coisas daqui.

Rayle suspirou.

— Por que se incomoda tanto com o que eu faço? Por que implica tanto comigo?

— Não se faça de vítima! Sabe muito bem por que eu não aceito você.

— Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu não sou assim? Qual o seu problema?

— Quem você pensa que é?- Carmen se irritou. — Fale direito comigo, garota!

— Não!- Ray rebateu. — Eu já estou cheia de você!- Carmen arregalou os olhos surpresa, mas manteve a pose. — Renê não é mais uma criança, a vida é dele, e você não tem o direito de me tratar assim! Pra uma mulher da sua idade e “classe”...- debochou. —… Você devia ser bem mais civilizada!

— Basta!- gritou. — Vai se arrepender de tudo o que disse!- Carmen virou as costas e subiu as escadas.

— Isso não foi nem o começo!- Rayle gritou de volta.

Nunca fora tão explosiva com alguém, nunca sequer respondera ou fora mal educada assim, mas Carmen pediu por isso e não se sentia nem um pouco culpada. Por causa desse estresse, ficou meio tonta e começou a passar mal. Sentou num banquinho e esperou que passasse.

Assim que se sentiu melhor, largou tudo o que estava fazendo e foi pro quarto.

Renê não demorou pra chegar do trabalho, escutou um monte de sua mãe por causa da discussão que ela teve com Rayle. Foi até o quarto e encontrou a fotógrafa deitada.

— Oi princesa.

— Oi.- respondeu triste, sem muita animação. Estava chateada e não queria conversar, só queria colo.

— Eu soube do que aconteceu… Quer conversar?- perguntou já deitado atrás dela.

— Não.- ela respondeu.

— Não fica assim, Rayle.

Renê começou a beijar seu pescoço e ombro. Ela sabia onde ele queria chegar.

— Renê!- o repreendeu.

— Hm?- ele resmungou ainda beijando seu pescoço e apalpando seu corpo.

— Para! Eu não estou afim. Eu estou chateada.

— Eu só quero te fazer sentir melhor.

— Podia me dar apoio, me dar colo, mas não. Em vez de pensar com a cabeça de cima, só pensa com a de baixo. É só isso que você quer, não se importa com o que eu sinto.

— Claro que eu me importo. Olha só, me dá um beijo que você muda de ideia.

— Para! Eu não quero!- ela se irritou e ele se assustou um pouco. — Me deixa sozinha.

— Tudo bem.- meio a contragosto, Renê deu um último beijo nela e se levantou saindo do quarto em seguida.

Rayle estava se sentindo péssima, mas ter o carinho dele sem segundas intenções parecia impossível. Com certeza Sara era a única que conseguiria fazê-la se sentir melhor, mas onde ela estava?

~  ☺  ~

Mais uns dias se passaram e Renê começou a ficar estranho. Eles até tinham uma vida sexual ativa, mas ultimamente Rayle não estava tendo tempo pra nada, e se tinha, ela queria gastar fazendo outra coisa. Seu foco era a fotografia e sinceramente? Rayle não sentia falta de praticar aquela tal atividade. Não era uma bomba de ar que ela precisava ter pra sobreviver. Já Renê…

Como Rayle não queria saber de ir além dos beijos ardentes e profundos, Renê não insistia mais. Se ela não queria, tudo bem. Pelo menos era o que ele dizia. Algumas vezes ele ficava meio alterado e quando Ray chegava da faculdade ele queria brincar. Claro que ela não era obrigada, mas toda vez que ela dizia “não”, ele ficava bravo e ia dormir sem falar com ela.

Até que tiveram uma conversa séria e Rayle disse o quanto ele estava sendo um idiota e dependente disso, já que ele não era assim quando começaram. Foi então que ele voltou ao normal, voltou a ser atencioso, tudo o que ele era dois/três anos atrás. MAS, com uma rotina nova. Era sempre Rayle que chegava depois dele por causa do horário da faculdade. Agora quando Rayle chegava, ele não estava em casa. Dizia que ia pro bar ou pra balada com os amigos depois do trabalho.

Mas Parker tinha suas desconfianças.


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Notas finais do capítulo

Xiii, a coisa tá ficando feia hein! Teve casamento, teve comédia, teve treta. Eu, particularmente, amo as tretas. E vocês? O que acham que o Renê tá aprontando?
E esses amigos novos dela? kkkk
Me digam o que acharam do capítulo todo, tabom? Obrigada a quem leu ♥
Edit: Pra quem quiser ver o vestido da Rayle, as fotinhas do "casamento", e a cara dos outros três personagens (Jerry, Tommy e Carmen), é só me seguir lá no facebook que eu posto tudo lá, inclusive as aesthetics e tudo mais. Tabom? Link lá no perfil.^^ É isso.
Abraço de urso e até o próximo :3