Curse of the Flower escrita por Killer Queen


Capítulo 4
capítulo 3




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Durante o curto trajeto do apartamento de Willburn e a carruagem, Joseph tinha um pressentimento horrível, ficar de costas para seu velho amigo era quase o mesmo de ficar esperando um animal selvagem o atacar. Embora ainda não soubesse o porquê daquela paranoia e muito menos o daquela alucinação tão real. Será que estava ficando louco?

Era uma verdade que conforme a idade chegava mais sua sanidade evadir-se, mas não era possível tê-la perdido por completo. Porventura tudo poderia ser o resultado de todas àquelas horas acordado devido o trabalho. Uma mente cansada tinha tendência de pregar peças. Claro que Joseph dizia todas as possibilidades que poderia explicar o que ocorrera naqueles poucos minutos que passara ao lado de Willburn.

Joseph balançou sua cabeça algumas vezes assim que saiu daquele velho prédio, fazia o seu melhor para afastar aqueles pensamentos macabros de sua mente, só queria voltar para casa e relaxar um pouco, se fosse possível. De tudo, na manhã seguinte estaria tão atarefado com algumas coisas da festa que nem teria tempo de pensar nesse pequeno episódio. Abaixou sua cabeça e depois a ergueu em direção do oriente, o sol já estava se pondo, de fato não faltava muito para sua cabeça ser completamente tomada pelos preparativos do baile.

—Pensei que fosse demorar mais, senhor Halpine. –comentava o cocheiro que apagava seu cachimbo para abrir a porta para Joseph.

—Willburn está melhor do que imaginei. Apenas vamos para casa, temos tanta coisa para fazer. –respondia Joseph naquele mesmo tom calmo e adentrava a carruagem com a mesma elegância de sempre, mas antes de fechar a porta deu uma última olhada para aquele prédio que caia aos pedaços e para sua surpresa na janela do último andar era possível ver Willburn, que também o encarava, havia um sorriso malicioso em seus lábios que conseguiu criar um desconforto ainda maior em Joseph, porém o homem simplesmente fez um cumprimento com a cabeça e fechou a porta da carruagem. De fato, tudo aquilo estava o deixando completamente paranoico.

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—Como foi no mercado? –perguntava Joseph. O caminho de volta a mansão havia sido calmo e sem nenhuma surpresa, claro que aqueles pensamentos estranhos ainda o assombravam, mas agora fazia seu melhor para agir de uma forma normal e sutil, não queria demostrar seu medo a suas filhas e muito menos fazê-las pensar que alguma coisa estranha estava acontecendo.

—Foi ótimo, meu pai. –comentava Harriette que lançava um olhar adorável na direção da irmã caçula. –Não foi tão difícil encontrar um vestido para Kathryn, ela fica adorável vestida como uma verdadeira dama.

Kathryn simplesmente revirou seus olhos e voltou sua atenção para a comida em seu prato.

Para Joseph ver suas duas filhas a mesa trazia uma pequena sensação de nostalgia, já se passara tantos anos desde que tivera um jantar com toda a família reunida, claro que havia uma pequena diferença naquela cena. O marido de Harriette se encontrava sentado ao lado da mesma.

O herdeiro da família Daphné deveria ter quase seus trinta anos, Rorick não era um homem de muitas palavras, quando falava era para comentar algo sobre sua empresa. Devido a sua face seria era normal às pessoas acreditarem que era um homem mais velho.

—Conseguiu resolver tudo? –perguntou Harriette ao marido.

—Infelizmente não. –respondia o mesmo que pegava sua taça de vinho e tomava um gole antes de volta-se para esposa. –Nenhum representante da família Stewart deu-se ao luxo de aparecer. Teremos de remarcar tudo.

—Os Stewart não costumam aparecer em nenhuma reunião. –comentava Joseph peque utilizava o a toalha de cetim para limpar seus lábios antes de tomar um pouco de seu vinho.

—Como? –pergunto Rorick deixando bem claro seu tom incrédulo. –Eles precisam comparecer a pelo menos uma reunião como pretende fechar negócio?

Joseph conteve uma risada baixa e logo voltou a observar seu gero.

—Sabe, eles não têm nada a perder. Sinto dizer isso, mas é apenas um simples investidor para eles. Não vai será sua empresa que os deixaram mais ricos. –Joseph tinha total certeza do que dizia, era um dos poucos homens que tinha uma convivência amigável com aquela família um tanto quanto misterioso.

Os Stewart até então podiam se considera a família mais rica de toda Inglaterra, haviam pessoas que ousavam dizer que a fortuna deles já era maior que a da família real. O que era uma mentira, já que uma parte dos membros dessa família fazia parte da corte. Devido a todo o poder que possuíam não se davam nem o trabalho de comparecer a algumas reuniões de negócio. Eles sabiam que seria apenas uma perca de tempo.

A frustração estava estampada na face de Rorick que simplesmente manteve-se com sua cabeça abaixada. Se tais informações fossem verdade significava que toda aquela viagem, na parte de negócios, havia sido uma total perda de tempo.

—Querido, não fique desse jeito. –dizia Harriette que passava sua mão esquerda sobre a face do homem.

—Sua viagem não foi perdida. –comentava Kathryn que pegava uma fatia generosa de frango. –Os Stewart estão convidados para o baile de Harriette.

—Eles nunca faltam um evento. –complementava Joseph. –Acredite em mim, terá todo o tempo do mundo para conversar com eles.

Isso foi o suficiente para Rorick erguer sua cabeça mais uma vez, de fato um baile não era o melhor lugar para se trata de negócios, mas esse fosse a única maneira de conseguir conversar com aquela família, alguns modos teriam de ser deixados de lado.

Os assuntos continuaram quase todo o momento o nome da família Stewart era mencionado e assim se seguiu até o fim do jantar. Joseph por sua vez nunca virá nada de tão empolgante naquela família, claro que diferente dos outros o homem sabia segredos horrível dos mesmos, mas sempre achou que seria melhor mantê-los guardado apenas para si próprio. O patriarca da família, James, era um homem um tanto quanto reservado, mas mesmo assim mantinha uma amizade saudável com Joseph e diversas vezes ambos tiveram a oportunidade de comentar sobre seus ancestrais. Todas as histórias contadas por James tinham um final trágico e essa tragédia sempre era resultado de um capricho do Stewart.

—Licença. –pedia Harriette que se saia da mesa junto com seu marido.

Kathryn ainda devorava sua janta enquanto Joseph terminava de tomar seu vinho. Foi então que um pequeno estalo veio na cabeça de Joseph, Willburn estaria no baile, de novo aquela sensação sufocante de medo. Se aquele homem tentasse algo contra suas filhas, não poderia deixa-lo se aproximar das garotas, mas mesmo assim não havia nenhuma prova de que Willburn era perigoso, havia sido apenas um momento de medo.

—Pai? –chamou Kathryn.

—Hã?

—O senhor está bem? –perguntava a garota que arqueava sua sobrancelha. –Está um pouco pálido.

Joseph riu um pouco, no intuito de desfaçar seu nervosismo. Olhou na direção da filha e lançou um sorriso.

—Estou bem. Apenas preocupado com algumas coisas. –respondia em um tom calmo. –Acho que não ando descansado direito e por isso da palidez.

—Devo concordar meu pai. Anda fazendo muitas coisas ao mesmo tempo e esquecendo-se de se cuidar.

Joseph deu uma risada baixa ao escutar aquela bronca da filha, nesses raros momentos de maturidade de Kathryn, a jovem ficava exatamente igual sua falecida, não bastava apenas ser parecida com a mesma, às broncas eram exatamente iguais.

—Irei descansar essa noite. –respondia Joseph ainda com aquele riso contido.

—Estou falando sério, pai. –continuava a jovem que agora tinha seus braços cruzados a frente do corpo - Está se esforçando demais, não poderá cuidar da família se ficar doente.

Kathryn tinha razão e Joseph era obrigado a concordar, se ficasse doente acabaria tendo problemas sérios, ainda mais para sua caçula que ainda não estava casada e dependia do pai para sobreviver.

—Irei me cuidar.

—Espero que sim, meu pai. –dizia Kathryn que se colocava de pé, indo de encontro com o pai assim dando um beijo em sua bochecha. –Boa noite e nem pense em dormir tarde.

Joseph retribuiu ao beijo e assim também desejou que a filha tivesse um boa noite. Estaria sozinho na sala de jantar se não fosse Marcellus que adentrava a sala.

—Deveria contar as suas filhas o que o assombra. –comentava o mordomo que tomava a liberdade para pôr um pouco mais de vinho na taça de Joseph.

—Não posso. –respondia em um tom distante. Observava o vinho ser derrabado em sua taça e um longo suspiro deixava seus lábios. –Não quero que elas se envolvam em tantas coisas.

Marcellus observava o mestre de canto de olho, sabia que algo muito seria estava a perturbá-lo, normalmente há essa hora Joseph já teria pelo menos falado ao mordomo o que o assombrava, mas agora estava tão distante, como se tivesse visto algo que não deveria.

—O senhor deseja contar o que aconteceu?

Joseph segurava a taça de vinho a sua frente e observava seu reflexo no liquido escuro.

—Marcellus, você já viu algo e no outro momento.... Não estava lá?

—Uma ilusão, senhor?

—Isso. Uma ilusão.

Marcellus deixou a garrafa de vinho ao lado esquerdo da mesa e assim tentou associar o que tal pergunta tinha com a situação atual de seu mestre, mas seu dever como mordomo era obedecer e não fazer análise.

—Já tive algumas, mas isso quando mais novo. –comentava o mordomo em um tom calmo. –Elas acontecem com mais frequência quando se tem uma noite agitada.

—Mas quão reais eram?

—Quão reais? –questionava o mordomo, ainda confuso com tudo aquilo. –Bem, geralmente eu conseguia perceber que se tratava de uma ilusão, na hora que via acreditava que estava ficando maluco. Permite-me perguntar o porquê desse assunto?

Joseph deixou a taça de vinho sobre a mesa e assim se, pois de pé.
—Apenas um de meus pacientes.

—Mas o senhor deixou de tratar essas pessoas há anos.

—Esse é um caso especial, um antigo amigo da família. Mesmo abandonado ainda conheço algumas coisas sobre medicina.

Marcellus sabia que seu mestre estava mentido, ele realmente escondia algo, mas preferia não questionar o que acontecia. Simplesmente fez um gesto positivo com sua cabeça.

—Espero que o senhor consiga ajudar esse seu amigo, deve ser complicado ter ilusões tão reais a ponto de deixar alguém perturbado. –Joseph sabia que aquele recado era para ele, seu mordomo não era burro.

—Farei meu melhor para ajudá-lo. 


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