O dia havia amanhecido nublado naquela sexta feira, então optei por não levar os gêmeos a creche, um friozinho pairava do lado de fora enquanto eu me revirava na cama com uma certa preguiça. Lucas já havia ido trabalhar, então só me restava cuidar da casa. Ouço um resmungo vindo do quarto ao lado, eles já haviam acordado.
— Mamãe já está indo. – falo pra mim mesma e me levanto.

Milena estava de pé no berço e Matheus deitado falando algo que eu não entendia.

— Bom dia meus amores. – falo e recebo um sorriso de ambos.

Pego primeiro Milena e a troco, em seguida Matheus. Os coloco no carrinho e levo a cozinha, preparo a mamadeira deles e em seguida meu café, assim que entrego a eles me sento a mesa e começo a comer. Assim que acabo arrumo toda a cozinha, coloco os dois na sala e logo a tv num desenho que eles gostem, aproveito pra arrumar o quarto que está uma zona. O resto da tarde foi monótona, fiz almoço, dei banho neles e os coloquei pra dormir, em seguida acabei pegando no sono devido ao cansaço da rotina.

(...)

Casa de Tânia.

— A Manu continua deitada. – Juliana diz descendo as escadas.

— Ela precisa do tempo dela. – Ricardo afirma.

— Seu pai tá certo Juliana, ela vai acabar cedendo. – Tânia disse e a ruiva concordou.

— É tudo culpa minha. – Fábio diz aparecendo de surpresa.

— Não e não Fábio, você errou mas a Manu é bem cabeça dura, vocês vão se acertar. – Juliana diz recebendo um meio sorriso de meu irmão.

A família se reúne na sala e aproveitam para conversar, são interrompidos pela chegada de Luiza e os gêmeos.
— Minha filha, que surpresa boa. – Tânia diz feliz.

— Eu tava em casa sozinha, resolvi fazer uma visita.

— E esses bebês como estão? – Ricardo pergunta.

— Cada dia mais sapecas. – Luiza diz.

— Meus Deus, esses são meus sobrinhos? – Juliana pergunta, indo até o carrinho dos gêmeos. – ontem não tive tempo de ver eles, aconteceu tanta coisa.

— Pois é, Milena e Matheus. – Luiza diz simpática.

— Oi meus amores, vocês são lindos sabia. Parabéns Luiza, são perfeitos. – Ju diz.

— Obrigada.

Luiza se senta junto a todos no sofá, enquanto Juliana brinca com os gêmeos ela aproveita pra conversar com Fábio, o irmão ainda está abalado e triste com tudo que aconteceu.

— Eu vou ver a Manu. – Luiza se levanta.

— Vê se você consegue fazer ela sair daquele quarto. – Ricardo pede e Luiza assente.

Assim que sobe as escadas e entra no quarto, Luiza encontra Manuela deitada, os olhos inchados e toda desarrumada.

— Eu não vou sair daqui, não adianta pedir. – Manu diz, antes que Luiza diga qualquer outra coisa.

— Olha seu estado Manuela, isso está te fazendo bem? – Luiza pergunta.

— Ver o babaca do seu irmão também não vai me fazer bem.

— Olha, eu juro que te entendo, sei que você tá sofrendo e tudo mais, só que o Fábio também tá sofrendo, ele errou sim e muito eu sei disso. Ele é meu irmão, mas nem por isso eu passei a mão na cabeça dele. O fato é que aqui não tem nenhuma criança e você não vai conseguir fugir dele pra sempre.

Manuela bufou, sabia que Luiza tinha razão.

— Eu não estou pronta pra falar com ele. – a garota diz se sentando, Luiza senta ao lado dela.

— E você não precisa, mas ficar aqui trancada, sem comer só vai te deixar pior ainda. Você é adulta Manuela, tem que enfrentar seus problemas com maturidade.

— Eu sei Luiza, mas tenho medo, eu ainda...

— Ama o meu irmão. – a morena completa. – e ele também te ama muito, mas sabe do erro que cometeu. Vamos sair desse quarto, você não precisa falar com ele.

— Eu não sei. – Manu disse hesitante.

— Por favor, os gêmeos estão lá em baixo morrendo de saudades da tia babona deles. – falo e ela sorri.

— Ok você venceu, eu vou tomar um banho e desço.

— Tá bom, eu vou preparar aquele sanduíche que você gosta.

— Obrigada amiga, te amo.

— Eu também te amo marrenta.

As duas se abraçam e em seguida Luiza sai do quarto, Manu era bem cabeça dura mas no fundo do tinha um coração do tamanho do mundo.

(...)

Finalmente hora de ir embora, depois de um longo dia de trabalho tudo que eu queria era minha mulher e meus filhos. Arrumo todas as coisas e pego o elevador, estou saindo da empresa quando sou surpreendido por uma visita surpresa.

— Gabriela?