Obscure Side escrita por Princess of Forks


Capítulo 26
Epílogo




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Nova Iorque, 20 de Novembro de 2015

Enquanto um programa de culinária passava na televisão, algo que apenas há alguns meses prenderia a atenção da morena, Isabella andava desesperada de trás para a frente e de frente para trás no seu apartamento. Era perto das dez da noite, nem o cansaço de um dia de trabalho a fazia parar por dois segundos. Ela procurava por todos os cantos do apartamento, andava de rabo para o ar, tirava almofadas, mantas, livros tudo do lugar fazendo a menos quantidade de barulho possível. Infelizmente nem isso fez com que a criança que dormia no seu quarto permanecesse assim. O choro da pequena ecoou pelo imóvel fazendo a morena suspirar.

—Maggie, o que foi princesa? - perguntou Isabella à pequena criança de três anos, que tinha os olhos verdes cheios de lágrimas e a sua pequena boca com um beicinho já tão conhecido pela morena.

— Queo a mamã. - dizia a menina, Bella suspirou mais uma vez.

— A mamã foi ter a mana, lembras-te? A tia já te explicou que esta noite tens de ficar comigo... tu já não gostas da tia?

—Goto, ma queo a mamã e o papá tia Bea. Mana fea- disse a menina com o beicinho nos lábios.

—A mana não é feia, nada...Amanhã de manhã vamos ver a mamã e o papá, pode ser? Hoje tens de fazer companhia à tia Bella e ao tio Edward.

—Tio Edad?

—Sim, o tio Edward.

—Onde tá?- disse a loirinha procurando no quarto o seu tio "Edad".

—O tio Edward está quase, quase a chegar do trabalho.

—Tevisão? - disse a menina apontando para a televisão que estava no quarto.

— Não tens soninho, amor?

—Tio Edad. - disse a loira.

— Certo, vamos esperar pelo tio Edward para dormir...- a menina sorriu e isso fez com que Bella sorrisse também.

Margaret era a primeira sobrinha dela, filha de Rosalie e Emmett, a loirinha tinha os cabelos da mãe e os olhos verdes do pai, tão parecidos com os de Edward e os de Esme. A personalidade, essa podia dizer-se que era a conjugação de toda as personalidades daquela família. Maggie, tinha os caprichos da mãe juntos com a diversão do pai, a energia da tia Alice, a esperteza do Tio Jasper, o mau humor do avô Carlisle, a simpatia da avó Esme, o charme do tio Edward e timidez da tia Bella. Margaret era a primeira neta, a primeira filha, a primeira sobrinha... era a primeira criança naquela família desde Edward e isso fazia com que ela fosse mimada por todos os elementos da mesma. Não era de estranhar que a menina, embora feliz por estar na casa dos tios, estar levemente triste por não ter a mamã e o papá com ela porque foram buscar a mana. Maggie era pequena ainda para entender corretamente esse acontecimento, ela só sabia que ia ter um bebé e que era a mana dela, e naquele momento a menina já não gostava da mana porque os pais estavam com ela e não com a loirinha.

A cabeça de Margaret pousou no colo de Bella enquanto os bonecos se moviam na televisão, as mãos de Isabella passavam nos fios loiros suavemente e em pouco tempo a respiração da menina foi tornando-se mais pesada. A morena sorriu assim que percebeu que a sobrinha tinha caído novamente num sono profundo e gentilmente levantou-se deixando-a a dormir na sua cama.

Assim que encostou a porta do quarto, lembrou-se do porquê da sua busca frenética e retomou-a. Isabella sabia que tinha sido irresponsabilidade dela deixar aquilo por ali, mas foi num momento de aflição, não era suposto Emmett ir deixar Margaret tão cedo lá em casa e no momento de pânico a morena escondeu aquilo na caixa que estava em cima da mesa de centro da sala de estar. Obviamente que a pequena Maggie nas suas brincadeiras enquanto a tia fazia o jantar teve de mexer na caixa e esconder aquilo sabe lá Deus onde. E quando Bella lhe perguntou Margaret deu de ombros e disse com a sua inocente voz "Não sei tia Bea. Bolaca?" Agora a morena necessitava de encontrar aquilo antes que o seu adorável marido chegasse a casa.

— O que estás a fazer? - perguntou a voz de Edward atras da morena enquanto esta estava com a cabeça quase que enfiada debaixo do sofá. Bella assustou-se e saltou batendo com a cabeça no sofá.

— Porra Edward! - disse Isabella.

—Ei a culpa não é minha... eu não entrei em modo silencioso tu é que estas aí entretida a fazer sabe-se lá o que e não me ouviste chegar! - defendeu-se o ruivo sentando-se no sofá. - O que é que estás a fazer moreninha?

—Nada. - disse Bella rapidamente e sentou-se ao pé do marido batendo levemente na sua perna enquanto falava. - Não tens de ir tomar banho? Utiliza a casa de banho ao pé do quarto de hóspedes para não acordar a Maggie, ela já acordou duas vezes desde que a deitei.

—O Emmett já deu novidades?

— Não, mas quando chegaram ao hospital a Rosalie já estava com quatro centímetros de dilatação.

—Hum...então não deve demorar, não é? Eles já estão lá à tantas horas, com a Margaret não foi assim.

—Cada parto é diferente Edward, pode demorar uma hora ou dezoito horas...

—Ainda bem que estamos longe dessa realidade. - disse ele a rir-se, esperando que a esposa o acompanhasse, mas Isabella apenas lançou um pequeno sorriso. - Bella, amor, o que é que se passa estás esquisita? Aconteceu alguma coisa?

—Não, só estou preocupada com a Margaret, vai ser difícil para ela partilhar os pais...

—Morenita, eu sei que tu adoras a Maggie, mas o Emmett e a Rosalie sabem o que fazer...eles vão saber controlar essas coisas...

—Eu sei, só...deixa lá.- disse a morena suspirando. - Como é que correu?

E com apenas estas palavras a postura de Edward mudou. Bella sabia o que isso significava.

—Percebido... escusas de falar. - disse Isabella e levantou-se indo para a cozinha. Mesmo com mais de quatro anos a saber a realidade sobre a família de Edward, ainda era difícil para ela assimilar que o homem carinhoso e amoroso com quem ela se via a dividir uma ida inteira, a ter filhos, era o mesmo homem que matava pessoas e as torturava durante o seu dia- a- dia.

Ao chegar à cozinha, colocou alguma água ao lume para fazer um chá. Ela acariciou levemente a sua barriga enquanto observava a janela por cima do lava loiça "Ainda bem que estamos longe dessa realidade" foi a única coisa que ela conseguiu pensar e uma solitária lágrima escorreu pela sua cara.

—Amor...-suou a voz de Edward. -Eu...- mas a vos parou assim que o ruivo viu a esposa a limpar a bochecha. Ele sabia o que é que aquilo signifcava. Avançou até à mulher e abraçou-a pela cintura, rodando-a de modo a que ela o encarasse. - Bella... eu não quero que fiques assim, eu sei que é difícil, mas nós prometemos não falar sobre essas coisas em casa, amor. E por muito que eu saiba que tu és forte e determinada, também sei que és sensível e é por isso que eu preferido não falar...

—Tu não precisas de falar, eu sei o que é que acontece fora desta casa no minuto em que tu entras. Os teus olhos não me enganam Edward... Eu hoje, não sei só estou preocupada e pronto afetou-me mais do que devia, só isso.

—Desculpa por não poder ser um marido normal. - disse ele repousando a cabeça no ombro dela.

—Mas tu és um marido normal, Edward. O marido mais espetacular que alguém podia pedir... eu tenho sorte em ter-te ao meu lado.

—Eu queria poder chegar a casa e falar-te do meu dia de trabalho sem que tivesses nojo de mim, queria que pudesse falar sobre as coisas para me dares opiniões, disparatar sobre a incompetência das pessoas ou como alguém tirou o dia para me chatear. Queria que me pudesses ajudar como eu te ajudo... estou a ser invejoso?

—Não, meu amor. Não estás... só não estás a ver as coisas com claridade, ruivinho. Tu podes não falar, mas eu sei quando algo está mal, quando algo te chateia... posso não dizer nada, mas eu sei. E tu sabes que eu sei. Eu não preciso que expresses verbalmente o que te vai na alma Edward, e tu não precisas que eu o faça também. Se eu chegar ao pé de ti e te abraçar. te beijar, te espancar... essa sou eu a ajudar-te.

Edward ficou em silencio por alguns segundos até que sussurrou.

—E ajudas...

Os dois ficaram abraçados durante algum tempo encostados à banca da cozinha. No entanto, mesmo com a conversa o ruivo ainda sentia a sua morena tensa, triste... ele sabia que algo mais se passava com ela.

—Bella, o que...- mas antes que ele falasse alguma coisa um choro voltou a ecoar pela casa juntamente com o som da chaleira a apitar.

—Vai ver a Maggie ela quer o tio Edad. - disse a morena e virou-se para acabar o seu chá. Edward suspirou e seguiu para o quarto, tocando levemente o bolso das suas calças... seria por aquilo?

(...)

Quando Bella chegou ao quarto já depois de ter bebido o seu chá e arrumado a sala toda que tinha desarrumado na sua busca, procurando mais um pouco enquanto arrumava claro, Edward já estava com as suas calças de pijama vestidas e encontrava-se deitado com Maggie em cima dele. Bella sorriu com aquela visão, querendo que no futuro próximo, ela se pudesse realizar com o bebé deles.

—Ela adormeceu bem? - perguntou a morena sentando-se ao lado do marido.

—Sim, só perguntou pelos pais...

—Coitadinha. - disse Bella passando a mão pelos sedosos cabelos loiros. - O Emmett mandou mensagem.

E ao dizer isto desbloqueou o telemóvel e mostrou a Edward.

—Já nasceu? - perguntou o ruivo.

—Meredith Hale Cullen Masen, nascida às 23.05 do dia 20 de Novembro de 2015 com 3,150 kg e 52 cm!

—Ela é tão linda! - disse Edward com um sorriso gigante na cara. E olhou para Bella que também sorria ao ver a foto da mais recente sobrinha. A morena pousou o telemóvel na mesa de cabeceira e deitou-se ao pé do marido. - Bella...- sussurrou ele.

—Sim? - sussurrou a morena de volta.

Sem dizer mais nada Edward põe a mão debaixo da almofada onde tinha a cabeça pousada e de lá tira o pequeno teste de gravidez que Bella andou desesperadamente à procura.

—Toma, acho que andavas à procura disto...- disse ele dando o teste para a morena.

—Edward...- sussurrou ela. - Eu sei que não queres, mas eu...

—Quem te disse que não quero Bella? Isto é o que eu quero mais na vida, desde que a Maggie nasceu que eu só penso em termos o nosso bebé, mas quis dar-te tempo...quis que tivesses uma vida um bocadinho normal até falar nisso.

—A sério?

—Claro que sim, morenita. Não há mais nada na vida que eu queira do que formar uma família contigo...

—Nós vamos ser ainda mais felizes não vamos? - perguntou Isabella.

—Vamos ser mais felizes do que alguém já foi ou pode ser morenita, eu prometo. - disse ele beijando o topo da cabeça de Isabella, que se enroscou nos braços do marido.

As dúvidas, os medos, o nervosismo... tudo estava presente na mente dos dois. Mas esse era o lado obscuro da vida, que apenas podia ser iluminado pela felicidade. E naquele momento o pontinho que crescia na barriga de Isabella era o ponto de luz da vida deles, tudo o que eles precisavam para ver o lado luminoso da vida. 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do ÚLTIMO capítulo desta história! Espero que corresponda às vossas expetativas, e peço muitaaaaas desculpas pela demora!! (universidade kills me giiirls)
Obrigada por todos os comentários, favoritos e recomendações cada uma de vós fica guardada no meu coração, mesmo que tenha apenas lido a história sem dizer nada ;)
Devo dizer que fiquei surpreendida por todo o sucesso que tive com esta ideia maluca da minha cabeça, e é só a vocês que posso agradecer!
Se estás a ler esta história depois de acabada, não tenhas medo de comentar, favoritar ou até de recomendar! Vai ser tão especial para mim como se fosse ao longo da escrita!

Obrigada do fundo do coração,
Princess Of Forks



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