He Is My Captain escrita por Airi


Capítulo 2
A Camponesa esperta e o Capitão burro


Notas iniciais do capítulo

Aeeee! Finalmente o primeiro capitulo da historia ; Enfim, aqui é como todas as outras, leiam e digam o que estão achando para que eu possa escrever os outros episodios! Bejinhos e boa leituuura!
AAAH, OBS: Os personagens são originaaiis! Inspirados em alguns outros por ai, de filmes e animes, mas são meus e_e, até o nome viu ! XD
UASHUAHSAUHS', agora acabou, juro '-'



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Querem saber como eu cheguei até esse ponto? Bom, era um dia comum na minha cidadezinha. Logo pela manhã me levantei e acordei meu pai para abrir a loja enquanto eu ia comprar os pães fresquinhos na padaria do Sr. Green. A nossa cidade nunca foi um atrativo para piratas já que fica em uma pequena cidadezinha do sul e por incrivel que pareça sem riquezas naturais, é... era um ótimo lugar para se viver. 

- Estou saindo pai.. te vejo na loja! - Gritei saindo de casa.

Na minha casa vivia eu, meu pai e minha mãe. Apenas nós três vivendo uma vida simples de camponeses. Meu pai é ferreiro e nunca deixou que eu vestisse trapos ou não comesse, me lembro até hoje quando eu tinha 5 anos que eles passaram mais de semanas sem comer só para que eu comesse bem e crescesse forte. Com pais bons, trabalhadores e esforçados, o que mais eu iria querer?

Fui até a padaria, comprei os pães e voltei para a loja como tinha prometido, mas meu pai não estava sozinho. Um homem, muito assustado por sinal, estava ali com meu pai. Como não sou boba nem nada, me aproximei para escutar melhor a conversa.

- E agora Sr. Bonnie? O que faremos? O Mercador chegará em algumas horas na cidade e só avisaram agora! A visita dele está agendada a mais de um mês! Sabe o que isso significa não sabe? 

- Significa que os piratas virão até a cidade... - Falei enquanto me aproximava.

Os dois me olharam surpresos pra mim.

- Que susto filha, está ai a muito tempo?

- Não tente desconversar pai... eu estou aqui tempo o suficiente para entender que estamos todos em perigo por um descuido imbecil do governo ou do idiota que vai receber o Mercador...

- Isso são modos de falar na frente das visitas? - Meu pai disse irritado.

- Desculpe Sr. Bonnie, mas Mary tem razão... isso foi um descuido imperdoável, estamos todos em risco...

- Não temos certeza se eles virão...

- Eles virão papai... nós já sabemos como funciona...

Os dois me olharam feio dessa vez, não que eu quisesse tirar as esperanças deles, mas tínhamos que ser realistas. Eles viriam e não tinha nada que pudéssemos fazer para impedir isso, o que podíamos fazer era rezar para que Deus estivesse conosco naquele momento e que os piratas poupassem nossas vidas.

O que eu achava muito difícil.

- Bom, eu estou indo... vou avisar a mamãe e ver o que posso fazer para nos proteger...

- Não... – meu pai disse me pegando pelo braço – ...você fica aqui na loja, eu vou fechá-la, quando eles atacarem você estará bem aqui...

- Pai, você tá louco? E a mamãe e você? Fora de cogitação! Vou estar ao lado de vocês, nem que para isso eu morra...

É... não era bem assim. Se eu tivesse ficado com eles eu teria mesmo morrido, mas não sabia disso naquele exato momento e muito menos que o destino uniria o meu caminho com um dos dois mais temidos capitães.

Não me lembro bem, mas meu pai me convenceu a ficar e fechou toda a loja me deixando trancada lá. Passei a tarde toda tranqüila e não tiveram sinais de ataques. Tudo ia bem e eu estava começando a acreditar que eles não viriam, mas quando anoiteceu os barulhos começaram.

- PIIRATAAS! PIRATAAS! Salvem suas vidas! Henry Morgan está aqui!

Escutei um homem gritar perto da loja. Ah não, eles tinham mesmo vindo e o pior de todos os piratas estava lá. Henry era conhecido com o mais cruel de todos, o mais maquiavélico, sem coração. E eu me esqueci de comentar... sempre tive medo de piratas.

Desde pequena as historias que tratavam deles me assustavam, mas como nunca tinha visto um...

A situação era diferente e pelos sons agonizantes que vinham lá de fora, estava piorando muito. O que fazer? Esquecer esse medo ridículo e lutar. Meus pais estavam lá fora em algum lugar e eu podia salva-los. Minha determinação não tinha fim e pela primeira vez queria vencer um medo meu. O único problema é que eu não tinha nenhuma arma, seria preciso criar uma. E mais uma vez me vi abraçada pelo meu destino e senti a sorte do meu lado.

Não esperei nem mais um segundo e acendi o fogo escolhendo uma das espadas não terminadas e trabalhando nela, eu costumava a pensar que não tinha muito utilidade ser filha de um ferreiro, mas agora isso era o que salvaria a minha pele e talvez a dos meus pais. Tudo bem que seria um escândalo uma mulher usando uma espada e matando, se é que eu ia matar alguém, só que agora eu não podia me preocupar com isso.

Estava quase terminando quando escutei uma batida forte na porta. Soltei na mesma hora o martelo e sai correndo para me esconder. Droga! A espada tinha ficado lá e não estava pronta ainda, estava muito na cara que alguém estava ali a pouco tempo, pois a ponta estava bem quente e vermelha ainda. Corri até uma pilha de caixas que meu pai colecionava e na mesma hora arrombaram a porta. Meus piores medos estavam se concretizando.

- O que exatamente viemos fazer aqui capitão? – Alguém perguntou.

Ao escutar a palavra “capitão” meu coração acelerou e eu jurei que se saísse com vida daquela situação, me tornaria a garota mais prestativa do mundo... nos bons termos de conduta, claro.

- Nos esconder... estamos meio que... encurralados...

Como? Eu tinha entendido bem? Não podia ser o mesmo capitão temido, é, deveria ser outro sem muita experiência. Mas bem, acho que vocês já sabem que não era né? Me atrevi a olhar por alguns instantes e vi aqueles olhos verdes da cor do mar raso cheios de desespero. O que me deixou mais curiosa naquele momento era como um capitão que eu sempre temi estava dentro da loja do meu pai e se escondendo dos guardas.

- Capitão olhe! Tinha alguém aqui...

Essa não. Eles iriam me achar.

- Tem certeza? Pensei que tivessem cuidado direitinho daquele maldito ferreiro que se recusou a me entregar a espada.

- E cuidamos capitão... mas só tinha ele e a mulher em casa...

- E?

- Pelo que parece não eram só eles, acho que alguém da famillia pode ter fugido de lá.

Nossa, um tripulante mais esperto que seu capitão, não vemos isso todo dia.

- Como assim cuidaram do ferreiro? Isso significa que vocês mataram o meu pai não é mesmo...

Resolvi arriscar. Se meus pais estavam mortos, porque não arriscar a ganhar algum tempo até os guardas chegarem? Eles tinham que pagar pelas vidas daquelas pobres pessoas da minha cidade.

Era a hora de bancar a heroína.

- Olha... então vocês tinham razão, eles tem uma... – Henry ficou me olhando com seus olhos maliciosos, enquanto se aproximava - ...bela filha...achou que podia fugir de mim querida... esqueceu que sou o melhor pirata e o mais te-...

- ÉÉÉ... eu to sabendo... – falei cortando ele meio impaciente - ...e to sabendo também que você esta encurralado pela guarda nacional, brilhante amigo... o que pretende? Matar uma ultima pessoa antes de ser preso e depois executado?

Não sei MESMO da onde tirei tanta coragem. Talvez por causa da cara de espanto que ele estava fazendo ou porque eu queria me sentir um pouco antes de... bom, morrer.

- Iiih... você não deveria mesmo ter feito isso menina...

Um dos piratas disse se afastando de Henry que começou a se aproximar de mim. Passo por passo, mudando sua expressão de convencido para “estou com raiva de você”, ao chegar pertinho de mim ele me pegou pelo braço.

- Você... – ele começou irritado - ... você... como se atreve a não me deixar terminar de falar! A fala do pirata é a mais importante! Alias, do capitão dos piratas!

- Perai... – falei me afastando dele - ... você está com raiva de mim por ter te cortado?

- E porque mais seria? – Ele parecia perplexo, com ódio de minha insolência ao “rei” dos piratas.

Aquilo... me fez começar a rir que nem louca.

- Que coisa mais ridícula... ai... eu não agüento...

- Qual é a graça? – Henry perguntou curioso.

- E ainda pergunta? Acabo de conhecer o grande pirata, temido por todos e descubro que ele é um tremendo idiota... – continuei rindo - ...você é ridículo! Vê se cresce!

O mais engraçado é que ele não fazia nada, apenas me olhava perplexo. E vou dizer, não estava com o mínimo medo dele. Meu ataque de riso parecia não ter fim e só terminou porque acabei... é.. pondo fogo na loja.

Não me perguntem como! Eu apenas me lembro de ter colocado fogo na casinha toda, que na verdade não era tão grande. Foi AI, neste EXATO momento que meu riso virou espanto e fez o sorriso de Henry voltar, enquanto ele passava as mãos por seus sedosos cabelos loiros.

- E agora heim? Minha vez de rir dessa sua cara patética!

Ele começou a rir, enquanto o resto da tripulação dele escapava pela janela.

- Está rindo do que? Eu acabei de botar fogo na casa seu imbecil!

- Você?Ahh... certo, quer levar o mérito por ser mais malvada que eu? Mas lhe digo, não tem ninguém mais mal e lindo ao mesmo tempo quanto eu... – ele falou sedutoramente chegando perto de mim.

Minha reação foi chutá-lo bem lá embaixo e com bastante força enquanto corria até a janela.

- Otimo! Morra com essa sua maravilhosa beleza! Eu vou cair fora daqui...

Infelizmente quando fui pular pela janela uma madeira caiu perto de mim atingindo minha cabeça. E isso era tudo o que me lembro... até acordar no barco de Henry.

Estava deitada em uma cama de palha com os braços e pernas amarrados. Tentei olhar para o quarto mas estava muito escuro para ver alguém ou alguma coisa, por isso resolvi começar a gritar que nem uma louca.

- ooh, ohh, ooh! Calma menina, assim vai acordar todo mundo!

Escutei a voz de Henry perto de mim e assim que ele acendeu uma vela pude perceber que estava no quarto dele... ótimo.

- O que eu estou fazendo aqui? Eu quero voltar pra casa! – Continuei gritando e me debatendo.

- Não dá... – ele disse calmamente - ...a menos que queira morar sozinha em uma cidade fantasma...

- Vocês dizimaram a população da minha pequena e pacata cidade?

- Por acaso você que governava?Fique calma... não estou fazendo nada contra você agora... é... como se chama?

- Acha que sou tão trouxa quanto você de te dizer meu nome? E de que adianta?

- Apenas diga... o que tem a perder?

A minha dignidade?É, ele tinha razão dessa vez. Eu estava ferrada de todas as formas possíveis.

- Mary... eu sou filha do ferreiro que você possivelmente matou... – Falei com raiva.

- Ahh... por isso estava escondida lá... olha, Mary.. – ele disse com desdém - ... você colocou fogo na querida “lojinha” do seu pai... por isso eu te ajudei mesmo você sendo uma garota ingrata, estúpida e estranha...

- Ahh... então você me ajudou... porque fez isso?

Eu queria uma resposta tão seria quanto a minha pergunta, mas já tinha entendido tudo. Ou pelo menos, achava que tinha entendido.

- Eu já entendi! Você me trouxe aqui só para me matar depois e tentar mostrar o quanto é malvado e todos te temerem não é mesmo? Olha, você deveria mesmo ter me deixado morrer lá no fogo, seria uma morte boa para mim, afinal eu estava desmaiada!

- Na verdade é... Mary... – Henry disse meio pensativo - ... eu não pretendia nada disso... como não tinha tempo de pensar ali no meio do fogo, eu te peguei e te trouxe para cá e iria pensar só amanha no que fazer com você, mas até que essa sua idéia não é tão ruim assim...

- Como é que é? Não tinha nem pensado em me matar?

- Huum... não... mas agora está decidido! Para mostrar o meu poder e o quanto eu sou cruel irei te jogar no mar!

Ele tinha roubado a MINHA idéia. Tinha me esquecido que ele era meio.. burrinho.

- Essa idéia foi minha! Mas... como eu não quero morrer... – Falei me sentando ali na cama de palha - ... posso lhe dar outra sugestão...

- Sugestão? E qual seria?

Ele parecia interessado e como previsto era muito fácil de manipular. Perfeito! Conseguiria ficar na tripulação dele até o próximo porto e iria me mandar daquele pulgueiro.

- Eu posso ajudar vocês com os serviços domésticos... sou totalmente prestativa, éé... como posso dizer... em vez de me matar, pode me fazer trabalhar aqui...

- E porque eu faria isso?

- Você me deve uma! Matou minha família, destruiu a minha vida e ainda por cima me livrou da morte quando eu realmente mais queria!

- Não sei não... já temos a Mercedes... e ela é bem útil...

- Mer--,o que?Olha... eu posso ajuda-la! Aposto que uma mulher a mais fará toda a diferença!

- Não sei... você faria qualquer coisa mesmo? Digo, saber fazer tudo mesmo? – Ele me olhou malicioso, se aproximando.

- Sei sim... – Falei sorrindo - ... mas não estou a venda otário! – Empurrei ele com o pé antes que chegasse perto de mim - ... você entendeu muito bem o que eu disse, eu posso lhe ser útil nos afazeres domésticos dessa joça aqui...

- huum... eu posso pensar no seu caso...

- Podemos fazer assim então... eu fico aqui até vocês chegarem no próximo porto... pense bem, não terá mais que me aturar depois disso e o melhor...

Não acredito até hoje que falei isso e o PIOR...

- ... irá me humilhar diante de todos, pois será o meu capitão, não poderei te contrariar...

...ele acreditou E gostou da idéia. Como vêem, um ser totalmente fácil de se manipular. Homens...

- Bom... não tinha pensado por esse lado, mas já que diz então... temos um trato Mary...

O sorriso vitorioso de Henry estava começando a me incomodar, mas era aquilo ou então eu iria ser jogada a auto mar. Já contei que preferia ter morrido? Ele se aproximou de mim com cuidado para não ser acertado em certo lugares e me desamarrou estendendo suas mãos para mim, que é obvio, eu aceitei a ajuda para me levantar. Assim que estava de pé ele me largou e falou como um capitão de verdade pela primeira vez.

- Bem vinda a tripulação Mary...

- Obrigada... Ca-capitão...

E foi assim que minha viagem começou ao lado desse exótico pirata.

 


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Notas finais do capítulo

E então, acaboou ; O que acharam? Beeijos :*