He Is My Captain escrita por Airi


Capítulo 13
Corações para sempre marcados


Notas iniciais do capítulo

Oiee (:
Só um aviso hoje, o capitulo ficou pequeno comparado com os outros, mas é porque é como se fosse o fim desta parte da historia, agora começará uma outra parte e se acalmem! Vai voltar a ser engraçado *O* , hahaha, é que precisava ter uma parte dramatica né? E então pensei que não deveria alongar esse "finalzinho" por isso ficou um pouco pequeno! Espero que gostem tá? Beeijo e boa leituraa! *-*



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Encará-la agora será difícil, será como esperar a própria morte enquanto ela anda lentamente até você, lhe criando pânico e angustia. Queria ter mais tempo com ela, pensando nos dias que tivemos antes, tudo era tão fácil e eu nem ao menos sabia. Mamãe...o que foi que eu fiz? Não há como voltar atrás? Ou minha única saída é enfrentar todos os problemas? E se eu me matar? Não. Isso não resolveria nada, eu sei disso...

- Então porque é a idéia que mais me vem à cabeça todos os dias em que acordo? – disse baixo, olhando para a foto de minha mãe – Me ajude mamãe...me ajude...

- Sua mãe não resolverá nada...

Escutei uma voz aveludada, abrindo a porta levemente.

- Podemos conversar? – Mary disse friamente, entrando no aposento – Não adianta dizer não...você me deve algumas explicações Senhor Capitão

O que ela faz aqui? Achei que nunca mais iria querer me ver depois das cenas imbecis que armei e da “nova” personalidade que criei. Seus olhos castanhos brilham em contraste com a luz fraca da vela, da para perceber que ela andou chorando recentemente e não tem dormido nada bem, as olheiras denunciam isso e muito mais.

- Não me olhe com esses olhos arregalados como se nunca tivesse me visto assim, não quero sua piedade, apenas quero esclarecer algumas coisas que você deixou no ar após...aquela saída triunfal.. – ela comentou amarga, rindo ironicamente – Mas também não quero conversar com a parede, se não for me responder, entenderei e irei embora...

Deixei meus tolos pensamentos de lado, e acenei a cabeça positivamente, apontando para um lado do pequeno quarto para que ela sentasse. Não demorou muito para que Mary entendesse e se sentasse no local que lhe ofereci, respirando fundo antes de olhar para mim. Não tenho piedade dela, jamais! Tenho piedade de mim, deste pobre e idiota capitão que sou. Que não deixa o amor criar asas novamente por querer protegê-la.

- Isso já é um começo. Bom, não irei tomar muito tempo de sua noite, já que minha presença não lhe agrada tanto quanto dizia...só quero entender direito essa historia, da sua boca... e te dizer que meu pai não é nenhum assassino, se ele fez algo que tenha prejudicado seu pai, foi porque ele estava fazendo algo errado – Mary acrescentou, com a voz firme

- Seu pai denunciou o meu para a marinha inglesa, foi isso o que ele fez

- Então o seu pai era um pirata? Resolveu seguir os passos dele? – Mary falou com a voz um pouco alterada – Agora consigo entender, meu pai então tinha motivos para odiar o seu pai, já que ele nunca suportou piratas... 

- Seu pai passou a não suportar piratas depois disso... – continuei, calmamente - ... ele e meu pai eram melhores amigos, mas seu pai conheceu sua mãe e se tornou certinho demais as—

- Ah, perai, a culpa agora é da minha mãe?

- Se pensar por este lado é, mas...

Parei por um instante desviando meu olhar. Há coisa que posso contar para Mary, pois Mercedes me disse, mas também há coisas que nem eu mesmo sei se é verdade, foram apenas conclusões que tirei ao longo do ano.

- Mas o que? Quer que eu acredite que meu pai matou o seu por causa da minha mãe? Isso é ridículo... – ela disse fria, olhando para um canto qualquer - ...porque quis se vingar do meu pai?

- Mary, depois que meu pai foi entregue a marinha minha mãe adoeceu e os meus tempos de paz acabaram. Mercedes que começou a cuidar de mim e minha mãe só piorou após saber que meu pai tinha sido executado, foram anos difíceis, tive que trabalhar cedo, aprender a me virar e ao mesmo tempo ser forte e tentar alegrar minha mãe. Tentei mostrar para minha mãe que tudo o que ela precisava ainda estava lá, que ela poderia superar tudo... que juntos podíamos superar tudo, mas ela preferiu me abandonar, resolveu se matar e se juntar ao meu pai, me deixando órfão aos 13 anos. Agora me diga, não é para ter raiva do seu pai? Com apenas um ato impensado dele ele destruiu toda a minha vida, o carinho de uma família, tudo...

- Henry, eu até te entendo, mas não é para ter raiva do meu pai... – Mary começou, parecendo um pouco mais compreensível e calma - ...sua mãe que quis morrer, a escolha foi dela, meu pai não a forçou a se matar, ele apenas fez o que era certo

O clima no quarto não está nada bom, é meio pesado porem com um leve ar de compreensão por parte dela. As vezes me seguro para não agarrá-la e dizer que não me importa mais a vingança, que eu quero esquecer a tristeza e construir um novo futuro com ela. Não quero mais mortes, a minha vitoria é vazia.

- Não consigo concordar com você... – falei rindo baixo - ...seu pai é um assassino para mim

- E você é um arrogante!

Mary se descontrolou e me deu um forte tapa na cara. Isso, de certa forma, me chocou. Jamais pensei que ela poderia ter tal atitude diante de algo que explicaria a morte dos pais. Não me mexi, deixei meu rosto caído, e continuei a olhando por entre meu cabelo que caia sobre o rosto, a expressão de Mary não era a das melhores, uma lagrima escorria por seu rosto, enquanto ela continuava a me olhar determinada a terminar de uma vez por todas aquela conversa. É, eu acho que depois disso, será o adeus.

- Terminamos esta conversa então?

- Sim Sr. Capitão.. terminamos...

E assim Mary se levantou e foi até a porta, mas antes de fechá-la escutei sua voz com convicção.

- Amanhã atracaremos em um porto qualquer e eu e Max vamos embora, então, Adeus

Não consegui responder, as palavras ditas tão fortemente ainda rodavam em minha cabeça. Alcancei meu objetivo e perdi uma parte de mim. Não há mais nada que se pode fazer.

Logo após escutei três batidas rápidas na porta.

- O que é? – perguntei irritado, me levantando

- Sou eu querido... – escutei a voz de Katherine meio cautelosa - ...posso entrar, não posso?

- Sim... entre...

- Eu ouvi... – ela começou - ...na verdade eu sabia um pouco da historia, mas não que vocês tinham formado um laço tão grande assim..

A compreensão de Katherine me espantou, mesmo ela me amando parece disposta a me ajudar com isso.

- Katherine...

- Não, tudo bem Henry, eu entendo, a bebe é importante pra você... eu desisto do casamento e vocês podem ficar juntos, não é isso que vocês queriam desde o inicio? Estou pronta para abrir mão do que julguei o mais importante pra mim, não quero ser um peso...

Quando comecei a ver uma luz no fim do túnel, quando Katherine finalmente entendeu vi o rosto diabólico de Carly nas sombras, bem perto da porta, me olhando, me vigiando. Cada passo meu seria monitorado e ela iria tomar uma providencia se eu disse que amo Mary. De que vale amar alguém se a pessoa está morta? Quando abri a boca vi os olhos de Carly cintilando e vi que ela segurava uma faca. Sendo acidental ou não a morte de Mary, ela não existiria mais se eu desse o passo errado.

- Não, eu não considero a Mary assim...nunca escondi meus sentimentos de você minha amada... – forcei uma voz doce, me aproximando de Katherine - ...eu te amo...

Acho que nunca me forcei tanto a dizer tais palavras como hoje. Elas não queriam sair, praticamente cuspi elas e Katherine nem percebeu. Bom, melhor assim.

A abracei fortemente, voltando a olhar para Carly por entre os cachos negros de Katherine, ela parecia satisfeita com a cena e guardou a faca embaixo do vestido e sorriu alegre, saltitando para a escuridão, me deixando sozinho com o inferno que ela criou e passou para mim sem pedir permissão.

Naquela noite dormimos lá mesmo. Acordei com uma baita dor nas costas e com a luz do sol incomodando meus olhos. Olhei em volta, meio atordoado e vi alguns tripulantes andando se um lado para o outro, como assim eles estavam acordados antes de mim? Me levantei e corri até a cozinha, e nada de Mercedes. Fui até o lado de fora e vi Mercedes parada olhando o mar, fui até ela, um pouco desesperado.

- Mercedes! A onde estamos e porque ninguém me acordou?

- Achamos que seria melhor assim Capitão – ela disse doce, batendo em minhas costas – Mary já foi...

- O que? – perguntei meio desorientado – Como assim já foi?

Mercedes apenas apontou para onde estava olhando, dava para avistar um porto bem de longe. A onde Mary tinha dito que iria ficar.

- Porque a cara de espanto? Não era isso o que queria?

- É... era isso... – respondi frio, voltando a compostura

- Como você mente mal Henry, meu filho... – ela disse um pouco irônica, indo embora - ...vou fazer o almoço

Acabou. Mary se foi...


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Notas finais do capítulo

Bom...e aiiii? O.O