Por trás daquela farsa escrita por calivillas


Capítulo 17
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Felizmente, Ramon trabalhava somente à noite, na boate, onde era garçom, Marcos já havia saído para dar aulas, por isso, ele estava sozinho em casa, então, sentou-se na frente do computador, digitou o nome Rafael Perez, houveram vários resultados, mas nenhuma imagem batia com o homem que conheceu.

— O que ele disse que fazia? – Pensou consigo mesmo. – Ah! Lembrei! Advogado – acrescentou mais esse dado na pesquisa, porém sem resultados, estava cada vez mais desconfiado, quando o seu telefone tocou, era um número restrito.

—Droga! Por que você ligou para mim?

— Vega sumiu! – Mark estava quase em pânico.

— Como sumiu?

— Não consigo me comunicar com ela, há dois dias.

— Talvez, o telefone dela esteja com defeito ou algo parecido.

— Estou pensando ir até a casa dela – Mark considerou em desespero, Ramon podia ouvir a respiração ofegante dele do outro lado da linha, o começo de um ataque de pânico.

— Está maluco! Não podemos ir até lá! – Ramon se exaltou, depois mudou de tom, Mark não aguentava pressão. – Se acalma! Eu vou até lá, fico vigiando da rua para ver se há algo errado, está bem?

— Sim – Mark parecia mais calmo, sua respiração voltou lentamente ao normal.

— Então, fique tranquilo e continue a tentar entrar em contato com Vega. Não me ligue, eu entrarei em contato.

Desligaram.

— Merda! O que terá acontecido? – Ramon falou consigo mesmo. Vega não devia deixar Sirius nervoso, sabe como ele não aguenta pressão. Ela sabia se Mark não tivesse uma resposta podia explodir que nem um balão e todo trabalho deles iria por água abaixo. Tinha que tomar uma atitude, deixando a pesquisa sobre Rafael Perez de lado, saiu de casa.

Quando a claridade do dia invadiu a janela, Cynthia acordou, assustada e dolorida, não se lembrava onde estava, passou a mal no pescoço dolorido pela posição incomoda que dormiu e olhou em volta, reconhecendo o quarto decrépito do velho hotel, para qual Edward a levou na noite passada. Levantou-se, bem devagar, notou que seu carcereiro ainda cochilava na poltrona de frente a ela, com a cabeça jogada para trás a mão pousada na coronha do revólver, e seu telefone ainda jazia, abandonado no meio da cama, então com muita cautela, esticou-se para pegá-lo, sem fazer barulho, conseguiu. A tela demonstrava que haviam muitas mensagens recebidas, com rapidez, apagou todas. Já tinha finalizado a tarefa, no momento que Edward levantou a cabeça e olhou para ela, desconfiou ao leva-la com o telefone na mão.

— O que está fazendo? — ele falou com aspereza.

Ele se levantou em um pulo e retirou o telefone da mão dela.

— Só verificando – respondeu, dissimulada – Ela não ligou – disse, abatida, ele olhou para o aparelho e o atirou sobre a cama.

— Acho que sua namoradinha não gosta mesmo de você – ele observou, com certa maldade — Se arrume, vamos sair daqui!

— Não tenho muito que me arrumar. Só quero usar o banheiro.

 — Vá, mas deixe a porta aberta – ele ordenou, enquanto se olhava no espelho, se ajeitando o melhor possível.

— Deixar a porta aberta?

— Querida, nós dois tivemos intimidade suficiente, para você poder ir ao banheiro de porta aberta na minha frente – respondeu, com sarcasmo.

Ao saírem do hotel aos primeiros raios do dia, encontraram as ruas ainda desertas, com poucos passantes, caminharam até uma larga avenida e, por muita sorte, conseguiram um táxi.

— Para onde? – O motorista perguntou e Edward deu o endereço da casa dela.

— Vamos voltar para minha casa?!

— Sim, talvez, Julie volte hoje.

Ramon parou do outro lado da calçada, na frente do edifício onde Cynthia e Julie moravam, olhou na direção da janela do apartamento, as cortinas estavam fechadas, tudo parecia extremamente calmo, cogitou em ficar ali um tempo, sabia que poderia não dar em nada, mas não custava tentar. Deveria ter comprado um café. Assim, encostou-se, despreocupado, em uma árvore e esperou. Já estava algum tempo ali, quando seu telefone tocou, na tela apareceu um número restrito, mas ele sabia quem era.

— Eu falei para você não me ligar, que eu ligaria quando tivesse alguma novidade!

— Mas, é urgente! – Mark respondeu.

— O que é tão urgente assim?

— Alguém está mexendo nas nossas contas – Mark revelou, alarmado.

— Como assim?

— As contas com o dinheiro. Eu dividi o dinheiro em várias contas pelos países que são paraísos fiscais, cerca de umas seis para não despertar suspeitas. Hoje, eu recebi uma mensagem que uma delas foi fechada e o dinheiro retirado.

— Como?!

— Alguém que tenha os códigos e as senhas.

— Mas, quem pode ser?

— Talvez, Vega – No momento que Mark dava sua opinião, Ramon percebeu que um táxi parou em frente do prédio do outro lado da calçada, para seu total assombro, de dentro dele, saiu Cynthia acompanhada de um homem, que ele não reconheceu de primeira, porém ele se lembrou de Sam, o cara com quem ela deve um relacionamento bastante quente na casa. Aquilo acendeu uma luz de alerta para ele, haviam outros participantes nesse jogo que eles desconheciam.

— Você pode proteger as outras contas? – Ramon voltou a realidade.

— Posso movimentar o dinheiro dessas contas, passar para outras.

— Então, faça isso.

Loreta se preparava para o trabalho, naquela manhã, seria mais um dia cansativo, enfrentando a caixa daquele mercado, muitas vezes tinha que aturar gente chata e mal-educadas. Entreabriu a porta do quarto do filho para observar que ele dormia tranquilamente. Seu garotinho. Fechou bem devagar e foi para a cozinha, onde sua mãe preparava o café.

— Jonathas ficou acordado até tarde, mexendo no computador. Você não devia ter comprado aquilo para ele, é muito caro, não estamos nadando em dinheiro – sua mãe se queixou.

— É de segunda mão, paguei barato – ela revelou, enchendo uma caneca de café.

— Você é quem sabe. Você que é a mãe dele – sua mãe falou, desdenhosa.

— Sim, eu sou – Loreta tomou um gole do seu café.


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