Fuga em nome do amor escrita por Denise Reis


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários. Todos eles me emocionam muito.



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No capítulo anterior...

Kate olhou para o marido e sentiu o semblante de menino levado que ela conhecia muito bem e logo o questionou baixinho para que ninguém além do marido a ouvisse – Porque estou pressentindo que você ainda quer me dizer alguma coisa, eihm? – Ela ainda o olhava de soslaio – Richard Castle, o senhor está me escondendo algo. – Com intuição aguçada, Kate não mais questionou, ela afirmou.

 

 

Capítulo 24

— Ops! Acho que está na hora de eu ir pegar as nossas malas no carro, meu amorzinho. – Castle avisou e já foi tentando abrir a porta da casa quando a esposa o impediu de sair.

— Porque agora eu sinto que ficou mais forte a impressão de que você realmente está me escondendo algo, eihm, Sr. Castle?

Castle fez cara de criança sapeca – Você ainda continua conseguindo ler minha expressão, é, Kate? Isso é muito injusto... – Castle indagou fazendo gracinha e ela sorriu da cara de criança peralta que ele fazia.

— Consigo, sim, ler sua expressão de traquinagem, Castle! Aliás, isso é fácil!

— Kate, se eu te contar, você jura que não vai espernear ou gritar?

— Juro! – Ela revirou os olhos, já impaciente. – Anda logo, não enrola Castle, que eu já estou tensa.

— ElesSeCasaramNoAnoPassado! – Castle foi direto, contudo, falou muito rápido, montando as palavras e Kate fez cara de que não entendeu o que o marido dissera.

— Ãããnnhh!? Não entendi nada, Castle. Repita mais devagar, por favor.

— Eles se casaram no ano passado! – Castle repetiu.

— O QUE!!?? – Kate gritou  estarrecida.

Rapidamente, Castle pôs a palma da mão nos lábios de Kate, silenciando-a – Kate, você prometeu que não iria gritar! – Castle sussurrou e a arrastou para longe dos outros.

— Mas...

— Kate, quem ama quer ficar junto. Não foi assim comigo e com você?

— Sim, mas...

— Mas o que, Kate? Se nós nos casamos, porque com nossos pais seria diferente?

— Ora, porque... Porque é estranho...

— O que é que é estranho?

— Ah... Meu pai com sua mãe!!... Isso é meio incestuoso...

— Kate, não existe isso... Não é bem assim... Seria incestuoso se fosse com relação a mim e a você, já que agora nossos pais são casados... Agora é como se nos dois fossemos irmãozinhos.

Numa reação bem infantil, Kate fechou os olhos e colocou as mãos nos seus próprios ouvidos – Não quero falar, ver, pensar, muito menos ouvir nada sobre isso. – Ela abriu os olhos, retirou as mãos do ouvido e ao encarar o marido demonstrou estar nauseada – Esse negócio de eu e você como irmãozinhos... Eca! – Ela fez cara de nojo – Corremos o risco de eu nunca mais conseguir beijar ou fazer amor com você.

— Rá-rá-rá – Castle imitou o som de uma risada – Nem por piada repita isso. Impossível eu e você deixarmos de nos tocar, nos beijar e fazer amor.

— É, né!? – Kate o olhou com cara marota – Eu não conseguiria nunca mais ficar sem sentir seu toque, seu cheiro, seu gosto, seus carinhos suaves e os mais ousados... – ela deu um sorriso cheio de desejo e se pendurou no pescoço dele, dando um monte de beijinhos no pescoço e nos lábios do marido – Só Deus sabe como foi difícil esses três anos sem você.

Castle a puxou para longe do alcance de todos e a levou para o quarto deles e a abraçou e a beijou de forma apaixonada, fazendo carícias mais ousadas.

— Mamãe, papai, cadê vocês?

A voz infantil chegou aos ouvidos de Kate e Castle.

— Ah, estou tremendo... Meu coração está acelerado... Tipo, não quero deixar de te abraçar nem te beijar, mas o nosso filho está nos chamando. – Kate estava rubra e sorriu nervosa e deu um selinho no marido – Nunca passei por isso, porque só quando o Flynn estava com uns seis meses é que eu passei ter esse tipo de relacionamento com o Nick, só que lá era diferente, porque quando o Flynn chorava eu dava graças a Deus pela interrupção e muitas vezes eu até inventava que o Flynn estava chorando..., então... 

— Eu também nunca passei por isso, porque eu e a Meredith nos separamos quando a Alexis era um bebezinho, além disso, não tínhamos uma vida sexual saudável com amor como eu e você temos, Kate. E quando a Alexis chorava era eu que ia ver e logo depois a Meredith foi embora.

— Mas em contrapartida, moço, até um pouco antes da gente namorar, você disse que quando a Meredith vinha aqui para Nova York, vocês faziam sexo e que ela era louca e, segundo suas próprias palavras, era fantástico fazer sexo com uma mulher louca. – Kate comunicou sem se preocupar em esconder o ciúme.

— Ah, Kate, eu falava isso para te provocar. Eu era solteiro, você me esnobava e namorava aquele idiota do Josh... Eu tinha que valorizar meu passe... E acertei, né, porque você passou a me enxergar e algum tempo depois começamos a namorar e casamos... Mas... Porque mesmo começamos a falar dessas pessoas do passado, eihm? Nick, Meredith e Josh...

— Mamãe, papai, cadê vocês?

A voz do filho os trouxe à realidade – Porque nosso filho está nos chamando. – Castle e Kate falaram ao mesmo tempo e depois de mais um selinho, saíram em busca do filho que já estava próximo à porta do quarto.

— Mamãe, papai, a Lexi vai me levar para eu ver o meu quarto.

— Ah, eu e sua mãe também queremos ver o seu quarto, filho.

— A Lexi disse que meu quarto é ao lado do quarto dela e fica lá em cima, mamãe.

— Que maravilha, eihm?

No pé da escada, Flynn analisou todos os degraus e, com a voz e o olhar carregados de amor, ele esticou os bracinhos na direção da irmã e pediu – Me carrega, Lexi.

— Oh, meu Deus! Claro que eu te carrego, meu amor lindo. – Alexis pôs o irmãozinho nos braços e subiu, juntamente com o pai e Kate.

O quarto do garoto era lindo. Kate e Castle já o conheciam pelo Skype, mas pessoalmente era muito mais lindo e mais espaçoso do que pensavam.

Assim que chegou ao seu novo quarto, Flynn pediu para a irmã colocá-lo no chão e andou por todo o seu quarto, tocando o olhando todas as coisas. Se jogou na cama, mas logo saiu de lá e ficou impressionado com a quantidade de brinquedos que tinha. Tudo era muito colorido, próprio para crianças.

Castle ficou com o filho enquanto Alexis conversava com Kate.

— Ah, Alexis! – Kate abraçou a enteada – Nem sei o que falar. Nem sei como te agradecer, minha linda. – Kate olhou o quarto por completo e sorriu para a ruiva – O quarto está um sonho! Obrigada por ter cuidado de tudo isso. Você e sua avó.

— Ah, Kate, o que eu não faço por você, eihm? Muito antes de você namorar o papai, mesmo quando você era somente amiga dele, você foi a mãe que eu não tive, sempre me dando apoio em tudo o que eu precisava... Com minhas roupas para festa, com maquiagem que eu não sabia fazer nada, meus desabafos, minhas dúvidas acerca dos meninos que eu me interessavam e depois com os namorados, briguinhas com minhas amigas... Meus desentendimentos com meu pai, minhas cólicas menstruais ou outra doenças, você sempre vinha para ajudar meu pai a cuidar de mim, me dando remédios... Minhas discussões acaloradas com alguns professores e tanta coisa, até quando meu pai me irritavava você sempre estava a minha disposição para me ouvir e me dar conselhos, e nunca vou esquecer quando você me levou para a sua ginecologista quando eu te confidenciei que eu queria transar com meu namorado pela primeira vez, e você me orientou e ainda me levou para a médica e me contou um monte de segredinhos e dicas... – ela sorriu –, além do que, você é loucamente apaixonada por meu pai, o ama incondicionalmente e o faz feliz e agora, você me deu um irmão... Ah, Kate, você é maravilhosa! – Elas se abraçaram.

— Ah, Alexis, você que é um amor e é impossível não te amar e não querer ser sua amiga ou sua mãe. – Elas se abraçaram – Vou te confessar uma coisinha que nunca ousei te falar... Eu sempre tive uma invejinha da Meredith porque ela era sua mãe...

Torcendo a boca, com desdém ao ouvir o nome da Meredith e abrindo um largo sorriso em seguida, Alexis falou – Mas quem precisa da Maredith quando se tem uma Kate Beckett, não é?

— Assim você me mata, garota! – Kate falou comovida.

— Oh, meu Deus! Como não te amar, eihm, Kate? Mas não tenha inveja dela, porque ela nunca quis nem gosta de ser minha mãe... Enquanto você, eu sempre vi nos seus olhos que você me ama e adora estar do meu lado para o que eu precisar.

— Oh, querida! Eu te amo, Alexis.

— Eu também te amo, Kate.

— Lexi e mamãe, venham ver os meus brinquedos.

Ao chegar perto do filho, Kate se sentou no chão e o colocou no colo – Você gostou do seu quarto novo, filho?

— Gostei, mamãe.

Martha e Jim também chegaram ao novo quarto do neto e os cinco ficaram lá conversando e se conhecendo melhor e o menino se sentiu muito à vontade com todos até que Kate consultou o relógio e falou assustada – Meu Deus! Meio dia! Hora do almoço! Temos criança em casa e ele tem horário para as refeições, inclusive lanches. Está na hora do almoço e eu fiquei entretida com as novidades e não providenciei nada.

— Katherine, eu percebi que você estava emocionada com a sua chegada e com tanta novidade, então, querida, tomei a liberdade de pedir comida por telefone para todos, inclusive para o Flynn, e, naturalmente pedi uma refeição especial e bem saudável para a idade dele.

— Ah, Martha, você é demais! Obrigada!

.... .... .... .... ....

O almoço foi um sucesso e o resto do dia não ficou por menos, inclusive o jantar que foi preparado por Castle.

Era nítido que o Flynn estava se sentindo muito bem em casa e toda a família estava feliz, principalmente Kate que não conseguia esconder a sua felicidade por estar de volta e era só sorrisos.

Aproveitando o momento em que o Jim, a Kate, a Alexis e o Flynn estavam brincando um pouco mais afastados, Marta chegou perto do seu filho – Richard, eu posso te fazer uma pergunta invasiva?

— Hey, quem é você e o que foi que você fez com a minha mãe? – Castle brincou.

Martha enviou ao filho um olhar reprovador, mas sabia que ele só estava provocando.

— Ah, mamãe, desde quando você pede permissão para me perguntar algo, eihm, mesmo que seja um assunto invasivo? Pergunta logo. – Ele deu risada ao alfinetar a mãe.

— Ah, deixa de ser atrevido, Richard, porque eu sou sua mãe. – Ela ralhou na mesma sintonia e sorriu. – Querido, você sabe que eu amo a Katherenie e sabe também como eu estou contente por vê-la feliz por estar de volta ao lar, mas você não acha que ela está demasiadamente elétrica? Está óbvio que ela está explodindo de felicidade por tudo que está vivendo, mas ao mesmo tempo é como se ela estivesse vigilante por estar também morrendo de medo. – Martha demonstrava sua preocupação ao filho e ele entendia o receio da mãe.

Percebendo a receptividade do filho, Martha continuou – Sim, Richard, ela está vibrando e explodindo de felicidade, no entanto, filho, ao mesmo tempo em que os olhos dela exalam felicidade, eu também vejo olhos assustados e isso é preocupante porque ela pode estar estourando de alegria agora e a qualquer momento ela pode não suportar tudo que aconteceu com ela no cativeiro e nesse caso ela pode ir a pique.

Castle ouviu o que a mãe falou e a abraçou apertado.

— Mamãe, você é incrível! Eu também já tinha notado isso. Por mais que eu esteja feliz em ver a minha mulher feliz e de volta para nossa casa eu também já tinha notado isso desde lá em Boston. Então, antes da viagem, com muita cautela eu cheguei para ela e falei mais ou menos isso que a senhora me falou, também de uma forma bem sutil.

— E aí, filho, como ela reagiu?

— Bem, a Kate me ouviu e me disse que realmente estava muito feliz, mas também estava muito assustada. Ela disse que são muitas coisas acontecendo de uma vez. Ela se viu saindo de um momento terrível para cair de vez em um momento maravilhoso e me confessou que está com muito medo de tudo o que passou e, ao mesmo tempo, está apavorada do que está por acontecer e por isso iria procurar o Dr. Burke assim que estivesse em Nova York.

— Hummm!!! Dr. Burke ... – Martha pôs a mão direita no queixo, franziu a testa e ficou pensativa – Esse nome não me é estranho...

— Esse Dr. Burke, mãe, foi o mesmo terapeuta que cuidou da Kate na época em que ela tomou um tiro no peito. Ele é médico Psiquiatra e também já a ajudou a resolver outros problemas emocionais dela que ela não conseguia resolver sozinha, como por exemplo, a dificuldade que ela tinha de aceitar que podia ser feliz comigo. Foi difícil ela acreditar que eu poderia amá-la e que ela poderia, sim, me amar também. Quando a Kate se casou comigo, nem de perto parecia aquela Kate do início da nossa parceria... Aquela Kate reservada que mantinha suas emoções trancadas e não se permitia amar, se entregar e ser feliz. Lógico que eu tive um trabalho danado para ela conseguir acreditar em mim e nos meus sentimentos e, principalmente, nos sentimentos dela, mas quem a ajudou a sair do casulo foi o Dr. Burke. – Castle confessou à mãe.

— Ah, meu filho, agora fico tranquila por saber que você também já tinha notado isso... E o melhor, ela própria reconhece que tem que procurar ajuda.

.... .... .... .... ....

Por volta das dezenove horas Kate percebeu que seu bebezinho já bocejava e dava sinais de sono, mas lutava para ficar acordado.

— Flynn, que tal tomar um banho para depois dormir, eihm, filho? – Kate o carregou.

— Banho? Mas eu estou limpinho e não estou com sono, mamã... – ele interrompeu o que falava para bocejar e todos ao redor sorriram, pois, o bocejo era a prova que ele estava com sono.

— Tudo bem, filho, mas mesmo assim a mamãe vai te dar um banho gostoso de banheira, bem quentinho e vai te colocar deitado na sua cama nova, bem macia, com muitos travesseiros macios e um edredom delicioso. – Ao falar isso de forma bem vagarosa e com voz doce, Kate viu que as pálpebras do menino pesaram.

Kate deu um banho rápido no filho apenas para refrescar o corpinho um pouco suado do garoto de tanto brincar. Não lavou a cabeça para ele não ficar resfriado.

Após vesti-lo com um pijama lindo e bem confortável, ela e o Castle o puseram na cama.

— Papai, deita aqui comigo e me conta uma historinha... – Flynn pediu entre um bocejo e outro.

Enquanto Castle contava uma historinha para o filho, Kate ajeitava o banheiro contíguo ao quarto do filho e assim que ela terminou e se aproximou da cama do garoto ela viu os dois homens de sua vida dormindo.

— Hey, amor, vamos para o nosso quarto. – Kate sussurrou ao acordar o marido com um leve toque carinhoso nos ombros, com cuidado para não acordar o filho.

Desperto, Castle se sentou lentamente para não despertar o garoto.

O casal foi até a pequena câmara da “babá-eletrônica” instalada no quarto, previamente direcionada para a cama da criança – Será que funciona mesmo, Kate? – Castle indagou com uma expressão carregada de dúvida.

— Ah, querido, eu também estou com o coração apertado de ter que deixar o nosso bebezinho dormindo aqui sozinho, mas a Alexis perguntou isso mesmo à Decoradora e as duas testaram exaustivamente e comprovaram que está bem instalada e está tudo certo. No pequeno monitor portátil que está lá no nosso quarto a gente vai ouvir e ver qualquer barulho que o Flynn fizer aqui. – Kate explicou ao marido.

— Então, está certo... – ele concordou meio a contragosto e deu um selinho nela e logo depois fez afago nos cabelos clarinhos do filho, em despedida – Então vamos para o nosso quarto.

— Vamos! – Kate concordou.

Estavam saindo de mãos dadas do quarto do Flynn e deram uma última olhada no garoto e ao retomarem os passos para frente se esbarraram em Alexis que, também distraída, adentrava no quarto do irmão.

— Hey, filha! – Castle estranhou ao se deparar com a filha ali.

— Hey, vocês! – A ruiva teve a mesma reação do pai e, aos sussurros, justificou – Ah, eu vim dar uma última olhadinha nesta coisa linda. – Alexis explicou sua ida ao quarto do irmão.

— E nós estávamos quase sem conseguir sair daqui, acredita? – Kate confidenciou.

— Acredito! – Alexis deu um risinho e abraçou os dois ao mesmo tempo – Obrigada por vocês existirem e obrigada por terem me dado um irmãozinho tão gostosinho, lindo, fofo e maravilhoso! – Ela deu um beijo na face de cada um e se afastou do casal – Eu vou ficar mais uns minutinhos aqui olhando para o Flynn somente para acreditar que isso tudo é verdade e depois eu vou para o meu quarto.

Kate sorriu ao ver a alegria estampada nos olhos da enteada – Você não existe, Alexis! – e deu um beijo na face da ruivinha – Boa noite, meu anjo!

Alexis deu mais um beijo no rosto do pai e outro beijo no rosto da Kate.


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Notas finais do capítulo

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