Inclinados a Amar escrita por Lauriana


Capítulo 12
Capitulo 11 – Distância


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!! Desculpem a demora, e quero agradecer imensamente ao Kayron pela linda Recomendação. Esse capítulo e para você, me emocionou e deixou imensamente feliz. Beijinhos e até embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756104/chapter/12

Encontro Cain e Ezequiel na sala sentados um em cada sofá, os dois param de conversar na hora e se voltam para mim com um misto de ansiosidade e preocupação.

— Você está bem? – Pergunta Ezequiel e balanço a cabeça afirmando.

— Estávamos preocupados, você dormiu por quase dois dias. Acho que você usou muito energia naquele golpe. Afinal como fez aquilo? – Disse Cain e arregalei os olhos surpresa.

— Eu também não sei, só senti uma vontade enorme de proteger vocês e sair dali, então subiu algo queimando pelo peito e simplesmente saiu. – Respondi e logo meu estomago roncou me deixando constrangida.

Cain riu e me apontou uma caixa de salgadinhos na mesa e uma jarra de suco natural de laranja.

— Sei que não é o mais indicado como saudável, mas foi o que deu para conseguir mais rápido e perto. – Disse e antes de começar a conversa que precisava ter me sentei e comecei a comer, estava uma delícia, quando já estava menos faminta comecei meu pequeno interrogatório.

— Onde estamos? – Perguntei observando a casa que parecia ser antiga e muito diferente dos padrões de Pirenópolis, fora o calor que estava fazendo

— A caminho da cidade Katskhi Pillar, na Geórgia, mas especificamente para uma igreja que fica no topo de um monólito de pedra calcaria de 40 metros de altura, a Igreja de São Máximo o confessor. A rocha é agora acessível através de uma escada de ferro correndo da sua base até o topo... – Disse Cain me mostrando uma imagem do monumento no topo de uma montanha gigantesca, mas Ezequiel interrompeu-o vendo que eu estava assustada. Cain não tinha muita noção do que era normal ou não, me pergunto como ele conseguiu me esconder que era demônio.

— Ei vai com calma Cain, você a está assustando. – Disse Ezequiel e se voltou para mim. – Não podíamos continuar onde morávamos já que agora somos fugitivos, e lugares sagrados são difíceis para eles entrarem e rastrear alguém por isso decidimos ir para esse mosteiro que também não e fácil de ser encontrado. Estamos agora em Papua-Nova Guiné, acabamos de atravessar uma grande parte do oceano. – Confirmei com a cabeça e me veio uma preocupação maior.

— Como atravessamos o oceano? – Perguntei meio que apavorada com a resposta.

— Ora voando, como mais séria? – Disse Cain sorrindo.

— Ok, depois me apavoro com isso. E minha família, Bia e amigos? Eles estarão seguros ne, não irão atrás deles, eles não sabem de nada.

— Não é certeza que não irão, então Ezequiel deixou dois anjinhos de confiança de olho neles. – Disse Cain e suspirei aliviada.

— Sabem quanto tempo fiquei naquele lugar?

— Cerca de quase três dias. Vou deixar vocês a sós para conversa. – Disse Cain e se retirou.

— O que foi com ele? – Perguntei a Ezequiel, ele suspirou fundo e disse.

— Agora que você sabe de tudo sobre anjos e demônios ele acha que você está com medo dele, além de que se culpa por tudo o que fizeram com você no inferno. Consegui convence-lo só a me ajudar trazer você para um lugar seguro e depois ele disse que vai cassar um rumo para ele.

— Mas eu não me sinto assim em relação a ele. Logico que estou confusa e assustada com tudo, mas depois de um tempo sozinha acho que posso lidar com tudo.

— Sozinha? – Perguntou alarmado.

— Sim Ezequiel sozinha, eu preciso pôr tudo em ordem na minha cabeça, mas antes preciso falar com você e depois falarei com Cain. Então fiquei uma semana quase fora do “ar”?

— Ok. Sim. – Ele disse a abaixou a cabeça.

— Ei – Disse levantando sua cabeça pelo queixo, e lhe sorri. – Eu prometo que volto. O que disseram para minha família e Bia, e no serviço?

— Acredito em você. – Disse, sorrindo para mim. – Dissemos que ia numa viagem de negócios pessoais, e no serviço colocamos outras pessoas no lugar e ficou tudo certo.

— Ah minha vida está acabada. – Lamentei comigo mesma e continuei: -Bom, no inferno não só descobri o que você e Cain e, mas também o que Cain era antes de se tornar um demônio. – Disse e ele arregalou os olhos. – Você ainda não contou para ele ne?

— Ainda não, foram tantas coisas acontecendo, nós não nos dávamos bem e depois quando fomos nos acertando você foi sequestrada, além de que tenho medo da reação dele.

— Eu sei, mas e melhor contar logo, você era melhor amigo dele, e melhor saber por você do que por qualquer um daqueles vermes que pode envenenar a cabeça dele.

— Vou contar para ele ainda hoje sei que você está certa. Me arrependo tanto de ter deixa-lo decair, não fui digno de sua amizade.

— Não foi culpa sua Ezequiel. – Disse a ele. – Às vezes temos que passar por certas coisas para no futuro não cairmos no mesmo erro.

— Eu sei, mas não deixarei nenhum deles me tirar algo de novo. Por isso vim para terra te ajudar.

— Você sabe o que vim fazer na terra Ezequiel? – Perguntei. – Eu tento me lembrar, mas não consigo, até agora não veio nada, e por isso também que quero um tempo sozinha.

— Também não sei Ayla, você não me disse nada quando estava no céu, só você e Deus sabiam, e talvez Ângela desconfiava o motivo, mas nada de concreto e nenhum deles quis me dar detalhes, então acho que estamos por nós mesmos.

— Ângela? – Perguntei e o nome não me parecia estranho mesmo nunca tendo sido próxima de ninguém com esse nome, meu coração se aqueceu e senti uma saudade doida.

— E, sua melhor amiga quando estava no céu. – Explicou ele e involuntariamente abriu-se um sorriso no meu rosto.

— Não me lembro ainda, mas sinto aqui dentro. – Disse mostrando o coração. – Bem eu vou conversar com Cain e depois seguimos viagem ok? Assim que chegarmos no mosteiro tirarei o meu momento a sós. – Disse e lhe dei um beijo no rosto e fui procurar Cain.

Cain estava na varanda da casa em que estávamos, distraído olhando o pôr do sol nem percebeu quando cheguei.

— Oi. - Disse chamando-lhe atenção.

— Oi. – Respondeu ele sem me olhar.

— Cain você não tem culpa de nada que me aconteceu. – Disse e ele soltou uma risada irônica e se virou pra mim.

— Como não Ayla? Eu sou a porra de um demônio! Vim para terra só para te atormentar, vieram atrás de você porque eu fui idiota. – Disse ele alterado.

— Cain, mudar seu conceito sobre o certo e o errado não e ser idiota, e provar que mesmo que no fundo você tem uma parte boa, e se tem essa parte boa não me importa se e um demônio ou não. Você nunca me fez mal Cain, você foi meu amigo e me trouxe ótimos momentos, então não fique se torturando por coisas idiotas, isso sim e ser um idiota. – Disse lhe sorrindo e lhe dei um abraço que ele demorou a corresponder, mas acabou cedendo.

— Você e mesmo uma cabeça dura. – Disse ele nas minhas costas.

— Logico achou que ia deixar esse título para você? De jeito nenhum. – Disse entrando na brincadeira e aliviando o clima.

Nos soltamos e sentamos no chão da varanda.

— Obrigado por não desistir de mim Ayla, sempre que estou sem esperanças você vem e reacende a luz. E me desculpe por tudo.

— Não há de que. Cain eu preciso de um tempo sozinha para absorve tudo que passei e descobri nesses últimos dias, vou tira-los assim que chegarmos a Geórgia. – Disse olhando em seus olhos, onde uma tristeza se instalou. – Não tem nada a ver com você e prometo voltar.

— Ezequiel já sabe disso?

— Sim. E você e ele precisam conversar também. E você me promete que não vai a lugar algum? – Perguntei.

— Estarei aqui até quando você se cansar e me chutar. – Disse ele brincalhão. Levantei-me pronta para seguir viagem e antes que ele inventasse de me perguntar sobre o que tinha que conversar com Ezequiel.

— Preciso te contar uma coisa. – Disse e esperei sua reação. – Eu estou apaixonada por Ezequiel e disse para ele aquele dia do jogo um pouco antes de você e Bia chegarem. – Ele deu um sorriso triste e disse:

— Tudo bem, eu sabia que um dia ia acontecer, então fazer o que ne? Mas se ele te magoar pode falar que dou uma surra bem dada nele para aprender. – Disse me fazendo rir.

— Nem vai precisar Cain, ele não quer nada comigo, apesar de termos nos beijado. – Disse isso e ele ficou surpreso e quieto acho que ia aprontar alguma, mas não tava com cabeça para me preocupar com isso agora então ignorei.

— Vamos?

E assim arrumamos todas nossas coisas, e vesti roupa e por boné para proteger do sol escaldante, fechamos o aluguel da casa com uma senhora muito simpática e fomos para um lugar longe das vistas de pessoas, para podermos pegar voo.

Chegamos no local e já estava entre ansiosa, com medo e curiosa, sempre quis voar, sentir o vento no rosto e a sensação de ser livre (pelo menos e assim que imagino já que não lembro desse meu feito de quando era anjo), mas era aterrorizante a ideia de cair.

Paramos em um campo aberto e ambos os meninos me pediram espaço, então abriram suas asas em seu todo seu esplendor. Os dois brilhavam e emanavam uma energia forte e contagiante, as asas de Ezequiel eram de um azul celeste quase branco, parecia tão macias que me imaginei tocando-as. As asas de Cain não se pareciam em nada com a de todos os demônios que vi até agora, eram como as de um anjo, com a única diferença de serem de um cinza meio prateado, pareciam tão macias quanto as de Ezequiel, talvez por já ter sido um anjo, que diferente de Lúcifer e os outros não foi caído, e sim para terra. Os dois eram lindos.

Fui para o lado dos dois e perguntei se podia pegar nas asas, os dois aceitaram achando graça de mim. As asas eram tão macias quanto imaginei e quentinhas também, dava até vontade de dormi em cima. Depois de passar meu deslumbramento levantávamos voo, eu ia com Ezequiel, então agarrei seu pescoço e escondi o rosto em seu peito forte.

— Ei assim você me enforca Ayla. – Disse Ezequiel chorão.

— Enforco nada ta, você e um anjo cadê sua super forçar ou sei o que? – Rebati e só aí tive coragem de olhar para onde estávamos.

A sensação do vento batendo em seu rosto e realmente magnifica, descobri que não tinha realmente medo de altura e que a vista dali de cima era magica de diferentes formas.

— E bom ne? – Disse Ezequiel.

— Maravilhoso nem imagino como posso ter aberto mão disso um dia.

A viagem durou cerca de 4 horas já que já estávamos perto, eu trocava toda hora de um colo para outro, sabia que não tinha necessidade já que os dois eram forte e não se cansavam rápido, mas quando um deles se oferecia para me levar eu simplesmente não conseguia lhes dizer não, ainda mais sabendo que ficarei um tempo afastada e que eles sentirão falta, decidi aproveitar ao máximo.

Foi divertido o caminho todo e falamos sobre várias coisas, desde formato das nuvens, densidade do vento, formas e manobras de voo a partes da minha vida humana, coisas que gosto ou não, como eles acham ser determinadas coisas, entre outros.

Depois de subirmos pela enorme escadaria (que segundo os meninos que já estavam sem asas disseram que foi construída recentemente para facilitar a subida), fomos muito bem recebidos pelo dono do local, e acomodados em quartos. Ao ficar a sós com o monge eremita chamado Anthony pedi por um lugar onde pudesse meditar e ficar sozinha.

— Por aqui menina. – Disse ele e me guiou até o final da grande construção, numa sala iluminada, calma e bonita, instantaneamente me senti em paz.

— Obrigado monge. – Disse fazendo uma pequena reverencia.

— Não tem que agradecer menina, o Grande disse que viria em busca do eu interior. – Disse e saiu me deixando a sós. Agradeci mentalmente a Deus e pedi para ele continuar me guiando em minha jornada e que desse tudo certo conforme sua vontade.

Sentei com as pernas cruzadas e foquei meus pensamentos em tudo que ouvi e vi nos últimos dias e me imaginei como um anjo no céu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capitulo um pouco mais curto, mas ta valendo. Enfim gente espero que estejam gostando e não esqueçam de comentar, favoritar e recomendar (se estiverem gostando e claro.) Amo vocês e até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inclinados a Amar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.