Inclinados a Amar escrita por Lauriana


Capítulo 11
Capitulo 10 – Fuga


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, voltei!! Então esse capitulo foi um pouquinho complicado para mim escrever por causa das cenas de luta (que nunca tinha escritos), espero realmente que tenham ficado boas e até lá embaixo.



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Angel With a Shotgun - The Cab

Não tenho medo de voar

De por um momento fugir de tudo que me aflige

Enquanto estou em pleno ar estou em paz

Comigo, contigo… com o mundo

Mas enquanto caio nesse voo

O chão me suga e me desfaz

Sóbrio manto miúdo

Que nunca me

Satisfaz.

Aproveitei estar sozinha para descansar e absorver tudo o que descobri nas últimas horas, era muita coisa, muitas vidas e mudava totalmente a minha, anjos e demônios? Céu e inferno? Deus e o diabo? E demais para qualquer um. Não que eu não acreditasse em tudo isso antes, mas ver com os próprios olhos e ainda fazer parte dessa bagunça toda e totalmente diferente. Assim que conseguisse sair daqui precisava descobrir o que vim fazer na terra e o que seria da minha vida de agora para frente.

Fiquei um tempo observando a frequência em que era vigiada, de uma em uma hora mais ou menos eles passavam por aqui, aparentemente não havia câmeras (será que tecnologia e usada aqui? Sinceramente espero que não), no primeiro dia eu fiquei só observado e sendo observada, além de tentar bolar um plano decente. Eles tentavam de tudo para me fazer lembrar da minha vida no céu, contavam histórias de batalhas, calmarias, alegrias e tudo o que sabiam de lá, traziam artefatos sagrados, mas nada me vinha a mente, apesar de tudo eu também queria me lembrar.

Eles me davam comida quatro vezes ao dia, de manhã, na hora do almoço, a tarde e na janta, mal dava para me encher, mas e melhor que nada e pouquíssima água já que como diz eles “se não estava lembrando por bem, que fosse por mal”, mas eu só podia agradecer por ainda estar recebendo isso e pedir aos céus que eu não estivesse aqui quando eles realmente perdessem a paciência, o que acho que não ia demorar. Apesar do chão imundo, consegui dormi um pouco, estava esgotada. Acordei com um demônio barulhento fazendo ronda e batendo nas grades da cela, acho que já era noite pois estava escuro.

— Não se pode nem dormi em paz nessa joça. – Resmunguei para mim mesma, mas acho que ele não gostou muito pois veio até mim.

— Levanta! – Falou rude e me levantou pelo braço e me levou até outra sala, onde tinha uma cadeira no centro com muitas amarras “como se precisasse muito para me segurar” pensei revirando os olhos.

Ele praticamente me jogou na cadeira e começou a fechar as amarras.

— O que vai fazer comigo? – Perguntei temorosa.

— Espere aqui princesinha que pretendo te mostra seu lugar e fazer você falar. – Falou. – Você se acha muito importante, tentando converter Cain ne?

— Eu não tentei nada, nem sabia que ele era um demônio. – Falei brava para ele. Ele me ignorou e saiu provavelmente atrás de permissão para me torturar.

Ele estava demorando demais para voltar e a qualquer barulhinho eu me assustava, então a porta abriu e prendi a respiração esperando que fosse ele para me torturar, mas para minha surpresa e completa felicidade era Ezequiel e Cain. Eles estavam diferentes, sérios e vestidos com roupas de luta, coladas e aparentemente flexíveis, Ezequiel tinha um arco e flecha nas costas e Cain várias armas num cinto na cintura. Ezequiel correu até e me abraçou.

— Que bom que te encontramos. Está bem? Te machucaram? – Pergunta ele e começa a procurar machucados por meu corpo.

— Não, só estou dolorida e com uns poucos arranhões. Estou bem e muito feliz por ver vocês, mas aqui e perigoso, como conseguiram entrar aqui?

— Eu conheço maneiras de entrar e sair despercebido, afinal sou um demônio. – Disse com amargura. - Mas temos que ser rápidos, o imbecil do meu seguidor que pensa estar me fazendo um favor ao tortura você pode voltar a qualquer hora. – Disse Cain apressado, vigiando a porta. - Você consegue me descrever onde estão prendendo você?

— Saindo daqui pega um corredor e vira à esquerda numa prisão que tem lá em baixo. O demônio que me trouxe aqui e seu seguidor? – Disse.

— Ótimo, eu sei onde e. Sim, mas ele aprendera uma lição. – Disse ele sombriamente e continuou: - Estávamos observando desde que você entrou aqui, o cara que trouxe você foi pedir para te torturar, ele sempre foi um sádico, porem pelo que conheço de Lúcifer ele vai negar e esperar um pouco mais, então assim que ele voltar e te levar de volta para cela você abre a cela com grampo para nos poupar tempo e logo chegaremos lá e sairemos daqui. Você acha que dá conta?

— Tenho que dar ne? – Disse e não esperei ele responder. – Você trouxe grampo pois não tenho aqui comigo. – Ele me entregou três grampos por precaução e escondi no cos da calcinha. – Mais uma coisa Cain. – Disse e o dois se viraram para mim. – Eu já vi como se abre o cadeado com grampo em vídeos no youtube a muito tempo, mas será que pode me explica uma vez aqui rapidinho?

Ele me explicou na teoria, tirou as pontas de borracha para não entupir dentro do cadeado, abriu ele um pouco, fazendo um pequeno arco e falou:

— Dai com essa pare ondulado do grampo você vai encaixar ela no meio do cadeado e inclina para o lado esquerdo, isso vai abrir as travinhas lá dentro, aí você gira como se fosse uma chave e o cadeado vai abrir. Ok? – Perguntou preocupado e balancei a cabeça positivamente, eles iam saindo e chamei-os mais uma vez.

— E se não der certo? – Disse em pânico.

— Você sairá daqui Ayla, isso eu te prometo. – Disse Cain sério.

Eles saíram e poucos minutos depois o demônio voltou carrancudo, ri internamente pela minha pequena vitória, ele me levou rudemente de volta para cela. Eu já tinha visto em muitas series e filmes abrirem fechaduras com grampos, a muito tempo e parecia muito fácil, então não custava tentar, esperei eu controlar minha tremedeira e segui o que Cain me explicou, era um pouquinho complicado, mas depois de três o mais tentativas o bendito cadeado abriu e como sou burra comecei a comemorar esquecendo que estava numa fuga e logo vieram ver a causa do barulho, ao e verem de fora da cela vieram para cima de mim, eu me abaixei e fiquei esperando o baque que não aconteceu, então abri os olhos e levantei, encontrando Ezequiel, Cain e mais dois demônios, um baixinho e outro mais alto e musculo, e estavam prontos para lutar.

A luta começou e só consegui ficar parada assistindo, o demônio mais alto e musculoso veio para cima de Cain na intenção de dar-lhe um soco, que ele desviou muito bem e aproveitou a brecha e passou a faca em seu braço cortando-o profundamente, o demônio xingou e veio novamente, dessa vez com as duas mãos preparadas para socar seu estomago, Cain desviou do primeiro golpe, mas não teve tanta sorte quanto ao segundo, pois estava perto demais da parede e não restava espaço para desviar. Ele recebeu o segundo soco e cambaleou para trás, mas se recuperou rapidamente conseguindo se esquivar do próximo golpe do demônio, se endireitou e golpeou fortemente a garganta do demônio com a mão aberta fazendo com o mesmo caísse desmaiado no chão.

Enquanto isso Ezequiel lutava um pouco mas a frente com o demônio menor, no começo fiquei aliviada por ele ter ficado com o menor pois Cain era melhor de luta que ele (pouco mas era, e traçava ótimas reviravoltas), mas o alivio não durou muito, o que ele não tinha de músculos e altura, ele tinha de agilidade e técnica, acertou três golpes seguidos em Ezequiel que cambaleou para trás, e se recuperou a tempo de evitar um golpe certeiro na barriga, aproveitou a abertura e deu um soco no ouvido do demônio que o deixou zonzo por um tempo, e antes que se recuperasse por completo, Cain que tinha acabado de nocautear o outro demônio, pegou embalo numa pequena corrida e lhe acertou uma bela voadora fazendo com que esse viesse parar no chão também desmaiado.

— Vamos. – Disse Cain e saímos correndo, seguimos ele por intermináveis corredores, longo, úmidos e escuros, tropecei várias vezes e tive vários arranhões mas estava feliz por pelo menos lutar por minha vida, com a ajuda dos meninos e claro, pois se fosse para mim sair daqui sozinha com certeza me perderia e acabaria de volta a prisão sendo torturada. Já em determinado corredor começou a suar uma sirene.

— Eles sabem que fugimos. – Disse Cain parando. – Estamos quase chegando, mas precisamos ir mais rápido se não quisermos ter que lutar novamente. – Disse ele e voltamos a correr.

— Ayla, vamos sair por uma abertura que tem na parte mais alta do inferno e tem uma ribanceira, você terá que pular ok? – Perguntou Ezequiel preocupado e balancei a cabeça afirmando.

— Nem que me quebre no chão. Para sair daqui ficar toda quebrada ainda e um bônus. – Disse e Cain e Ezequiel me olharam feio, dei de ombros. – O que gente? É sério.

— Ninguém aqui te deixaria quebrar no chão Ayla, só estamos avisando, mas vamos te ajudar. – Disse Cain. – Depois dessa queda já estamos fora do inferno, mas teremos que subir até chegar a terra, ok? Mas assim que saímos daqui a chance de capturarem a gente cai 70%.

Continuamos correndo ainda por um bom tempo, comecei a ouvir vozes por perto e apertamos o passo. Ao chegarmos na ribanceira percebi que era bem maior do que imaginava, mas as vozes estavam cada vez mais perto e precisava ser corajosa. Ezequiel, pularam direto e caiu agachado como se a queda não fosse enorme, senti inveja da força dele.

— Agora pula que te pego Ayla. – Gritou Ezequiel lá debaixo para mim. – Pode confiar.

Sem pensar muito, pulei de uma vez antes que mudava de ideia, parece que fiquei um ano descendo naquele vento frio, fechei os olhos e só abrir ao parar nos braços quentes de Ezequiel que me sorriu lindamente e fui incapaz de não devolver o sorriso.

Ele me colocou no chão e só depois que Cain se juntou a nos embaixo com a mesma graciosidade de Ezequiel e que me dei ao luxo de olhar ao redor, estávamos numa espécie de lixão enorme, cheio de montanhas que subiam ao mais alto e depois descia ao mais baixo.

— Serio que vamos andar isso tudo? – Disse desanimada.

— Não tudo, eu conheço um atalho. – Disse Cain rindo de lado, ele estava estranho, bastante quieto.

Dessa vez seguimos andando, o caminho não era tão ruim como parecia (se você evitasse as montanhas e buracos e claro), mas eu estava ficando exausta já, estava a um tempo sem comer e a adrenalina de a pouco já se esvaziava do meu organismo fazendo-me sentir dores pelo corpo. Um pouco a frente tinha um local com agua e paramos para beber, eu estava quase morta de sede, depois continuamos a andar, mas meu ritmo só ia decaindo.

— Ayla esta exausta. – Constatou Ezequiel e antes que eu pudesse racionar o que ele ia fazer vindo para meu lado, eu já estava em seus braços.

— Me solta eu posso ir sozinha. – Disse mesmo sabendo que não aguentaria mais muito tempo de caminhada.

— Descansa. – Disse ele apenas.

— Ainda falta muito Ayla. – Completou Ezequiel.

Não vi quando adormeci mas sonhei com meus salvadores, meu anjo de asas azuis, e um demônio gentil de asas cinzas.

Acordei assustada com Ezequiel me balançando.

— Ayla eles nos acharam, estamos já perto da saída. – Disse e tampo minha boca antes que eu acabasse fazendo barulho e deletando onde nos encontrávamos.

Estávamos escondidos atrás de uma grande rocha e pelas vozes eles se encontravam do outro lado, ao me abaixar mais meu pai bateu numa pedrinha solta que rodou fazendo barulho e isso bastou para nos acharem, estava desesperada e com medo, vieram dessa vez com enormes espadas e temendo pela vida dos meninos senti um fogo de coragem e algo a mais arder no meu peito e crescer. Sai de mim uma luz extremamente forte que lançou os demônios longe e depois de tudo meu corpo caiu sem força e logo meus olhos se fecharam.

Dessa vez acordei com um murmúrio baixo de vozes ao meu redor e demorei um pouco para abrir os olhos e focalizar uma imagem que fizesse sentido. Suspirei de alivio ao perceber que estava deitada numa cama confortável, num quarto escuro e sem muitas decorações, os murmúrios aparentemente vinham da sala ao lado. Tudo que aconteceu nos últimos dias me veio a memória como uma bomba e decidi que já chega de descansar, estava na hora de tomar as rédeas e decidir o que seria da minha vida.

Levantei vagarosamente toda dolorida, ao lado da cama no chão tinha uma mochila, abri e eram roupas minhas, fui no pequeno banheiro que tinha dentro do quarto que estava tomei um banho rápido, escovei os dentes e o cabelo, e olhei minha figura pálida e cheia de orelhas no espelho, tomei coragem e sai do quarto para enfrentar a vida, anjos e demônios.


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Notas finais do capítulo

E isso por hoje galerinha. O que acharam, comentem e me falem por favor. Beijinhos e até a próxima.



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