P.O.V. Alec.

Estava claro que ela estava transtornada com a ideia.

—Eu ainda não concordo com isso. Mas, se vocês fizerem alguma besteira imagino que o seu amado Mestre vai ter que matar vocês e isso me trás uma profunda e perversa alegria. Vocês estão na minha turma.

Fomos apresentados aos amigos dela.

—Esses são Scott, Stiles, Kira, Mason e Lydia. Oh, ou.

—O que?

—Tampem os ouvidos. Ela vai gritar! Tampem os ouvidos!

Todos tamparam, menos nós. E esse foi o pior erro que podíamos ter cometido. O grito que ela soltou nos deixou tonteados.

—Lydia! O que aconteceu querida, quem foi?

—Eu não sei. Mas, está aqui agora. É a morte.

—Eu vou ligar para o xerife.

—Não vai ser necessário. Não vai achar nenhum corpo.

—Mas, a Lydia nunca errou.

—Não disse que ela errou, só que não vão achar nenhum corpo.

—O que quer dizer?

—Os mortos, nem sempre ficam mortos. Tirem essas porcaria de lente de contato. Aqui é Beacon Hills, tem mais seres sobrenaturais aqui do que gente normal.

—Eles são sobrenaturais?

—Eles são vampiros.

—Aro vai...

—Foda-se o Aro! Aqui é Beacon Hills!

Ela tocou a mão de Jane e ficou numa espécie de transe, ela fechou os olhos.

—Lydia?

—Shh. É verdade. Eles são vampiros, eles são a morte.

—E como é que você sabe?

—Eu sou uma Banshee.

—Uma Banshee? Tá brincando certo?

—Não.

—Pensei que banshees fossem um mito.

—Também pensei que vampiros fossem um mito, mas aqui estão. Pensei que lobisomens fossem mito, mas aqui estão. A gente nem sabe quantos seres sobrenaturais tem lá fora, quantos tipos diferentes de pessoas com habilidades especiais. E agora que o Nemeton está crescendo de novo mais e mais vão começar a aparecer por aqui.

Tudo ficou bem até o terceiro período. Um ser sobrenatural, um homem numa motocicleta em chamas, ele veio pra cima da gente. E por a gente eu quero dizer nós Volturi.

—Culpados!

Ele começou a avançar, nenhum dos nossos poderes funcionava nele. Então, a Banshee se enfiou na frente.

—Não.

Ele não parou.

—Não!

O grito foi tão forte e tão alto que deu pra ver as ondas sonoras.

—Banshee.

O homem em chamas se curvou. E saiu.

—Como você fez isso?

—Eu não sei. Aconteceu o mesmo durante a caçada selvagem, os cavaleiros não me atacaram, me obedeceram.

—Você é uma Banshee Lydia. Todo ser sobrenatural que tenha conexão com o outro lado, o céu, o inferno com a morte eles idolatram as Banshees. Adoram elas, como se fossem deusas. Você tem poderes que desconhece.

—Por isso eles não levaram a Cláudia. Deixaram ela pra trás, porque ela era uma Banshee.

—Sim. Eles nunca levariam uma banshee. Porque as Banshee são sagradas pra eles.

—Obrigado. Por não deixar ele levar a gente.

—Eu não to nem ai pra vocês. Se vocês não estivessem na minha cidade, deixaria ele levar vocês. Mas, na minha cidade não. Beacon Hills é um refúgio para todos os seres sobrenaturais e eu pretendo que continue assim.

—Uau!

—Vocês provavelmente merecem ser levados. Pesquisei sobre o Cavaleiro Fantasma uma vez, durante a caçada selvagem, ele não é como os outros. Ele só pega aqueles que cometeram crimes. Que fizeram o mal. Se vocês fossem boas pessoas, não estariam na mira dele.

Ela saiu batendo o salto. Entrou no carro e foi embora.

—Vamos. O cavaleiro vai voltar.

Marie Jeanne nos levou até o cemitério.

—Porque estamos num cemitério?

—Porque aqui é solo consagrado. Nada demoníaco põe o pé aqui. Mas, também implica que... vampiros tem que ser convidados á entrar, mas como se alguma coisa acontecer com vocês aquele desgraçado vem atrás de nós... entrem. Vocês vão ter que ficar aqui todas as noites. De manhã estarão seguros, mas a noite... não.

—Porque?

—O que vocês sabem sobre cavaleiros fantasma?

—Nada.

—Pra pessoas tão vividas como vocês, vocês não sabem de muita coisa. Os cavaleiros fantasma adquirem esse poder através de pactos. Eles vendem suas almas para o Diabo. Só existe um Cavaleiro por geração. De dia ele é normal, é um homem ou mulher como outro qualquer, mas á noite e na presença do mal, o cavaleiro surge. E ai, ele os leva. Ele é o caçador de almas do diabo. O único capaz de transitar entre os dois mundos. Sua maior arma é o olhar da penitência. Ele queima a alma dos perversos, dizem que ele pode ver todos os seus pecados e ele joga todos contra você. Volto pra pegar vocês de manhã.

—Não tem medo que o Cavaleiro vá atrás da sua família?

—Não é assim que funciona. Ele vai atrás dos perversos, daqueles que encontram prazer em fazer o outro sofrer. Não dos que se arrependem.

Ela saiu do cemitério, fechando o portão.

P.O.V. Marie Jeanne.

Eu cheguei no loft do Derek.

—Vocês não dormem?

—Lydia contou sobre o tal Cavaleiro. Como vamos saber quem ele é?

—Ai é que tá, não vão. O Cavaleiro não vai vir atrás de vocês, pelo menos eu acho que não.

P.O.V. Chris.

Ela com certeza não era a minha filha. O jeito de se vestir, de falar.

—Eu sei que eu não sou a sua filha. Mas, sou a única poderosa o suficiente pra trazê-la de volta.

—Isso é impossível.

—Não. É só, complicado.

—E quando podemos começar?

—Eu preciso de algo em que me apoiar, algo pra canalizar. Um feitiço como esse requer uma quantidade de energia massiva. A lua não está cheia, eu não acho que vai passar outro cometa descente por alguns milhões de anos.

—Se for pra trazer a Allison de volta a gente arruma uma fonte. Não é mesmo Derek?

—Lobisomens. Vocês são místicos, poderosos, ocorrem naturalmente. Mas, vou precisar que concordem, afinal vocês vão ter que sangrar.

—Sangrar?

—Sim. Eu vou precisar do sangue de vocês, do corpo da Allisson e velas. Muitas velas. Quanto tempo faz que ela morreu?

—Algumas semanas.

—Isso pode ser uma complicação. Você vai pegar o corpo, vocês ficam aqui, você vai me arrumar velas e eu vou pegar a flor.

Ela fez dois feitiços diferentes. Um para recuperar o corpo e outro para trazer a Allison de volta.

—Olá minha sombra.

—Papai? Eu tava morta. Eu tava no céu.

—Você era muito jovem para morrer. 

—Lydia. Ai Lydia você tá bem! Ai. Eu não consigo me mexer, dói.

—Seus músculos estão atrofiados.

—Quanto tempo eu fiquei...

—Morta? Algumas semanas. Nada que uma boa fisioterapia não resolva.

—Trazer os mortos de volta á vida. Quem diria.

—Essa é a primeira e última vez. Se você morrer da próxima, vai ficar morta.