Heart and Soldier escrita por Sapphirah


Capítulo 26
Capítulo 26 - Liberdade (Final)




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Todos os monstros estavam totalmente empolgados em conhecer a superfície que já começaram a fazer as malas. Seus amigos já foram organizar o que iriam levar, inclusive o Rei que se decidiu estudar plantas e conhecer um pouco mais de jardinagem da superfície. Mettaton estava levando tudo o que podia para fazer sua carreira mundial, Toriel fazia suas malas enquanto estava nas ruínas e os irmãos esqueleto, junto com Undyne, separaram as coisas da casa em caixas.
     Frisk não tinha o que arrumar e decidiu passar um ultimo momento na cachoeira, observando as flores ecoantes. Sentada, ela se emocionou ao ouvir as palavras confortantes dos monstros, expressando sua alegria em ter seu desejo realizado e agradecendo-a por ter libertado-os. Enquanto ela observava o jardim, Frisk percebeu que havia alguém a observando no fundo, não demorou muito pra ela saber quem era.

Frisk: ... Está no seu intervalo?

Vendo que ela percebeu sua presença, ele decidiu não se esconder mais e andou em direção a ela.

Sans: Heh... Fui dispensado do meu trabalho. Posso?

Ele estava ao lado dela, em pé, esperando a resposta para se sentar ao lado. Frisk respondeu afirmativamente e deu espaço para ele se sentar.

Frisk: Já arrumou suas coisas?

Sans: O que eu tenho eu levo comigo. E você? O que veio fazer aqui?

Frisk: Quando pisei os pés aqui e vi esse jardim, me apaixonei deste lugar. Sentirei muita falta daqui... Quando eu estou aqui, eu me sinto em paz...

Sans: Heh... isso é verdade.

Frisk continuou olhando o jardim tranquilamente, ela estava de fato feliz por ter ajudado todos os monstros. E seus amigos, ela não deixava de agradecer por terem aparecido e vivido ao lado dela uma aventura nunca antes imaginada. Percebendo que ele estava sentado ao lado dela, Frisk logo pensou nos momentos que ambos tiveram juntos, tanto bons quanto maus. Desde o início, ela o havia desprezado, mas quando soube que ele estava disfarçado aquele tempo todo somente para ajuda-la, ela se sentiu mal, como se ela tivesse duvidado dele. Ela se lembrou do restaurante onde ele mencionou que poderia tê-la matado se não fosse pela promessa.

Frisk: Em pensar que você me ajudou por causa da promessa que você fez… Se você não tivesse feito aquela promessa... você teria mesmo me matado?

Sans percebeu a mudança de humor repentina dela. Surpreso por ela ter feito tal pergunta, ele não imaginou que ela levaria aquilo tão a sério e nem qual o motivo dela relembrar daquilo. Ela conseguiu libertar o subsolo inteiro e apenas isso importava naquele momento. Ao pensar na resposta, ele deu um leve suspiro.

Sans: ... Talvez.

Frisk: Como assim?

Sans: Sentinelas caçam humanos e esse era o meu trabalho, você não estava excluída disso se eu te encontrasse.

Antes que ela interrompesse, Sans continuou falando calmamente.

Sans: Depois de eu ter feito a promessa com Toriel, alguns dias depois eu estava na porta das ruínas e eu ouvi a voz de alguém diferente dentro. Não era a voz da senhora com quem eu costumava conversar, ela estava em desespero, pedindo ajuda. Naquele momento, eu senti que deveria intervir, não sabia por que, mas eu devia.

Frisk ouviu-o surpresa e se virou para vê-lo contar, ele continuou.

Sans: ... E quando aquela porta se abriu pela primeira vez, se fosse um humano eu deveria manter minha promessa. Quando eu olhei você saindo de lá, andando no meio da floresta completamente desprotegida, ao mesmo tempo em que eu me senti tentado, eu não consegui fazer nada. Algo dentro de mim falou outra vez que eu devia fazer a coisa certa. Não acho que o motivo seja a promessa que eu fiz, era algo que nem mesmo eu imaginava.

Frisk ficou surpresa por ouvir tais palavras, ela não imaginou que todo esse tempo ele a ajudou por ter sido incitado. Ela voltou a olhar novamente o lago, pensativa. Sans olhou dentro de seu casaco e viu seu emblema ali, ele não entendeu seu propósito como guardião desde quando ele foi chamado, porém isso já não importava mais para ele, ela conseguiu libertar todos e eles podem viver na superfície como sempre desejaram. Embora estivesse satisfeito, ele percebeu ao olhá-la que ainda havia certa insegurança. Frisk estava pensando no que iria fazer após levar todos ao vilarejo. Agora que conseguiu libertar todos, ela se perguntava se sua missão terminou, ou se realmente havia mais algum mal a ser combatido. O poder que ela carrega de fato é imenso e isso trouxe uma grande responsabilidade sobre suas costas, ela teme seu futuro e de seus amigos. Seus pensamentos foram logo interrompidos ao sentir uma mão em seu ombro.

Sans: Ei, se precisar desabafar algo, pode contar comigo.

Ele tirou sua mão do ombro dela e ela olhou-o, retribuindo com um sorriso e agradecendo seu apoio.

Frisk: Obrigada... Realmente estou feliz por ter ajudado vocês. Eu não imaginei que chegaria até aqui, se não fosse por vocês eu não teria conseguido.

Sans: Heh, não foi nada.

Frisk: Bem... Temos que ir.

Os dois se levantaram e ele estendeu a mão para ela segurá-lo, teleportando-os para a sala do trono novamente. Lá estavam todos esperando para atravessar a barreira e Frisk os viu conversando. Ela decidiu se juntar a eles e do nada, Frisk focou na estampa do vestido de Toriel, ela se aproximou e perguntou-a sobre esse desenho, pois ela havia visto-o em vários momentos, inclusive com Asriel. E ela nunca se perguntou sobre do que se tratava.

Frisk: Eu queria saber... Que desenho é esse?

Antes que Toriel respondesse, Undyne colocou seu braço em volta de Frisk e abraçou-a, estando surpresa.

Undyne: Como assim? Você conhece a lenda e não sabe o que é isso?

Toriel: Esta é a Runa Delta. Os triângulos representam a nós, os monstros, e este é o anjo que está acima de nós, “aquele que irá nos libertar”.

Mettaton: E quem nos libertou foi a humana, não é mesmo?

Alphys: Frisk é o anjo descrito na lenda?

Undyne: Não há duvidas.

Após ouvir aquilo, Frisk não soube o que responder e se sentiu estupefata. De repente, Papyrus teve uma ideia e foi correndo para ver Asgore.

Papyrus: Então, majestade... Será que eu posso ser agora um membro da Guarda Real?

Asgore: Oh... bem, Papyrus, agora que a barreira se foi... Não acho necessário mantermos uma Guarda Real.

Papyrus: ... O QUE? Tudo isso para não precisarem mais de mim?

Undyne: Hey Asgore, não acho que precisamos dissolver a Guarda Real.

Asgore: Hm? ... Diga Undyne, o que você sugere?

Undyne: Eu vou ceder meu posto de Capitã da Guarda Real, conheço alguém que é capaz de ser um ótimo capitão como eu fui.

Todos ouviram-a assustados, ninguém imaginou alguém melhor que Undyne para ser o novo Capitão da Guarda Real, porém Undyne se virou para Asgore e deu uma piscadela e ele entendeu o que ela queria propor.

Asgore: Bem Undyne, se está ciente da sua escolha, quem seria esse alguém que você recomenda?

Undyne: Eu o conheço como uma pessoa de grande valentia, e ao mesmo tempo possui a humildade de reconhecer a fraqueza que existe em cada ser vivo, um ser puro e nobre que jamais pensei que reconheceria.

Após dizer essas palavras, eles ficaram ainda mais impressionados. Se Undyne estava dizendo aquilo, ela não estava brincando. Ela abre os olhos e se vira para ver quem ela descreveu, com um olhar encorajador.

Undyne: Eu entregarei meu posto ao soldado mais valente e gentil que já conheci. Você aceita, Papyrus?

Ao ouvir seu nome, ele fica estupefato, da mesma forma todos olharam admirados para ele. Ele se emocionou ao perceber que aquelas palavras eram para ele e não conseguiu conter sua emoção, abraçando Undyne fortemente.

Papyrus: SIIIIM! UNDYNE! Você me faz o esqueleto mais feliz do mundo!

Undyne: Hey Paps, não exagera! Desse jeito você vai me fazer chorar também...

Frisk sentiu a felicidade dele preencher a sala do trono, fazendo uma lágrima escapar do seu olho. Ela olha ao redor e viu todos eles felizes por Papyrus, inclusive Sans, que esboçava a mesma expressão sempre. Frisk sabia que ele estava muito feliz por Papyrus. Enquanto isso, Asgore se aproximou e pediu para ambos se ajoelharem, ele pegou seu tridente para apoiá-lo em um ombro de cada um, como se fosse uma cerimônia.

Asgore: Eu, Asgore, Rei do Subsolo, nomeio Papyrus como Capitão da Guarda Real. Agora, peço que faça seu juramento.

Papyrus: Ei Undyne... Qual é o juramento?

Undyne tampou a cara por um momento, se sentindo envergonhada por nunca ter contado sobre o juramento a ele antes. Ela se aproximou e sussurrou para ele repetir.

Papyrus: Eu... Papyrus... Juro solenemente cumprir meu cargo com dignidade e responsabilidade,  e reconheço meu dever perante vossa majestade.

Todos aplaudiram ao terminarem a pequena cerimônia. Após isso, Asgore se aproximou lentamente de Undyne com uma duvida remanescente, enquanto via Papyrus atuar como um soldado importante da nobreza.

Asgore: E quanto aos outros soldados?

Undyne: Eu dispensei eles.

Depois de um tempo, todos se prepararam e viram Frisk cruzar a saída do subsolo primeiro, enquanto os outros a seguiam. Eles viram o solo rochoso onde pisavam e à frente, havia uma saída cheia de luz refletindo do outro lado. Frisk havia se esquecido de como era bonita a vista do topo da montanha. As árvores preenchiam o local onde estava a floresta, e mais adiante havia uma visão da cidade. Tudo banhado pela luz do astro incandescente, os outros chegavam um por um e admiravam aquela vista.

Asgore: Este lugar não é mesmo bonito?

Papyrus: Ei irmão, o que é essa coisa redonda e brilhante no céu?

Sans: Esse é o que chamamos de Sol.

Papyrus: Ah! Muito prazer!

Enquanto todos admiravam aquela vista, Frisk notou que Asgore havia se aproximado dela.

Asgore: Frisk, a princípio não saberemos como lidar com os humanos, então eu gostaria de propor um acordo. Você aceitaria ser nossa embaixadora?

Frisk: ... Embaixadora?

Asgore: Você irá nos representar, falará e tomará decisões em nosso nome. Todos nós contamos com você e tem nossa aprovação. Do contrário, eu não teria pedido isso.

Frisk começou a pensar no seu papel em representar os monstros, com certeza é algo grandioso e de fato, ela estava disposta a ajudá-los. Ela seria pioneira em fazer os humanos aceitarem a convivência com os monstros e não será fácil, haverá humanos que não aceitarão a convivência dos monstros ao redor e irão protestar, querendo que eles fiquem longe dos humanos. Mas ela tinha fé e acreditava que haverá pessoas que a ajudariam.

Frisk: ... Eu aceito.

Papyrus: Wowie! E eu serei o mascote, tenho que causar uma boa impressão!

Mettaton: E eu conheço a melhor maneira de causar uma boa impressão.

Undyne: Espero que não seja uma das suas fantasias que você usa nos seus programas.

Mettaton: Algum problema, querida?

Undyne: ...DO QUE VOCÊ ME CHAMOU?

Alphys: U-Undyne! Espera!

Todos os quatro começaram a correr montanha abaixo, Undyne correndo atrás de Mettaton novamente enquanto ele empurrava Papyrus. Alphys a seguia desesperadamente para impedí-la que ela causasse algum dano a ele e Sans somente observou-os.

Sans: Bom, alguém tem que ficar de olho para não causarem bagunça, até mais.

Asgore: ... Eu também deveria?

Toriel apenas olhou para ele com raiva, certamente ela não queria conversar com ele agora. Asgore entendeu e resolveu se afastar, deixando-as a sós.

Asgore: Bem, eu vou indo também.

Ele saiu dali e foi atrás dos cinco que já estavam descendo o monte, enquanto Toriel estava com Frisk admirando uma ultima vez aquela vista.

Toriel: Minha pequena, você tem algum lugar que deveria voltar?

Frisk: Sim... Meus tios... devem estar preocupados comigo.

Toriel: Sinta-se a vontade para nos visitar a qualquer momento, minha pequena.

Após dizer isso, ela se virou para seguir seu caminho. Antes de vê-la sumir de sua vista, Frisk sentiu que deveria falar algo urgentemente. Ela se virou e expressou o que ela queria dizer para Toriel.

Frisk: Espere! Eu... Sempre quis que você fosse minha mãe.

Ao ouvi-la, Toriel parou de andar e se virou para vê-la, emocionada ao ouvir suas palavras. Ela olhou serenamente para Frisk.

Toriel: Sempre será bem vinda em nossa casa.

Frisk ouviu-a e se encheu de felicidade, correndo até alcança-la e seguí-la monte abaixo. Ambas desceram do topo do monte e a partir dali, ela prometeu manter contato com todos os seus amigos. Ela deveria ajudar todos os monstros a se adaptarem na superfície. Seria um grande desafio o que viria pela frente, mas ela mantinha sua fé e confiava em si mesma.


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Notas finais do capítulo

E esse foi o final! Muito obrigada a todos que acompanharam e em breve, a parte dois sai já já!



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