Heart and Soldier escrita por Sapphirah


Capítulo 22
Capítulo 22 - Relutância




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Passado algum tempo, após cumprimentar todos, Toriel se dirigiu a todos brevemente enquanto eles começaram a prestar atenção nela.

Toriel: É bom ver vocês aqui. Graças a todos vocês, poderemos finalmente quebrar a barreira!

Ouvindo isso, todos exclamaram com grande alegria e então, cada um começou a pensar no futuro de suas vidas fora do subsolo.

Undyne: Finalmente verei espadas e robôs gigantes em ação!

Mettaton: Farei uma carreira mundial e serei visto em todos os lugares do mundo.

Papyrus: Finalmente verei o sol nascer de manhã enquanto dirijo no meu carro, sentindo o vento no meu crânio.

Frisk se contagiou com a alegria de todos eles ao ver que sua missão está muito perto de finalizar. No entanto, Toriel chegou perto dela para esclarecer algo.

Toriel: Minha criança. Poderia nos contar um pouco de como é a vida afora?

Asgore: Acredito que devemos saber um pouco de seus costumes, antes que sejamos pegos de surpresa.

Antes de falar, Frisk começou a pensar na reação dos humanos em ver os monstros repentinamente fora do subsolo. Imediatamente ela se sentiu um pouco desconfortável, sabendo que muitos provavelmente não iriam aceitar a convivência ou até mesmo criar um problema social entre eles, ela não saberia como lidar com essa situação. Frisk pensou se seria melhor se eles ficassem no subsolo do que afora.

Frisk: Eu acho que...

Toriel: ... Está tudo bem?

Ela não sabia como falar o que ela pensava e Frisk temia desapontar as expectativas deles de como era a superfície. Vendo a preocupação dela, Sans se aproximou dela e tocou seu ombro para acalmá-la.

Sans: Ei criança, seja lá qual for sua decisão, nós entendemos se não quiser sair daqui, afinal, você tem amigos, comida e um lugar pra morar de nossa parte.

Surpresa, ela ouviu suas palavras e aquilo foi como um grande apoio para ela. Ela podia ver que todos os monstros depositavam sua confiança nela e Frisk sentiu-se mais confiante a partir disso. Ela olhou-o, agradecida.

Frisk: Tudo bem, obrigada.

Ela suspirou e ergueu sua cabeça, olhando para todos que estavam prestando atenção nela e decidiu falar o que pensava naquele momento.

Frisk: Na verdade, eu não sei se é uma boa ideia sair daqui. Eu caí aqui porque eu não tinha um lugar na superfície onde eu me encaixava. Minha vida era monótona, e se não fosse minha decisão de vir até aqui, eu não conheceria vocês e não saberia como é ter uma vida diferente. O que eu quero dizer é que afora... a superfície não pode ser bem o que vocês esperam.

Todos se surpreenderam ao ouvi-la e ficaram cheios de duvidas. Frisk ainda tinha que explicar melhor o que ela acabou de falar.

Toriel: Como assim, minha criança?

Frisk: Os humanos afora não são como eu. Imagino que muitos não terão uma boa impressão de vocês, eles tem muitos problemas sociais, são egoístas e vivem por dinheiro e poder. Se vocês forem afora, eu...

Undyne: Hey nerd...

Frisk é interrompida ao ouvir Undyne chamando-a, ela ficou ainda mais surpresa ao vê-la com um sorriso.

Undyne: O que você andou pensando? Nós já sabíamos disso! Ou você achou que eu estava te caçando a toa?

Mettaton: Nós não somos bobos, querida. Claro que sabemos que nem todos os humanos são como você.

Asgore: Desde o início acreditávamos que os humanos não eram as melhores criaturas com quem podíamos contar. Mas você nos deu esperança de abrir um novo futuro para nós.

Frisk: Gente...

Toriel: Mas se ainda assim você preferir ficar, nós entendemos.

Confusa e dividida, Frisk não soube o que fazer a partir dali, era o sonho de todos os monstros serem libertados, mas Frisk não queria que eles fossem prejudicados pelos humanos. Seria egoísmo privá-los dessa liberdade? De repente, a sala se escureceu preenchida por nuvens negras ao redor. Uma risada sinistra surgiu no fundo e Frisk reconheceu aquela voz, enquanto todos os outros olharam confusos por todos os lados.
     Uma vinha gigante surgiu repentinamente, agarrando todos os guardiões, menos Frisk. A vinha estava sugando a energia deles e impedindo-os de se mexerem. Frisk soube que realmente foi cedo demais para comemorar, ela tinha se esquecido de que Flowey ainda estava vivo. A flor surgiu do chão encarando-a malevolamente.

Flowey: Você achou MESMO que acabou? Você nem teve a chance de me enfrentar. Agora o que vai fazer? Ver seus amiguinhos entregarem as almas deles para mim? Ou vai usar seu poder secreto?

Frisk: Do que está falando?

Flowey: Não se finja de boba, você sabe muito bem do que estou falando. Ou será que seus amigos não sabem que você tem o poder de voltar no tempo?

Frisk encarou Flowey dizendo aquilo, perplexa. Ela abaixou a cabeça evitando olhá-los, pois certamente ela não queria que soubessem disso.

Flowey: Mas que reação é essa? Por acaso não quer que seus amigos saibam disso? Mesmo que não queira, eu vou contar assim mesmo. Você descobriu esse poder graças a um idiota que devia ter morrido no seu lugar. Quando você voltou no tempo, eu pude descobrir minha verdadeira forma. Infelizmente não durou muito. Então eu planejei essa emboscada e agora... As almas deles me pertencem!

Frisk: ... Por que está fazendo isso?

Flowey: Não é obvio? Eu quero que você use de novo seu poder secreto, ou serei forçado a usar as almas dos seus amiguinhos.

Frisk: Eu não vou fazer isso, e não vou me render a você.

Flowey: Realmente quer ver seus amiguinhos sofrerem ainda mais em minhas mãos?

A flor controlava suas vinhas, fazendo-as apertar cada vez mais cada um deles. Frisk não podia deixá-lo continuar machucando-os e rapidamente, ela pensou em alguma forma de convencê-lo.

Frisk: Pare! Essa é minha chance de quebrar a barreira e libertar todos daqui, até mesmo você será livre.

Flowey: Não fale besteiras. Você ainda quer quebrar a barreira depois de tudo que você falou sobre os humanos? Você quer que os monstros passem pelo que você passou?

Frisk: Eu não nego o que falei, mas eu quebrarei a barreira.

Flowey: Tem certeza?

Frisk olhou mais uma vez para todos, relutantemente, ela podia notar a preocupação de cada um. Eles sabiam que ela não queria sair e não queriam que ela fizesse algo apenas por eles, mas ela tinha certeza do que estava falando.

Frisk: ... Foi graças a eles que eu tive mais confiança em mim mesma. Não quero fazer isso apenas como agradecimento. O mundo é muito mais do que o subsolo, não faz sentido eu ficar aqui embaixo sendo que há muito que descobrir e ter uma vida melhor acima, e eles sabem disso. Eu sou a esperança deles e é a minha missão libertá-los.

Flowey rosnou decepcionado quando a viu determinada a libertá-los. E seus amigos olharam para ela esperançosos e emocionados. Não querendo perder aquela discussão, Flowey pensou em um trato.

Flowey: Então faremos o seguinte, se você me derrotar você quebra a barreira e eu deixarei todos em paz. Se não, eu serei o novo Deus desse lugar e você me dará sua alma.

Frisk: Que seja.

Frisk mal podia acreditar que realmente tinha aceitado confrontar contra Flowey. Mesmo sendo uma flor, Frisk conhecia o quão capaz ele era de causar um grande estrago. Ele riu e usou suas vinhas para agarrar Frisk, lançando uma magia que a fez adormecer. Ela não sentia mais seu corpo e nem tinha forças para lutar.

Quando Frisk acordou, tudo estava escuro. Ela não sabia onde estava, então ela vê adiante o rosto do Flowey em um tamanho maior. Ele estava sorrindo nitidamente para ela.

Flowey: Oi! Sou eu Flowey, a flor! Eu te devo um grande agradecimento, graças a você eu me sinto tão diferente. Eu mostrarei a esse mundo o verdadeiro significado da palavra DOR, e você será a primeira a conhecer.

Frisk: Não antes de te derrotar.

Flowey: ... Hã? Você acha mesmo que pode me derrotar? Hehehehe... Você é mesmo uma idiota.

Ele começou a rir alto, na mesma sala várias cópias dele surgiram ao redor dela, rindo ao mesmo tempo que ele. Aquilo estava se tornando um verdadeiro pesadelo, Frisk não sabia onde havia se metido e ela começou a procurar seus amigos.

Friak: O que fez com eles?

Flowey: Ora... Eles estão comigo.

Frisk: ... O que?

Flowey: Eu absorvi a alma deles. Surpresa? Não tem mais ninguém pra te ajudar, você é apenas um inseto perante mim, e o que é uma flor gigante perante um inseto miserável?

A sala se iluminou e Frisk presenciou algo aterrorizador. Flowey se tornou uma aberração diante dela. O rosto de Flowey estava refletido em uma televisão e ao redor dela estavam cabos que filtravam energia contida de algum lugar, ele era colossalmente grande. Ele estava coberto de vinhas e espinhos, abaixo dele tinha uma cabeça de monstro com presas na parte posterior. Os vários olhos que Flowey tinha em seu corpo miraram fixamente nela e os outros Floweys ao redor continuavam rindo histericamente.

Flowey: ... Presencie o novo poder ômega.

Tudo que ela podia fazer era desviar dos seus ataques fortes e rápidos, mas ela não conseguia desviar-se de todos eles. Flowey estava incrivelmente forte, seus projeteis, sementes, fogo, e até mesmo mísseis saíam dele para atingi-la. Por um bom tempo Frisk se desviou de vários, e ela sabia que não conseguiria se desviar dessa por muito tempo, ela precisava de ajuda .

Frisk: Eu preciso da ajuda de vocês... Por favor...

Flowey: Ooooh... Já está com saudades? Certo, eu farei você ver seus amiguinhos ATACANDO VOCÊ!

A sala onde ele estava escureceu-se. Frisk ficou ali, olhando por todos os lados e começou a notar miragens aparecendo ao redor dela. Ela percebeu que as miragens eram de seus amigos, porém seus rostos estavam cobertos por uma nuvem negra, permanecendo imóveis. Frisk se aproximou de um deles e chamou-o, pedindo para que se lembre dela e pedindo ajuda. Mas ela percebeu que ele não estava ouvindo-a, ao invés disso, a miragem a quem ela se dirigiu começou a atacá-la. Frisk pulou para trás, assustada, e se aproximou de outro para pedir-lhe ajuda, e ele fez o mesmo. Ela começou a recuar-se deles e, estando encurralada, todos invocaram suas armas, preparando seus ataques especiais para desferirem contra ela. Frisk não sabia mais o que fazer, ela não queria machucá-los e nem queria vê-los machucarem-na, ela ficou paralisada naquele canto.

Frisk: Por que…?

De repente ela notou correntes que surgiram para agarrá-la e deixá-la presa. Eles se olharam entre si e se prepararam para atacá-la. Aquilo não podia terminar assim, tinha que haver um jeito de pará-los. Antes que ela desistisse, o emblema dela começou a brilhar mostrando memórias que ela cultivou com cada amizade que havia feito.
      Vendo isso, ela entendeu as memórias que ela guardou. Ela confiava em seus amigos e sabia que eles nunca se atreveriam a machucá-la. Sua força aumentou a tal ponto que ela arrancou as correntes que a mantinham presa e ela fechou os olhos, apoiando-se com toda sua força enquanto as miragens deles estavam prestes a atingí-la .

Frisk: Eu confio nos meus amigos, eles nunca fariam isso comigo. Se estiverem me ouvindo agora, libertem-se!

Após dizer essas palavras, ela viu as almas de cada um emitindo um brilho significativo e deixaram seus corpos, saindo do peito de cada um. Os corpos desapareceram e ela conseguiu libertar as almas dos seus amigos, vendo-os voando e dançando ao redor dela. Depois de um tempo, as almas voaram acima dela e sumiram de vista. Vendo isso, Flowey voltou onde estava antes, irado.

Flowey: Você pode ter acordado seus amigos, mas eles ainda estão sob meu controle!

Frisk: Enquanto eles estiverem comigo, eu nunca vou desistir.

Flowey: HAHAHAHAHAHA! Sua tola... Você ainda não viu nada!

Ele começou a usar toda a sua magia contra ela, descontroladamente. Disparos de projéteis saíram de todos os lados. Determinada, Frisk usava sua magia contra os ataques dele, se chocando contra todos os disparos e armadilhas. Depois de um tempo, ela começou a se cansar de tanto usar sua magia e notou Flowey ficando eufórico e desesperado.

Flowey: Deprimente... Você continua lutando e agora você está à beira da morte.

Frisk: Alguém como você nunca entenderia sobre ter esperança e lutar pelos seus sonhos.

Flowey: HAHAHAHA... Lutar pelos seus sonhos? Olhe só pra você! Sozinha e abandonada.

Frisk: Eu não preciso provar nada a você. Enquanto meus amigos estiverem do meu lado, eu não vou desistir.

Flowey: Ora... Está tão certa que seus amigos estão do seu lado?

Frisk: Como pode dizer isso?

Flowey: Pense um pouco, você é inteligente. Você sempre desejou uma vida diferente da qual você tinha. Com amigos, uma missão e poderes mágicos... E você conseguiu, não é verdade? Quantos de vocês humanos dariam de tudo para ter essa vida que você tem agora?

Frisk começou a se sentir estática, era inegável que ela sempre desejou isso desde o início. Desde que ela viu aquela luz na superfície até ela aparecer no subsolo. Quando ele revelou isso a ela, Frisk não sabia mais como reagir, agoniada, e ela pôde sentir um aperto no peito.

Frisk: Mas... Isso não...

Flowey: ... Não faz sentido, né? Qualquer um acreditaria que você estava sonhando esse tempo todo. Tudo que você viveu aqui não passou de um sonho.

Flowey mostrava seu sorriso diabólico cada vez mais freneticamente e as flores amarelas ao redor de Frisk começaram a se mexer, se prendendo a ela e sussurrando que isso era apenas um sonho, impedindo-a de se mexer. Frisk mal podia acreditar no que estava ouvindo, não podia ser verdade, tudo o que ela viveu até agora não podia ser simplesmente um sonho. Ela começou a tremer e se recusava a ouvi-los.

Frisk: PARE! Isso não é verdade!

Flowey: Não se preocupe... Uma hora, todos têm que acordar!

Confusa e agoniada, ela desejava que isso não fosse verdade, e ao mesmo tempo, ela começou a dar ouvidos ao Flowey e ela começou a temer que fosse. Seu emblema repentinamente reagiu com os sentimentos que ela tinha e um turbilhão de pensamentos surgiu, deixando-a desacordada. Enquanto isso, ela se lembrou de ouvir Flowey rir diabolicamente e seu riso se misturou com o silêncio, desaparecendo.
      Não se sabe quanto tempo passou, ela sentiu que estava deitada em rochas e grama seca. O clima estava muito quente, ela não fazia ideia de onde estava até ouvir alguém no fundo correndo até ela.

Homem: ... Achei ela!

Ele se aproximou dela correndo e seus passos faziam um barulho alto. Ela mal tinha forças para se levantar.

Homem: Você está bem? Responda, por favor.

Frisk ficou murmurando por alguns segundos e não sabia o que dizer. Estava se sentindo muito tonta. O homem decidiu levantá-la com cuidado enquanto a mulher ao lado dele o ajudava.

Mulher: Você está com a gente agora, vai ficar tudo bem.

Frisk: ... O que?


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