O Caçador da Tempestade escrita por Karina A de Souza


Capítulo 10
Alô, Torchwood? Temos um problema


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Na previsão do tempo de hoje, teremos treta e confusão.



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Jack Harkness, de 2030, apareceu na porta da minha casa, dias depois, dizendo que minha família e eu tínhamos que ir. Não disse pra onde, só que era recomendado ficarmos fora um tempo.

Arrumamos nossas coisas em tempo recorde, e partimos para Itapoá no mesmo dia. Meus pais achavam que seria seguro nos “escondermos” na nossa casa de praia, por que era longe o suficiente de Joinville, e o Doutor nem sabia da existência dela. Eu não estava certa de que era um plano de fuga perfeito, mas achei melhor não contrariar.

Paranoia máxima tinha se juntado à minha rotina. O tempo todo eu olhava em volta, procurando um homem com a descrição do Caçador da Tempestade. Nunca saia de casa sem a arma de choque que Jack me deu, nem sem o celular. Eu não queria ter que usá-los, mas estava presa nessa situação.

Enquanto isso, não havia sinal do meu Doutor. Ele ainda estava na sua busca pelo Mestre. Me perguntei o aconteceria se ele cruzasse com o Caçador da Tempestade. O pensamento me deixou assustada.

***

—Só queria um sinal. Algo simples. Uma ligação, ou um vislumbre da TARDIS deslizando entre as estrelas. Custava dar um sinal?

—Talvez eu esteja ocupado. -O Doutor Imaginário disse, sentado ao meu lado na areia. -O Mestre não é fácil de capturar. Talvez não tenha tempo de avisar você.

—Eu sei. Só queria saber se está bem. Se... Se está...

—Vivo. Seguindo a lógica... Eu estou. Ou o Caçador da Tempestade não existiria.

—Esse é outro de quem não tenho sinal. Jack não apareceu mais. Talvez... Não haja mais perigo.

—Você sabe que está mentindo pra si mesma, não sabe?

—Sim. E pirando, também. Você não é real, mas continuo te vendo e conversando com você.

—Por que está apaixonada por mim.

—Não!-Duas senhoras passaram por mim, me olhando como se eu fosse doida. O Doutor Imaginário riu. -Não estou apaixonada por você. Ou pelo Doutor real.

—Está sim...

—Cala a boca. E suma daqui.

—Tudo bem. -Desapareceu.

Suspirei e me inclinei para trás, sentindo o calor do sol e o vento fresco que vinha do mar.

Eu não conseguia ficar muito tempo em casa, fingindo que estava ótima, e meus pais se policiando para não falar do Doutor, ou Alana me incomodando de cinco em cinco minutos pra me fazer esquecer dele.

Não tinha muito o que fazer em Itapoá, e eu passava boa parte do tempo andando na praia e circulando pelas lojinhas.

Estava com saudade de entrar na TARDIS, ansiosa pela aventura da vez, e sair dela esperando pela próxima.

***

Revirei minhas coisas, procurando pelo livro Como eu era antes de você e sentei na rede, na garagem de casa, para ler. Eu mal tinha começado quando Alana apareceu, um geladinho de laranja em mãos, e um olhar crítico.

—Que foi?-Perguntei.

—Você não cansa de ficar entediada?

—Que?

—Está parecendo aquelas mocinhas chatas de filmes, esperando pelo Príncipe Encantado vir ao seu encontro e aí fingir que tem uma aventura, quando na verdade é secundária na própria história. Eu sei que você está apaixonada por aquele magrelo esquisito do Doutor, mas não precisa ficar aí esperando por ele feito uma estátua.

—Alana, você bebeu perfume de novo?

—Eu estou falado sério. Vá ter suas próprias aventuras. Saia e faça... Algo divertido, ou seja lá o que for que jovens façam.

—Definitivamente bebeu perfume de novo. -Arrancou o livro da minha mão.

—Vai, Kali! Vai fazer alguma coisa!

—O que você quer que eu faça? Saia por aí procurando aliens?

—E por que não? Você não pode ficar o tempo todo aí numa poça de tédio.

—Então tudo bem. -Fiquei de pé. -Quer ir na sorveteria e depois alugar uns filmes no centro?-Sorriu.

—Com certeza!

Alana era boa em me arrumar coisas pra fazer. No dia seguinte, me fez levá-la até a praia pra nadar e conseguiu fazer uns amigos surfistas, por que, de acordo com ela, todo mundo devia surfar pelo menos uma vez na vida. Além disso, convenceu um dos caras da minha idade a me dar uma aula básica sobre surf, mesmo comigo tentando escapar.

Caramba, eu realmente subestimei a pestinha.

Depois de passar praticamente o dia todo na praia, e de eu ter surtado e dito que se não fôssemos logo pra casa íamos morrer de hipotermia, nós deitamos nas redes, apenas aproveitando o silêncio. Nossa rua não era movimentada, e nem era a principal. A maioria dos nossos vizinhos eram mais velhos, mas de vez em quando música alta vinha de alguma casa próxima.

Alana teve que dar uma pausa nos estudos, mas nossos pais ainda estavam trabalhando. A imobiliária onde minha mãe trabalhava tinha uma filial na cidade e meu pai conseguia fazer seus negócios (compra, venda e troca de carros e afins) tranquilamente.

—Você e o Doutor brigaram?-Lana perguntou, se balançando.

—Não, claro que não.

—Você não disse por que ele deixou você. -Fechei os olhos. Eu lembrava de cada segundo daquele dia. Do modo como tremia de frio e como o Doutor explicou daquele jeito rápido dele o por que precisava ir.

—Ele tinha algo pra fazer. E não podia me levar.

—Por que era perigoso?

—Exatamente. Eu me machuquei naquele dia. Ele não queria que acontecesse de novo.

—Ele gosta de você.

—Amigos gostam uns dos outros.

—Mas você está apaixonada por ele.

—Claro que não! Por que todo mundo diz isso?

—Todo mundo quem?-Suspirei.

—Deixa pra lá.

—Você tem medo do Caçador da Tempestade?-Olhei pra ela.

—Você tem?

—Tenho medo de que ele pegue você, por que você é amiga do Doutor.

—Bom... Não temos certeza de que ele virá.

—Se não tivéssemos, não teríamos vindo pra cá, e você não andaria com aquela arma.

—Não quero ser negativa, mas também não posso arriscar. Jack acredita que ele virá. Só podemos esperar. Esperar e torcer que o Doutor que vier até nós seja o meu maluco de terno, tênis e cabelo legal.

—E se não for?

—Se não for... Bem... Então a princesa terá sua própria aventura perigosa pela frente.

***

Alana e eu pegamos um ônibus naquela tarde, para ir ao centro. Ela queria ir em uma das lojinhas comprar materiais para desenho e um novo caderno. A desenhista da família estava inspirada.

Passamos na sorveteria mais próxima, então pegamos o ônibus para voltar para casa.

Me sentei nos fundos, sozinha, já que Lana achou, nas palavras dela, uma “colega de praia” e parou para conversar com ela. Eu podia vê-las de onde estava, rindo e comentando sobre coisas aleatórias.

Olhei pela janela, me sentindo um pouco solitária. Às vezes, do nada, sentia saudade do Doutor e das aventuras com ele. Minha mãe sempre diz que sou nostálgica demais. Bom, ela está certa.

Distraída com esses pensamentos, demorei a notar que o ônibus tinha parado, e que o clima de rotina comum tinha substituído por algo diferente, algo que eu não sabia identificar. Olhei em volta, então descobri a razão daquilo.

O Caçador da Tempestade estava lá.

Era ele, sem dúvida. A descrição batia exatamente com a dada por Jack e a vidente de Eldamar. Eu podia ouvir a voz dela na minha cabeça. “Ele vai te encontrar. Não importa onde se esconda”.

Fiquei de pé. Todo no mundo no ônibus tinha se calado, como se soubesse que havia algo errado.

—Você sabe quem eu sou. -O Caçador disse. Eu não conseguia imaginar o meu Doutor no lugar dele.

—Sei. -Assentiu.

—Ótimo. Então pode me dizer onde está o Doutor. -Não respondi. O Caçador tirou uma arma do casaco, apontando para Alana. Dei um passo involuntário para frente. -Onde. Está. O. Doutor?

—Por favor, ela é só uma garotinha...

—Responda a pergunta, Kaliane.

—Por favor, por favor, não a machuque...

—Onde está o Doutor?-Gritou. Me escolhi. Alana estava apavorada, e eu também. Me aproximei lentamente, a mão dentro da bolsa. O Doutor Imaginário, lá na frente, fez um gesto me incentivando.

—Vou dizer onde ele está. -Sussurrei. Estava muito perto agora. Peguei a arma de choque. -O Doutor é você.

Ele arregalou os olhos, e segundos depois a arma estava encostada em seu peito, atingindo-o com força total. O Caçador da Tempestade foi nocauteado.

Eu nem lembro de ligar para a Torchwood, e mal lembro o que houve depois. Só sei que em pouco tempo a equipe chegou, afastando os curiosos e lidando com a situação como se fizessem isso sempre.

—Senhorita Silva?-Ergui a cabeça. Estava sentada ao lado do Caçador da Tempestade, e nem vi a garota se aproximar. Ela era alta, de cabelos escuros e lisos. A roupa, desde a touca até as botas de combate, era preta. -Sou a agente Idris. Estou liderando essa missão.

—Você não é... Muito jovem?

—Sou a pessoa perfeita para lidar com essa situação. Gostaria que acompanhasse o agente Jones, para contar o que houve. -Se abaixou ao lado do Caçador, virando-o e algemando seus pulsos.

—O que vão fazer com ele?

—Prendê-lo. E encontrar uma maneira de trazer o Doutor de volta. -Olhou pela janela. -Owen, se eu ver você flertando outra vez enquanto está trabalhando, eu te chuto daqui até a Cardiff do futuro!

—Eu não vou receber ordens suas, Harkness!-O homem gritou de volta.

—Me desafie pra ver! Eu faço você se arrepender! Agora volte ao trabalho!-Revirou os olhos. -Homens.

—Ele te chamou de Harkness. -Comentei. -Você tem algum parentesco com o Jack?

—Spoilers! Agora, será que pode ir falar com Ianto? Não temos o dia todo.

—Eu posso ir com vocês? Por favor.

—Não tenho certeza se deveria... Meu... Digo... Jack disse para levarmos apenas o velhote pra base. Mais ninguém.

—Não vou atrapalhar, juro. Por favor, agente Idris. -Suspirou.

—Tudo bem. Mas apenas por que precisamos do seu depoimento. E precisamos dar o fora o quanto antes.

Dez minutos depois, Alana estava em casa, e eu numa van, com toda a equipe Torchwood que havia aparecido. Eu os conhecia da última vez em que os vi em Budapeste (Ianto, Gwen, Toshiko e Owen). Jack não estava presente, assim como a agente Ametista, que eu não conhecia. E Idris, a mandona e estranha Idris, havia entrado recentemente na equipe, pelo que pude entender. Ela não devia ter mais de vinte anos, mas tinha algo nela que mostrava ao contrário. Alguma coisa na misteriosa Idris Harkness chamava a atenção. Mas eu mal conseguia pensar nisso, e sim no homem que estava na parte de trás da van, inconsciente.

—Quanto tempo Tis disse que ele vai ficar apagado?-Owen perguntou. Idris não tirou os olhos do celular que segurava.

—Cinco horas. O suficiente para chegarmos na base e prepararmos a Nova Pandorica. Depois podemos levá-lo até 2030. E você, senhorita Silva, -Interrompeu, assim que abri a boca. -não irá conosco.

—Eu nem sei por que estamos trazendo-a. Jack disse pra não trazer...

—Eu sei o que ele disse. Mas lembre-se de quem está comandando essa missão. -O encarou. -Eu preciso fazê-lo repetir?

—Não... -Idris ergueu uma sobrancelha. -... Senhora.

—Ótimo. Toshiko, temos certeza de que a memória das testemunhas foi apagada?

—Sim. -A mulher respondeu. -Menos a de Alana Silva.

—Tosh!

—Achei que era desnecessário. E nós não damos pílulas para... -Se calou. Idris pareceu ter entendido.

—Discutimos isso mais tarde. Owen, verifique se os corações do Doutor estão batendo normalmente... Gwen, mande ao Jack o status da missão...

Parei de ouvir, olhando pela janela. Tudo tinha acontecido rápido demais.

A base temporária da Torchwood ficava num lugar bem afastado. Uma longa e estreita estrada de chão levava até um galpão grande no meio do nada.

Owen e Ianto levaram o Doutor para dentro, enquanto Toshiko verificava os sistemas dos aparelhos que eles tinham levado e Gwen dava uma olhada em volta, para garantir que não teríamos intrusos.

Idris ficou ao meu lado o tempo todo, o olhar sempre atento. Ela me lembrava as guerreiras de Marte 002, e o pensamento me fez lembrar de algo: eu já tinha visto a garota. Havia um retrato dela no Instituto Joanne Watson.

A garota me guiou através de algumas salas no galpão, e eu tive um vislumbre da TARDIS num canto.

—Como vocês a trouxeram?-Perguntei.

—Fácil. Eu a pilotei até aqui. -Franzi a testa.

—Como?

—A TARDIS me ensinou. Ela ensina todos os seus... -Parou, parecendo ter percebido algo, então a frase morreu.

—Idris!-Ianto gritou, aparecendo no corredor. -Temos um problema... O Caçador da Tempestade acordou.

—Quanto tempo se passou desde que ele ficou inconsciente?-Olhou pra mim.

—Eu não sei. -Respondi. -Uma hora?

—Merda, mãe. -Murmurou, se apressando até a sala onde Owen estava mexendo em anotações. -Você sabia que ele estava acordando?

—Você não precisa gritar, Idris. -Avisou. -Já estamos nervosos o suficiente.

—Eu quero o Caçador inconsciente agora mesmo. Ele precisa estar apagado para a transferência.

—Nós sabemos disso. Mas não vamos à lugar algum sem energia. Estamos off-line.

—O que? Que merda é essa agora? Ianto, ajude Toshiko a nos deixar online. Owen, arrume algo para apagar o Caçador o mais rápido possível e por muito tempo. E alguém mande a Gwen ficar de guarda. Podemos ter mais problemas chegando.

Os agentes se afastaram, cada um indo cumprir suas missões. Idris parecia estar com a mente à todo vapor. Eu já tinha visto aquele olhar antes, aquele de “Eu sou de uma inteligência muito superior e estou sendo inteligente”. O Doutor tinha esse olhar às vezes.

—Me deixe falar com ele. -Pedi. Idris me encarou como se eu fosse doida.

—Fora de questão. Ninguém pode falar com ele durante a operação toda.

—Me dê cinco minutos!

—Não. E se insistir eu vou usar aquela arma de choque em você.

—Idris, se você conhece o Doutor, e eu sei que conhece, sabe que ele vai escapar a qualquer momento. Me deixe falar com ele. Eu posso distrai-lo. Ou qualquer coisa assim.

—Certo. Cinco minutos. Mas se ele te matar, eu volto no tempo e te dou uma surra. -Apontou para uma porta no fim do corredor. -Ele está lá. Boa sorte.
***

Eu não tinha um plano. E se tivesse, sei que ele teria evaporado no instante em que coloquei os olhos no Caçador da Tempestade.

Ele estava preso numa cadeira pelos pulsos, tornozelos e tronco. Mas a expressão em seu rosto mostrava tranquilidade.... E uma pitada de tédio. Aquele, ele achava, era um desafio fácil demais. Já tinha um plano de fuga, mas estava esperando por alguma coisa. Essa parte me preocupava. O Caçador da Tempestade era isso, um caçador. E tudo no seu caminho era uma possível próxima presa. Incluindo eu.

—Você lembra o que eu disse no ônibus?-Perguntei, parando numa distância segura.

—Você disse que eu sou o Doutor.

—E acredita em mim?

—Acredito que esteja certa. Mas não que seja digna de confiança. Eu não me lembro de você.

—Do que você lembra?

—De nada.

—Então lembre-se de mim.

—Você pode ser uma armadilha. Uma falsa amiga implantada para mentir. Eu não confio em você. -Parei, pensando.

—Uma vez, num momento de conversa aleatória, você disse que pode ver dentro da cabeça das pessoas. -Me aproximei. -Veja dentro da minha. Veja que pode confiar em mim.

—Solte meus braços. -Permaneci onde estava. -Ou eu não devo arriscar confiar em você?-Lancei um olhar para a porta. -É só girar as travas nos meus pulsos. Eu não posso me soltar sozinho, as travas não funcionam ao meu toque.

Hesitei, mas talvez fosse minha única chance de trazer o Doutor de volta. Me aproximei mais um pouco e girei as travas. Elas estalaram e se abriram. O Caçador estendeu as mãos, segurando meu rosto.

Eu não sabia o que ele ia ver, nem o que pensaria disso, apenas fiquei em silêncio, esperando que minhas memórias fossem dignas de confiança.

O Caçador da Tempestade me soltou. Recuei, esperando.
—E então?-Perguntei. Ele não respondeu, apenas alcançou as outras travas, girando-as e se soltando. Arregalei os olhos.

—Regra número um: o Doutor mente.


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Notas finais do capítulo

A cena do Caçador da Tempestade aparecendo atrás da Kali num ônibus surgiu num sonho meu e eu achei que devia colocar na história mesmo que seja bem estranho kkkkk
Fato curioso: Minha irmã, que me inspirou para criar a personagem Alana, bebeu perfume quando era bem pequena kkkk Ela diz que não, mas eu ainda acho que bebeu. Nicole, se você estiver lendo isso, não me mate!
Idris será protagonista de uma história de mesmo nome, é a última da série Universo, após a fanfic Ametista. E sim, vocês vão saber (não aqui) qual é a dela com o Jack.
A Torchwood tem pílulas que apagam seletivamente a memória, era disso que Idris e Tosh estavam falando.
Sim, a Nova Pandorica foi inspirada na Pandorica original, que devia prender o Doutor. A segunda versão foi feita especialmente para o Caçador da Tempestade.
Yes, o Caçador chegou e agora está solto... O que será que vai acontecer?
Até o próximo capítulo... Que tem mais treta pela frente!



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