How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 22
Capítulo 22 - Lembranças Esquecidas


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?
Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Vinte e Dois - Lembranças Esquecidas



Sakura Haruno

 

No dia seguinte à noite na churrascaria, eu fui trabalhar cedo e tive que aturar uma Ino eufórica e, ao mesmo tempo, nervosa por não ter contado antes do namoro e uma Tsunade curiosa no meu pé, querendo saber das novidades.

Por sorte, o hospital estava cheio, então, elas não puderam ficar muito tempo de conversa comigo, precisávamos trabalhar.

Quando o dia chegou ao fim e, consequentemente, o meu plantão, eu agradeci à Kami. Estava exausta pelo trabalho e só queria cair na cama.

Quando pisei na recepção na hora de ir embora, meu coração acelerou, e minha respiração ficou descontrolada ao ver que Sasuke estava lá, esperando-me.

 Desde quando nos beijamos pela primeira vez, eu ficava assim na maioria das vezes que o via e, quando começamos a namorar, eu não conseguia mais controlar esses sentimentos. Era diferente demais tudo isso.

Notei os olhares das enfermeiras sobre ele, elas estavam, praticamente, comendo Sasuke com os olhos, o que fez minha vergonha e ansiedade passarem e darem lugar a um pouco de raiva, o que, de certa forma, me trouxe à realidade.

Dei alguns passos para dentro do cômodo, e ele me notou. Nossos olhares se encontraram, e percebi um sorriso de canto se formando em seus lábios, mas Sasuke estava estranho, parecia preocupado.

Aproximei-me.

— Tudo bem, Sasuke?

— Não... Eu preciso falar com você. Venha, vamos dar uma volta.

— Tudo bem.

Entrelacei nossas mãos para mostrar que estávamos juntos e olhei para o lado, encontrando as enfermeiras e a recepcionista surpresas, os olhos estavam arregalados, e os corpos, imóveis.

Sasuke apenas sorriu de canto enquanto saíamos do prédio.

— Ciumenta.

— Olha quem fala. — retruquei, afinal, ele era mais ciumento do que eu.

Sasuke sorriu com as minhas palavras, mas logo seu semblante voltou à uma seriedade fora do comum.

— O que você queria falar comigo? — perguntei, curiosa e preocupada.

— Os renegados voltaram a agir. Começaram com a Grama.

Arregalei os olhos.

— A Grama faz fronteira com o país do Fogo, temos que ajudar.

— Já mandamos ajuda para lá, mas não era sobre isso que eu vim falar exatamente.

Arqueei as sobrancelhas, confusa.

— Então, é sobre o quê, Sasuke?

O Uchiha respirou fundo antes de explicar:

— Takeshi está começando a agir e algo me diz que ele sabe das coisas que acontecem na aldeia. Você não se lembra do que aconteceu enquanto estava sem memória, e ele pode se aproveitar disso. — fez uma pausa, seu olhar estava mais sério que o normal. — Quero que tome cuidado, Sakura, não fale com estranhos, nem sequer olhe nos olhos de estranhos, pode ser o Takeshi e ele possui um doujutsu.

— Sim, eu sei. — assenti. — Vou tomar cuidado.

— Ótimo. — Sasuke suavizou um pouco a expressão facial. — Vamos comer alguma coisa, depois, eu te levo em casa.

Assenti, e seguimos para o restaurante mais próximo.

— Você está reformando o distrito Uchiha? — perguntei assim que sentamos à mesa.

— Sim, está quase pronto. 

Sorri com a notícia.

— Estou ansiosa para ver como vai ficar.

— Será a primeira. — Sasuke sorriu de canto, e, em seguida, finalizamos a conversa com a chegada da garçonete para anotar nossos pedidos.

 

. . .

 

O dia do casamento de Naruto chegou, e eu saí bem mais cedo do trabalho para arrumar-me, precisava de um tempo para descansar e ficar devidamente pronta, pois havia trabalhado demais nos últimos dias.

Vesti um quimono rosa que comprei na semana anterior, cujas mangas e barras tinham detalhes vermelhos, assim como a faixa rosa na cintura, e que ia até um pouco acima dos joelhos, e calcei minhas sandálias pretas, cujo salto era médio e fino. Caminhei até o espelho, onde, observando meu reflexo, passei uma maquiagem de leve no rosto, a qual deixou-me mais bonita e realçou meus olhos verdes. Joguei meus cabelos de lado, prendendo-os com um arranjo prateado e deixando o Byakugou aparecer.

Sorri ao ver o resultado. Eu estava linda realmente.

Como não vi Sasuke esses últimos dias devido aos nossos trabalhos — pelo que parecia, ele estava ocupado com a questão do último ataque dos renegados, que foi contra a aldeia da Grama — e não combinei de encontrá-lo em algum lugar para irmos juntos ao casamento, decidi ir sozinha.

Mas, para a minha surpresa, Sasuke estava esperando-me, do lado de fora, escorado em uma árvore.

— Não sabia que estava aqui. — sorri ao aproximar-me e depositei um selinho demorado em seus lábios.

— Está linda. — ignorou minha fala e elogiou-me.

Fiquei corada na hora, ainda era estranho e diferente ter Sasuke elogiando-me e fazendo tudo isso.

— Vamos? — perguntou, e eu assenti.

Logo, seguimos pela rua, até chegarmos à entrada do distrito Hyuuga. Não demorou para identificarmos onde ficava o salão em que o casamento seria realizado, pois havia algumas pessoas do lado de fora.

Entramos no salão devagar e lado a lado, e os olhares de várias pessoas se voltaram para nós. Senti-me um pouco desconfortável com isso, já Sasuke nem ligou, continuava indiferente. O local estava cheio, havia muitos ninjas e de diferentes aldeias — ainda bem que o salão era grande —, mas não tive dificuldade em localizar Ino.

Naruto estava no altar, usando um quimono preto amarrado com uma faixa laranja. Por que sempre tinha que ter algo laranja na sua roupa?

Fomos até ele em passos lentos.

— Por que está com essa cara, Naruto? Está com medo da Hinata cair na real e desistir? — Sasuke zombou.

Revirei os olhos e dei um leve tapa no ombro do Uchiha, repreendendo-o.

— Não deixe-o mais nervoso do que já está!

Naruto sorriu fraco com a minha atitude.

— Tudo bem, Sakura-chan, eu sei que o Sasuke só está querendo me irritar, e a Hinata me ama.

Sorri, feliz. Eu sabia do tamanho do amor daqueles dois e que esse casamento era muito importante para ambos.

— Eu sei, idiota, só estava querendo te irritar mesmo… E parabéns pelo casamento.

Naruto e eu nos viramos para ele, surpresos pelas palavras que saíram da boca do Uchiha e, depois, um sorriso de canto.

— Obrigado, Sasuke. — Naruto sorriu abertamente, visivelmente mais calmo.

Em seguida, Hanabi passou pela entrada do salão, fazendo sinal de que era hora da noiva entrar. Cada um foi para seu lugar e, imediatamente, escutamos uma música tocar ao fundo.

— Fique calmo, Naruto, vai dar tudo certo. — sussurrei e sorri.

E ele pareceu entender, pois sorriu e virou-se para a porta.

Quando a noiva apareceu na porta, todos se viraram para olhá-la. Hinata estava linda com um quimono longo de seda branca, com detalhes dourados nas mangas e na faixa branca na cintura. Ela usava uma coroa de margaridas nos cabelos pretos azulados soltos e uma leve maquiagem no rosto, que destacava seus olhos perolados.

Ela caminhou devagar ao lado de seu pai, Hiashi, até o altar, onde Naruto se encontrava emocionado ao vê-la entrando no salão. Hiashi cumprimentou o noivo e afastou-se, deixando apenas o casal e o senhor de idade no altar.

Imediatamente, os noivos se colocaram lado a lado, e a cerimônia tão esperada começou.




. . .




Sasuke Uchiha

 

Kotaro entrou na minha sala, falando que a aldeia da Grama estava sob ataque de renegados, um exército de ninjas.

Como a Grama fazia fronteira com o país do Fogo, fui até a torre do Hokage falar com o Kakashi sobre a situação. Ele concordou com a minha sugestão, então, selecionei alguns ninjas bem habilidosos do esquadrão dois e falei com aquele esquisito do Sai, que também selecionou ninjas de seu esquadrão.

Os shinobis de Konoha seguiram para a Grama, e eu fiquei pensando em uma coisa: e se Takeshi quisesse fazer isso para chamar a nossa atenção para a Grama enquanto agia aqui na Folha?

Sakura. Foi só no que consegui pensar na hora, porém nada lhe aconteceu — o que eu agradecia —, além de não ter ocorrido nada suspeito em Konoha.

Os dias se passaram rapidamente, e, logo, o casamento de Naruto chegou. Era estranho estar no meio de tanta gente naquele salão, mas eu precisava estar ali para o meu amigo e estava feliz por ele também.

Quando a cerimônia acabou, todos seguiram para o salão ao lado, onde estava cheio de mesas e enfeites, para festejar a união do casal. Ao adentrarmos o local, tiramos várias fotos com os noivos — eu, realmente, não entendo até hoje o porquê de termos precisado tirar tantas.

Havia muitos ninjas de outras aldeias, como aquele cara esquisito, o jinchuuriki do Hachibi, Karui, Omoi, o quarto Raikage e o seu sucessor, Darui, todos eles da aldeia da Nuvem, em um canto, conversando com Tsunade.

Em uma mesa no outro lado do salão, estavam a quinta Mizukage, Mei Terumi, conversando com o terceiro e a quarta Tsuchikage, Ōnoki e Kurotsuchi, e com Kakashi. No centro, estavam Gaara, Temari e Kankurō dando os parabéns aos noivos, ao lado de Shikamaru, Ino e Sai.

— Sakura-chan! — Naruto gritou assim que nos aproximamos.

Os olhares dos ninjas da Areia se voltaram para mim e Sakura, e notei a expressão surpresa de Gaara e Temari ao nos ver de mãos dadas.

— Oi, Naruto, Gaara-sama. — fez uma pequena reverência em cumprimento ao Kazekage. — Temari, Kankurō. — sorriu e, em seguida, acenou para os amigos ao lado, assim como eu.

Os três ninjas da Areia cumprimentaram-nos em uníssono e, imediatamente, conversas aleatórias surgiram, até Naruto sugerir irmos para uma mesa. Os conhecidos decidiram juntar algumas mesas e sentamos todos juntos. Eles conversavam sobre a aldeia, a situação com os renegados e sobre missões recentes. Como eu estava por dentro do assunto, falei algumas poucas coisas.

 Mas, do nada, o assunto mudou. Eles começaram a falar sobre a vida deles, e eu fiquei em silêncio. Aquilo era muito chato.

Comemos algumas coisas e bebemos várias bebidas, inclusive saquê — o que Sakura adorou.

Após alguns minutos, olhei para ela e vi que possuía as bochechas um pouco coradas, além de sua voz já estar um pouco alterada pelo álcool. Ela havia tomado quatro copos de saquê — pelo que eu tinha contado — e estava colocando o quinto enquanto eu ainda estava bebendo o primeiro copo.

— Não acha que está exagerando no saquê? — perguntei baixo ao me aproximar de seu ouvido.

— Acho que um pouco. — concordou, a voz estava um pouco embolada.

Sorrindo de leve e com as bochechas vermelhas, ela deixou o copo de lado, e permanecemos por lá mais algum tempo. Quando ficou tarde, fomos embora da festa, já que grande parte dos convidados já havia feito o mesmo. Despedimos de Naruto e Hinata e fomos embora.

Hora ou outra, eu apoiava Sakura, que desequilibrou do salto algumas vezes enquanto andávamos pela rua. Foi engraçado vê-la bêbada, era a primeira vez que a via assim, e a cena não combinava nada com ela.

Ajudei-a a abrir a porta de casa quando chegamos em frente à residência, pois estava difícil para ela encontrar o buraco da fechadura, em seguida, auxiliei-a a subir os degraus da escada que levava para o andar de cima.

Assim que entramos em seu quarto, ela jogou-se na cama, exausta e retirou as sandálias. Sorri ao vê-la e peguei um cobertor para cobri-la, fazendo-a abrir um sorriso ao olhar-me.

— Boa noite. — falei e fiz menção de afastar-me dela e ir embora, mas parei ao ouvir sua voz ainda um pouco embolada.

— Dorme aqui comigo, Sasuke-kun? — ela perguntou, e não sei por qual motivo eu fiquei mais surpreso.

Se era por ela ter pedido para dormir com ela ou por ter me chamado de “Sasuke-kun”.

— Eu preciso ir.

— Por favor. — ela fez um bico, e eu dei uma curta e baixa risada.

Só ela mesmo para conseguir me convencer a fazer qualquer coisa.

— Tudo bem, mas, amanhã, tenho que levantar cedo para trabalhar.

Deitei-me ao seu lado, ajeitando-me embaixo das cobertas, e ela repousou a cabeça sobre meu peito.

Do jeito que estávamos, eu conseguia sentir o cheiro de cereja que seus cabelos emanavam perfeitamente, mas quem estava reclamando?




. . .



Sakura Haruno

 

O dia já começou bem, afinal, quando acordei, deparei-me com Sasuke ao meu lado. Eu sei que apenas dormimos, mas era maravilhoso dormir em seus braços e acordar já sentindo o cheiro amadeirado que ele possuía.

Nós dois tínhamos que trabalhar, por isso, levantamos cedo e combinamos de nos encontrarmos na hora do almoço. Quando saí do hospital ao meio dia, Sasuke já vinha no fim da rua e, em questão de segundos, o Uchiha já estava ao meu lado.

Dei um selinho nele em cumprimento e seguimos juntos até o restaurante, que não ficava muito longe dali.

Chegando lá, avistei todos os nossos amigos em uma grande mesa, junto com o Kazekage, Temari, Kankurō, Karui, Omoi, Kurotsuchi e Killer Bee.

Virei-me para Sasuke.

— Tem lugar naquela mesa, tudo bem se formos nos sentar lá?

Ele alternou o olhar de mim para a mesa e vice-versa, concordando com um aceno. Nos aproximamos do pessoal e cumprimentamos — eu sorrindo, e Sasuke acenando —, e recebemos sorrisos e acenos de volta.

Notei os olhares de Karui, Omoi e Bee para o Sasuke, eles ainda tinham ressentimento por ele, não esqueceram o dia em que ele tentou capturar o Killer Bee para a Akatsuki adquirir o Hachibi anos atrás.

— Podemos nos sentar com vocês? — perguntei.

— Claro, Sakura-chan! — Naruto falou, sorrindo e apontando duas cadeiras ao lado de Shikamaru. Sasuke sentou-se na ponta e eu, entre ele e o Nara.

Entre Temari e Shikamaru havia uma garotinha de aproximadamente três anos, Mirai, filha de Kurenai e Asuma.

Ela estava tão grande e fofa.

— Oi, Mirai, como está?

A menina sorriu.

— Bem, Sakura-sensei.

Eu adorava quando ela me chamava assim, era tão fofo. Vi Sasuke ficar confuso.

— Essa é Mirai Sarutobi, filha do Asuma e da Kurenai, e Mirai, esse é Sasuke Uchiha. — apresentei os dois, e a menina sorriu abertamente para Sasuke antes de voltar a olhar para mim.

— Ele é o seu namorado, não é, Sakura-sensei? — ela perguntou, deixando-me sem graça.

— Como você sabe? — minhas bochechas estavam um pouco avermelhadas com certeza.

— Quem não sabe, sensei?

Com certeza, agora, eu estava ainda mais vermelha. Essa garotinha não tinha só três anos, não é possível.

— Você tem bom gosto, Sakura-sensei.

Como fazer para não ficar vermelha? Sério, estou precisando aprender.

Olhei para o lado e vi que Sasuke estava normal. Ele precisava me ensinar como esconder tão bem as emoções.

— Vocês descobriram mais informações sobre esse tal Takeshi? — Gaara perguntou, mudando de assunto.

E eu o agradeci internamente, pois estava difícil sentir os olhares de todos em mim.

Naruto e eu olhamos para o Sasuke nesse instante, pois era ele que estava por dentro de tudo.

— Não, a única coisa que sabemos é que ele pode controlar as pessoas, além de entrar e sair da barreira em volta da aldeia sem ser detectado. — pela primeira vez naquela mesa, a voz de Sasuke foi ouvida.

— Controlar? Como? — Temari perguntou, atenta à conversa, assim como todos os outros.

— Acredito que ele possua um doujutsu capaz de fazer isso. — o semblante de Sasuke estava sério.

— Como soube disso? — Kurotsuchi perguntou.

— É que eu fui controlada por ele.

Todos os olhares se voltaram para mim. Meu semblante estava sério e eu sentia raiva só de lembrar. Se eu encontrasse com esse tal Takeshi de novo, faria questão de quebrar a cara dele.

— Ele aproveitou que eu estava com amnésia para se aproximar e me controlar para tentar matar o Sasuke.

Os olhos de todos, exceto meus amigos, que já sabiam do acontecimento, se arregalaram.

— Mas como você sabe que não está mais sob o controle dele? — Gaara perguntou seriamente.

— Sakura estava totalmente diferente quando era controlada, parecia até outra pessoa, e isso já faz muito tempo. — Sasuke respondeu. — Mas tem algo me intrigando…

— O quê? — Naruto perguntou.

— Quando tentei pará-la, usei um genjutsu do Sharingan, e ela desmaiou, mas Sakura é forte contra genjutsu, e o que eu usei era bem fraco. Depois que ela acordou, já era ela mesma. — disse, e todos prestavam atenção, tentando entender aonde Sasuke queria chegar. — Quando fomos a uma missão na Nuvem, Karin, Suigetsu e Juugo nos atacaram e também estavam estranhos. Há pouco tempo, eles vieram me falar que Takeshi os controlou como fez com a Sakura. Na nossa luta, eu também usei um genjutsu do Sharingan neles, que desmaiaram em seguida.

Todos ficaram pensativos, juntando os pontos.

— Você está querendo dizer que o Sharingan pode quebrar o jutsu? — Shikamaru perguntou.

— Exatamente. — Sasuke concordou. — E tem mais. Seria muito mais fácil me controlar em vez de controlar a Sakura e fazê-la me matar.

— Está dizendo que…

— Que ele não pode te controlar. — interrompi Gaara, concluindo.

E Sasuke assentiu com a cabeça.

— Se for, será muito útil. — completou Kankurō.

— Sim. — Gaara concordou, porém não conseguimos conversar mais sobre o assunto, pois um ninja da Anbu entrou correndo no restaurante e foi até perto do Sasuke.

— Sasuke-sama, um grupo grande de renegados invadiu o lado oeste da vila. — todos se levantaram na mesma hora.

— Como? — Naruto perguntou, nervoso.

— A situação está bem feia. — o ninja completou.

Imediatamente, todos nós corremos para a saída.

— Vou levar a Mirai até Kurenai, já volto. — Shikamaru falou e, segundos depois, já estava pulando pelos telhados com a garotinha no colo.

Todos nós seguimos para o lado oeste de Konoha e, quando chegamos lá, nos surpreendemos com o tamanho da destruição naquela parte da vila.

Havia muitas casas destruídas, muitas pessoas e shinobis feridos, fogo espalhado para todo o canto, e renegados lutando com os ninjas da Folha.

A situação já estava complicada, mas eles conseguiram complicar mais. Dois renegados invocaram dois animais, um leopardo e um dragão.

O leopardo começou a derrubar casas com as patas e o rabo enquanto o dragão soltava rajadas de fogo em tudo. Tínhamos que resolver isso logo, senão muitas pessoas iriam morrer. Sasuke me olhou nos olhos, e eu entendi o que ele queria dizer, depois, encarou Naruto, que balançou a cabeça em concordância.

Nós nos entendíamos com apenas um olhar.

— Kuchiyose no jutsu! — gritamos em uníssono, e uma grande cortina de fumaça surgiu.

Assim que a fumaça branca se dissipou, pudemos ver a grande Katsuyu, o Aoda e o Gamakichi.

— Sakura-chan!

— Katsuyu, temos que ser rápidas, há muitos feridos.

Ela assentiu, já sabia o que fazer, então, dividiu-se em mini fragmentos e foi em direção a todos os feridos enquanto eu permaneci em cima de uma versão menor da lesma, enviando meu chakra para a Katsuyu usar.

— Naruto, o que foi? — Gamakichi perguntou ao ver a situação da aldeia.

— Não temos tempo para explicar. Vamos detê-lo. — Naruto disse, já apontando o dragão.

— Cuidado com o fogo. — Sasuke avisou.

— Eu sei!

Naruto foi para cima do animal, e Sasuke apontou o leopardo para Aoda, indicando que era para ir atrás do bicho, o qual tentou atingir a cobra com a pata dianteira assim que a mesma aproximou-se, mas Aoda desviou e prendeu o leopardo.

No entanto, eu não consegui ver o final da luta, pois um renegado apareceu.

Troquei golpes com o ninja, e ele era bom, mas eu sou melhor. Mais alguns minutos de combate, e ele foi nocauteado por um soco na barriga.

Olhei para o lado, e vi que os Kages presentes estavam concentrados em suas batalhas individuais com renegados, e Sasuke já havia finalizado o combate com o leopardo enquanto Naruto dava seu último golpe no dragão e o fazia sumir em uma nuvem de fumaça.

Vi que a situação estava se acalmando, então, me concentrei na cura de longa distância da Katsuyu. Não demorou para todos os feridos já estarem bem, então, deixei que a lesma sumisse e fui ajudar os outros por contra própria, pois alguns tinham cortes pelo corpo.

Tudo já estava sob controle, afinal, havia muitos shinobis poderosos ali na batalha.

A destruição na Folha foi bem grande, toda a região oeste havia sido destruída, mas, felizmente, houve poucas mortes.

Sasuke e Naruto se aproximaram de mim, assim como os outros ninjas mais próximos e falaram alguma coisa que eu não consegui entender, pois uma tontura tomou conta do meu corpo, talvez, consequência do esforço para curar todos agora ou do estresse nos últimos dias de trabalho.

Minha cabeça começou a pesar, e minha mente ficou perturbada.

 

— Como assim quem sou eu? — Sasuke perguntou.

— Eu não sei quem você é. Não te conheço.

— O que está acontecendo? — ele perguntou para Tsunade.

A loira estava com os braços cruzados e com uma expressão também preocupada no rosto, e com Ino não foi diferente. A Yamanaka estava de boca aberta e já derramava lágrimas.

— Sakura. — Tsunade aproximou-se de mim.

— Sakura? Quem é Sakura?"

 

Minha mente estava uma bagunça total.

 

— É uma linda noite, não é? — um homem alto, forte e com roupas escuras falou.

— Sim.

— O que faz aqui sozinha? — ele perguntou, olhando no fundo dos meus olhos.

Os seus eram tão verdes quanto os meus e possuíam um brilho intenso e calmo ao mesmo tempo.

— Estou pensando. — falei baixo, olhando para o chão. — Quem é você?

— Não se preocupe, somos amigos de infância. — sorriu terno. — Soube do que houve com você, Sakura, e eu sinto muito. Se eu puder ajudar em algo...

Sorri triste, abaixando a cabeça.

— Obrigada, mas você não pode me ajudar. Ninguém pode. — doía dizer aquilo, mas era a verdade. A volta das minhas lembranças só dependiam de mim. — Somos mesmo amigos?

Ele sorriu.

— Sim, somos sim. Convivemos juntos desde sempre, éramos bem próximos. Você, até mesmo, compartilhava segredos comigo. Desculpe não ter te visitado no hospital, mas estava em missão.

— Eu entendo. — sorri fraco. — Agora, me fale mais sobre esses segredos. Que segredos eu contava?

— Claro. — ele sorriu ainda mais, ajeitando-se no banco ao meu lado. — Os garotos que você gostava, os medos que sentia nas missões, as decepções e sentimentos que não revelava a mais ninguém e muitas outras coisas.

— E é tão ruim não lembrar de nada disso agora.

— Imagino. — o homem pousou a mão direita em meu ombro, dando-me forças. — Mas saiba que pode sempre contar comigo, está bem? Estarei sempre aqui para você.

— Obrigada. Você parece ser um grande amigo meu, desculpe-me por não lembrar-me de você.

— Não se preocupe com isso. E eu sei que recuperará a memória logo.

— Eu espero. — sorri fraco. — Qual o seu nome? Estamos falando aqui há minutos, e eu ainda não sei.

— Desculpa, devia ter me apresentado já que não se lembra. — sorriu sem graça. — Sou Takeshi. Takeshi Misaki.

 

Minha cabeça doía, meu corpo estava pesado. Eu ouvia Sasuke me chamar, mas não conseguia entender uma palavra sequer.

 

— Sakura, eu sinto muito por tudo, sinto muito mesmo, eu...

— Desculpe-me, mas do que você está falando? — perguntei, interrompendo-o.

Afinal, quem era aquele cara? E por qual motivo ele estava se desculpando?

Eu estava confusa.

— Como assim do que estou falando?

Eu podia ver a confusão em seu rosto pálido.

— Você não está sabendo, né? — disse após concluir o que estava acontecendo ali. — Eu perdi minha memória no último ataque à Konoha. — expliquei, e sua expressão foi de confusão à surpresa em segundos. — Pelo jeito que você veio falar comigo, eu diria que somos próximos, não somos?

Ele assentiu ainda surpreso, sentando-se ao meu lado no banco.

— Quem é você? — perguntei curiosa enquanto lhe observava de soslaio.

E minha surpresa foi grande ao ouvir sua resposta.

— Sou Yori Satoshi, seu namorado.

Eu estava perturbada. As vozes de todos se misturavam em minha cabeça.

 

— Preciso que você... — os intensos olhos verdes de Takeshi, em questão de segundos, ficaram em um tom dourado vivo. — Que você mate Sasuke Uchiha.

O silêncio reinou no parque enquanto Takeshi me observava.

— O que você fará? — perguntou, sorrindo.

— Eu irei matar Sasuke Uchiha.

 

Eu estava perdida em um turbilhão de sentimentos que me invadiam. As vozes dos meus amigos ficavam cada vez mais distantes.

 

— Foi ele.

— Ele quem? — perguntou Naruto.

— T-Takeshi. Foi o Takeshi.

 

As lembranças vinham e me confundiam mais, minha cabeça parecia que ia explodir com cada memória que voltava.

 

— O que pensa que está fazendo?

Era Sasuke.

Yori e eu nos distanciamos no mesmo instante, levantando-nos e olhamos para trás, encontrando uma expressão nada amigável no rosto de Sasuke.

— O que faz aqui? — Yori perguntou, e pude ver a raiva estampada em seu rosto.

Havia algo errado.

— O que você faz aqui? — Sasuke retrucou, dando ênfase na palavra você.

A raiva era evidente em seus olhos vermelho e roxo.

— Sasuke, o que está fazendo? — perguntei.

Eu já não entendia mais nada.

— Impedindo que ele se aproveite de você.

— O quê? — olhei para ele com os olhos arregalados.

— Não se intrometa, Uchiha! — Yori gritou, nervoso.

 

Cada lembrança, cada sensação, tudo estava voltando.

 

— Ino, o que você está fazendo? — gritei assustada, encarando a loira acima de mim e, depois, fitando a altura que estava do chão.

— Livrando-me de um problema. — Ino disse, um sorriso se destacava em seu rosto e, então, pisou nos dedos das minhas mãos, fazendo-me soltar a beirada e cair.

 

E com essa última lembrança, a qual fez meu coração doer, e minha mente ficar mais perturbada, caí numa escuridão profunda.




. . .



 

Sasuke Uchiha

 

— De onde saem tantos renegados? — Naruto perguntou quando controlamos a invasão, e grande parte da região oeste de Konoha estava destruída.

— Não sei, mas o número está cada vez mais alto. — respondi.

— Isso está ficando pior. — Gaara comentou, olhando ao redor.

E eu fiz o mesmo, olhei em volta, constatando o mesmo que ele. Estava cada vez pior. Meu olho Sharingan pousou, sem perceber, na garota de cabelos rosados parada próxima a mim. Vi perfeitamente que suas pernas bambearam, seus olhos perderam o brilho, e seu rosto ficou pálido.

Ela não estava bem, o que era estranho.

— Sakura. — chamei, e todos viraram para fitá-la, percebendo o mesmo que eu.

— Sakura-chan, você está bem? — Naruto perguntou, mas nada dela responder.

Sakura apenas fitava o nada, parecia que estava em um conflito interno.

— Sakura! — Ino e Tenten chamaram, mas ela não respondia e, então, seu corpo começou a ir de encontro ao chão.

Chamei-a mais uma vez quando a segurei nos braços antes que ela caísse no chão, porém Sakura não respondeu nada novamente.

Ela ficou assim por volta de dois minutos enquanto a chamávamos desesperadamente.

— É melhor levá-la para o hospital, lá, poderemos ver o que aconteceu melhor. — Ino falou, mas não foi preciso, Sakura começou a se mexer em meus braços e a abrir os olhos lentamente.

— Sakura-chan! O que aconteceu? — Naruto perguntou, impaciente e preocupado.

— Eu fiquei meio tonta, e um monte de cenas veio em minha cabeça... Acho que as memórias do tempo em que eu estava com amnésia voltaram e... — começou a fitar Ino, que não conseguia entender nada. — Foi você...

Os olhos verdes estavam marejados.

— Eu o quê? — a loira estava extremamente confusa.

— Foi você que me empurrou do monte Hokage. — Sakura afirmou, e as lágrimas já deixavam seus olhos, escorrendo pelas bochechas pálidas. — Por quê, Ino? Por quê?


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Beijo e até breve.



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