How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 18
Capítulo 18 - A Situação de Sakura


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?
Espero que gostem desse capítulo.
Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Dezoito - A Situação de Sakura



 Naruto e Hinata andavam de mãos dadas tranquilamente pelas ruas de Konoha, eram oito horas e cinco minutos, e a lua estava maravilhosa. Eles faziam uma caminhada em direção ao monte Hokage, até que viram uma roda de pessoas abaixo das imagens dos Hokages de Konoha, mais exato dizer, abaixo da imagem de seu pai, Minato, o Yondaime Hokage.

— O que está acontecendo ali? — Naruto perguntou, e Hinata ativou seu Byakugan para ver.

— N-não acredito…

Sua expressão era extremamente surpresa e preocupada, o que deixou Naruto curioso, confuso e um tanto quanto desesperado.

— O que foi, Hinata?

Mas namorada nada respondeu, apenas saiu correndo em direção à multidão.

— Ei! Hinata, espere!

A morena já estava longe, então, ele não teve outra opção a não ser segui-la. Naruto passou entre as pessoas e se surpreendeu com o que viu.

— Sakura-chan!

O loiro se desesperou ao ver a amiga suja de sangue e desacordada, e começou a perguntar o que houve ali, mas ninguém sabia responder ao certo.

Hinata, que estava mais sã ali, tomou a frente, ordenando que todos se distanciassem e que Naruto pegasse a rosada nos braços.

Sem hesitar, o loiro a pegou e correu para o hospital com Sakura desmaiada no colo e a namorada em seu encalço. Chegando ao prédio, imediatamente, Tsunade e Ino vieram socorrê-la, guiando Naruto para um dos quartos vagos, onde ele deixou Sakura sobre a cama.

Rapidamente, a Godaime iniciou o atendimento com ninjutsu médico, ordenando que eles deixassem apenas Ino e ela no quarto.

E, assim, Naruto e Hinata fizeram. Os dois esperaram na recepção enquanto Tsunade cuidava de Sakura e passaram alguns minutos sem notícias.

Até que Tsunade surgiu no fim do corredor e caminhou até eles, que se levantaram no mesmo instante.

— Bom, aparentemente, ela sofreu uma queda muito alta.

— Encontramos Sakura abaixo do monte Hokage. — Hinata comentou, a voz saiu baixa e tristonha.

— Então, foi isso. Ela caiu de lá.

— Mas como ela está, vovó? Ela está bem? Já acordou? — Naruto perguntou impaciente e preocupado, o que só fez Tsunade respirar fundo.

— Devido à forte pancada na cabeça, a Sakura entrou em coma, e não sabemos quando ela acordará, além de possuir algumas fraturas no braço esquerdo e em algumas costelas, um corte profundo na cabeça, que já estou tratando de curar e alguns ferimentos leves. — a voz da Godaime saiu tristonha. Ela não queria ver sua discípula assim. — Eu não posso fazer muita coisa, o que nos resta agora é esperar que ela acorde e que não fique com sequelas do acidente. — Tsunade deixou uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

No mesmo instante, os olhos do casal se encheram de água. 

— Coitada da Sakura-chan. — Naruto falou, e Hinata pôs-se a chorar ao seu lado.

— Podemos vê-la? — a Hyuuga perguntou, enxugando as lágrimas que escorriam pelo seu rosto pálido.

— Agora, não é um bom momento. É melhor irem para casa e voltarem amanhã, já está tarde.

Os dois assentiram, ambos com o coração apertado de preocupação.

 

. . .

 

 Sasuke estava em seu escritório na sede do esquadrão dois da Anbu. Ele tentava esquecer a briga de mais cedo e trabalhar em paz, mas não conseguia tirar da cabeça a imagem de Sakura chorando, mais uma vez, por sua causa.

Sasuke continuou a olhar alguns papéis, tentando ocupar sua mente com outra coisa, até que ouviu alguém bater em sua porta.

Era Kotaro.

— Sasuke-sama, tem três pessoas, aqui fora, querendo vê-lo, posso deixá-los entrar?

— Quem são? — Sasuke perguntou em um tom indiferente.

— Não quiseram falar.

Sasuke respirou fundo.

Já vinha problema.

— Tudo bem, pode deixá-los entrar.

Kotaro abriu a porta, e o Uchiha se surpreendeu ao ver quem estava entrando na sala.

— Sasuke-kun, precisamos falar com você. — Karin falou assim que passou pela porta, então, Kotaro saiu, fechando-a atrás dele.

— O que querem aqui? — Sasuke perguntou de um jeito mais frio ainda.

— Queremos explicar o que aconteceu. — Suigetsu respondeu.

— Não tem nada para explicarem, vocês nos atacaram.

A raiva era evidente em sua voz.

— Não fizemos isso porque queríamos, fomos controlados. — Karin explicou, e a expressão de Sasuke se suavizou um pouco.

Isso o lembrou algo.

— Controlados? — Sasuke perguntou. Fazia sentido agora. — Foi Takeshi, não foi?

Karin olhou-o surpresa.

— Como você sabe?

— Sakura também foi controlada por ele.

— Então, ele está agindo aqui também... — Juugo sussurrou, pensativo.

— Ele está por trás dos ataques dos renegados. — Sasuke completou.

— Sim, e Takeshi é perigoso. Ele queria pegar Naruto e você em uma armadilha, por isso, nos usou e está tramando dominar o mundo. — Juugo explicou.

— Isso já era de se esperar. — Sasuke juntou as mãos em frente ao rosto, os cotovelos estavam apoiados sobre a mesa.

— Tentamos encontrar alguma informação sobre ele nessas semanas, mas não encontramos nada. Ele é bom em se esconder. — Suigetsu comentou.

— Sim. Takeshi é bem esperto, mas vamos pegá-lo. — Sasuke disse ao fechar os punhos de raiva.

Estava louco para colocar as mãos naquele cretino.

O silêncio estabeleceu-se na sala, até Juugo cutucar a ruiva.

— Karin, fale.

A Uzumaki fechou os olhos, respirando fundo e, depois, encarou Sasuke.

— Falar o quê? — o Uchiha perguntou, as sobrancelhas arqueadas.

— Não sabemos direito, pois não estávamos com a Karin quando ela viu. — Suigetsu falou, um pouco preocupado quanto a reação de Sasuke.

O Uchiha olhou de um membro do time Taka para o outro repetidas vezes, pensando o que eles queriam dizer para possuírem esses semblantes de preocupação. Até que uma figura veio à sua cabeça.

— Sakura? — perguntou, e a ruiva assentiu. — O que houve?

Os olhos fitavam Karin atentamente, esperando pela resposta.

— Ela caiu do monte Hokage agora há pouco.

Sasuke fitou o semblante de Karin, perplexo e até cogitou a possibilidade de ser uma brincadeira, mas a expressão dos três shinobis não era nada boa.

E não parecia falsa.

— O quê?

Karin respirou fundo antes de continuar:

— Eu estava na rua de frente ao monte Hokage, um pouco distante da montanha e vi uma garota loira empurrar a Sakura lá de cima e fugir quando um monte de pessoas começava a surgir ao redor dela.

No mesmo instante, o semblante de Sasuke mudou com um misto de surpresa, raiva e preocupação, algo que Karin jamais havia visto em seu rosto.

Definitivamente, ele estava interessado em Sakura, e saber disso a destruía por dentro.

Sasuke levantou-se da mesa de imediato e, sem dizer mais nada, saiu da sala, deixando os ex-companheiros de time sozinhos por lá.

— É, Karin, acho que perdeu o Sasuke de vez. — Suigetsu falou, mas, dessa vez, a garota não brigou com ele, pois estava começando a perceber o mesmo.




*  * *




Sasuke Uchiha

 

Primeiramente, eu pensei que Karin havia mentido, mas, ao entrar na recepção do hospital e me deparar com Ino com um semblante preocupado, eu tive a certeza.

— O que houve com a Sakura? — perguntei, parecendo calmo por fora, mas, por dentro, estava muito preocupado.

— Tsunade falou para que, quando você chegasse, fosse a sua sala. Ela saberá te explicar melhor.

Suspirei assentindo e fui andando em direção à sala da Tsunade. Bati na madeira da porta lentamente, ela pediu-me para entrar, e, assim, o fiz.

— Sasuke, sente-se.

A sennin também estava preocupada.

— Como a Sakura está? — perguntei imediatamente.

E a resposta de Tsunade não me agradou nenhum pouco.

— Mal.

A Godaime respirou fundo.

— A Sakura caiu do monte Hokage e sofreu uma forte pancada na cabeça, que acabou fazendo-a entrar em coma.

Meus olhos se arregalaram. Como assim em coma?

— Não sabemos quando ela acordará. — Tsunade completou, deixando-me ainda mais preocupado. — Sakura também teve algumas fraturas no braço esquerdo e em algumas costelas, além de um corte profundo na cabeça. — sua voz transmitia tristeza. — Eu não posso fazer muita coisa por ela agora, o que eu podia, eu já fiz.

Seus olhos desviaram-se para a mesa. Eu podia notar o quanto ela estava preocupada.

— Sakura corre o risco de ficar com sequelas do acidente.

Encarei Tsunade nesse instante. Sequelas?

Não, Sakura não podia ficar com sequelas e nem em coma por muito tempo. Ela não merecia isso.

— Posso vê-la? — perguntei.

Eu precisava ver com meus olhos o seu estado.

— Sinto muito, mas hoje não. Talvez amanhã. — ela falou, e eu apenas concordei com a cabeça.

Sem mais nada o que falar, saí da sala rumo a qualquer lugar, com a cabeça repleta de pensamentos e preocupação.

 

. . .

 

  Naruto, Hinata e eu entramos no quarto do hospital em que Sakura estava.

Meus olhos a observavam atentamente enquanto eu escutava o som dos aparelhos ligados a ela.

Sakura encontrava-se deitada na cama, trajando as roupas do hospital e se alimentando por sonda. O braço esquerdo estava engessado, um curativo se destacava no lado esquerdo da sua cabeça, fora alguns arranhões no outro braço e na perna.

Ela estava horrível, e o pior é que estava em coma.

 Nós três ficamos observando a Sakura em silêncio, apenas escutando o barulho dos aparelhos que indicavam que ela estava viva. Fiquei mais preocupado ainda depois de ver o estado em que ela estava.

O problema é que eu não podia fazer nada a respeito, e Tsunade também não, a única solução seria esperar que ela acordasse e bem.

 Ficamos alguns minutos por lá, e, então, Ino entrou e falou que não podíamos ficar muito mais tempo, depois, saiu novamente.

Escutei batidas na porta em seguida, e Rock Lee entrou.

Eu ainda não ia muito com a cara dele.

 Lee olhou para a Sakura, e seus olhos encheram-se de lágrimas na hora, mas não falou absolutamente nada.

Depois de muitos minutos em um silêncio quase total, exceto pelo aparelho não parava de apitar, o que era bom, Lee resolveu quebrar o gelo:

— O que aconteceu para ela cair do monte Hokage?

— Não sei. — foi Naruto quem respondeu.

— Eu só não entendo porque ela estava lá em cima, a casa dela é aqui em baixo, Sakura não tinha o costume de ir para aquela parte de Konoha. — Hinata falou e tinha toda razão.

— Por que não perguntamos à Ino? Ela deve sabe de algo. — Lee sugeriu, o que me fez arquear as sobrancelhas.

— Por que ela deve saber?

— Porque a vi andando por Konoha com a Sakura ontem à noite.

E, então, as palavras de Karin voltaram à minha mente. Tudo se encaixando.

Seria a Ino?

Mas não pude pensar muito a respeito, pois a loira entrou na sala.

Todos os olhares seguiram para ela.

— Ino, você sabe por que a Sakura estava no monte Hokage? — perguntei e a vi arquear as sobrancelhas.

— Não. Por que está me perguntando isso, Sasuke-kun?

— Porque ela foi empurrada lá de cima, e você é a principal suspeita.

Todos olharam surpresos para mim.

— O quê?! Você ficou maluco? — a Yamanaka estava indignada.

— Sasuke, do que você está falando? — Naruto perguntou, confuso.

— Karin, Suigetsu e Juugo vieram até mim explicar que eles também foram controlados por Takeshi quando fizemos a missão na aldeia da Nuvem, e Karin, quando andava por Konoha, viu uma garota loira empurrar a Sakura do monte Hokage, e o Lee também te viu passeando com a Sakura ontem à noite, Ino.

Ela me olhava ainda mais indignada.

— Você está achando que eu empurraria a Sakura do monte Hokage? Minha melhor amiga?

— Isso é loucura. Ino jamais faria isso. — Naruto retrucou.

— É verdade, Sasuke-kun. — Hinata confirmou.

— Eu estava no hospital ontem o dia inteiro até a noite, não saí nem para almoçar ou jantar, pode perguntar à Tsunade-sama.

Fitei-a por alguns instantes. Ela não parecia estar mentindo e também não tinha motivos para isso.

Realmente, não podia ser a Ino.

— Então, alguém está tentando te incriminar. — concluí, afinal, era a única resposta.

 

. . .

 No dia seguinte, acordei cedo para ir ao hospital, mas Sakura continuava na mesma, sem nenhuma reação sequer.

E os dias que se seguiram foram a mesma coisa. Trabalhei bastante, e nada da Sakura acordar.

Aproveitei meu dia de folga para comprar os materiais para reformar o distrito Uchiha e procurar por algumas pessoas que pudessem reformá-lo, mas eles só começariam na segunda, e ainda era sábado.

Perdi a conta de quantas vezes fui visitar Sakura nas últimas semanas, eu não queria que ela estivesse assim e, muito menos, que demorasse a acordar.

Eu estava ao seu lado no quarto de hospital, olhando os cabelos rosados desarrumados sobre a cama e escutando os aparelhos ligados a ela, até Naruto, Hinata, Ino e Tsunade entrarem no quarto.

— Ainda nada, né? — Tsunade perguntou, e eu fiz que não com a cabeça. Era triste ver que Sakura não se mexia ou fazia qualquer coisa há algumas semanas. Ela já estava sem o gesso e curativos, mas ainda permanecia com a aparência horrível.

— Vou adiar meu casamento, já falei com o Sai. — Ino falou, sua voz soava triste.

— Ino, não sabemos quando ela irá acordar, pode demorar. — Tsunade disse.

E eu torcia para que ela estivesse errada.

— Eu sei, mas não me importo. Não posso me casar enquanto minha melhor amiga estiver assim, eu não conseguiria. — os olhos de Ino encheram-se de lágrimas.

E, nesse instante, me senti mal por acusá-la de empurrar Sakura uns dias atrás. Eu percebia o quanto ela era importante para a Ino, e que a Yamanaka nunca a empurraria do monte Hokage.

Mas quem havia feito isso, afinal? E por que incriminar a Ino?

Eram tantas perguntas...

   



. . .



Tsunade Senju



 Não conseguia ver minha querida discípula naquela cama de hospital e em coma. Não queria ficar olhando-a sem poder fazer nada.

Eu me sentia inútil.

Cansei de repetir para todos que precisavam esperar, mas eu já estava ficando aflita com essa espera.

Já fazia quase um mês que Sakura estava em coma e se ela demorasse mais ainda? Muito mais?

Afastei esses pensamentos. Sakura era forte e sairia bem dessa com certeza.

 O turno no hospital foi complicado, muitas cirurgias de emergência para fazer devido a um desabamento — um casarão velho, o qual era usado como uma pousada em Konoha, desabou em cima de quinze pessoas e todas se feriram, alguns gravemente —, além das consultas de todos os dias e alguns acidentes comuns.

 Nessas últimas semanas, várias pessoas vieram no hospital ver a Sakura, mas a única que veio todos os dias, até mais de uma vez por dia, foi o Sasuke.

O que será que estava acontecendo? Será que o Sasuke sentia algo pela Sakura realmente?

Bom, era o que parecia.

 Eu sabia o quanto aquela garota havia sofrido pelo Uchiha desde pequena e, se ele estivesse apaixonado por ela naquele momento, eu não saberia como Sakura reagiria exatamente, mas, provavelmente, explodiria de alegria. 

 Por mais que o Sasuke parecesse calmo e frio por fora, o que era típico de Sasuke Uchiha desde pequeno, dava para ver em seus olhos que estava preocupado com a Sakura e isso era bom, mostrava que ele tinha um coração. Olhei como a Sakura estava novamente, já era a quinta vez que a via naquele dia, mas tudo estava completamente igual, ela não mexia absolutamente nada. Continuei atendendo os pacientes até meu turno acabar e fui ver Sakura outra vez — talvez, com esperança de encontrá-la com os olhos abertos.

Mas tudo se encontrava do mesmo jeito.

— Não demore a acordar. — pedi baixinho e com os olhos já marejados. — Fique boa logo, é horrível te ver aí nessa cama. — toquei em sua mão. — Você devia estar aqui, me ajudando, não aí deitada.

Continuei a observá-la por minutos, e ela ainda permanecia do mesmo jeito.

Suspirei preocupada com essa demora.

— Com licença, Tsunade-sama, posso entrar? — Ino perguntou ao abrir uma fresta na porta.

— Claro, entre.

E, assim, Ino fez.

— Como ela está?

— Continua na mesma.

— Será que ela vai demorar a acordar? — ela perguntou, os olhos azuis marejados também.

— Eu não sei, mas espero que não. — olhei para Ino. — Seu turno não acabou? 

Ela assentiu.

— Sim, mas eu quero ficar um pouco com a Sakura.

— Entendo. Meu turno também acabou, e é sabado, então, acho que vou tomar um pouco de saquê. Vou deixá-la sozinha com a Sakura, qualquer coisa que precisar, fale com a Shizune.

— Certo. — sorriu levemente antes de eu sair do quarto.

Despedi-me das pessoas que encontrei pelo corredor e saí do hospital de Konoha, mas, ao virar a esquina, vi Sasuke e Ume conversando.

O que o Uchiha estava fazendo conversando com aquela garota?

Se Sakura estivesse bem, ela não iria gostar de ver aquela cena.

Nos últimos dias, eu tive certeza de que o Sasuke gostava da Sakura, mas e se eu estivesse errada?

E se o Sasuke não gostava da Sakura?

Eu sabia que aquilo não era da minha conta, mas era inevitável não pensar a respeito.

Eu não queria ver minha discípula sofrendo de novo pelo Uchiha.




. . .




Ino Yamanaka

    

— Testuda, você vai ficar bem logo, ouviu? Você precisa acordar rápido para ir ao meu casamento. — falei, os olhos ainda mais cheios de lágrimas. Como doía ver minha melhor amiga daquela forma. — Você vai ser minha madrinha, e o Chouji o padrinho, além do Naruto e Hinata, que o Sai escolheu como padrinhos, então, acorda logo, porque eu quero casar o mais rápido possível.

Falei como se ela pudesse me ouvir, deixando algumas lágrimas caírem durante a fala.

— Sabe, eu adiei meu casamento. Ele seria no final desse mês, mas, como você está em coma, decidi deixar mais para frente e, assim que você acordar, irei marcar a data.

Eu não podia casar sem Sakura ao meu lado, não seria a mesma coisa.

Escutei batidas na porta, e meus olhos desviaram-se para lá.

— Shizune-san!

Enxuguei as lágrimas com as costas das mãos.

— Olá, Ino, posso entrar?

— Claro! — sorri de leve.

— Como a Sakura está?

— Continua do mesmo jeito. — respondi, abaixando a cabeça para olhar para a rosada.

— A Sakura é forte, ela acordará logo.

— Espero. — sussurrei, torcendo para que Shizune estivesse certa.  

Olhei para Sakura na cama novamente, sua aparência continuava horrível, suas mãos ainda estavam um pouco arranhadas, e seus dedos…

Impressão minha ou ela mexeu um pouco o dedo indicador?

— Shizune-san, você viu aquilo? — perguntei, falando um pouco mais alto.

Meus olhos estavam arregalados.

— Aquilo o quê?

— Ela mexeu um dedo. Ela mexeu! — falei, animada.

— Você tem certeza? — Shizune perguntou, surpresa.

— Bom, absoluta não, mas eu acho que a vi mexendo o dedo devagar.

Minha voz soou mais baixa e menos empolgada, chegando a conclusão de que, talvez, tenha sido coisa da minha cabeça.

— Acho que deve ter sido impressão sua. — Shizune falou, fitando a figura de Sakura com atenção e não notando nada de diferente.

 

. . .

 

Sentei-me ao lado de Sai na churrascaria, fitando Shikamaru, Chouji, Naruto e Hinata, ambos sérios.

— Como está a Sakura-chan? — Naruto perguntou.

— Continua na mesma.

Não ia falar sobre ela ter mexido o dedo, pois eu não tinha certeza disso, podia ter sido apenas impressão minha, como Shizune disse.

— E, então, Ino, sobre o que exatamente quer falar? — Shikamaru mudou de assunto.

Ele sabia que, se continuássemos a falar sobre a Sakura, eu iria começar a chorar.

— Vocês sabem que nós adiamos o casamento, que seria no fim dessa semana, mas quero que deixem tudo pronto, porque, assim que a Sakura acordar, Sai e eu iremos marcar a data para o mais rápido possível.

— Certo. — Chouji e Naruto falaram em uníssono, e Hinata confirmou com a cabeça.

— Mas, Ino, você já pensou na possibilidade da Sakura não acordar logo? — Shikamaru perguntou, e todos o fitaram. — Não olhem para mim assim, só estou sendo realista, sempre existe essa possibilidade.

— Eu sei, mas a testuda é forte, ela não vai demorar a acordar. Eu sei disso.

— Se você diz. — Shikamaru deu de ombros.

— Era só isso que você queria falar? — Chouji perguntou.

— Sim.

— Então, já podemos comer. — Chouji disse, se servindo.

Naruto fez o mesmo em seguida, então, todos decidiram começar a comer logo, antes que Naruto e Chouji comessem toda a carne da churrascaria.




. . .




Sasuke Uchiha

 

Era sábado, eu tinha acabado de sair do hospital e resolvi ir no distrito Uchiha. Andar por aquelas ruas ainda me traziam lembranças ruins, mas eu estava começando a me acostumar novamente com aquele lugar.

Depois que saí do distrito, fui em um restaurante, pois já era hora do jantar. Após comer um pouco e pagar a conta, segui para a minha casa, até escutar alguém me chamando.

Quando virei-me, me deparei com uma pessoa que eu não queria ver tão cedo.

— Preciso falar com você. — Ume disse, e reparei que estava um pouco diferente.

Seu cabelo castanho estava preso em um rabo de cavalo e estava sem maquiagem. A única cor que destacava em seu rosto era o azul de seus olhos. Usava uma blusa preta com um decote arredondado que não mostrava absolutamente nada — o que era estranho, já que ela sempre usava roupas decotadas demais. Por cima da blusa, havia um casaco bege mais fino, e também usava uma calça preta mais larguinha.

— Não temos o que conversar. — virei-me de costas para ela.

— Por favor, Sasuke-kun, me escute, eu só preciso que me escute. — ela pediu, e eu respirei fundo.

Era melhor escutá-la, quem sabe assim ela me deixava em paz.

— Seja rápida.

— Vou ser, obrigada, Sasuke-kun. — sorriu.

Virei-me de frente para ela e cruzei os braços, esperando que ela começasse a falar sabe-se lá o quê.

— Primeiramente, eu queria pedir desculpa por tudo que fiz. Foi errado, eu sei. Mas, depois que você me deixou, eu percebi que eu realmente gostava de você.

Olhou para mim de forma intensa, e eu só mantinha minha expressão séria no rosto.

É sério isso?

— Eu gosto de você, Sasuke-kun. Eu estou muito arrependida de ter feito as coisas que fiz, com você e com os outros, eu fui uma idiota. — fez uma pausa, respirando fundo. — Eu não acreditava no amor, eu achava que não precisava de ninguém e que, se relacionasse com alguém, seria pelo poder e fama, mas, agora, eu percebi que estava errada e que eu preciso de amor... Do seu amor. Eu realmente te amo, Sasuke-kun.

Meu semblante continuava sério quando ela parou de falar aquelas bobagens. Eu não conseguia acreditar que ela ainda queria mentir a esse ponto.

— Você não ama ninguém além de você mesma, eu não vou cair nessa sua conversa. — minha voz soou fria enquanto ela me olhava, chorosa.

O que, para mim, era só falsidade.

— Sasuke-kun, por favor, eu mudei. Eu não sou a mesma Ume de antes. O tempo que nós ficamos longe um do outro serviu para abrir meus olhos e para me fazer entender que eu realmente amo você, Sasuke-kun. — ela insistiu, mas eu não ia cair no joguinho dela.

Ume era uma boa atriz e faria de tudo para ganhar fama às minhas custas. Virei-me de costas e comecei a andar, mas ela segurou o meu braço.

— Sasuke-kun, não vai, me escute, por favor. — e as lágrimas começaram a cair pelo seu rosto.

— Ume, está perdendo seu tempo. Eu não acredito em você.

— Sasuke-kun, eu te amo. Por você, eu faço qualquer coisa. — falou, os olhos estavam vermelhos de tanto chorar.

— Mas eu não te suporto. — retruquei friamente.

É isso pareceu atingi-la.

— Isso é por causa da Sakura, não é? Aquela insuportável, sempre no meu caminho. — ela falou com ódio.

E isso me fez pensar em uma coisa...

— Você fala de um jeito... Ume, você tem algo a ver com o acidente da Sakura?

Ela me olhou com os olhos arregalados pela pergunta.

— O quê? Acidente? Que acidente? — perguntou, confusa.

— A Sakura foi empurrada do monte Hokage por uma garota loira. 

— Por que você acha que fui eu, então? Eu nem sequer sou loira.

— Mas sabe fazer um jutsu de transformação.

Qualquer um poderia se transformar na Ino para chegar até a Sakura, mas Ume é uma das poucas pessoas que teriam motivos para isso.

— Mas não fui eu, eu nem sabia que aquela garota havia sofrido um acidente. — argumentou.

— Só pode ter sido você, já que tem ódio dela.

Ume me encarou, incrédula.

— Quando foi o acidente dela?

— Há, mais ou menos, três semanas, por quê?

— Porque eu cheguei de missão há três dias, fiquei quase três semanas lá. — ela explicou. — Você precisa acreditar em mim.

— Você não é confiável, já me enganou antes, pode estar fazendo o mesmo agora.

— Se não acredita em mim, fale com Kakashi-sama, ele pode confirmar o que estou dizendo.

 

. . .

 

— O que foi, Kakashi? — perguntei assim que entrei em sua sala, ao lado de Naruto.

Não havia passado muitos minutos após minha conversa com Ume, e eu ainda continuava intrigado.

— O Rokudaime Mizukage pediu a ajuda de Konoha. Alguns renegados invadiram o território do país da Água e planejam destruir a Névoa. Como a maior parte dos nossos shinobis estão em missões, preciso que vocês dois vão para lá, vocês dão conta deles.

— Com certeza. — Naruto concordou.

— Então, arrumem logo as suas coisas e vão, agora mesmo, para o país da Água. — Kakashi mandou.

— Isso é estranho, eles ficaram essas semanas todas sem agirem e, agora, estão no território da Água? — comentei, pensativo.

— É, eu não sei o que estão tramando, talvez, querem destruir a Névoa primeiro.

— Ou, talvez, não seja isso. — concluí, mas deixaria esse assunto de lado por hora. — Kakashi, preciso te perguntar uma coisa. A Ume estava em missão no dia do acidente da Sakura? 

— Sim. Ume foi em missão com Katashi Hyuuga e Yori Satoshi às sete e meia da noite, eu estava com eles esse horário na entrada da vila e, assim que passei as instruções, eles partiram, por quê?

— Porque fiquei sabendo que Sakura foi empurrada do monte Hokage por uma garota loira, pensei que podia ter sido a Ume com um jutsu de transformação, mas, como ela foi em missão, não sei quem pode ter sido.

— Seja quem for, vamos descobrir. — Kakashi falou, colocando as mãos juntas em frente ao rosto. — Agora, vão, precisam chegar na Névoa antes que seja tarde demais.

— Certo. — Naruto falou, e eu apenas acenei com a cabeça. 

— Sasuke, posso deixar o comando do esquadrão dois com o Kotaro até você voltar? — Kakashi perguntou antes de eu retirar-me de sua sala.

— Sim, ele é confiável e experiente, mas pode deixar que eu mesmo falo com ele.

— Certo. 

Saí da torre rápido, correndo pelos telhados em direção à minha casa, e Naruto à dele. Entrei em minha residência com pressa e comecei a arrumar minha mochila para a missão.

Não demorou muito para que tudo já estivesse pronto, e eu me dirigisse à casa de Kotaro, que não ficava muito longe dali.

Bati na porta de madeira com certa urgência, a qual logo se abriu.

— Sasuke-sama, não esperava o senhor aqui. Quer entrar? — Kotaro perguntou.

— Não, estou com pressa. Eu vim aqui porque preciso falar com você, Kotaro.

— Pode falar.

Ele me encarou.

— Eu estou saindo em missão hoje e, provavelmente, ficarei uma semana fora, então, vim avisá-lo que você ficará no comando do esquadrão esses dias. Quero que cuide de tudo com muita responsabilidade.

Kotaro ouvia atentamente.

— Claro, Sasuke-sama, pode confiar em mim. — ele falou, e o silêncio se estabeleceu por alguns segundos. — Era só isso que você queria dizer, Sasuke-sama?

— Tem mais uma coisa. — meu tom de voz ficou mais sério. — Você ficou sabendo do acidente da Sakura, não ficou?

— Sim.

— Acredito que ela tenha sido empurrada do monte Hokage. 

Os olhos dele se arregalaram.

— Empurrada? — Kotaro perguntou, confuso.

— Sim.

— Nossa, mas quem fez isso?

— Eu não sei. 

Kotaro fitou-me sério novamente.

— Você quer que eu faça alguma coisa em relação à isso? — perguntou.

— Não exatamente, eu só quero que coloque uma equipe para ficar de olho no hospital, quem fez isso com ela pode querer voltar para terminar o que começou, e, como eu não estarei por perto, quero que cuidem disso para mim.

— Claro, Sasuke-sama, pode deixar comigo, vou providenciar isso o mais rápido possível. 

— Excelente. — acenei para ele. — Eu vou indo.

— Boa sorte na sua missão, Sasuke-sama. — Kotaro falou quando eu já estava um pouco longe, mas não olhei para trás.

Fui andando em direção à entrada da aldeia, pois Naruto devia estar me esperando, porém uma coisa não saía da minha cabeça.

Se não foi a Ume que empurrou a Sakura do monte Hokage, quem foi? Ela era a única de Konoha que tinha motivos e coragem para fazer algo assim com a minha irritante.

Entretanto, no mesmo instante, a imagem de outra pessoa veio à minha mente.

Ume era a única de Konoha, e a pessoa que empurrou Sakura não precisava necessariamente ser de Konoha.

Fechei os punhos de raiva. Como não havia pensado nisso antes?

Era a Karin.

Só podia ser a Karin.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Não se preocupem com a Sakura, no próximo, ela já vai estar bem e muita coisa vai acontecer.
Beijinhos e até.



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