Descendants 2 - In Reverse escrita por Meewy Wu


Capítulo 4
III - Uma Bagunça Difícil de Solucionar




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—Você está linda – falou Laurent, enquanto Carly sentava ao lado dele na toalha de piquenique no jardim – Mas parece triste. O que aconteceu?

—Briguei com Ethan e Jullie – ela deu os ombros, sorrindo ao receber um beijo na bochecha – ou não sei, com aqueles dois que parecem com Ethan e Jullie mas não agem como eles...

—Estava esperando que isso acontecesse – ele riu, dando um bolinho pra ela – O que acha?

—Isso está... Está delicioso – ela jogou a cabeça pra trás, cheia de açúcar no rosto – Era exatamente o que eu precisava!

—Fico feliz em lhe ser útil – ele riu, limpando o rosto dela – Seus amigos só estão tentando se adaptar Carly, é normal que eles mudem...

—Aqueles não são meus amigos – ela grunhiu, dando outra mordida no doce.

—...Antes de entenderem quem querem ser – ele completou, ignorando a intervenção dela – Só precisa dar um tempo pra eles, até que eles parem de agir...

—Como idiotas? – ela terminou o bolinho.

—...Estranho – ele revirou os olhos, jogando uma toalha de papel nela – Você parece uma criança. Tente não se sujar muito hoje a noite.

—Hoje? – ela franziu a testa – O que tem hoje?

—Hã... O jantar com meus pais? As oito? - ele ergueu uma sobrancelha - Foi sua ideia, se lembra?

—Ah, sim, claro - ela piscou repetidas vezes - Desde que você não me pesa para arranjar um saia florida.

—Sem saia florida – ele deu um empurrão nela – Gosto do jeito como se veste.

—E eu gosto do jeito como você cozinha – ela pegou outro bolinho, mas antes que pudesse morder foi acertada por uma bola de pelos latindo enlouquecidamente – Lady!

—Tem algo na boca dela – Laurent notou, franzindo a testa.

—Hey Lady, o que é isso menina? – perguntou Carly, estendendo a mão e pegando o objeto prateado – Lady? Onde você arrumou isso?

—Acho que ela quer que você vá atrás dela – Laurent falou, se levantando e estendendo a mão para ajudar ela – O que foi Lady? O que está acontecendo?

Os dois a seguiram para dentro da escola, onde acabaram tombando com Andrew.

—Nada de correr nos corredores– ele falou, olhando para os dois – O que está acontecendo?

—Nada – Laurent e Carly responderam ao mesmo tempo.

—Vocês dois estão estranhos... Enfim, viram Boa? Dany está enlouquecendo a todos procurando por ela – contou ele.

—Não, não vi ela. Na verdade também não vi Maison o dia inteiro – Carly falou, tentando não parecer tão ofegante – Provavelmente estão juntos, mas se eu vir eles eu aviso.

—Tchau Andrew – Laurent se despediu, seguindo a namorada que já havia saído correndo. Eles pararam, no fim, em frente ao quarto de Boa. – Não estou entendendo...

—Fique de vigia – Carly pediu, forçando a porta e entrando, se deparando a bagunça que o quarto da princesa herdeira estava. Ela olhou para o espelho, e espelho que ela conhecia das histórias, o espelho que conhecia da Ilha – Me mostre a última noite.

As imagens dançaram... Boa destruindo o quarto. Maison entrando no quarto. A moto de Boa zarpando sobre a água. Eles haviam fugido. Haviam ido para a Ilha, os dois.

—E então? O que aconteceu? – perguntou Laurent, assim que ela saiu.

—Eu não sei, está tudo normal – ela deu os ombros, odiando mentir para ele – Espero que Boa não descubra que entrei ai. Eu acho que vou tentar falar com Ethan e Jullie, pra ver se eles sabem onde Maison pode estar. Nos vemos no jantar?

Mal ele responde, e Carly saiu correndo pela escola, com Lady logo atrás dela.

...

Boa conhecia aquele lugar. Conhecia de seus sonhos e de sua infância, de quando pela primeira vez olhou nos olhos furiosos de Malévola. Ela se arriscou olhar para cima, para onde a vilã mais cruel de todas uma vez a encarara. Outra figura lhe encarou da mesma sacada dessa vez.

Ela não saberia dizer quem era, a garota muito branca de cabelos negros, que estreitou os olhos ao vê-la antes de dar as costas a ela e ao resto da Ilha. Olhando para trás, Boa percebeu que sua moto afundava na água escura, já sem a magia para mantê-la.

Ela engoliu em seco. Estava presa.

—Bela roupa – um grupo de adolescentes passaram por ela.

—Eram da princesinha de cristal? – riu outro membro do grupo.

Ela sentiu seu sangue gelar. O que estava pesando? Não podia ficar andando por ai desse jeito. Estava presa naquela Ilha, vestida como uma princesa.

—Você parece perdida – ela olhou para baixo, para um garotinho cheio de mechas coloridas no cabelo, que sussurrou em seguida – Majestade.

—Sabe quem eu sou? – ela perguntou.

—Sei que não devia estar aqui – ele parecia confuso – Você tem que se esconder, se Uno vir você vai ser um grande problema. Vem comigo.

—Espera... Qual o seu nome? – ela perguntou, seguindo o menininho para um beco sombrio.

—Douglas. Douglas Tremaine, mas pode me chamar de Duck... Tudo me chamam de Duck – ele pulou em uma poça de lama, respingando nela.

—E como eu sei que posso confiar em você, Duck? – ela ergueu uma sobrancelha, passando pela lama com cuidado.

—Você não sabe – ele deu os ombros – Você não pode. É burra se acha que pode confiar em alguém na Ilha.

—Burra – ela murmurou pra si mesma.

—Mas você é amiga de Ethan, então é mal vinda – ele abriu a porta do que parecia ser os fundos de algum lugar – Pode entrar. O salão não abre antes da meia noite, e minha avó não acorda antes das onze. Só não faça barulho, eu tenho muito que limpar.

—Você vai limpar? Tudo isso? Sozinho? – ela olhou em volta, para todas as cores, e lixos e restos.

—É o treinamento da Cinderella – ele deu os ombros, pegando uma vassoura que devia ter quase três vezes o seu tamanho – Não se preocupe, conhecendo Ethan ele logo vai vir atrás de você. E os outros também!

—Você acha? – perguntou Boa, em dúvida – Eles nem sabem que eu estou aqui...

—Eles vão saber – o garoto garantiu, enquanto um rato parava sobre a mesa – Não, você já comeu hoje. Seus irmãos também. Se não vão ajudar, fiquem bem longe daqui.

Boa olhou para tudo aquilo. Então, pegou uma segunda vassoura pesada e sorriu para o garoto – Vou te ajudar com essa bagunça.

...

—Que piada é essa, Ethan? – Jullie perguntou, a voz furiosa, de trás do trocador – Se você acha isso engraçado, eu juro que vou te fazer engolir cada pedaço de tecido nesse maldito quarto!

—Qual o problema? – o rapaz, genuinamente confuso, perguntou, se virando na cadeira para olhar para a amiga, que saia de trás do trocador – Julieta, você está fantástica! Você parece uma princesa de verdade, venha aqui, se olhe no espelho.

—Julieta... – ela repetiu, lentamente – Você realmente acabou de me chamar de Julieta?

—Eu não entendo... Qual o problema? – perguntou ele, franzindo a testa, enquanto a soltava em frente ao espelho – Depois de tanta ansiedade pelo vestido, achei que ficaria... Feliz!

—É rosa, Ethan! – ela grunhiu, levantando um punhado de tecido – E tem flores. E um laço! É uma droga de um vestido de baile cor de rosa, seu idiota estúpido.

—Você está linda – ele falou, como se isso fosse explicação o bastante.

—Eu estou ridícula – ela argumentou, levantando a saia com as duas mãos, e então os olhos dela se encheram de lágrimas – Eu estou ridícula...

—Jullie... – ele seguiu ela, enquanto a morena se sentava na cama, com uma expressão vazia – está tudo bem, se você não gostou... Posso fazer outro vestido. Não precisa ficar assim.

—Não é o vestido Ethan – ela grunhiu, tirando os brincos – Carly está certa. Essa não sou eu! Eu não sou uma princesa cor de rosa. Meu pai nem me reconheceria se me visse agora, eu não me reconheço... Eu me transformei numa garota que você acha que pode colocar em um vestido enorme e vai sorrir!

—Ah, então é isso – ele revirou os olhos – Você está chateada pelo que Carly disse. Nós não somos mais os mesmos de quando viemos da Ilha Julieta, e...

—Me chame assim mais uma única vez e eu juro, eu juro que nunca mais falo com você pelo resto da sua vidinha miserável – ela grunhiu, se levantando e empurrando ele – Pare de mentir pra si mesmo Ethan. Nós somos quem nós somos, nós...

A porta abriu com um empurrão, e uma Carly suada e ofegante, seguida de Lady entrou anunciando – Maison precisa de ajuda!

—Achei que não éramos mais seus amigos – falou Ethan, superior, recebendo um olhar fulminante das duas.

—Cale a boca – pediu Julie, se virando para a amiga – O que aconteceu?

Carly ergueu o espelho – Maison e Boa. Acho que foram para a Ilha.

—O que? – Ethan arregalou os olhos – Isso é estupidez, por que eles iriam...

—Com tudo que Cindy Charming andou falando, é claro que isso é por causa de Uno – Jullie falou – Maison deve ter pirado. Temos que ir atrás dele, temos que trazer ele de volta – ela sorriu, olhando para Carly – Nós vamos para Ilha.

—Nós o que? – Ethan perguntou, mas ambas o ignoraram.

—Vocês não vão a lugar nenhum vestidos desse jeito – a loira alertou, e enfim deu uma boa olhada em Jullie – Que atrocidade é essa que você está vestindo?

—Eu também gostaria de saber – Jullie confessou, pegando a mão da amiga – Vamos, vou precisar de ajuda pra me livrar desse vestido.

...

—SAIAM DA MINHA FRENTE! – gritou Maison, aterrorizante, marchando pelos subúrbios da Ilha até começar a se aproximar da parte mais central. Ele já estava quase chegando ao antigo lar de sua mãe.

—Você deve estar desesperado por uma morte lenta e dolorosa, para mostrar seu rosto sujo por toda aquela luz do sol por aqui de novo – Maison se virou, encarando Holly Hook, saindo de um beco escuro.

—O que está fazendo aqui Holly? – ele ergueu uma sobrancelha, a olhando de baixo a cima – É o meu território.

—Não há muito tempo – ela riu, andando em volta dele – Agora ele é nosso... Uno não vai gostar de saber que está pernambulando por aqui.

—Então, você é uma das sardinhas de Uno agora? – Maison debochou, puxando um fio de cabelo dela – Isso é desprezível mesmo para você. Aceita ordens daquele atum enlatado, como se ele fosse seu capitão?

—Nem todos tiveram sua chance Maison – ela grunhiu, agarrando ele pelo colarinho – Alguns de nós, tem de fazer o possível para sobreviver.

—Então vai me entregar pro Uno? – ele sorriu debochadamente – Por que se for isso, deveríamos ir logo. Seria falta de educação chegar na hora do jantar.

—Não vou ser eu a despertar a ira de Uno – ela o soltou, apontando seu gancho no rosto de Maison – Pelos velhos tempos, lagarto, é melhor pegar sua princesa e voltar para seu mundinho de luz e arco íris antes que se machuque.

—Boa? – ele perguntou, atento – Então você sabe que ela está aqui. Onde ela está, Holly?

—E como é que eu vou saber? – a morena riu maldosamente – Se ela for um pouco esperta, talvez tenha achado um lugar pra se esconder.

—Por que está me ajudando? – ele perguntou, desconfiado – Qual o plano?

—O meu plano, é que você e sua princesa vão para bem longe dessa Ilha, antes que causem problemas no meu caos – e com isso, ela sumiu entre as sombras.

A rainha de todas as crianças perdidas.


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Notas finais do capítulo

Ah Laurent, tão lindo... Seria uma pena se alguém te decepcionasse, não é mesmo?
E em falar em decepção, Ethan... Ai ai.

Comentem, e até mais!

Bjs, Meewy Wu ♥



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