Nilo mal conseguiu levantar da cama.

A dor ainda o impedia de se locomover rapidamente, embora estivesse se sentindo muito melhor com os cuidados de Markos, ele ainda sentia suas mãos macias tocando sua pele enquanto fazia uma massagem relaxante em suas costas.

Na manhã seguinte Milla bateu à porta:

— Estão vestidos?

— Entre logo e pare de falar bobagens – disse o então ex- capitão sorrindo.

Ele reunia seus pertences e os colocava em uma bolsa que estava jogada aos pés da cama, Nilo não tinha praticamente nada para levar consigo, portanto foi ajudar Markos que logo protestou:

— Você não pode carregar peso lembra?

— Não quero ficar sem fazer nada! Estou me sentindo inútil.

— Você não é inútil, só quero te ver melhor, deixe-me cuidar de você Nilo.

— Está bem, posso dobrar suas roupas sentado.

E assim o fez, silenciosamente durantes algum tempo. Quando terminaram, os dois saíram da cabine e se dirigiam ao lance de escadas até o convés. Nilo observou o porto no horizonte, logo sua busca começaria.

Ele, Milla e Markos andaram até a lateral do navio, onde uma escadinha os levava á um bote que já estava na água, desceram lentamente e após estarem confortáveis, começaram a remar em direção a terra firme, Markos estava pensativo, já tinha ouvido sobre as sirens e suas riquezas, mas nunca pensou que um dia poderia tomar para si uma parte delas, além disso havia o garoto... Ele não podia negar a forte atração que sentia por Nilo e sabia que era reciproco, porém, ele não sabia o que fazer, achava que poderia magoá-lo algum dia e não queria isso... Ele queria cuidar de Nilo. Queria beijá-lo....

Após atracar ao porto, os três seguiram para o centro da cidadela carregando suas malas, ali começariam sua procura e Milla os guiava, juntos possuíam dinheiro suficiente para seguir por terra, mas antes disso, precisavam de um plano, após rodear o local acharam um albergue onde poderiam se planejar, comer e passar a noite.

Na hora de pedir os quartos, Markos se apressou em pedir apenas dois. O atendente os olhou de relance e disse:

— Vocês formam um belo casal – Apontando para Markos e Milla deduzindo que dormiriam juntos.

— Acho que você cometeu um pequeno engano, está é minha irmã.

O atendente olhou em choque quando percebeu que dormiriam juntos os dois garotos, mas, nada disse, apenas entregou as chaves e saiu rapidamente dali.

— Ótima recepção – Comentou Nilo

Eles subiram para os quartos e deixaram suas malas prometendo se encontrar no andar de baixo para comer e discutir os planos, porém antes que Nilo pudesse descer, Markos posicionou seu braço ente ele e a porta, impedindo sua passagem e disse:

— Têm algo que eu quero fazer primeiro.

E antes que Nilo pudesse perguntar o que era, ele o beijou, e não era um simples beijo, começará lentamente, mas sua intensidade crescia cada vez mais, o capitão agarrou o menino que com uma mão acariciava sua nuca e a outra o puxava mais para perto de si, retribuindo todo o ardor.

Nenhum dos dois queria parar. E eles não pararam.