Nilo estava frustrado.

Se levantaram em um salto e apressados, começaram a se vestir.

— Um momento! – O garoto gritou.

E após estarem completamente vestidos, foram até a porta enquanto Nilo a abria com força demonstrando sua raiva.

O atendente do albergue estava parado a porta com uma expressão de puro ódio em meio a madrugada frienta.

— Sua irmã está no andar de baixo brigando com os outros hospedes, resolva isso já! – Ele disse apontando para Markos e saindo andando.

O capitão saiu correndo com Nilo tentando alcançá-lo e quando chegaram ao pé da escadaria encontraram tudo destruído e uma garota apontando uma faca para a garganta de um dos homens que ali estavam.

Algumas mulheres trajando vestidos pomposos gritaram de pavor, encolhidas atrás de uma mesa redonda.

— Milla! — Markos gritou — O que você pensa que está fazendo?

— Por que você mesmo não responde? — ela pressionou a lamina com mais força contra o maxilar do homem, apertando seus pulsos com a mão livre— Admita que estava me espionando atrás da porta!

— Eu...admito! — ele gemeu, rangendo os dentes.

— Ele sabe o que estamos procurando!

— E eu quero ajudar!

O atendente arqueou as sobrancelhas, confuso.

Nilo, Markus e a própria Milla pareceram igualmente surpresos.

— Vamos...conversar em um lugar mais reservado! — Markos decidiu, por fim.

E assim, subiram para o quarto de Milla, onde havia uma cama de solteiro e seus pertences espalhados em uma mesa com duas cadeiras. O capitão e o garoto se sentaram na cama, enquanto a garota e o homem desconhecido ficaram com as duas cadeiras.

— Primeiramente, como você sabe?

— Eu sou amigo de Aidan, ele me falou sobre sua busca e sei de informações que podem ajuda-los em sua jornada, mas preciso que me levem com vocês.

— E por que faríamos isso? Nem sabemos se você é de confiança.

— Espero provar que sou uma pessoa digna da busca, não venho por poder ou joias, mas sim por conhecimento, preciso chegar até o xamã.

— E de lá nos deixaria seguir viagem sozinhos?

— Eu prometo que sim.

— Pois bem, nos diga as informações e vejamos se são realmente uteis.

O homem começou a falar, os presentes arregalavam os olhos à medida que ele contava mais detalhes do que estavam para enfrentar. O caminho até o xamã não seria nada fácil e ainda não sabiam se essas informações são realmente corretas, mas, decidiram dar um voto de confiança, afinal, eles estavam em três e ele era somente um.

Ele pensaria duas vezes antes de dar qualquer passo em falso... Ou terá um fim merecido.