Until The Winter Is Over escrita por Fallentine


Capítulo 3
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A distância entre si e os outros era mediana, podia contar que em certos passos, chegaria até seu destino com facilidade. O outro lado do corredor onde se encontrava, estaria claro, mas como nevava e o sol era apagado totalmente pelas nuvens, a única iluminação ali presente, eram as lâmpadas que estavam penduradas sobre o teto branco.

    O corredor era grande pela largura, esbranquiçado junto com tons de bege, dando um ar de limpeza e calmo também, se não fosse pela alta movimentação, alunos andando de um lado para o outro com portas se batendo,  e qualquer outro de tipo de movimento que faça barulho.

 Miiko andava calmamente sobre o corredor, perto daquela multidão, não tinha pressa, mas também não queria que demorasse uma eternidade. A mesma passava a mão sobre seus próprios cabelos longos e recheados de brilho, eles eram escuros como a noite e as pontas azuladas como o oceano, quanto a seus olhos que eram azulados como safiras, com um lindo quartzo rosa em meio ao imenso azul. Junto ao seu ar autoritário tomado de respeito e confiança, digno de um líder.

   Miiko caminhava até a multidão, ou melhor, ela já fazia parte da multidão de alunos desde que havia entrado sobre o corredor, andava com dificuldade, mesmo sendo cautelosa, andava em passos largos, fazendo que seu par de sapatos fizesse um barulho que se passava despercebido ao volumoso som de diálogos, acompanhados de outros sapatos barulhentos.

   Mesmo que a menor se esforçasse, demoraria a empurrar aquele um monte de gente, Ezarel e os outros a olhavam com dificuldade, se não fosse pela morena ao ter falado com eles, aparentemente não iriam notar a presença da tal ali. Miiko estava praticamente remando contra a maré, que não estava funcionando muito bem.

   Mesmo assim, a jovem era insistente, havia ganhado esta “resistência”, praticamente desde pequena, acompanhado de autoridade vinda da morena, assim se classificando mandona, para os rapazes, ela os tratava assim, desde que se conheceram, com esse estilo de não ser rebaixada por qualquer um, mesmo na faculdade sendo mais uma veterana qualquer.

   A mesma andou um pouco mais, assim sendo presenteada pelos empurrões de outros estudantes. Sobre o mero corredor largo, que atualmente estava apertado, eles a empurravam de um lado para o outro, a azulada forçava o pé sobre o chão, tentando ir de encontro aos rapazes.

    A mesma já havia encontrado, saído daquela multidão, Ezarel como sempre, não estava distribuindo tanta atenção para Miiko, aparentemente para si, olhar seu par de sapatos era algo mais interessante. Valkyon estava diferente do comum, com um ar de cansado, sem contar que o mesmo tossia regularmente, Nevra fez um cumprimento com a mais velha, logo voltando a sua postura comum. Mesmo assim o trio queria dizer um  – Olá–  com estes pequenos gestos, mesmo não parecendo.

  Miiko encarou Valkyon de forma preocupada, a expressão de seu rosto deixava isto bem claro, virando um pouco a cabeça, e analisando o moreno que voltou o olhar para a azulada.

 

“A algo de errado com você? Parece perturbado.” Perguntou a jovem, intensamente preocupada, já causando desconforto na mesma.

 

O Albino apenas se silenciou, logo sussurrando que quase saiu como um sopro. –Não se preocupe. – Apoiando-se em um canto, logo sem seguida encostando suas costas sobre a parede gelada.

 

“A culpada disto tudo é a neve” Valkyon sorriu levemente com os olhos e cruzando seus braços, fitando-a e novamente respondendo a Morena.

 

“Tomarei um remédio quando chegar em casa.”

 

Miiko apenas assentiu com a cabeça. Logo prestando atenção em um azulado que murmurava que aparentemente estando irritado.

 

“Se não tivesse ajudado certas pessoas, não estaria assim.” Reclamou o rapaz que ajustava o cachecol. Recebendo uma sobrancelha arqueada em forma de dúvida vinda de Miiko.

“Ham?”

 

“Hum?” Retrucou sorrindo ao notar a morena revirar os olhos.

 

Mesmo a jovem estando acostumada com o temperamento do calouro, ainda se irritava com o azulado. Nevra logo tomou a postura, cortando o curto diálogo entre ambos, o mesmo permanecia de cabeça abaixada.

 

“Ficamos tempo demais na neve, apenas isto, também estávamos sem agasalho.” Respondeu suspirando e olhando Valkyon que parecia estar no mundo das nuvens.

 

“Foi por uma boa causa, Miiko.” Confirmou o albino, saindo de seu mundinho.

 

“Se é assim” A morena suspirou, logo apoiando a mão sobre o ombro do mais alto.

 

“Espero que não se agrave... Qualquer coisa, fale comigo, tentarei resolver.” A mesma sorriu, o confortando.

 

  O quarteto continuou a dialogar, até aguardarem o horário de irem para suas aulas, ambos resolveram se sentar, foram para outro lugar mais tranquilo e silencioso cujo anulava todo som que se continha lá fora ou era distante de onde outros alunos estavam, permaneciam sentados sobre a escada, parecia perfeito para todos.

    Com o frio que fazia, as janelas se mantinham fechadas, mesmo com tanto frio, o número de alunos sobre o colégio continuava, sem tantas faltas, com exceções de alguns é claro.

     Eles permaneciam em silêncio, apenas ouvindo o som dos rabiscos que Miiko fazia sobre o caderno, guiando o azulado, explicitando o conteúdo que o azulado se mantinha a ter dúvida, quanto aos outros que não se ouvia um sussurro.

Miiko retirava as dúvidas de seus queridos calouros e ao mesmo tempo, era obrigada a ouvir reclamações vinda dos rapazes, sobre os tal professores “sem coração”. Esse papo de reclamar de professores soava monótono para a jovem, que um dia já foi similar a eles, fazendo-a parecer que já era velha. Valkyon não procurava “Desabafar” com a morena, muito menos com os outros, independente do que os educadores fizessem, o mesmo continuaria calado. Os desabafos de Nevra não se passavam de simples suspiros misturados sobre sua voz manhosa. Quanto aos do azulado, não era de se esperar que fosse igual ao albino, mas sim uma mistureba, basicamente um mar de ironia recheado de sarcasmo, nada de novo.

 

וווו×××ו

    O sol já estava se pondo, o céu ficaria em uma linda mesclagem indo do azul ao amarelo, se não fosse pelas grandes nuvens que tapavam tudo, junto do céu fechado e nublado.

  A neve continuava a cair, aparentemente a mesma continuaria até o fim do mês, ou se prolongaria constantemente, o sol continuava a se esconder, como se estivesse tímido. A cidade permanecia a ficar atolada de neve, deixando-a cada vez mais bonita e rica, a neve como sempre em todos os cantos, de ruas a quintais e mesmo com o esforço dos moradores para limpar seus grandes e extensos quintais, continuaria a nevar e teriam que repetir este tipo de processo novamente.

    Valkyon e Nevra se encontravam a frente para um imóvel, era um prédio extenso, a neve tomava conta dos telhados e das sete sacadas que continha, as janelas se encontravam fechadas e cobertas por cortinas, com exceção de algumas abertas. Era um prédio totalmente branco, entre o chão feito de tijolos avermelhados, havia também partes das paredes descascadas, fora as pichações. Mesmo assim, era o encontra para os rapazes e o nível de dinheiro que podiam pagar.

   Ambos ajeitaram suas vestimentas, as dando leves tapas abafando o mínimo de neve que escorria sobre a roupa dos mesmos, logo adentrando sobre a recepção, que se encontrava vazia... O moreno e o albino adentraram sobre o corredor curto e escuro, a iluminação das janelas deixava um pouco visível o caminho, Nevra passava levemente os dedos sobre a parede  avermelhada, conforme assim acendendo as luzes assim que percorriam.

     Valkyon tossia constantemente, o mesmo aparentava de estar mais do que doido para pegar seu comprimido, o que só aumentava a preocupação de Nevra que logo adentrou sobre o elevador, Valkyon após o entrar se encostou nas paredes de metal daquele cubículo, logo se inclinando e por fim sentando sobre o chão, Nevra, que estava de pé, logo o encarou confuso.

 

“Valk, está tudo bem?” O mesmo se ajoelhou perante o chão, encarando o amigo.

 

“Estou esgotado, não é nada tão grave assim.” Explicou o albino, falando sobre a faculdade, logo erguendo a cabeça.

 

Nevra logo estendeu a mão, achegando a testa do albino, que estava quente como o fogo.

 

“Está com febre” Disse se levantando logo procurando o celular pela mochila.

 

“Talvez Elewein possa nos ajudar.” Explicou, logo apoiando a perna sobre a parede do elevador, usando-a como uma mesa e apoiando a mochila, em busca do celular.

 

“Hmph, Elewein está ocupada, vai acabar a atrapalhando.” Respondeu Valkyon, que permanecia a se sentar sobre o chão.

 

“Eu estou ciente ma-“ Os olhos do moreno se direcionaram para a porta do elevador que se abria.

 

 As portas de metal se abriram simultaneamente, logo revelando o andar desejado pelos rapazes, e sem demora expondo o rosto de uma jovem senhora, junto de uma criança que agarrava a mão da mesma, a senhora aparentava ser mãe da tal criança, que encarava Nevra e Valkyon sorridente.

 

“Olha mamãe! Eles chegaram cedo hoje!” Apontou o menor, que olhava os rapazes saírem do cubículo.

 

“Nevra!Meu aniversário está chegando!” Disse o menino extremamente animado.

 

“Boa noite Mery, espero que o primeiro pedaço seja meu” Acenou Nevra, logo bagunçando os curtos e macios cabelos da criança.

 

“Está tudo bem?” Questionou a mãe de Mery, ao observar Valkyon passar perto da mesma.

 

“Ele está com febre, ele só precisa descansar.” Respondeu Nevra colocando a mão sobre o bolso da calça.

 

“Irei pedir para trazer o remédio, ele vai ficar bem” Indicou o moreno, respondendo mais uma vez.

 

“Não seja por isto” A senhora vasculhou a própria bolsa, retirando um único comprimido, cortado da embalagem e entregou nas mãos do albino.

 

“Aqui, deve ser o bastante até se comunicar com ela” À senhora sorriu ao ouvir o obrigado vindo do albino, e assim entrando sobre o elevador.

 

   Rapidamente, Valkyon guardou o comprimido em seu bolso, seguindo Nevra, que se encontrava no final do corredor, com a mão na maçaneta da ultima porta, a mesma era em um tom marrom já desgastado, com uma numeração já apagada sobre o topo, ele girava a chave que fazia um leve barulho de chocalho. O rapaz ajustou a mochila sobre seu ombro, logo encarando Valkyon que andava vagarosamente sobre o longo corredor, nevra dizia  algo como –Agora já pode descansar–.

    Mesmo assim, a voz do moreno foi praticamente anulada para o albino, por culpa de uma tontura, fazendo o maior parar onde estava, o mesmo analisava o corredor, que se encontrava embaçado. Logo passando a mão sobre a testa guiando até os cabelos. 

  Nevra, aflito largou sua mochila, correndo até Valkyon que não estava tão longe, logo colocando o peso de seu corpo sobre o mesmo, o ajudando a ir até a porta que se encontrava aberta.

   O rapaz colocou o outro sobre o sofá, o que fez o ouvir um suspiro de alívio vindo de Valkyon que permanecia de olhos fechados com a mão sobre a cabeça, o mesmo se encontrava ofegante. Nevra saiu às pressas em direção à cozinha, logo voltando

 

“Aqui está, Oh Droga... Não fazia ideia que iria piorar desta forma.” Retornou Nevra com um copo de água, entregando para Valkyon que retirava o comprimido de seu bolso.

 

Em meio ao silêncio de ambos, Valkyon bebia água enquanto encarava Nevra com um olhar sereno, idêntico ao de uma criança. Mesmo assim, a paz foi cortada por um latido alto vindo de Shaitan, que latia fortemente, deixando visivelmente um Nevra irritado.

 

“S-SHAITAN!” O mesmo correu até o animal, que se encontrava a abanar o rabo, contente.

 

“Fique quieto! Sabe que aqui não é permitido animais, então Shhh!” O mesmo levou o dedo indicador até os lábios, logo analisando Shaitan voltar pra sua pequena caminha feita de travesseiros.

 

O rapaz se direcionou o olhar para o albino, que o encarava sem expressão, o moreno logo ficou aliviado ao ver seu amigo em estado normal e não como estava há alguns minutos atrás.

 

“Está tudo bem agora?”

 

“Hmm, sim” o mesmo assentiu com a cabeça, voltando a ficar pensativo.

 

“Estava pensando, sobre Erika” Disse se acomodando no sofá, enquanto retirava o tênis.

 

 Nevra o encarou arqueando a sobrancelha, logo fechando a porta e se juntando ao mesmo, sentando ao seu lado.

 

“Você não está nos melhores dias, recomendo que fique aqui... Um dia não vai arruinar tudo..”

 

“Eu prometi, seria rude de minha parte.” Respondeu o mais alto já se levantando.

 

Velozmente, Nevra pegou o celular logo chamando a atenção do próprio.

 

“A-ah! Ligarei para o Ez! Ele pode quebrar o galho...” O mesmo gaguejava o que fez Valkyon largar a mão da maçaneta.

 

 

וווו×××ו

 

[Quebra de Tempo]

 

     Mesmo ainda estando tarde, a cidade continuava a ser movimentada, carros e ônibus a toda a velocidade, mercados continuavam abertos, fora as lojas recentemente abertas. Mesmo com este clima, eles continuavam suas vendas a todo vapor, o que fazia uma belíssima mistura de cheiros que agradavam o nariz do tal azulado.

   Ezarel andava perto das barraquinhas, ele continuava a devorar mini saquinhos de melzinho, o mesmo os comia e guardava dentro do buraco negro que era sua mochila. O azulado percorria pela rua, o mesmo chegaria rapidamente.

      Logo ajeitando a mochila em suas costas, ele entrou na farmácia, onde estava mais quentinho do que afora, o azulado ficou circulando por toda farmácia, assim sendo observado. Precisamente sendo observado pela jovem que se encontrava apoiada sobre o balcão, ela usava as mãos para apoiar o rosto, lindos cabelos azulados presos com uma fita trançada acima da franja, olhos lindos e chamativos azulados, que estavam a encarar Ezarel que se aproximava da mesma.

“Olhe só! Quem veio te ver” O mesmo sorriu ironicamente.

 

“Como está sendo seu estágio?” O azulado fez mais uma pergunta.

 

“Acho que você infelizmente não entendeu meu pedido.” A mesma encarou o azulado, logo organizando os papeis que estavam por ali.

 

“Eu entendo que precise de um tempo” O mesmo suspirou demonstrando desanimo.

 

“Enfim, já que está aqui” A mesma, pois continuidade.

 

“Como estão os outros?” Disse puxando assunto, fazendo um sorriso aparecer sobre o rosto do azulado.

 

[Fim Da Quebra de Tempo]

 

A azulada tentava dar um tanto de atenção para o azulado que guardava os produtos dentro da mochila, logo ambos ouvindo o telefone tocar. Ezarel pegou logo o aparelho, desbloqueando e o atendendo, o mesmo acenou para Elewein, indo embora e se despedindo da mesma, assim recolhendo sua mochila.

 

—Alô? –

 

—Ah, Ez–

 

—Fico feliz que tenha atendido, mesmo que tenha sido na quarta ligação... –

 

—Hmph.. –

 

—De qualquer forma, poderia me fazer um favor? –


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