No fundo da alma escrita por RosaDWeasley


Capítulo 7
Kingsley


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura seus lindos!

:)



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“Hermione estava em um lugar lindo, algo como um jardim, Ron estava lá, olhava para ela, lindo e apaixonado, seus olhos brilhavam, felizes. E de repente tudo ficou cinza, como nos dias de guerra, e os olhos de Ron entristeceram e ela não pode mais vê-lo. Ela o procurava, mas não conseguia encontra-lo, ao fundo ela ouvia um som tocar, era um celular...”

Hermione acordou sobressaltada, o celular tocava, não sabia que horas eram, estava na cama, nua, apenas coberta por um lençol, Ron dormia ao seu lado, ela não conseguiu conter o sorriso ao vê-lo, o celular parou, e Hermione saltou da cama, sabia quem era no celular, sua família.

 – Ron acorde, se vista, anda – ela falava enquanto colocava o pijama e procurava o celular, não fazia ideia onde ele havia parado na noite anterior.

 – O que está acontecendo? – Perguntou Ron sonolento, corando ao perceber que estava nú e se divertindo ao ver Hermione tão desesperada na sua frente. – O que foi linda, o que você tanto procura? – Disse ele se levantando e colocando a roupa, sentia-se mais à vontade com ela. Ouviram novamente o celular.

— Minha. Família. Ligando. – Falava aos socos procurando – ACHEI! Alô? Marry? Estou aqui, estou indo para a cozinha, vou ligar por vídeo, espera – desligou

— Ron, se vista! – Disse ela saindo da suíte e se encaminhando até a cozinha. Quase não notou o apelido carinhoso, mas como não notar? Sorriu internamente.

Harry estava sentado no balcão da cozinha, seu rosto estava sereno, quase bobo, e Hermione tinha certeza que ele nem tinha visto ela indo em sua direção

— Oi Harry! – Falou sentando ao seu lado e mexendo rápido no notebook

— O-oi! – Gaguejou ele, não tinha mesmo visto a amiga se aproximar, uma certa ruiva roubava seus pensamentos e Harry sentia que pela primeira vez sua vida se encaminhava para perto da normalidade.

— Oi! Tò aqui, me leve até eles – Hermione falou à prima, tremia da cabeça aos pés e começou a ouvir as vozes enquanto a prima se encaminhava para a sala onde a família estava reunida. 

— Porque diabos a Marry marcou essa reunião?! - Hermione sorriu ao ouvir a voz do primo. – Gente eu tô atrasada pra escola!! -  Era Gabrielle, terceira filha da sua tia, pelo o menos se parecia. O falatório era sem fim, dava para ouvir coisas como “reunião inútil” ou “será que a Marry tá gravida? ”, Hermione não conseguia tirar o sorriso do rosto ao ouvir o barulho da sua família. Marry parou atrás da porta da sala de tv da casa de Hermione e olhou para a prima pelo celular.

— Se prepare, não pinguei a poção desde ontem e já ouvi seu nome por aqui, não sei qual vai ser a reação deles tata, mas se prepare. – E dizendo isso entrou na sala. Hermione não lembrava de tremer tanto nem quando Nagini estava correndo da direção dela e de Ron para atacar. Ron e Gina já estavam a sua frente aguardando, Ron fazia cara feia para Gina, mas deixou para brigar depois, Hermione era mais importante agora.

— CALEM A BOCA!! – Gritou Marry quando entrou na sala. – Eu marquei a reunião, mas não sou eu que quer falar com vocês... – e dizendo isso virou o celular, meio que de repente a sala ficou muda, todos reconheceram a garota que chorava e sorria olhando para eles e como se balde de agua fria caísse na cabeça de todos, se lembraram de Hermione, sabiam quem ela era, mas era como se ela não tivesse existido nos últimos meses.

 - PORQUE EU ME ESQUECI DE VOCÊ E PORQUE VOCÊ ESTA NO APARTAMENTO EM LONDRES?! – Era Ana, mãe de Hermione, que logo percebeu que algo estava muito errado, a inteligência era uma herança genética.

— Mãe, se acalme, Marry vai me conectar a tv e vou explicar tudo a vocês... – Hermione falou, por quase 2 horas, respondendo perguntas e contando; contou quase tudo, bem quase mesmo, ela não podia contar toda a verdade, existiam segredos e coisas que passaram que sua família não precisava saber. Harry, Ron e Gina falaram também, se desculpando e explicando que tudo foi para a proteção deles. Sua família agora entendia a mudança de comportamento de Marry e pediam desculpas a ela, pois não tinham ajudado muito a castigando. Seus pais estavam bravos, mas ao mesmo tempo agradeciam a Deus que ela estava viva. Contudo, havia uma exigência:  “volte para casa! ”.

— Mãe, é lógico que eu vou voltar, mas quero levar Harry, Ron e Gina comigo, tirar umas férias sabe, eu prometi ao Juliano que quando acabasse Hogwarts nós viajaríamos, né ju? – Nesse momento, o primo que até agora só tinha ouvido e não havia falado nada, olhou pra ela e para a irmã Marry com os olhos marejados, se levantou e saiu. Doeu na alma de Hermione essa cena, Marry não se abalou tanto porque o irmão já estava a rejeitando pois ela não falava o que a estava incomodando, mas Hermione depois de tudo que havia passado, tudo que ela não precisava agora era uma rejeição.

— Gente! – Falou para olharem pra ela e se calarem – Vou desligar, estamos com fome, voltaremos na toca mãe e daí falo com o Sr e a Sra Weasley e ligo novamente para que vocês falem com eles, venham até o Castelo, e nos passaremos alguns dias lá, pode ser?

— Depois você volta com a gente para o Brasil filha – Disse seu pai e ela concordou. Ia se despedindo quando sua avó resolveu falar.

— Hermione, não te entristece com a reação do Juliano ok? Eu acredito que aqui estamos todos muito orgulhosos de você e de Marry e é claro dos seus amigos que enfrentaram tanta coisa ruim por nós, você mostra cada dia mais que é uma Granger com sua coragem e convicção para lutar pelas coisas que acredita e por seus amigos. Harry, Rony e Gina, chego a invejar vocês e parabenizo por terem uma amizade tão forte e verdadeira. Eu em nome de toda a minha família, convido vocês e suas famílias a irem para a nossa casa na França ou virem para o Brasil conhecer nossas belas praias e se divertir conosco. É uma forma de agradecimento por estarem sãos e salvos. É muito bom te ter de volta querida, vá descansar, vamos digerir tudo isso com calma, mas o mais importante é que nós te amamos. -  Hermione agradeceu e desligou, chorando pelas palavras da avó.

— EU VOU MATAR VOCÊ!! – Hermione levou um susto daqueles com o grito de Ron, ele estava bufando pra cima da irmã que nem se moveu do lugar

— O que foi Ron? – Rebateu Gina, como se nada estivesse acontecendo

— O QUE FOI? O QUE FOI? VOCÊ FOI EMBORA MAIS CEDO, SÓ PRA FICAR SOZINHA COM O HARRY, CHEGAMOS E OS DOIS ESTAVAM SOZINHOS LÁ EM CIMA!! – Ele estava muito vermelho, Hermione achou que ele iria para cima do Harry, mas o alvo era a ruiva.

— AÉ? E ONDE VOCÊ ESTAVA? VOCÊ CHEGOU E NÃO FOI ATRÁS DE NÓS DAR ESCANDALOS, PORQUE SÓ HOJE DE MANHÃ? VOCE PENSA QUE EU SOU BURRA QUE NÃO SEI QUE VOCE ESTAVA FAZENDO COM HERMIONE A MESMA COISA QUE EU E HARRY? – Ela urrava de ódio, odiava quando ele a tratava como criancinha. Nessa altura Hermione e Harry já estavam roxos de vergonha e tinham se colocado entre os dois.

— CHEGA!!! NINGUÉM TEM MORAL PRA FALAR DE NINGUÉM AQUI!! – Hermione gritou, mandona como só ela, olhando fixamente para os olhos de Ron, que deu as costas indo até a suíte – Se troque para sairmos!! Você também Harry, e você vem comigo – dizendo isso puxou Gina pelo braço até a porta da suíte, entrou sem nem olhar para Ron, pegou uma troca de roupa e saiu.

Levou Gina até o andar de cima para se trocarem, viu uma mancha de sague no lençol e percebeu que não tinha visto na cama dela, porque havia acordado no susto com a ligação. – Gina, uma pergunta, você se preveniu? – Gina pareceu não entender a pergunta por um segundo, mas no segundo seguinte seus olhos se arregalaram e ela levou as mãos à boca de susto

— Não! Meu Deus, eu não tenho poção aqui, não posso ficar grávida, meu Deus, e agora, se eu perguntar para a minha mãe ela vai me matar... – disparou a ruiva desesperada.

— ACALME-SE! Você não vai ficar grávida, se troque, vamos na farmácia, depois consulto meu livro para confirmar o feitiço anticoncepcional...

Não era nenhuma novidade para o atendente da farmácia duas jovens irem comprar pílulas do dia seguinte, como se fosse a coisa mais normal do mundo ele entregou a ela duas caixinhas que continham uma única dose de contraceptivo de emergência. Gina olhava tudo com curiosidade e quase morreu de vergonha quando Hermione pediu a pílula, no caminho até a farmácia a amiga havia explicado como funcionava, mas pedir assim, abertamente e para um homem? Gina achou que morreria de vergonha, logo ela.

— Como você tem coragem de pedir assim, abertamente? – Questionava a ruiva horrorizada enquanto iam até o caixa.

— Gina, pelo amor de Deus, é normal isso, as mulheres e até mesmo seus namorados vêm comprar, fica tranquila!– Ela disse acertando com a caixa e saindo da farmácia. 

Passaram em um minimercado que havia perto do prédio para comprar coisas para o café da manhã, havia dito aos meninos que iriam sair, mas tinha medo de algum escândalo de Ron em público. Ao entrarem no apartamento viram Ron sentado no sofá parecendo nem prestar atenção na tv e Harry apoiado no balcão da cozinha mexendo no notebook de Hermione, ele parecia triste ou magoado, elas logo imaginaram o porquê.

— Tá tudo bem por aqui? – Perguntou a morena. Ron que nem tinha percebido elas entrando olhou para ela com cara feia e Hermione arqueou a sobrancelha o olhando sério com cara de quem diz “tem certeza que você quer brigar? ”, ele suspirou desviando o olhar para a tv. Na verdade Hermione comprou aquela briga sem pé nem cabeça, porque ficou decepcionada com ele, tudo que ela não imaginava era que o dia seguinte da primeira vez deles, fosse ser tão caótico e que seu namorado brigaria com a irmã, mesmo ela estando tão emocionada pela conversa com a família.

— Hermione tem problema? Eu precisava me distrair... – Disse Harry abaixando a cabeça para o notebook. O sangue de Hermione ferveu, e ela respondeu balançando a cabeça que não, dava para imaginar porque Harry não estava ao lado de Ron ensinando-o a mexer na tv e assistindo com ele, mesmo com raiva, respirou fundo e mudou de assunto

— Eu disse que iríamos sair, mas achei melhor comprar algumas coisas para comer aqui, depois saímos, nós vamos embora hoje? AAAH! QUE SUSTO! – Assim que ela fez a pergunta uma coruja entrou pela janela da cozinha, jogou uma carta para Harry e pousou na frente deles. Harry abriu a carta lendo em voz alta.

“Caro Sr. Potter

Eu Kingsley Shacklebolt, nomeado novo ministro da magia, convido o senhor, sua família e amigos para uma cerimônia de honra e gratidão por ter lutado com tanta bravura contra Lord Voldemort, será no próximo sábado as 10h, o mundo da magia está em débito com o senhor e quero pedir uma declaração oficial de como foi a guerra para o senhor e o que aconteceu, tudo que quiser contar é claro, as pessoas querem conhecer mais de quem devolveu a paz pela segunda vez ao mundo da magia. Aceitamos a declaração por entrevista ou por escrito, a mesma será publicada para conhecimento de todos.

Gostaria também de declarar que o ministério da magia está de portas abertas para cursos e trabalho para o senhor, a senhorita Granger e o Sr Weasley e outros bruxos que indicar.

A coruja estará esperando a resposta do senhor.

Com gratidão.

Kingsley ”

 

Harry e os outros já previam isso, eles haviam visto a declaração de Kingsley no Profeta Diário sobre ele e também suas reformas, ele iria declarar o que aconteceu, ou pelo menos uma parte, mas não sabia nem por onde começar.

— E agora? – Perguntou ele, Rony já havia se juntado a eles depois que ouviu o grito de Hermione e estava com uma expressão mais relaxada no rosto.

— Harry, é isso mesmo que você quer? Aceita a celebração? Vai declarar o que aconteceu? – Perguntou Gina.

 – Eu realmente não sei, assim, não gosto dessas coisas, mas já me colocaram e eu me coloquei em tanta enrascada que essa celebração não vai ser tão ruim. Sei lá, fui massacrado por tanto tempo que hoje, acho que as pessoas esperam que eu me posicione, estou errado?

— Não Harry, não está errado, mas você sempre agiu da forma como as pessoas esperavam que você agisse, ou pelo o menos como Dumbledore esperava, acho que se você tem real vontade de ao menos colocar as pessoas a par da situação e do que aconteceu, eu acho que você devia falar, mas você vai passar por uma entrevista? – Perguntou Hermione.

— E ter a possibilidade de ser entrevistado por Rita Skeeter? Nem pensar! Vou escrever e eles publicam, você me ajuda Hermione?

— É claro, mas antes, Rony pega um poleiro que tem no quarto ao lado do que a Gina e Harry estão, para tirar a coruja do balcão e fazemos isso mais tarde Harry porque precisamos comer, - Falou ela, fazendo todos se moverem e Harry foi pegar a coruja para esperar Ron com o poleiro.

— Gina, temos uma coisa para tomar... – sussurrou para a ruiva.

Hermione fez saladas, panquecas e suco para eles, Ron parecia mais animado agora que tinha comido, parecia esquecer o que Gina tinha feito. Todos comeram e depois de limparem a cozinha, ela foi ajudar Harry com a declaração. Antes, escreveram uma carta para a Sra Weasley contando o que tinha acontecido e que iriam ficar em Londres até o dia da celebração. Harry aceitou a celebração e com a ajuda dos amigos escreveu mais ou menos como as coisas tinham acontecido, não contou como sobreviveu por conta das Horcruxes, ninguém precisava de mais um bruxo ruim e doido querendo repetir o feito de Voldemort.

Quando a coruja voltou, ela trazia um berrador.


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Notas finais do capítulo

Comentem!

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