No fundo da alma escrita por RosaDWeasley


Capítulo 21
Minha bússola


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente lindaaaaa!!

Já começo pedindo perdão!! Não sou boa em descrever confrontos/guerras/batalhas então só saiu um pouquinho e pela visão da Mione.

Espero que gostem, eu não consegui revisar o capitulo, então, perdão se houver erros.

Boa leitura mores :)



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Fazia duas noites que eles estavam ali naquela floresta, haviam montado a barraca e erguido todos os feitiços de proteção possíveis, estavam próximos demais do castelo, pelo que tinham verificado, não havia feitiços de proteção para o castelo, o que fez o trio chegar a conclusão de que os comensais tinham certeza de que não iriam ser encontrados, graças as orelhas extensíveis eles conseguiram ouvir algumas conversas ao se aproximar do castelo e sabiam que um ataque a Londres aconteceriam em uma semana, junto com a tentativa de assassinato ao ministro, verificaram também que não havia muita movimentação no horário da manhã, mas que ninguém saia do castelo, Hermione chegou a conclusão mais óbvia e ridícula de que eles estariam dormindo, porque a noite era o horário que as reuniões e maiores movimentações aconteciam.

Eles estavam se preparando para invadir o castelo, havia um túnel embaixo que os levariam para as masmorras dos castelos e dali teriam acesso aos demais cômodos. Harry ligou para Josh, um dos únicos que confiava dentro do ministério e deu as coordenadas, todos que foram contratados no último dois anos estavam fora. O auror rezava para que essa estratégia desse certo. Dentro do túnel eles não conversavam, quando conseguiram acesso as masmorras precisaram de um tempo para descobrir qual seria o acesso ao salão principal do castelo, ouviram algumas vozes, Hermione identificou Greyback, e assim que o relógio bateu 11:23h, eles ouviram estalos fora do castelo e invadiram. Tudo aconteceu muito rápido, havia um código de perigo entre eles, o trio fugitivo havia conseguido quase um exército, pelo o menos 20 pessoas entre bruxos e bruxas também estavam no castelo. O ministério teve dificuldade em capturá-los, em algum momento do confronto Hermione foi puxada atrás de um pilar, era Ron.

— Por favor se proteja Hermione! Saia daqui, são muitos! – o olhar desesperado do ruivo a fez pensar, mas sua teimosia sempre venceria.

— Não Ron, não vou abandonar vocês!

— Hermione é sério, não teve o mesmo treinamento que nós, eles são muito perigosos!

— Eu sei me proteger! – Naquele momento um feitiço ricocheteou no pilar o fazendo tremer e eles correram em direções opostas.

Eram muitos feitiços sendo lançados, alguém havia lançado um feitiço de fumaça e a visão ficou dificultada, ninguém enxergava direito, Hermione sentia seu coração batendo na garganta, a dificuldade da visão piorava tudo, os sons estavam diminuindo, ela precisava se proteger, no momento em que fez um movimento em direção a outro pilar sentiu o impacto de um feitiço sobre ela e tudo ficou escuro.

oOo

Bethany não devia estar ali, mas precisava pegar suas coisas que estavam no apartamento do noivo, riu-se com o pensamento, Ron estava mais para seu ex-noivo no momento, era a melhor coisa que podia fazer, nesses 4 dias em que eles viajaram, a loira pode pensar no seu relacionamento e em seu futuro, tudo o que ela não queria, tudo o que ela acreditava que ninguém queria, era se sentir como ela estava se sentindo, por mais decente que Ron fosse com seus sentimentos em relação a ela, nada faria com que os sentimentos de frustração, tristeza, raiva, desamor e rejeição, fossem esquecidos e apagados assim tão rápido. A inconsistência de um amor não correspondido era tudo o que ela tinha e nesses quatro dias ela finalmente soube, era tudo o que ela não queria.

Andou pelo apartamento, retirou as fotos deles de alguns porta-retratos que haviam por ali, pegou sua xicara favorita em formato de pelúcio do armário da cozinha, pegou sua almofada das Harpias do sofá e entrou no quarto do ruivo, pegou tudo que era seu no armário, calcinhas, meias, roupas e chinelos. Contudo quando chegou ao banheiro simplesmente desabou em lágrimas ao pegar seu desodorante e seu shampoo e condicionador, nem ela entendia ao certo, mas pareciam que os  seus produtos de higiene pessoal ali gritavam pra ela que sim, havia sido real, ela não se apegou ao nada, aquele relacionamento por mais confuso que estava sendo nos últimos meses, foi real o suficiente para haver intimidade, intimidade real.

Respirou fundo e foi pegar seus últimos itens do armário de Ron, os sapatos que havia usado no noivado da cunhada estavam ali, foi quando puxou a caixa que notou, uma caixa azul marinho, bem maior que uma caixa de sapato estava ali, ela sempre perguntou para Ron o que ele guardava ali e a resposta foi sempre a mesma “bobagens”.                 Aguçada pela curiosidade ela puxou a caixa, na concepção dela era de total merecimento saber o que havia ali, sentando-se na cama abriu a caixa e se deparou com muitas cartas, fotos e objetos que ela sabia, tinham algum significado para o ruivo, aquela caixa era uma caixa de lembranças.

Tremendo da cabeça aos pés ela pegou as cartas, viu que nos envelopes das cartas havia somente datas, ela procurou a mais antiga, pouco mais de 5 anos antes e com o coração aos saltos no peito começou a ler.

“Você sempre me disse que eu tinha que me expressar de alguma forma, que a dificuldade em que eu tinha em falar sobre meus sentimentos seria prejudicial pra mim.

Pois bem, aqui estou eu, tentando colocar no papel o que a sua partida me fez.

Estou destruído, decepcionado e extremamente chateado com você.

Você era meu sol, meu tudo, minha bussola e minha direção e agora eu me sinto perdido.

O Harry tenta falar comigo, minha família toda tenta disfarçar mais eu sei que estão preocupados, já faz 2 meses que você se foi e eu só consigo ficar imaginando se fosse está conseguindo seguir normalmente, porque eu não estou, talvez eu nunca consiga.

Espero que esteja bem,

R.B. Weasley”

“Merlin!” Foi tudo o que Bethany conseguiu pensar quando percebeu pra quem eram aquelas cartas nunca entregues, na ânsia de saber mais ou de se maltratar mais, ela ainda não tinha descoberto o porquê, foi abrindo e lendo carta por carta, não eram longas, algumas só tinham um parágrafo, Bethany sorria com essas, porque elas não podiam ser mais a cara de Ron.

“ Hoje foi a primeira vez que apareceu uma notícia sua no jornal, você refez as alianças com os estados unidos, não podia estar mais orgulhoso.”

“Você é uma filha da puta desgraçada! Sério, você acabou com a minha vida! Nunca mais vai voltar? Mesmo? Já faz 6 meses que se foi e eu ainda penso em você todas as noites antes de dormir!”

“Um ano! Um maldito ano! 365 dias inteiros e você nunca nem me ligou!! O que foi? Eu não mereço sua ligação, não sou digno de ouvir o som da sua voz? Eu tive que controlar a vontade gigantesca que eu tive ontem de embarcar naquela chave de portal junto com Harry e Gina só para colocar meus olhos de novo em você. Merlin eu sinto tanto a sua falta que não acho que seja normal.”

De raiva, a loira começou a sentir pena, Ron havia sofrido, ela não tinha dimensões do sofrimento de Hermione, mas ali ela tinha em mãos todo o sofrimento de Ron, sofrimento esse que fez ele escrever como desabafo, Bethany olhou as datas e prendeu a respiração quando chegou em uma especifica, era a data da semana que eles haviam começado a namorar, já com os olhos cheios de lágrimas ela abriu a carta.

“Faz um tempo que não apareço por aqui, já fazem quase 3 anos que você partiu.

Eu meio que me acostumei com a sua falta e em ver sempre a sua foto nos jornais.

Só que hoje eu vim escrever para dizer que eu finalmente estou bem e seguindo em frente.

Não, eu ainda te amo, infelizmente, mas acho que estou pronto pra amar outra pessoa e te esquecer.

Conheci uma garota, Bethany o nome dela, ela é linda, você não teria boas lembranças se a visse porque ela é loira, mas eu juro que ela não é nada como Lilá. É boa e doce, gentil com todos e uma excelente jornalista. Super inteligente, não dada a genialidades como você, porque como você só existe você, mas muito esperta e perspicaz.

E pela primeira vez desde que você foi embora eu me esqueci de você por dois dias inteiros, eu me senti leve e quando dormi com ela, eu realmente dormi com ela.

Ontem eu a pedi em namoro e fiquei tão feliz, mas tão feliz quando ela aceitou, que a minha vontade foi sair correndo e contar pra você, contar pra minha melhor amiga, aí eu fiquei chateado de novo e percebi que não será assim tão rápido que você sairá da minha vida, porque você a marcou e quando alguém marca a vida da gente, ela nunca é esquecida”

Bethany soltou a carta do seu lado no colchão e encostou na cabeceira olhando pro teto, como tentar lutar contra esse amor? Esse era um daqueles romances de novela e cinema, eles se conheciam desde os 11 anos e eram amigos desde então, o amor foi descoberto e enraizado aos poucos, ela sempre estaria lá por ele e ele por ela. Fechou os olhos e deixou as lágrimas caírem, estava tão cansada que sentia cada poro do seu corpo latejar.

— Bethany o que faz aí? – a voz rouca do ruivo a fez pular de susto, mas a imagem dele fez como que ela deixasse toda a mágoa de lado e saltasse do colchão até ele.

— Ron, o que aconteceu? – o jovem estava sujo, tinha a camisa rasgada onde dava pra ver que havia uma atadura em toda a sua cintura, o antebraço direito também estava enfaixado, assim como a sua testa, mas o que mais assustava Bethany, não eram os ferimentos, eram os olhos, Ron tinha os olhos extremamente inchados e vermelhos como alguém que tinha chorado por horas a fio.

— Aconteceu um confronto – ele se deixou ser escorado pela noiva, observando ela arrumar tudo de volta na caixa com um floreio de varinha e se sentando na cama enquanto a moça arrumava seus travesseiros – Nós descobrimos que eles estavam em um castelo em um país chamado Belarus – ele tossiu e gemeu segurando a faixa da barriga, ofegando de dor – na verdade foi Hermione que descobriu, então nós nos preparamos e invadimos o castelo, só que nos enganamos, nós chamamos os aurores mais confiáveis, contudo eles tinham um exército lá, foi horrível Bethany, achei que não conseguiríamos.

— Meu Deus Ron! Que perigo, mas eles foram pegos, alguém foi morto ou ferido? – Quando ela terminou a pergunta viu os olhos do ruivo marejarem novamente e ele balançou a cabeça negando enquanto chorava – Meu Deus Ron! Meu Deus! O que foi? Alguém morreu? Onde está o Harry? – ela parou de falar quando ele levantou a mão em um pedido mudo para que ela se acalmasse, contudo não parou de chorar e Bethany entendeu – Hermione? – O ruivo apenas afirmou e ela o abraçou, ele se deixou ser abraçado e chorou no ombro da noiva, aos poucos ele foi se acalmando – Ron, ela... ela...

— Não, ela está viva – Bethany o encarou aguardando – durante o confronto ela desapareceu, eu falei, falei pra ela se proteger, ela não é uma auror, falei pro Harry que era perigoso demais, mas eles me ouviram? Não! – ele estava se descontrolando enquanto falava e Bethany apenas ouvia, permitindo o desabafo, por mais que não gostasse de Hermione, não queria vê-la mal – Quando o confronto acabou havia apenas 3 aurores inconscientes, fomos muito bem na captura apesar do grande numero, eles foram pegos realmente de surpresa, só que eu não achava Hermione, em nenhum lugar daquele maldito castelo, foi ai que eu percebi, que eles tinham a levado, só que todos eles pareciam estar ali – Ron deu um riso sem emoção enquanto tomava folego para terminar o relato – eles foram tão filhas da puta! Quando perceberam que iriam perder a atacaram, com um feitiço pouco conhecido e aparataram com ela! – ele ofegava, sentindo a raiva corroer suas veias – Deixaram ela praticamente sem vida em um bairro na periferia de Londres, largada, os trouxas que a encontraram e a levaram para um hospital.

Bethany estava incrédula, simplesmente parecia surreal demais pra ela – e agora Ron, onde ela está?

— Em um hospital trouxa, nós pedimos para transferi-la, mas eles dizem que ela não tem condições – ele ofegava enquanto lutava contra outro choro compulsivo – eles disseram que ela não tem chances de vida! – Ele se deixou largar novamente nos braços da noiva, depois de tudo que Bethany tinha lido, ela só sentia pena, da mais profunda que se pode sentir por alguém, parecia que eles estavam destinados a não ficarem juntos, por um motivo ou por outro e mesmo que fosse o cara que ela amava, amando outra, não deixava de ser extremamente triste.

— Vamos ao St. Mungus, eles podem mandar um medibruxo pra lá! – ela disse desesperada já pulando da cama, mas Ron segurou sua mão.

— Já fizemos isso Bethany, eles não conseguem descobrir o feitiço, estamos aguardando o Malfoy voltar da Alemanha.

— O Malfoy, como assim? – Sério, o mundo estava de pernas pro ar ou era apenas impressão dela?

— Infelizmente, Draco Malfoy se formou medibruxo e parece ser um dos melhores, especialista em feitiços, Harry entrou em contato com Astória e eles mandaram uma mensagem para ele, estão aguardando a resposta dele.

A loira concordou, quando Ron lançou um olhar questionativo em direção a caixa ela apenas negou com a cabeça, depois falaria sobre tudo, no momento ela usou de sua compaixão que acreditava todo o ser humano devia ter com o seu próximo e ajudou o ruivo a se banhar, fez uma sopa rápida pra ele e lhe deu uma poção de sono sem sonhos. Enquanto observava ele dormir sentiu os olhos marejarem novamente, Ron era bom, tinha um bom coração, merecia viver o amor, por mais que não fosse com ela.

oOo

Gina conhecia bem demais seu noivo pra saber que ele não deixaria aquele leito, fazia mais de 48 horas que Hermione havia sido encontrada e Harry não saiu do lado dela, seu irmão só aceitou ir pra casa porque estava ferido demais para continuar ali. Graças a Merlin Bethany estava com ele, a Weasley suspirou quando chegou a porta do quarto da amiga. Gina não entendia nada de medicina trouxa, apenas que tudo aquilo era invasivo demais, havia um tubo na boca da sua amiga que ia até a traqueia, Harry havia lhe explicado que ela “respirava pelos aparelhos” e que estava em “coma”, ela tinha cateteres diretamente dentro da veia dela, uma sonda no nariz que ia até o estômago, segundo eles para drenar, que saia um liquido marrom, quase preto, o que indicava que o estomago dela estava sangrando, um sangramento que ninguém conseguia descobrir da onde vinha, nem os medibruxos, havia uma sonda que foi colocada na uretra até a bexiga da sua amiga, o xixi na bolsinha era vermelho, sua bexiga ou seus rins, também sangravam, eles colhiam sangue para exames 2 vezes no dia, ela recebia bolsas e bolsas de soro, já haviam dado 3 bolsas de sangue, Hermione havia sido alvo de estudo de todos os médicos daquele hospital e de medibruxos que haviam estado ali, ninguém sabia o que ela tinha, quando ouvir a frase de Harry “Malfoy é nossa última esperança”, a ruiva se permitiu gargalhar, que ironia a vida não é mesmo? Agora só torcia para que a doninha albina chegasse logo e assim como eles tiveram a humildade de pedir ajuda, tivesse a decência de ajudar.

Foi até a poltrona que Harry estava cochilando, passou a mão em seus cabelos o chamando baixinho, ele acordou de seu sono, os olhos verdes normalmente tão vivos ali pareciam apagados, olheiras escuras nos olhos e os olhos fundos, denunciavam o quanto ele devia estar exausto, mas ele não sairia dali, não adiantava insistir.

— Meu amor, tente comer um pouco, peguei essa comida trouxa pra você, segundo uma enfermeira, é a única coisa que salva daquela lanchonete – ela fez graça e ele sorriu minimamente, como algo automático feito repetidamente nas últimas horas eles varreu os olhos em tudo que estava ligado a sua amiga e em seu corpo inerte na cama, nada havia mudado, suspirou fundo.

— Obrigada Gi, vou tentar comer um pouco – ele pegou um a embalagem que a noiva trazia e se dedicou a comer um pouco do yakissoba que tinha ali.

—Tente não se culpar tanto Harry – ela precisava tirar aquele peso das costas dele de alguma forma, sabia que ele se culpava, Harry olhou novamente pra amiga e apoiou a cabeça na poltrona, fechando os olhos enquanto as lágrimas desciam, Gina acariciava o rosto dele enquanto sentia as próprias lágrimas.

— Ron falou tanto quando eu tomei a decisão de falar com ela – suspirou pigarreando, sua voz rouca pela emoção cansaço – Que ela não podia ir, que não era um auror, que não saberia se defender corretamente e eu não ouvi, achando só que era excesso de zelo de um homem apaixonado. Ele estava certo o tempo todo – encarou Gina – vou respondeu um inquérito no ministério e se ela não sobreviver – suspirou engolindo em seco – eu vou ser afastado do cargo.

— Mas ela vai sobreviver Harry, você vai ver, você não será afastado e tudo voltará a ser como antes!

— O problema nem é meu cargo Gina – sim, ela sabia que o problema não era esse – como que eu vou conviver com a morte da minha amiga sabendo que eu poderia ter evitado isso?

— Hermione jamais te deixaria na mão e você sabe disso, se você tentasse deixar ela de fora, ela iria te caçar até o inferno! – ele riu triste com aquilo, se deixou chorar um pouco exausto, quando pensou em dizer para a noiva ir pra casa descansar ouviu um barulho de alguém irrompendo pela porta do quarto. Era Astória.

— Ele está vindo, chega em poucas horas.


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Notas finais do capítulo

Não me mateeeeeeem!!!

Mas comentem por favooooor!!

Espero conseguir postar o outro logo!! Beijooos



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