Perdas e Ganhos escrita por Lucca, alegrayson


Capítulo 20
Labirinto de fúria e fogo! - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Continuando...
Tudo parecia completamente quebrado entre eles. Mas se tem algo que esse Team sabe fazer é se reerguer das cinzas.
Momentos muito especiais à frente.
Boa leitura!



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Sala de Reade

Todos entraram e se acomodaram. Um silêncio mortificante entregava as relações cortadas entre eles que, um dia que agora parecida distante, já se consideraram uma família. Sem esperar mais, Reade começou:

— Foi um dia difícil para todos nós. Vim direto para a minha sala pensando em como justificar tudo isso e dar conta burocraticamente de eventos tão controversos. Eu mal tinha começado a organizar uma sequencia lógica para tudo quando sou notificado de uma discussão ferrenha entre Patterson e Zapata no laboratório. Ainda estava me preparando para ir até lá quando chegam notificações sobre outra discussão, dessa vez no vestiário. Por isso, resolvi chamá─los todos aqui. O que tenho pra dizer é simples e claro: vamos mesmo deixá─los nos dividir para nos destruir a partir de dentro?

Os olhares demonstravam o sentimento de culpa, mas não se arriscaram além do chão. Weller foi o único a levantar a cabeça e olhar todos à sua volta, avaliando suas reações até se fixar em Reade:

— Você tem razão. Seja lá qual for o jogo deles e quem é que sejam nossos inimigos, dividir é sempre a melhor estratégia para quebrar qualquer equipe. Nossa capacidade de deixar assuntos pessoais de lado e unir nossos potenciais sempre resultou em sucesso. Acho que, especialmente nesse momento, ninguém nessa sala queria estar envolvido na avalanche que caiu sobre nós. Mas não podemos desistir nem nos deixar vencer. Muitas vidas dependem de nós.

Todos concordaram ainda sem ousar estabelecer contato visual com os colegas. Reade continuou:

 – Bom. Nosso dever aqui é zelar pela segurança dos cidadãos desse país e não irei abrir mão disso. Fui claro? Se algum de vocês não concordar com essa máxima, pode deixar essa força tarefa. – todos assentiram com a cabeça. – E já que estamos falando em zelar pela segurança de pessoas inocentes... Remi, você está suspensa do trabalho de campo. De agora em diante, acompanhará todas as missões a partir do SIOC. – ela chegou a levantar a cabeça e abrir a boca para discordar, mas se calou percebendo que seria inútil ou resultaria no seu impedimento de estar até mesmo por ali – Tenho certeza que você ainda será muito útil e poderá colaborar de forma decisiva em todos os casos.

Reade estava se preparando para encerrar a reunião quando a tela de seu laptop notificou a chegada de um e-mail que o fez interromper a fala e dar atenção ao conteúdo do mesmo. Após uma rápida varredura, informou:

— Espero que isso acalme os ânimos por aqui. Era um e-mail de Roman no qual ele detalha sua estratégia para impedir que os drivers gravassem os dados dos servidores da TKC. As denúncias sobre a invasão também foram disparadas por ele. Pelo visto, ainda temos um infiltrado.

Toda a equipe respirou aliviada e discretos sorrisos começaram a reaparecer em seus rostos. Weller se aproximou de Patterson:

— Patterson, será que você poderia dar uma carona para Remi? Eu preciso ir agora.

 – Claro. – a loura respondeu imediatamente.

Kurt saiu deixando Remi ainda atordoada com sua atitude de deixa-la para trás. Foi a gota de faltava para ela se sentir completamente no vermelho com ele e não sabia como fazer o caminho de volta, superando a distância que ela mesma causou. Por alguns instantes, ela só observou a lenta retomada das atividades de sua equipe. Todos ainda estavam exaustos, decepcionados, ainda evitando cruzar olhares, mas a determinação renascia. Aquelas cenas tão comuns lhe pareceram tão aconchegantes. Kurt sempre dizia que essa equipe era como uma família para todos eles. Talvez essa fosse a melhor forma de consertar seus erros: ampliando sua família, incluindo cada uma daquelas pessoas, acolhendo cada membro da equipe no seu coração. Como fazer isso? Ela não tinha a resposta, mas sabia uma coisa que podia fazer e decidiu começar logo.

Assim que saíram da sala de Reade, Remi chamou as meninas:

 – Patterson, Tasha, preciso da ajuda de vocês. – as duas olharam para ela surpresas, mas atenderam ao pedido. Com a timidez transparecendo por traz de uma postura que tentava não ser tão intimidadora, Remi continuou – Bem...eu e Kurt não estamos muito bem... E eu preciso fazer alguma coisa que demonstre que eu me importo com ele. Pensei em algo pra comer, Weller sempre está tentando me alimentar, isso deve ser importante pra ele. Mas eu não sei do que ele gosta nem onde comprar porque cozinhar está decididamente fora de questão. O resultado não seria positivo.

Zapata e Patterson não conseguiram mais evitar a troca de olhares diante de considerações tão inusitadas de Remi. O conteúdo da confissão acompanhada do pedido de ajuda contrastava totalmente com a objetividade e imparcialidade como a informação foi transmita. Remi precisava de mais socorro do que imaginava. Buscando um local mais privado, a chuva de sugestões começou com a latina:

— Remi, se você quer realmente se desculpar, comida não é a melhor forma.

— Concordo com Tasha. – Patterson complementou. – Precisa ser algo mais forte e mais intenso.

─ Mas o quê? – Remi parecia não compreender.

As amigas disseram juntas:

— Você!

— Eu vou estar lá é óbvio... – a morena debochou revirando os olhos.

 – Sim, mas não precisa levar comida nenhuma. Apenas vá de peito aberto. – a loura disse.

— E converse com ele, seja sincera – Zapata emendou.

— Fale sobre o que você realmente sente por ele e pelo bebê – Patterson continuou.

— E cole seus lábios aos dele assim que tiver uma oportunidade! – a dica veio da latina.

 – Não há nada que Kurt ame mais do que vocês. – os olhos da nerd estavam cheios de ternura.

— Use uma lingerie bem sensual. Sexo é muito melhor que comida. – e os olhos de Zapata cheios de malícia.

— Tash!

— O que foi?

— Ela está grávida.

— E daí? Mulheres grávidas também tem vida sexual ativa. É só escolher uma posição confortável.

Remi se sentiu como uma bolinha de pingue─pongue quicando entre as sugestões das amigas. Apesar de ainda estar confusa, aquela conversa lhe trouxe uma sensação boa. Ver as duas amigas conversando entre si também trouxe uma satisfação que ela não conseguia entender. Ainda assim, Remi insistiu na comida e conseguiu que as amigas a ajudassem a conseguir o que queria além de lhe darem uma carona até o apartamento de Kurt. Ela se despediu sorrindo e entrou no prédio. Tasha e Patterson se entreolharam preocupadas. Remi, sem saber, tinha colaborada para quebrar o clima tenso entre as duas. Mas agora que estavam sozinhas, o incômodo voltou.

“Não perca a chance de consertar isso!” era o pensamento que nenhuma das duas conseguia transformar em palavras naquele momento.

─ Será que eles vão ficar bem? – Patterson questionou.

─ Claro que vão. Eles têm um ao outro.

─ E nada como ter alguém após um dia como hoje...

Zapata soltou a mão do volante e cobriu a mão da amiga:

— Hei, que tal irmos lá pra casa. Tenho bebidas e você não estará sozinha. A gente se acerta...

Patterson apertou a mão da amiga e respondeu com um sorriso carregado de malicia:

─ Vou aceitar pela bebida. E pela amiga-irmã que não quero perder. Mas o certo, depois de tudo, era você me oferecer um pouco de colo também.

Tasha riu enquanto encaminhava o carro de volta para a rua:

─ Bebida e muita conversa jogada fora. O colo você terá que conquistar.

Apartamento de Weller

Kurt estava tomando uma cerveja no sofá com a TV ligada num jogo de beisebol. Aquela bebida não tinha o teor de álcool que ele precisava, mas era a única disponível na casa. Desde a descoberta da gravidez de Remi, ele achou melhor não repor seus estoques para evitar que o álcool fosse muito tentador à ela nos momentos críticos da montanha russa emocional que viviam. Com Jane seria diferente. Remi ele não conhecia. O jogo na tela como forma de distração era outra coisa pouco eficiente, ele sequer conseguia acompanhar as jogadas, mas a movimentação dos jogadores evitava que seu cérebro ficasse revivendo os últimos meses desde que Jane se foi.

As batidas soaram na porta de forma inconfundível. Ele não precisava abrir pra saber quem estava ali. Realmente Kurt não esperava que ela viesse até ele nessa noite, mas talvez ela se sentisse mais segura dormindo no apartamento. Foi um dia difícil. Ele jamais negaria pouso à ela.

Kurt se levantou e arrastou o corpo até a porta. A moderada lentidão física contrastava com sua aceleração cardíaca. Abrindo a porta, se deparou com Remi numa postura totalmente decidida:

─ Reade disse que o team precisa entrar novamente em sintonia e superar as divergências. Então, essa é minha bandeira branca – disse levantando o pacote – eu trouxe comida.

Ele sorriu triste e abaixou os olhos:

─ Você não precisa fazer isso só porque Reade disse, Remi...

A tristeza na reação dele a afetou mais do que imaginava, mas ela insistiu:

─ Qual é, Weller. Todos temos que comer. – e veio a sua mente a lembrança de Patterson dizendo o quanto ela e o bebê eram importantes para Kurt – Olha, nós dois sabemos o quanto você é obcecado com a minha alimentação porque isso é importante para o bebê, então vamos jantar juntos. Eu sei que isso te deixa mais tranquilo.

Ele se afastou, abrindo passagem para ela entrar. Poucos passos adiante, já indo em direção à cozinha, Remi parou e expirou insatisfeita:

─ Eu estou tentando, tá bem?! Me ajuda.

Kurt estava realmente cansado daquilo. Parecia um ciclo vicioso, mas ele estava decidido a escapar. Caminhando com passos firmes, passou por ela e descartou a garrafa de cerveja no lixo da cozinha:

─ Usar o bebê para me manipular e conseguir o que quer só me parece mais do mesmo...

─ Não! Eu não queria...─ ela fechou os olhos e respirou fundo – essa realmente não era a minha intenção, Weller. Talvez eu não saiba agir de outra forma... foi assim a minha vida toda... Mas eu quero mudar, eu... eu ... seu silêncio me incomoda muito...Porque sei que você tem razão. Eu errei hoje – e colocou a mão na barriga – com vocês dois. É por isso que eu estou aqui. – e caminhou até o balcão onde começou a desempacotar a comida.

Ele a observava ainda sem conseguir definir como reagiria àquilo. Parecia haver tanta sinceridade no que ela dizia. E era apenas um jantar. Ele poderia levar isso de forma amigável. Enquanto caminhava em direção à ela, Kurt pode acompanhar o sorriso se formando no rosto de Remi que deslizou o recipiente orgulhosamente na sua direção:

─ Lasanha vegana, sua preferida!

Lasanha vegana? Instantaneamente ele torceu o nariz e se formou em seu rosto uma expressão de desaprovação. O sorriso no rosto dela se desfez. Remi parecia agora muito chateada.

─ Você não gosta? Patterson e Tasha disseram que era a sua preferida...

De repente, ele se pegou rindo alto:

─ Elas te disseram isso? Eu odeio lasanha vegana.

Remi juntou as peças do quebra-cabeças em segundos. E estranhou quando percebeu que, ao invés de sentir raiva pela brincadeira das meninas, ela estava se divertindo com tudo aquilo:

─ Acho que fui enganada. Elas acharam que comida não era uma boa ideia, mas eu insisti. – e ela riu com ele antes de voltar a ficar séria – Me desculpe. Eu não me lembrava qual sua comida favorita. – o olhar triste dela era algo que sabia tocar Kurt onde ninguém mais alcançava

─ Não faz mal. – ele disse agora olhando diretamente pra ela. – acho que funcionou melhor pra quebra o gelo entre nós do que qualquer outra comida faria. Eu como isso com você.

Ela assentiu voltando a sorrir, agora completamente mergulhada nas sensações boas que aquele olhar dele despertava nela.

O jantar transcorreu dentro da normalidade. Conversaram sobre assuntos triviais e evitaram polêmicas. Depois foram lavar a louça juntos e seguiram com a conversa até Kurt perguntar:

─ Você quer dormir aqui essa noite?

Remi torceu a expressão facial para o lado:

─ Se não te incomodar... eu realmente me sinto muito mais relaxada quando estou aqui.

Kurt continuou centrado na louça que estava lavando enquanto respondeu:

─ Tudo bem pra mim. Posso ficar no quarto de hóspedes pra te dar mais espaço.

Foi a vez de Remi calar. Isso não era bem o que ela desejava, mas como pedir mais dele depois de um dia tão complicado? Ela engoliu seco e continuou secando a louça. Minutos depois, ela precisava guardar um recipiente no armário acima da pia. Ao mesmo tempo, Kurt foi colocar o último dos pratos no escorredor de louças e os dois acabaram se esbarrando. Os dois se entreolharam. Talvez sob o efeito da adrenalina que subiu rapidamente no sangue de Remi, o bebê começou a se mexer. Imediatamente, Kurt secou as mãos e as colocou sobre a barriga dela que instintivamente cobriu com as mãos dele com as suas.

─ Está sentindo? Estamos bem. E só porque você estava lá conosco hoje. Muito obrigada!

 Aquela conexão entre eles aumentou atingindo níveis muito acima dos habituais. Nenhum dos dois era capaz de interromper o momento. Em pouco tempo, os olhares migraram da barriga para os olhos do outro e foram se aproximando até que seus lábios se encontrassem. O beijo começou suave e se aprofundou lentamente abrindo as portas para a onda de desejo que foi se instalando. Logo os dois estavam entregues a uma troca intensa, carregada da vontade do que estava por vir.

De repente, Kurt interrompeu o beijo e a afastou alguns centímetros apesar de continuar segurando─a pela cintura.

─ O que foi? – Remi perguntou.

─ Eu preciso te perguntar uma coisa. Tasha sugeriu sexo no lugar da comida?

As mãos dela se entrelaçaram aos braços dele numa tentativa de impedi–lo de se afastar durante sua resposta.  Com o olhar firme, ela disse:

─ Ela sugeriu sim, mas não é por isso que quero fazer amor com você.

─ Então por que, Remi?

Ela suspirou antes de continuar, sua mão esquerda subiu até o ombro dele enquanto a direita começou a passear entre seus cabelos:

─ Porque mesmo que eu não me lembre, eu sinto o que Jane sentia quando estava com você. Quando estou nos seus braços, é como se eu tivesse encontrado o meu lugar no mundo. É familiar...e preenche todos os vazios da minha ausência de memória. Eu não preciso me lembrar, Kurt, pra saber porque estou aqui e ter certeza de que é aqui onde eu quero ficar.

O sorriso no rosto dele falava mais do que qualquer palavra e ela aceitou isso. Juntando seus lábios aos dela, ele a saboreou devagar, como quem aprecia o melhor de todos os vinhos. Enquanto uma de suas mãos se firmava nas costas dela exigindo que a distância entre os dois desaparecesse, a outra deslizou por seu cabelo e acariciando atrás de sua orelha. Remi fechou os olhos para colocar todo seu foco nas sensações que explodiam através do contato com Kurt. Sua língua retribuiu cada carícia enroscando─se na dele e desfrutando do sabor que só ele tinha. Deus, como podia ser tão novo e tão familiar ao mesmo tempo?!

Nenhum dos dois teve completa noção de como foram parar no sofá. Remi apenas se lembrava dele atrás dela, com os braços ao seu redor, mordiscando sua clavícula. Mas, enfim, estavam lá. Kurt se reclinou sobre as costas do sofá e ela se acomodou sobre ele. Num impulso, ela tirou sua própria blusa. Não queria nenhum tecido separando sua pele das ondas frenéticas que os dedos dele causavam. Ele leu seu desejo imediatamente e seus dedos começaram a brincar com as linhas das tatuagens, uma após outra. Dessa vez, ela ficou divida entre fechar os olhos para focar nas sensações ou mantê─los abertos para usufruir da sensação de poder que sentia ao vê─lo olhar para cada detalhe de seu corpo com tanto desejo.

Não demorou até que os dedos dele deslizassem pela bainha inferior do top que ela usava exigindo tê─la como o dorso totalmente descoberto.  Antes de ousar livrá─la da peça, seu olhar buscou a autorização e o dela concedeu. Sem o top, os dedos dele roçaram seus mamilos fazendo─a fechar os olhos. Ele se remexeu no sofá como quem está endireitando a coluna e moveu as pernas jogando─a suavemente mais à frente. Remi soltou um pequeno grunhido antecipando o que estava por vir e ouviu a risada dele encher a sala satisfeito com a total entrega dela ao que estavam vivendo.

Então ele começou a melhor e mais formidável sessão de tortura que ela já viveu, percorrendo seus seios com beijos molhados, mas evitando seus mamilos que ansiavam desesperadamente por seu toque. Ela deixou que ele brincasse com ela daquela forma, fazendo seu jogo. Por duas vezes, engoliu o nome dele que insistia em brotar por sua garganta exigindo que seus beijos chegassem onde ela mais precisava. Quando ela abriu os olhos, o olhar maroto dele se divertia e media cada reação dela. Como ele não interrompeu as carícias por nenhum momento, tudo o que ela podia fazer era se permitir dizer o nome dele e rezar para que ele compreendesse:

─ Kurt...

O som de seu nome nos lábios dela eram como pura bruxaria que o obrigava a satisfazê─la. Suavemente, tomou um de seus mamilos em sua boca, acariciando─a com seus lábios, língua e dentes. Aqueles toques desferiam raios de eletricidade que percorriam todo o corpo de Remi e explodiam em seu núcleo deixando─a completamente louca por ele. Ela apoiou uma mão nas costas do sofá enquanto a outra corria através dos cabelos dele tentando impedir que ele se afastasse e a privasse daquilo.

Mas, ao movimentar─se no colo dele, ela percebeu o quanto sua excitação lutava contra o jeans e decidiu que era hora dele sentir o quanto é difícil não ser saciado. Suas mãos vagaram até os ombros dele e o empurraram para trás. Ele a olhou intrigado. Ela sorriu e começou a desabotoar os botões de sua camisa para, em seguida, em retaliação, repetir a estratégia dele, depositando beijos molhados em seu peito em todos os locais, menos onde ele mais desejava. Ela subia com beijos pela clavícula e pescoço, mordiscava sua orelha, descia novamente para o peito enquanto os rosnados frustrados dele enchiam a sala. E finalmente, ela agarrou um mamilo entre os dentes e sentiu o sobressalto por todo o corpo dele. Enquanto brincava com a língua no outro mamilo, as mãos dela forçavam o botão da calça a se abrir para libertá─lo do jeans. Ou seria ela que precisava tocá─lo também ali?

Os dedos de Remi percorreram um caminho abrasador por todo o comprimento dele, sentindo cada pulsar, medindo cada detalhe do formato e antecipando como seria tê─lo dentro dela. Um a um, seus dedos se fecharam ao redor dele e começaram os movimentos firmes para cima e para baixo. Só então ela parou de sugar o mamilo dele e se afastou para observá─lo. O olhar de Kurt estava marejado de desejo, num transe de paixão que a encheu de satisfação.

Vê─lo assim, totalmente entregue à ela, fez aumentar ainda mais o desejo de dar à ele tudo que podia. Então ela deslizou para trás até estar fora do colo dele, abriu suas pernas e se ajoelhou entre elas. Sua boca salivava antecipando o sabor que ele teria. Mas antes que ela pudesse inclinar─se para frente e começar, as mãos de Kurt emolduravam seu rosto exigindo que ela olhasse para ele.

─ Honey, por favor, não... – ele estava ofegante e lutando para conseguir falar em meio às sensações que ainda fervilhavam por seu corpo – Hoje não. Eu não vou ser capaz de me conter e preciso ter alguns momentos dentro de você.

O olhar suplicante de Kurt era irresistível e fez Remi desistir e se levantar para desabotoar o botão de sua prória calça. Kurt aproveitou para enfiar seus dedos pelo cós e puxou a peça junto com sua calcinha para baixo ajudando─a se despir. Céus, o que havia nos dedos dele para serem capazes de fazê─la queimar por inteiro apenas com aquele toque tão corriqueiro? Em seguida, ele se levantou para se livrar também de suas últimas peças de roupas. Ele se aproximou de seu ouvido e sussurrou:

─ Devemos ir para o quarto?

Em resposta, Remi o empurrou de volta para o sofá e sorriu maliciosamente já se acomodando sobre ele. Ela tinha pressa e queria o controle, mas as mãos de Kurt retormaram as carícias a atormentando e roubando toda a ilusão de controlá–lo. Não, decididamente nenhum deles tinha qualquer controle naquele momento. Só havia a necessidade de se unirem para se saciarem.

Então ela finalmente o guiou para dentro e os dois suspiraram juntos enquanto ele se afundava nela até não haver mais espaço algum a separá–los.  Ele parecia não ter a mesma pressa que ela. Suas mãos no seu quadril ditaram um ritmo mais lento, querendo tocar cada centímetro sensível dentro dela. Deus, ele sabia onde e como!

Quando Kurt se moveu dando a Remi a ilusão de que aceleraria para saciar o fogo que ele acendeu dentro dela, foi apenas para sussurar no seu ouvido:

─ Eu te amo.

Amor. Era isso que ela sentia. Era isso que fazia cada momento junto dele tão especial. Não era apenas sexo, era amor. Ela não só acreditava plenamente naquelas palavras como compartilhava aquele sentimento. Mas seria por ela ou por Jane? Kurt parecia capaz de amar as duas, ou amá–la de uma forma tão intensa que a reconhecia por completo. Suas mãos se agarraram aos ombros dele, seus olhos se fecharam e ela se entregou às sensações físicas e emocionais, deixando–se embalar pelo ritmo dele e retribuindo seu empenho. Um gemido escapou de seus lábios. Era prazer, era amor, era também medo porque ela sempre foi ensinada a temer aquele sentimento.

─ shshsh – ele sussurrou ainda colado ao seu ouvido e compreendendo até mesmo aquele som que saiu das entranhas dela – está tudo bem.

Remi precisava confessar seus sentimentos mesmo que as palavras não pudessem ganhar corpo no calor daquele momento. Então ela colou o beijou intensamente mostrando que, mesmo no silêncio, o amor deles falava mais alto. Kurt retribuiu e parou de ditar o ritmo para que ela pudesse acelerar e alcançar o pico primeiro. Ela compreendeu, mas também usou seu corpo para incita–lo mais e mais, contraindo seus músculos internos ao redor dele. Ela sabia o quanto ele estava se segurando e queria que os dois chegassem lá juntos.

Quando o êxtase explodiu por seus corpos, ela ainda se negou a parar por completo continuando os movimentos, agora lentos e suaves, temendo a separação.

Kurt encostou sua testa na dela e sorriu cansado. Ela retribuiu. Então ele desabou para trás, reclinando contra as costas do sofá e puxando–a com ele, Remi se jogou para o lado procurando uma posição confortável que não comprimisse sua barriga, mas se manteve aninhada nos braços dele. Foi só aí que ela teve forçar para falar:

─ Não desista de mim, por favor.

Ele beijou sua testa enquanto acariciava seu braço e sua outra mão descansou sobre sua barriga:

─ Nunca.


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Notas finais do capítulo

Agora temos que saber: gostaram? Sugestões, críticas, percepções e teorias são bem vindas!
Muito obrigada pela leitura.



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