" Quando observo a bela cidade de Nova York, penso em cada ser vivo que habita nela. Pessoas em suas roupas mais elegantes, seus trabalhos sem cessar para uma recompensa que muitas vezes não vale tanto a pena, esforços árduos em tarefas para realização própria, cada ação que eles fazem. Todas estas pessoas apenas querem mostrar seu lugar no mundo, muitas vezes fazendo coisas boas para os outros, ajudando os necessitados, mostrando que você não precisa ter poderes para ser um herói.

Mas existem aqueles, com um coração negro, uma alma tão escura que chega a exalar o mal. Seres cujo único objetivo é a destruição e propagação da maldade, o aproveitamento de outros seres mais frágeis. Então volto a pensar nos habitantes bons daqui. Eles precisam de ajuda, de alguém que possa protegê-los. E eu estou aqui para isso. Para usar meus poderes para o bem.

O meu nome é Kurt Wagner, e sim, sou um herói. Como me tornei um? Tudo começou a exatamente dois meses..."

DOIS MESES ATRÁS

Eu nunca fui um garoto muito popular. Desde pequeno sofria bullyng por ser um garoto com um Q.I acima da média. Feiras de ciência para mim eram como viagens para a Disney: se tornavam fascinantes. Meus projetos sempre tiravam a nota máxima, afinal, eram invenções bem geniosas.

Certa vez construí um canhão de propulsão magnética anti-gravidade (claro que em miniatura) e consegui fazer diversos objetos metálicos flutuarem, o que foi incrível, até precisar fazer eles descer (não me saí muito bem nesta parte).

Cresci com um futuro brilhante em mente, sabia que poderia ser alguém reconhecido e ajudar as pessoas.

Quando completei meus 18 anos, ingressei para a faculdade de Física Quântica, e consegui uma bolsa integral, o que me deixou feliz por saber que meus pais não poderiam pagar. Então surge a oportunidade perfeita de mostrar o meu valor: um concurso em uma das empresas mais conceituadas da cidade, onde os melhores projetos proporcionariam um estágio remunerado. Sabia que não poderia perder isto e então comecei a colocar minhas idéias em prática.

Criei um gerador de energia utilizando o ar como um propulsor mas infelizmente ele explodiu metade da garagem (isto deixou meu pai bem irritado); Depois veio a idéia de criar um capacete que te fazia "ler mentes", passando todos os pensamentos para a forma escrita, mas os únicos resultados foram frases sem sentido, um cachorro achando ser uma galinha e um cabelo queimado; até tentei a ideia de criar um dispositivo que liberava uma substância que ao entrar em contato com o ar ia se solidificando, podendo ser usada para segurar coisas extremamente pesadas ou apenas se balançar por aí, mas além de me deixar preso na parede logo após explodir, acho que alguém ja utilizou essa idéia.

Todos os esforços foram em vão, e ,sem nenhuma idéia que real valesse a pena, não conseguiria nem passar da porta.

Precisava de um tempo para pensar, porém em uma cidade como esta, qualquer lugar, em qualquer canto, se torna barulhento.

Caminho um pouco ate chegar no campus e percebo alguns alunos estudando em seu tempo livre. Estando tão exorto em meus pensamentos, acabo por esbarrar em uma moça:

— Desculpe-me, não a vi passando! - Digo enquanto ajudo-a a recolher seus livros

— Não, não! Sem problemas - ela diz, também recolhendo alguns livros e me olhando nos olhos.

Talvez tenha sido pelo momento, mas senti como se já a conhecesse a anos.

— Aqui estão seus livros e mais uma vez me desculpe, prometo ter mais cuidado daqui em diante! - falo, sabendo que provavelmente meu rosto está vermelho

— Não se preocupe, também estava distraída, as provas estão tirando minha atenção por completo

— V-Você também estuda Física? - indago-a, apontando para um dos livros

— A sim, estudo Física Nuclear

— Uauu, pretensiosa. Acho que jamais conseguiria passar do primeiro ano

— Você se acostuma depois de um tempo! - Ela sorri e mexe no cabelo

Rapidamente me lembro de todos os livros e programas sobre relacionamentos e como saber se ela gosta de você: uma das características é a mexida no cabelo

— M-Me desculpe por ser mal educado, me chamo Wagner, Kurt Wagner!

— Sou Amanda Taylor, é um prazer! Agora tenho que ir, estou atrasada

— A-Até!

Depois de alguns minutos que ela tinha partido, e depois de apreciar bastante o perfume que ela exalava, voltei a si e continuei caminhando.

Me senti frustrado por ter gaguejado tanto perto dela, era apenas uma garota, não deveria ser tão difícil. Se eu tivesse algo que me ajudasse a pelo menos manter uma frase inteir...

— É ISSOO!!!! - disse em um tom absurdamente alto que fez todos olharem para mim, o que me deixou bem mais do que vermelho.

Após voltar para casa e pegar os restos dos meus projetos "falecidos", comecei a trabalhar na minha nova invenção, que poderia me colocar dentro da empresa. Não seria fácil mas ( - Filho, venha jantar!!) eu não iria desistir.

Depois de algumas horas e um esforço árduo, finalmente consegui terminar e estaria pronto para testar, lógico, assim que eu dormisse um pouco...

— Kurt! Kurt! Acorde, Você vai se atrasar para sua aula! KURT!!!!!!

— O-o que houve mãe, já se passaram os dez minutos?

— Dez minutos? Kurt, você está dormindo desde ontem às 17:00

— E que horas são? - Digo levantando assustado

— São 06:30!!

— Nossa mãe, achei que você tinha dito 06:30, eu estaria super atrasado

— Kurt Wagner, são 06:30, você realmente está atrasado

— Mas que Mer@#! - falo enquanto visto minha roupa em uma velocidade incrível e saio correndo para pegar a mochila e meu projeto.

Ótimo, hoje é o grande dia e além de estar super atrasado não testei minha invenção. É bom ja me preparar para a rejeição e ser chutado pelos seguranças.

Por incrível que possa parecer, bati meu recorde em velocidade, ao demorar apenas 20 minutos para chegar a entrada da empresa.

Quando chego perto, dois seguranças barram minha entrada.

— Desculpe, o horário para entrada já se esgotou!! - disse um deles me encarando

— Senhor, me deixe entrar, estou aqui para mostrar um projeto para o concur...

— Sinto muito, são ordens diretas - respondeu o outro segurança, sem ao menos me deixar terminar

Eu não poderia deixar que um atraso estragasse tudo, então resolvi tentar entrar de outra forma, do modo mais antigo...De penetra. So precisei de uma caixa grande, um papel com caneta, e um crachá que peguei emprestado com um funcionário, enquanto ele olhava as horas no relógio( prometo devolver).

Assim que cheguei no hall onde estavam acontecendo as apresentações, todos se preparavam para ir embora.

— ESPEREMM!!! - Gritei

— Desculpe garoto, as apresentações acabaram!!!! Tente ano que vem

— Peço que escute minha proposta, prometo que não será desperdício

— Temos um horário a cumprir aqui, se não pode chegar dentro deste prazo, não poderia trabalhar conosco

— Senhor, vim de muito longe, realmente trabalhei duto nisto, estou aqui para mostrar minhas habilidades, só me dê uma oportunidade e eu irei embora caso seja ruim

Alguns cientistas e homens de preto conversaram entre si e se viraram para mim

— Tudo bem garoto, cinco minutos e nada mais que isto!!!

Perfeito, agora mostrarei minha idéia

— B-Bem, meu nome é Kurt Wagner....

— Me Deus... - disse um deles em um tom baixo

— ...E vim mostrar algo interessante a vocês. E-Em algum momento, sentiram um frio na barriga, ou um desconforto que fazia vocês termerem... perdão, tremerem? Sentiam aquele velho medo de algo ou de alguém? De uma conversa muito importante? Medo de errar? Bem, provavelmente sim. Então com meu conhecimento, desenvolvi um dispositivo capaz de inibir estas emoções em específico, além de mostrar os níveis de interesse na fala da pessoa de um diálogo, frequência cardíaca, e também mas não menos importante (aciono um botão), dizer as frases certas de acordo com o nível da empolgação, através de transmissor em seu ouvido. Isto fará com que aquela reunião importante não se torne um pesadelo, ou até mesmo o jantar com a garota dos sonhos(confesso, me passou pela cabeça o rosto da Amanda). Bem... É isto!!!!

Percebi algumas pessoas me encarando, alguns cientistas me olhando e depois balançando negativamente, e isto foi me deixando negativo também. Alguns deles se reuniram, conversaram e logo depois um veio até mim, segurando a parte de cima do nariz e com os olhos fechados, abrindo-os logo depois

— Chegamos a uma conclusão Senhor Wagner!!!!!