O Raio e a Luz escrita por Marina Andrade


Capítulo 1
Capítulo 1 - De volta à Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoal! Essa fanfiction se passa depois da guerra de Hogwarts, mas vamos considerar duas modificações nessa história, que são:
1) O beijo de Rony e Hermione na Câmara Secreta durante a guerra nunca aconteceu.
2) Draco Malfoy se virou contra os Comensais da Morte no momento da guerra, lutando ao lado de Harry.

Espero que gostem! Bjo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/755232/chapter/1

 

*Harry POV*

Harry passou pela passagem mágica da plataforma 9 ¾ sentindo uma onda de felicidade percorrer seu corpo. A guerra tinha acabado. Voldemort tinha sido derrotado. Está tudo bem. – Ele pensou suspirando e fechando os olhos por um breve segundo, sentindo-se finalmente em paz.

— Harry! – A voz aguda e alegre de Luna Lovegood fez com que Harry abrisse os olhos e voltasse a realidade.

— Luna! Como é bom te ver! – Harry cumprimentou a amiga com um abraço. – Como foram suas férias? – Ele perguntou enquanto os dois caminhavam em direção ao trem. Após a guerra, Hogwarts tinha sido restaurada pelos professores da escola e alguns funcionários do Ministério da Magia, voltando a sua antiga glória em cerca de um mês. Tendo em vista que não houve muito aprendizado no último ano, com Snape como diretor e a interrupção do ano escolar, todos os alunos estavam retornando à escola para refazer o último ano, e Harry, Rony e Hermione haviam sido convidados por McGonagall para retornar a Hogwarts e cursar o sétimo ano.

— Muito boas, na verdade. – Luna disse sorrindo para o amigo enquanto passavam pelas cabines do trem em busca de uma vazia. – Eu e meu pai trabalhamos em várias matérias intrigantes para as próximas edições do Pasquim! – Ela disse sorrindo animada. – E também aproveitei as férias para namorar bastante. – Ela disse num tom natural, fazendo com que Harry arregalasse os olhos involuntariamente.

— É mesmo? – Harry perguntou pigarreando, meio desconfortável.

— Ah sim, com certeza! – Luna disse olhando para Harry com os olhos brilhando. O Neville passou um tempo lá em casa depois da guerra. – Ela completou de certa forma justificando com quem ela tinha namorado nas férias. Harry sorriu contente pelo casal. Ele tinha se perguntado ao longo das férias se Neville tinha falado com Luna após a guerra, e agora tinha sua resposta.

— Acho que vou ficar por aqui. – Harry disse abrindo uma cabine vazia e entrando nela. – Por que não se senta comigo? – Ele perguntou para Luna enquanto guardava seus pertences num dos espaços acima dos assentos da cabine.

— Obrigada Harry, mas vou tentar encontrar Neville. – Ela disse ainda com um brilho no olhar. – Não o beijo já faz mais de uma semana! – Luna argumentou o que fez com que Harry deixasse uma de suas malas de mão desequilibrar e cair do espaço superior da cabine, atingindo sua cabeça.

— A-ah sim! Eu entendo. – Harry respondeu passando a mão pelos cabelos no lugar onde a mala o tinha atingido. Luna acenou para ele e seguiu seu caminho pelo vagão.

Harry sentou num dos assentos da cabine e observou pela janela enquanto os demais estudantes despediam de seus pais e entravam no trem. Como era bom estar de volta. Ele mal podia esperar para ver Hermione e Rony. E Gina, apesar de que ele não tinha certeza se a garota estaria tão disposta a vê-lo.

Nos dois meses de férias que tinham tido depois das férias, Harry tinha passado pouco mais de um mês na Toca, com Hermione e os Weasleys. Harry esperava que, depois da guerra, ele e Gina ficariam juntos para sempre, assim como Rony e Hermione. Já havia passado da hora dos dois se declararem e ficarem juntos, mas nenhuma das duas coisas aconteceu conforme o esperado.

Ele e Gina tinham namorado por sólidas quatro semanas após a guerra. Mas algo não parecia certo no relacionamento dos dois. Pensando bem, antes dessas quatro semanas, Harry e Gina não tinham estabelecido uma conexão muito profunda. Eles sentiam uma forte atração um pelo outro desde o sexto ano de Harry em Hogwarts, isso era certo, mas eles nunca tinham conversado muito um com o outro até o momento em que a guerra acabou. Eles se viam nos treinos e partidas de Quadribol, e nas vezes que Harry havia ficado na Toca, mas o Quadribol não envolvia muita conversa, e nos dias em que Harry havia ficado na Toca, ao longo dos anos escolares, ele passara a maior parte do tempo com Rony e Hermione, fazendo planos para derrotar Voldemort.

Além de alguns beijos escondidos, conversas breves e declarações de amor durante as inúmeras despedidas nas quais Harry não sabia se retornaria vivo, ele e Gina nunca tinham passado um tempo considerável na companhia um do outro, como um casal. As quatro semanas e meia na Toca serviram para colocar os dois relacionamentos à prova. Ele e Gina. Hermione e Rony.

Harry e Gina tinham química, disso ele não duvidada. Sexo não era algo que Harry esperava que fosse acontecer tão cedo, considerando que o relacionamento deles era recente, mas acabou mudou de ideia bem rápido nas madrugadas em que Gina o arrastou para o porão da Toca, quando todos estavam dormindo. Esses momentos tinham sido ótimos, sem sombra de dúvida. Mas nos momentos em que eles estavam juntos, conversando, Harry sentia como se eles fossem duas peças de quebra-cabeças diferentes. Gina parecia se sentir da mesma forma, e quando Harry propôs que eles voltassem a ser só amigos, ela concordou com ele que era o melhor a se fazer. Dois dias após o término, Harry foi para a antiga casa de Sirius, que agora era sua, tanto para dar espaço para Gina quanto para se adaptar à sua nova casa, redecora-la e de alguma forma tentar torná-la seu lar.

Hermione e Rony não tinham ficado juntos, Harry não conseguia decifrar o porquê. Era evidente para ele, até o momento em que Rony os abandonou na floresta, sozinhos na tentativa de encontrar as horcruxes, que Hermione sentia algo por Rony. Mas alguns dias depois que Rony havia os deixado, ela parecia ter bloqueado seus sentimentos por ele. Não falava dele, e aos poucos ela foi parecendo mais e mais tranquila com o fato de estarem só os dois na busca pelas partes da alma de Voldemort.

Quando Rony retornou, ela não parecia a mesma com ele. Não se mostrou feliz com seu retorno, nem estava a todo tempo perto dele, se preocupando com ele. Harry esperava que ela e Rony fossem resolver as coisas depois da guerra, mas nada pareceu mudar. Pelo que Rony havia lhe dito nas semanas em que estava na Toca, ele havia tentado a beijar algumas vezes, mas ela sempre parecia desviar dele. Depois de algumas tentativas frustradas, ela teria esclarecido com Rony que eram apenas amigos, e que ela queria manter assim.

O mais estranho é que Rony não parecia tão abalado com isso, quando contou para Harry. Harry não conseguia acreditar. Era a Hermione! Como era possível Rony não ficar abalado por ter perdido Hermione Granger, a bruxa mais inteligente de sua idade, a garota que ficou ao lado deles durante os últimos sete anos, sacrificando até mesmo a memória dos próprios pais, para lutar ao lado deles contra Voldemort?!

O amor era realmente uma coisa muito estranha, Harry pensou consigo mesmo.

Quando Harry partiu para sua nova casa, tudo o que ele conseguia pensar era em como ele queria que Hermione tivesse ido com ele passar o último mês antes de férias. Ela saberia exatamente o que fazer com a casa, quais feitiços usar para reformar alguns cômodos, arrastar móveis e também quais eram os malditos feitiços para cozinhar algo decente de vez em quando. Mas mais do que isso, ele sentia falta dela, de sua presença. Os meses que passaram acampando e perseguindo horcruxes aproximaram os três amigos mais do que os seis anos em Hogwarts, se é que era possível. Mas as semanas após a partida de Rony tinham feito com que eles compartilhassem algo muito intenso um com o outro. Ele percebeu, naquelas semanas, o quanto ele precisava dela, e o quanto era bom estar com ela, mesmo que carregando a responsabilidade de derrotar o maior bruxo das trevas que já existiu.

Mas Hermione não pôde ir com ele, apesar do convite. O professor Flitwick tinha localizado os pais dela em uma cidade turística na Austrália poucos dias antes de Harry deixar a casa dos Weasley, e ela e o professor de Feitiços viajaram até a Austrália para trabalhar em feitiços de restauração de memória. Harry escreveu para ela todos os dias, sentindo mais sua falta do que nunca. Hermione e Flitwick tinham conseguido recuperar a memória dos Granger quase completamente, o suficiente para que Hermione tivesse aproveitado o último mês de férias no conforto da própria casa, matando a saudade dos pais e lhes contando sobre tudo o que tinha acontecido no último ano.

Harry olhava para fora do trem esperando ansiosamente para vê-la. E Rony também, é claro. Dentro de poucos minutos eles avistou a cabeleira castanha passando pela plataforma e caminhando até o trem, com as vestes da grifinória e um sorriso no rosto. Harry se levantou depressa e esperou na porta da cabine por ela.

— Harry! – Hermione avistou Harry e correu até o amigo, o abraçando tão forte que por um momento ele não conseguiu respirar pelo impacto. Harry amava esses abraços mais que qualquer coisa que pudesse lembrar. – Senti sua falta! – Ela disse o apertando ainda mais e dando um beijo em sua bochecha.

— Eu também! – Ele disse respirando fundo involuntariamente. O gesto inconsciente fez com que o cheiro do cabelo e do perfume de Hermione invadisse suas narinas, e Harry se deixou levar pela sensação de tê-la tão próxima de si, não sentindo a menor vontade de larga-la.

— Potter, Granger. – A voz de McGonagall atrás de Hermione chamou a atenção dos dois, fazendo com que Hermione soltasse Harry e virasse para ver a professora, e agora diretora, de Hogwarts.

— Professora McGonagall. – Hermione a cumprimentou com um sorriso enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Como é bom vê-los de volta! – McGonagall disse sorridente. – Se não estiverem muito ocupados, gostaria que me acompanhassem até um vagão próximo daqui. Tem algo que eu gostaria de conversar com vocês. – Harry e Hermione acenaram concordando e seguiram a professora até um vagão mais distante no trem e até a cabine onde a diretora estava instalado. McGonagall se sentou num dos assentos da cabine e Harry e Hermione sentaram ao lado um do outro no assento oposto. McGonagall fechou a porta da cabine e olhou sorridente para seus dois integrantes favoritos do trio de ouro.

— Bom, como vocês sabem. – Ela disse enquanto pegava um envelope amarelo de um dos bolsos de seu casaco. – Um aluno e uma aluna do sétimo ano são escolhidos a cada ano para serem os Monitores Chefes de Hogwarts. – Ela abriu o envelope e tirou dois emblemas de Monitores Chefes de dentro dele. – Granger, pela sua dedicação infinita aos estudos e pela excelente bruxa que você se tornou, você foi escolhida por unanimidade entre os professores. – McGonagall disse entregando a Hermione um dos emblemas. Hermione sorriu e pegou o emblema, o admirando. – E você, senhor Potter. – McGonagall entregou o outro emblema nas mãos de Harry, que o pegou com cautela. Ele sabia que não tinha tido as melhores notas enquanto estudou em Hogwarts, portanto não compreendia bem por que seria escolhido. – Pelo seu desempenho excepcional em Defesa Contra as Artes das Trevas, por ter formado e treinado os membros da Armada de Dumbledore e, principalmente, por ter derrotado o maior mal que o mundo bruxo já enfrentou, foi escolhido como Monitor Chefe.

Harry sorriu involuntariamente e olhou para o emblema dourado que reluzia em sua mão.

— Mas, devo avisá-los. – McGonagall começou com uma expressão séria no olhar – Que o cargo de Monitor-Chefe inclui rondas pelo castelo quatro vezes por semana, e é dever dos Monitores-Chefes orientar os alunos do primeiro ano em seus primeiros dias em Hogwarts, bem como seguir as regras para dar um bom exemplo para os demais alunos. – Ela enfatizou a última sentença, olhando para Harry e Hermione por cima dos óculos. Harry, Hermione e Rony tinham quebrado mais regras em Hogwarts que qualquer outro estudante, mas McGonagall esperava que isso não fosse ser mais necessário agora que Voldemort havia sido derrotado. – Vocês não precisam assumir o cargo caso não queiram. – Ela continuou. – Mas, como vocês já devem saber, os Monitores Chefes têm seus benefícios exclusivos, como quartos individuais, uma Sala Comunal exclusiva, um banheiro particular e descontos na maioria das lojas em Hogsmead.

Sala Comunal exclusiva.— Harry pensou sentindo uma onda de alegria. Era tudo o que ele queria! Dividir uma sala comunal apenas com Hermione. Longe de Gina e de todo o caos que veio com sua fama por ser O Escolhido.

— Mas é claro que aceito! Será uma honra! – Hermione respondeu McGonagall agarrando firme seu emblema. Harry se sentia infinitamente feliz por ela. Ninguém merecia mais que Hermione o cargo de monitora chefe.

— Eu também aceito, professora. – Harry respondeu. – Com muito prazer.

— Ótimo! – McGonagall respondeu batendo as mãos uma na outra contente. – Podem voltar para o vagão de vocês então, crianças. Me procurem quando chegarmos em Hogwarts. Vou mostrar o dormitório de vocês quando chegarmos lá.

Harry olhou para Hermione e os dois sorriram enquanto saíam da cabine. Esse ano acabara de ficar dez vezes melhor, ele pensava enquanto voltavam para sua cabine, colocando os emblemas de monitores-chefes em suas vestes no caminho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!