O inimigo ao lado escrita por Lobinha Cry Cry


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo! Hora de flutuar!



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Logo amanheceu, os raios do Sol entravam pela janela e iluminavam todo quarto, refletindo sua luz no rosto do garoto adormecido. Bill abriu lentamente seus olhos, uma piscada, duas, até abri-los definitivamente, levantando-se com dificuldade, seu corpo estava todo dolorido e havia algumas marcas em seu braço como se fossem arranhões; o garoto Denbrough coloca seus pés no chão os olhando e percebe algo branco, espalhado no mesmo, pega e examina, parecia um tipo de tecido, tinha algumas pequenas manchas vermelhas em algumas partes, perguntava-se da onde tinha vindo aquilo, de repente sente um frio na barriga, passa a mão nela e acha estranho a textura, parecia sua pele, olha e vê que estava realmente passando a mão pela sua pele e que o que segurava era o tecido de sua camiseta.

Confuso e desesperado, tenta se lembrar dos acontecimentos de ontem. Só recordava de ter deixado Bianca em casa e que sua mão havia começado a doer no quarto já de noite, mas nada além disso; Bill realiza sua rotina matinal, pega os restos da camiseta e o que sobrou dela, coloca em uma sacola e joga no lixo, já montado em Silver, decide dar uma volta na cidade para refrescar a memória; por onde olhava podia ser visto cartazes de crianças desaparecidas, achou um tanto suspeito, continuou pedalando até chegar em um bairro, onde se podia ver carros de polícia, faixas e uma ambulância; o garoto parou em frente a cena, uma mulher chorava, desoladamente com o marido a tomando em seus braços enquanto respondia às perguntas do policial, não dava para ouvir com o tanto de vozes e sons no mesmo ambiente. Se aproximando um pouco mais, cutuca delicadamente o ombro de um policial que guardava a área:

— C-Com licença s-senhor, mas o que o-o-ouve aqui? – O policial se vira por completo para o garoto que dá um passo para trás

— Alguém matou um menino ontem à noite. Uma atrocidade! Os pais o acharam todo ensanguentado, com apenas um braço, já estava morto. – O policial voltou sua atenção novamente para a cena, Bill ficou por um instante paralisado, andava de ré até sua bicicleta, já montado, pedalando o mais rápido possível, mas sem enxergar nada. Fez o caminho para o Barrens, melhor lugar para refletir naquele momento, quase ninguém do grupo ia lá mais, o lugar já estava quase deserto e era isso que Bill precisava naquele momento, um pouco de isolamento do mundo. Deixou Silver estacionada em um canto, virou-se com os olhos fechados e dando um longo suspiro, andando de costas acaba trombando em algo, ou melhor, alguém:

— Aaaaahhh – Bill e Eddie gritam ao mesmo tempo por conta do susto

— E-E-Eddie?! O-O que está fazendo aqui?

— Nossa Bill você me assustou! Bom, estava sem nada para fazer, decidi dar uma passada aqui, além disso, marquei de me encontrar com o resto do grupo aqui também. – Bill tentou se conter para não transparecer a cara de desanimo ao ouvir o amigo falar, tudo que queria era um pouco de paz, não quer dizer que não gostava dos amigos ou que não queria passar um tempo om eles, eram seus melhores amigos e os amava, mas não era uma boa hora para ficarem juntos.

O silencio foi cortado com o barulho de várias bicicletas pedalando, as rodas passando pelo chão de terra e esmagando algumas pedrinhas, além das conversas e risadas; cada um foi descendo a pequena ladeira e estacionando ao lado da bicicleta de Bill, um de cada vez foi cumprimenta-lo, primeiro Richie, depois Ben, Mike, Stan e por fim Beverly que o abraça, os dois ficam um tempinho entrelaçados, vão se afastando aos poucos, as mãos do garoto descendo até sua cintura enquanto a encarava com um sorriso meio encabulado e ela retribuindo:

— Por que vocês não se pegam logo, não é mais simples?! – Disse Richie cortando a magia do momento, fazendo os dois se separarem envergonhados e mirar o boca de lixo

— Beep beep Richie – Disse Beverly dando uma risadinha no meio

— Você está com uma aparência muito melhor Bill – Disse Mike sorridente

— É mesmo, antes você estava parecendo a mãe do Eddie depois de uma boa transa – Disse Richie

— Vai se fuder Richie – Disse Eddie mirando o maior com raiva

— Estamos felizes por você – Disse a ruiva virando-se para o garoto Denbrough

— O-O-Obrigado gente – Disse sorrindo.

Passaram a tarde no Barrens, conversando, brincando e relembrando seus momentos favoritos. Mesmo se divertindo, Bill não conseguia se desligar do que acontecerá mais cedo e o que pode ter acontecido ontem à noite que não se lembrava, se foi o verdadeiro culpado daquilo, o que faria? Será que irá ocorrer mais vezes? Ele era um assassino? Sentado sobre a pedra em frente ao pequeno lago, o garoto ficava com esses pensamentos em sua cabeça, enquanto os outros brincavam na água e molhando uns aos outros, quer dizer, todos menos Beverly que se sentou ao lado de Bill:

— Você está bem? – Perguntou gentilmente, acordando ele de seu devaneio

— Que? Ah, s-s-sim, estou b-bem-Disse dando um sorrisinho

— Parece tão pensativo, como se estivesse preocupado com algo

— N-Não, eu apenas e-e-estava olhando o h-h-horizonte – Os dois olharam para frente, apreciando a paisagem natural do Barrens que até possuía suas belezas, começaram a rir dos meninos brincando na água, do Eddie caindo por causa do Richie, o Stan e o Mike se molhando e Ben sentado rindo junto, então eles voltaram a se olhar novamente, ainda com o sorriso estampado no rosto, Bill coloca uma mecha do cabelo da garota atrás da orelha dela

— F-F-Fico feliz que t-tenha voltado

— Eu também – Eles continuam se encarando, mas são despertados com a água que os garotos jogam, eles se olham audaciosamente e rindo, vão se juntar na guerra de água.

Depois daquele banho, todos pegam suas bicicletas, pedalavam juntos como antes, o vento em seus cabelos, Bill na frente, Beverly e Ben a sua esquerda, Stan e Richie a direta e Eddie e Mike atrás, pedalavam com gostos, eram selvagens e rápidos, na metade do caminho cada um se separa e já se despedindo vão para suas casas. Bill chega, janta e vai tomar um banho; já em seu quarto, rabisca em seu caderno de desenhos um desenho de Beverly, com os cabelos cor fogo e seus lábios vermelho sangue, os quais ele teve o prazer de experimentar duas vezes, a cor podia ser sangue, mas o gosto era doce, lambeu o beiço para ver se ainda lhe restava alguma recordação do gosto e bem lá no canto ainda sentia o doce. Acabou pegando no sono, via-se em um vazio, escuro e abandonado, não tinha direção para correr e não enxergava nada a não ser a escuridão; olhando para os lados pode sentir algo correndo por trás dele lhe causando um arrepio, alguns ruídos acompanhavam aquele movimento como se fosse algum tipo de animal. Olhando um pouco mais fundo na penumbra via algo se aproximando, parecia que flutuava e tinha uma cor chamativa, logo reconhecerá que era um balão e que ia se aproximando cada vez mais até que parou em sua frente; Bill o olhava desconfiado, esperando que algo acontecesse, receoso de encostar nele ou chegar  mais perto apenas ficou o olhando, até que em um certo momento o balão subitamente estoura e por trás dele surge uma figura grande e com um largo sorriso que rapidamente agarra o garoto pelo pescoço erguendo-o a altura de seus olhos:

— Olá B-B-Billy, a quanto tempo. A saudade que estava de você era de matar! – O palhaço dizia rindo loucamente enquanto o garoto se debatia em suas mãos tentando se soltar

— N-Não é p-p-possível, nós matamos v-você... I-I-Isso não é r-r-real! – Pennywise troca o sorriso por uma falsa expressão triste com um certo ar de deboche

— Ainda não sou real o bastante para você Billy, bem.... Agora irei me tornar! – A criatura colocará os dentes de monstro para fora e sorrindo de ponta e ponta para Bill que tentava não transparecer seu medo

— O-O-O que você quer?

— Deixe me ver..... Você! – O menino fica confuso, mas ao mesmo tempo assustado, até parando de se debater, enquanto o palhaço ria loucamente

— Eu?!

— Eu estou fraco demais para sair e tomar formas para assim, poder me alimentar. Estou com fome, se eu não me alimentar irei morrer. Mas você.... Você tem uma energia forte, um líder nato e astuto que faria de tudo para proteger aqueles que ama – Bill se lembrará de seus amigos e ficou meio cabisbaixo – Preciso de alguém assim para me ajudar, me tirar desse buraco escuro e fedorento para que enfim, possa me alimentar dos medos dos inocentes!

— E a-aonde me e-e-encaixo nisso?

— Preciso do seu corpo! – O coração de Bill dá um salto que até chega a doer, pode sentir seu corpo mole e a cabeça girando – Você é jovem, atlético e é cheio de energia e agilidade pelo que pude ver na última vez que nos vimos, você é perfeito!

— E-Eu jamais na m-m-minha vida cederia m-meu c-c-corpo a uma c-c-criatura horrenda como você – O palhaço sorriu mais ainda

—  Mas você já cedeu ou quem você acha que arrancou o braço daquele menino inocente... – Bill sentiu sua respiração fechar – Assim como eu fiz com o George! – O palhaço ri maniacamente e o garoto começa a se debater com mais força para poder se soltar

— Chegou a hora!

— NÃO! – Pennywise olha bem fundo nos olhos do garoto Denbrough, as cores de seus olhos se juntam ficando laranja, a cena muda em Bill se contorcendo na cama de seu quarto e caindo no chão.

Olha para sua mão, ela estava começando a se esticar mais, repuxando sua pele até rasgar e revelar uma mão enluvada, sua camisa vai fazendo rasgos e chegando ao tecido da pele que se rasgava junto mostrando a parede revestida de vermelho por dentro das costas junto ao sangue; Bill agarra seu rosto e aos poucos vai o descascando, tirando a pele, cartilagem, tudo junto de olhos enlouquecidos e um sorriso doentio. Antes o que era o garoto, revelou-se um palhaço alto, com roupas brancas e um sorriso de ponta a ponta, se olhando em um dos espelhos; ele salta até a janela, do telhado salta na rua e como uma cobra desliza até o bueiro mais próximo e as risadas ecoando pelo buraco; passando pelo extenso canal de esgoto de Derry, a criatura para em um ponto, estica sua mão e tira o ralo que tapava sua passagem, com sua força descomunal ele abre um grande buraco no chão do box do banheiro de uma casa e sai como um animal. Anda pelo corredor escuro, farejando a sua presa, o cheiro o leva ao quarto onde se encontrava uma menina adormecida; a criatura vai se erguendo devagar por trás da menor, os olhos laranja vivo bem visto na penumbra do cômodo, observa a menor dormindo tranquilamente e já imagina sua carne macia entre seus dentes. Pronto, com os dentes afiados amostra e já se aproximando, para bruscamente e se ergue novamente como se algo o tivesse puxado para trás:

— O que está fazendo?! Pennywise olhava para seu lado esquerdo e sua cabeça vira subitamente à direita – N-Não deixarei você e-e-encostar nela seu d-d-desgraçado! – De alguma forma, Bill ainda mantinha uma certa consciência mesmo na forma de Pennywise, a casa que estavam era a de Bianca, não podia deixar nada acontecer com ela.

O palhaço tentava avançar na menina, mas o lado consciente de Bill o puxava para trás, até que consegue o domínio total do corpo e rasteja rapidamente até o buraco no box do banheiro e se isola no canal do esgoto de Derry.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima! Bye!



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