A Difícil Arte de Amar escrita por Isabelle


Capítulo 8
A Difícil Arte de Proteger




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Capítulo 8-

                    A Difícil Arte de Proteger

Os poderes de sensitiva de Nina foram tomando proporções dentro de uma atmosfera de magia. Ela podia experimentar sensações que nunca havia experimentado. O mundo a sua volta pulsava e ela sentia a essência da magia dentro de si.

Levantou-se naquela manhã com a sensação de perigo. Dryade já havia saído para as aulas da manhã e tudo ali estava quieto. Foi para o banheiro e resolveu relaxar um pouco. Ficou ali um tempo, apenas se concentrando em tudo que havia acontecido desde então.

Já estava saindo quando ouviu movimento no quarto. Seus instintos afloraram instantaneamente. Olhou pela fresta da porta e viu quando um garoto de uniforme apontava a varinha para Draco, viu quando um raio colorido saiu dela. Nesse momento entrou no quarto e se atirou na frente da varinha recebendo o cruciatos. Seu corpo convulsionava-se no chão, gritou com a dor de mil adagas invadindo seu corpo acordando Nick e Draco. Os outros dois garotos sacaram suas varinhas e se preparavam para acertar os Malfoys. Quando a magia de Nick se manifestou, os archotes começaram a voar em cima dos agressores, criando uma distração, tempo suficiente para Draco desajeitadamente pegar sua varinha no criado.

- Expeliarmus! Twinky!

Draco desmaiou e a elfa aparatou no quarto vendo que sua família era atacada. Aparatou novamente dentro da sala de aula de Dryade, alertando a professora, voltando para o quarto no mesmo instante. Dryade e alguns alunos do sétimo ano correram para seus aposentos. A magia de Nina também havia se manifestado, depois que Draco havia desarmado seu agressor, compondo um fraco escudo a sua volta. Autodefesa.

Dryade entrou nos aposentos e juntamente com os outros alunos, a maior parte de griffyndors. Estuporaram os dois alunos que ainda tinham problemas com os archotes. Dryade mandou um patrono a Harry no Ministério. Os outros professores apareceram em seguida com a situação já sob controle. O escudo de Nina continuou por um bom tempo, mesmo com ela desacordada. Dryade cuidou de Draco, e Twinky tentava acalmar Nick, para que sua magia se estabilizasse. Era um bruxinho forte para a idade.

Harry com sua equipe apareceu minutos depois...  Eles levaram os garotos para o Ministério sob custódia.

Nos aposentos de Dryade, ela colocava a sobrinha na cama, Nina estava bem, iria acordar com uma bela dor de cabeça, nada que poções não aliviassem. Nick olhava tudo com os olhinhos assustadiços.

- Meu bem... – Dryade se aproximou devagar do garotinho. – Olha está tudo bem, Nina vai ficar bem está só dormindo.

- E o papai Tia Dry? – Sua voz não era mais que um sussurro.

- Ele também meu anjinho, agora a Tia Dry quer você seja um bom menino e tome essa poção. – Levou o frasco à boquinha do garoto que bebeu seu conteúdo e depois voltou a deitar.

Dryade ficou ali no quarto o dia todo. Reforçou os feitiços de proteção do local só por prevenção. Sabia que finalmente havia acabado. Podia sentir isso. A confirmação veio com uma coruja de Harry e McGonagall que veio dar a notícia que mais dois garotos haviam sido levados a mando do ministério. Todos de sua casa. Ela tinha um ninho de serpentes. Bem debaixo do seu nariz.

- Você saberia meu amor... Sev você me faz tanta falta... – Lágrimas caíram de seus olhos escuros na penumbra do quarto.

oOo

Nina acordou meio dolorida no final da tarde. Estava um pouco desorientada, mas a tia a tranqüilizou. Explicou tudo que havia acontecido com ela. A garota levantou-se e sentou na beirada da cama de Nick, constatando que o garotinho só dormia. Notou também a tristeza nos olhos da tia. Foi até a cama de Draco como se precisasse de tempo. Retirou uma mecha de cabelos platinados do rosto do rapaz que transparecia dor.

- Ele não me parece bem... A senhora menos ainda... – Disse Nina apreensiva.

- Fique tranqüila meu bem, agora tudo acabou. Hogwarts está segura novamente. Que tal um chá? Não comeu nada o dia todo! – Dryade ofereceu carinhosa.

- Sim... E que tal uma conversa franca? Somos uma família agora. Vejo a sua tristeza há muito tempo. – Nina segurou a tia pelos ombros forçando a medibruxa a olhar para ela.

- Isso seria bom... Não sei se estou pronta... – Dryade desvencilhou-se da sobrinha e ambas foram para a saleta contigua ao quarto. – Twinky! – O estalido alto marcou a aparição do pequeno ser. – Traga chá para nós duas, por favor.

O chá foi servido e apreciado em silêncio. Ambas se estudavam. Por fim Dryade respirou fundo e começou.

- Logo que a guerra terminou, Harry me procurou. Eu estava no Saint Mungus, absorvida em meu trabalho. Naquele momento estava muito preocupada com a falta de informações de Severus Snape. Quando olhei para Harry eu soube. Meu grande amor não havia sobrevivido. Severus era agente duplo, para muitos e mesmo para Harry era um comensal. Harry esteve com ele em seus últimos minutos e recuperou a memória dele que provava sua lealdade a Dumbledore e a Ordem da Fenix e muitas outras explicações para Harry que também o havia julgado mal.

- Sinto muito tia, eu... – Nina estava constrangida. Dryade apenas sorriu fracamente.

- A guerra acabou a seis anos, eu fiquei ocupando o lugar de Severus na reabertura de Hogwarts. Ano passado, organizando a biblioteca particular de Severus encontrei um pergaminho escondido com  um feitiço, li com cuidado. Ao final a letra caprichada de Severus escreveu magicamente, “Te Amo Dry”. Depois disso eu comecei a ter sonhos que me levavam a algum lugar, não consigo saber onde. Vejo Severus deitado em uma cama. Posso sentir que está vivo. Um poderoso feitiço o envolve. Depois pesquisei o que continha o pergaminho, era um feitiço de localização. Mas não funcionou... – Dryade limpava uma lágrima teimosa.

- Mas, se Severus está morto, isso é só uma ilusão Tia. – Nina concluiu mais para si.

- Nunca encontramos o corpo de Severus Snape, temos só uma lápide que Harry colocou ao lado de outros membros da Ordem da Fenix. Sua tumba está vazia...

Nina nesse momento entendeu. Severus Snape tentava se comunicar com sua tia. E talvez estivesse vivo. Valia a pena tentar acha-lo então.

- Pode me mostrar o pergaminho tia? – Nina pediu.

Dryade o tirou do bolso interno de suas vestes. Nunca se separava dele. – Aqui meu bem.

Nina retirou seu pingente de borboleta. Ele retinha sua magia. Concentrou-se para que ela não fosse lançada na saleta sem controle. Pegou o pergaminho entre as mãos e leu com atenção.

- Estou em um quarto parcamente iluminado por archotes, uma cama encostada a uma parede, uma cômoda no lado oposto. Um grande espelho bisotado preso na parede acima da cômoda. Ao lado da cama um criado mudo com um castiçal. No leito um homem de uns cinqüenta anos cabelos negros envolto por uma luz âmbar. Não posso me aproximar. A porta está entreaberta, passo por ela e ganho o corredor largo com a mesma iluminação do quarto. Quadros na parede... Eles estão cobertos. No fim do corredor uma escada que sobe a algum lugar, isso parece um porão... – Nina tinha um sangramento nasal. Quando Dryade percebeu interrompeu a visão. Recolocando o pingente de volta ao pescoço da sobrinha.

- Calma querida, respira. Eu não deveria ter deixado você fazer isso, eu estou perdendo a noção do dever. – A medibruxa fez um feitiço rápido parando o sangramento da garota.

- Tudo bem tia só estou um pouco tonta. Mas, o que foi que eu vi? Não conheço o lugar, tão pouco a pessoa. – Nina estava meio confusa.

Dryade tirou do bolso uma foto dos dois juntos. A única que tinham tirado em Devon.  – A pessoa que descreveu para mim é este aqui?

- Sim Tia! – Pela intimidade do casal Nina sabia que era Severus.

- Severus Snape. – Dryade falou pegando a foto de volta guardando-a novamente.

- Tenho que voltar lá e descobrir onde é este lugar. Ele vive tia tenho certeza, temos que acha-lo e trazer ele de volta pra cá! – Nina estava agitada.

- Calma meu bem! Hey calma... Não quero você esgotando sua magia assim...

- Mas Tia...

- Não Nina, assim que você aprender a controlar esse dom e sua magia voltaremos a conversar. Estou feliz minha querida! Eu pensei que estava louca de saudade e tristeza, porque mesmo depois de cinco anos não consegui esquecer o amor que sinto por ele! Você descreveu com detalhes o sonho que tenho quase todos os dias por mais de um ano! – Abraçou a sobrinha com carinho. – Agora que tal acordar os Malfoys no quarto ao lado? Já é hora do jantar e Nick precisa se alimentar.

Nina teve que aceitar a ordem carinhosa da tia por hora é claro, ela com certeza voltaria a procurar por Severus Snape. Ela não sabia quem ele era, mas era importante para a tia então seria importante para ela. Encaminhou-se para o quarto enquanto sua tia providenciava o jantar. Acordou Nick que ainda estava um pouco assustado. Mas olhando para a professora sem nenhum arranhão a sua frente abraçou-a forte. 

- Hey carinha, calma. Pode devolver meu pescoço, por favor? – O garotinho se afastou um pouco. – Obrigada! Como está? Dormiu bem?

- Sim senhorita Nina. – Nick ofereceu um lindo sorriso para a professora.

- Que tal acordar seu pai para o jantar? Me ajuda? – Nina tentava desviar o medo que o garotinho ainda sentia.

- Sim senhorita Nina!

Nina o tomou no colo e foi para a cama de Draco. O garotinho com cuidado sussurrava ao ouvido do pai, enquanto Nina segurava sua mão.

- Pode abrir os olhos para mim Draco? – Nina incentivou.

- Vamos papai acorda logo! – Nick foi sempre meio impaciente.

- O que aconteceu meu anjo? – Draco perguntou ainda de olhos fechados preocupado.

- Está tudo bem agora. Vamos abra os olhos. – Draco lutava para abrir os olhos, também sentia medo do que encontraria, mas as vozes de seu filho e de Nina davam a ele coragem suficiente.

- Oi filho... – Draco se sentia meio fraco, mas abraçou o filho.

- Tome isso Draco vai se sentir melhor, ainda não sei como conseguiu conjurar aquele feitiço com tanta intensidade, Nielsen ainda estava desacordado quando cheguei. Mais eficiente ainda por chamar Twinky. Duzentos pontos para o treinamento de auror do ministério! – disse Dryade enquanto Draco tomava uma poção estimulante.

Antes que Draco pudesse falar algo, batidas a porta são ouvidas, Nina olha para a tia, ela também está assustada.

- Tudo bem querida, ninguém entra em Hogwarts sem autorização. – Encaminhou-se até a porta abrindo-a. – Lucius, Narcisa! – Dryade abriu mais a porta e fez com que entrassem. Lucius foi logo se adiantando.

- Boa noite professora Noxon, perdoe-nos o adiantado da hora, mas ficamos sabendo dos atentados e...

- Não precisa se desculpar Malfoy, você e Narcissa são bem vindos aos meus aposentos a qualquer hora, você sabe bem disso! Venham, Draco está no quarto e acordado.

Dryade introduziu o casal no quarto. Fazendo as apresentações.

- Esta é minha sobrinha, Nina Noxon.

- Senhorita... – Lucius fez uma reverencia educada. – Filho? Como está?

Lucius e Narcisa não tiravam os olhos de Nick apesar da preocupação com o filho.

- Tudo bem pai...? – Nick tinha agarrado a mão de Draco firmemente. – É o meu pai filho. E minha mãe. – Draco cochichou para Nick acalmando o garoto. E voltando-se aos pais. – Pai, mãe, este é Nicholas Alexander Malfoy, meu filho e de Pansy.

- Mas... Como?...

Narcisa perdeu o equilíbrio e Lucius a segurou em tempo. Dryade convocou a poltrona para mais perto e atendeu a amiga. Depois de alguns minutos de desconforto inicial Nick soltou-se de Draco e se aproximou de Narcisa.

- Boa noite senhora. – Nick naquela pose aristocrática que sempre assumia quando cumprimentava alguém, estendeu a mão para Narcisa.

- Boa noite mocinho.

Narcisa não continha as lágrimas e Nick não entendia bem esse universo feminino em que elas choravam quando estavam contente também. Então ele abraçou a avó como fazia quando Nina chorava. Ninguém entendeu bem a aceitação do garotinho. Ele tinha tudo para estar revoltado com a perda dos pais, mas o fato é que ele nunca sentiu a família trouxa como família. Sua magia tinha afinidade com a magia de Nina, apesar de a garota ter sua magia contida. E parecia ter afinidade com os avós também. Draco sentiu-se orgulhoso do filho. A cena arrancou lágrimas de todos, até mesmo de Lucius. Apesar de o bruxo disfarçar bem suas emoções.

Jantaram todos juntos. Draco contou todos os acontecimentos aos pais. Acharam melhor não remover o filho dos cuidados da medibruxa, mas assim que tivesse alta iriam para a mansão. Fato que deixou Nina apavorada. Não queria deixar a Tia muito menos Nick.

Quando todos se retiraram e Nick já havia dormido. Draco puxou Nina para uma conversa.

- Que idéia maluca foi aquela de se atirar na frente do feitiço que era para mim? Ouvi bem quando Dry contou para meu pai. – Draco perguntou sério.

- Draco eu não sabia como te proteger naquele momento, apenas sabia que aquele raio não seria nada bom para você. E de fato é um feitiço horrível!

- Eu sei meu anjo, mas... Olha... – Draco estava desconcertado com a ação da garota que também o deixava assim sempre que sorria, mas agora ela não sorria. Uma lágrima escorria de seus olhos. – Olha tudo bem... Estou grato, mas não faça mais isso, poderia ter sido um feitiço de morte.

- Draco, não quero ver você morto...

Draco limpou seu rosto com os polegares, a atração era grande, colou seus lábios aos dela num beijo terno. Afastaram-se constrangidos.

- Vou sarar logo agora! – Brincou Draco e Nina sorriu, voltando a colar seus lábios nos dele.


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Notas finais do capítulo

Muito grata a todos que acompanham! Estou ansiosa para saber o que vocês estão achando, então me contem!!!

Jinhos da Belle



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