A Difícil Arte de Amar escrita por Isabelle


Capítulo 16
A Difícil Arte da Felicidade




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Capítulo 16-

                            A Difícil Arte da Felicidade

Draco acordou sentindo um perfume familiar. Apesar de ser o mesmo usado por sua mãe, em contato com a pele de Nina ele tinha outro aroma. Não precisava abrir os olhos para saber que a ruivinha estava a seu lado. Sentia suas mãos aprisionadas nas dela.

- Nina...

- Draco... – a garota retirou uma mecha de cabelo do rosto de Draco.

- Você veio...

- Claro seu trasgo, acha mesmo que eu o deixaria com uma bomba dessas nas mãos? – disse Nina tentando sorrir. – Você não me conhece...

- Sim... Eu a conheço agora. É teimosa... Quase morri... Que bom que resolveu me ouvir...

- Sorte sua... Eu estava de bom humor. – Nina estava nervosa, não conseguia ser objetiva diante do garoto.

O ambiente naquela sala não era dos melhores, Draco tentou levantar, Nina o deteve.

- Onde estão as crianças?

- Harry , quer dizer, todos, foram até um lugar chamado Casa dos Gritos. Devem estar de volta logo. Como se sente?

- Um monstro... Por Merlin se eu pudesse voltar naquele dia... – Draco havia aprisionado o olhar da ruiva.

- O que faria? O que mais diria? Acredite me machucou o suficiente. Ao contrario de mim, você é bem competente. – devolveu Nina em tom de desafio.

- Nina... Eu não diria nada, eu a beijaria. Te pediria em casamento e marcaria o ritual da maternidade...

- Casamento?... Draco... Eu... – Nina estava confusa.

- Me perdoe Nina, por favor... – Draco tinha suplica no olhar.

Nina não disse nada. Colou seus lábios aos dele em um beijo doce. Ela jamais conseguiria esquecer Draco por mais que tentasse. Ela o amava. Agora sentia isso em sua alma.

- Casa comigo, senhorita Noxon? – Draco havia assumido um tom sério.

- Sim... – Nina jamais teria outra resposta para o garoto de olhos grises.

Então Draco a envolveu em seus braços em um beijo doce. Ambos se perderam naquele momento. Haviam pagado um preço caro na separação, o orgulho havia machucado não só os dois mas todos que de alguma forma faziam parte daquela história. Nina sabia bem que ainda teria muito a domar naquela serpente. Mas, naquele momento só havia os doces lábios do seu dragão.

- Vejo que por aqui está tudo bem também, vocês poderiam por favor... – Ronny limpou a garganta teatralmente. – Temos crianças na sala.  – Ronny tinha um ar divertido.

- Tia Nina!!

As crianças desvencilharam-se dos respectivos colos e correram até Nina. Finalmente depois de tanto tempo elas podiam ver a garota. Eles não tinham a menor noção da noite em claro e do desespero que proporcionaram a seus pais. Mas agora tudo fora esquecido. Draco ficou relegado a um segundo plano, mas ele estava feliz. Tinha Nick e Nina de volta.

- Tia Nina vai fazer você sarar papai? – perguntou Nick que não havia perdido o beijo do casal.

- Papai não está doente filho... – Draco estava meio constrangido.

- A avó me disse que o senhor estava bravo porque estava doente de saudade. A avó sabe de tudo! – ajuntou Nick, que não havia entendido bem o que significava aquilo.

Todos riram, Draco não tinha resposta para o pequeno. Sim Narcissa sabia de tudo. Ela era uma mãe perfeita. Então abraçou o filho com carinho. Havia sentido tanto a sua falta. Então fez uma nota mental para jamais gritar com ele novamente.

- Draco, você está bem? A Noxon já ‘sarou você’? – perguntou Harry em tom de brincadeira.

- Ainda não testa - rachada. Eu posso continuar sendo curado se você não se importa. Por quê?

- Pode vir até o escritório? Por favor? – pediu Harry sério.

- Sim claro... – a contra gosto Draco levantou-se deixando Nina e o filho na sala. – O que há Potter?

- Lils pegou minha chave de portal para Hogwarts... – Harry tinha um misto de preocupação e arrependimento.

- Poderosa Circe! Como você pode?... Espera aí... – Draco estava pronto para azarar o maldito testa - rachada, quando entendeu algo mais preocupante ainda, e exatamente onde Harry queria chegar..

- Sim, eles conseguiram acionar ela. Sabe o que significa, não é?

- Problemas... – Draco sabia bem do que o amigo falava.

- Nick é herdeiro do melhor auror do Ministério, ou pelo menos o mais difícil de matar... – disse Harry sorrindo leve.

- E Lily do garoto-que-mandou-aquela-aberração-para-o-inferno e da ruiva dura na queda... Ainda bem que são amigos agora. – Draco parecia aliviado com a constatação. Uma guerra entre eles não seria saudável para ninguém.

- Lily me disse que só queria levar Nick para ver Nina. Então por favor me diga que aquele beijo era uma reconciliação e que vou ser convidado para um casamento logo,logo? – Harry estava realmente preocupado com o que aquela dupla poderia fazer.

- Como meu padrinho! – respondeu Draco sério.

- Sim por que se esta situação entre vocês... Padrinho? Pediu a garota em casamento?

- Pedi.

- E ela aceitou?

Draco rolou os olhos. – Sim Harry. Nina aceitou. Não sei se sobrevivo se precisar contatá-la novamente. Então achei melhor tê-la por perto.

- Ruivas...

- Concordo. São problema. Mas quem vive sem elas?

- É... Melhor voltar para a sala. E mais uma vez me desculpe por acusar Nick. Se bem que a convivência... Minha garotinha não aprontava antes...

- Não começa...

- Tem razão. De qualquer maneira temos que redobrar a vigilância nos dois. Todo cuidado é pouco.

- De acordo. Vamos.

Apertaram as mãos e agradeceram um ao outro a ajuda. Voltaram para a sala. O almoço estava sendo servido. Malfoys, Potters, Weasleys, Granger, todos a mesa unidos agora pelo amor. Outros tempos...

oOo

Nunca se vira tanto movimento nas masmorras de Hogwarts. Corujas  e pacotes chegavam. Meninas do sétimo ano entravam e saiam dos aposentos de Dryade e Severus. Risinhos e comentários pelos corredores.  Severus observava tudo, tudo ali era novidade. Mas não se sentia irritado. Ao contrário, ele experimentava novas sensações que o tempo de paz proporcionava, nunca se imaginou um homem de família, mas naquele momento ele era. Se bem que muitas vezes ele se trancava no laboratório. Até as novidades tinham limite para o austero professor de poções.

Dryade experimentava, depois de muitos anos uma felicidade plena. Severus aproveitando a deixa de Draco resolveu que era hora de oficializar a união dos dois. Ronny finalmente resolveu fazer de Hermione sua eterna namorada, sua esposa, Draco havia mostrado o caminho. Então teriam uma cerimônia tripla.

Noxon nunca se imaginou tão feliz. Depois de cinco anos amargando a falta de Severus, finalmente ela experimentava a vitória completa. Ela havia passado pelo inferno e retornado, retornado com seu amor.

- Tenha paciência amor, isso termina essa semana. – Dryade tinha um sorriso leve nos lábios.

- Não Dry, começa, uma nova página em nossas histórias. – Severus a beijou levemente. – Estou feliz... Sinto-me em paz finalmente. E você é meu prêmio.

- Eu te amo. – Dryade se aninhou ainda mais a ele.

- Venha, vamos fugir daqui. – propôs Severus a morena.

Caminharam juntos até a torre de astronomia. Era fim de uma tarde quente, o céu estava claro com poucas nuvens, abraçados contemplaram o poente.

- Já  preparou o ritual? – perguntou Dryade casualmente.

- Tudo pronto. Fiquei feliz que me convidaram para realizar o ritual da maternidade de Nina. E ser padrinho de mais um Malfoy é sempre uma honra.

- Não poderia ser diferente. Você não faz idéia do quanto você fez falta em nossas vidas meu bem. Eu não sobreviveria sem você. Mas, ser madrinha de Draco me ajudou a continuar. O garoto sentiu muito sua falta. – uma nuvem escura passou pelos olhos da morena a simples lembrança dos cinco anos sem Severus lhe causava muita dor ainda.

- Mas agora eu estou aqui, graças a você. Nunca desistiu de mim... – Severus intensificou o abraço ainda mais.

- Não meu amor. Temos que agradecer a Nina. Ou pensando bem a Nick, se não fosse ele, Nina não teria vindo parar justamente em Hogwarts.

- Merlin não tem escrúpulos!! Definitivamente ele tem umas respostas no mínimo estranhas aos nossos pedidos. – disse sabiamente o professor de poções.

- Concordo... – Dryade se virou no abraço, buscando os lábios de Severus.

A tarde caiu rápido e os primeiros véus da noite envolveu Hogwarts suavemente.

oOo

Em Wiltshire Draco e Nina caminhavam no jardim de rosas com Narcissa e Lucius, Nick e Lils voavam a baixa altura em mini vassouras enfeitiçadas para não derrubar as crianças. Era fim de uma tarde quente, contudo as crianças estavam tão eufóricas com o novo brinquedo que não prestaram atenção que a noite caía suavemente ali.

Tix acompanhou o casal Potter até aquele ponto do jardim. Eles se juntaram aos dois casais. Lils percebeu a chegada dos pais.

- Só mais um pouquinho mamãe!! – gritou a garotinha sem mesmo olhar para traz.

- Tudo bem amor. – e voltando-se para Narcissa. – Espero não estar incomodado senhora Malfoy.

- De forma alguma. A educação de Lily é primorosa, bem como sua doçura. Vocês são pais exemplares. Sua garotinha é bem vinda aqui. E seus pais também!

- Junto-me a minha esposa nessa afirmativa. Sinto-me honrado com a presença de vocês. – Lucius disse com u m leve sorriso nos lábios. – e voltando-se a esposa: - Seria oportuno convidá-los para o jantar. As crianças  iriam adorar, e nós também.

- Com certeza, quando Nick está em casa servimos mais cedo. Então? Nos acompanham? – sorriu Narcissa.

- Nós... – Harry estava um pouco constrangido.

- Claro que ele fica mãe, quero ver ele separar aqueles dois! Ou a senhora conseguir que eles comam alguma coisa hoje. – Draco sorriu abertamente e foi acompanhados por todos.

- Observem e aprendam...

Narcissa deixou o grupo devagar e confiante, aproximou-se das crianças e sorriu para eles, Nick imediatamente desceu da vassoura.

- Avó você viu como eu sei voar igualzinho ao meu pai!?

- Claro querido! Será um piloto surpreendente! – respondeu a avó orgulhosa.

- O que é ‘suprendete’ avó? – perguntou Nick ainda tropeçando na palavra.

- Um piloto muito bom querido. -  respondeu a avó sorrindo. – Eu tenho um problema. Tem um bolo de chocolate que vai chegar após o jantar, e não tem ninguém para comer. Vocês poderiam me dizer se conhecem alguém que poderia me ajudar a resolver esse problema?

- Depois do jantar, senhora Malfoy? – perguntou Lily que havia se juntado ao amigo.

- Sim minha querida. Depois do jantar. – informou Narcissa.

As crianças entreolharam-se e abraçaram a avó que havia se ajoelhado na grama para conversar com os pequenos.

- Nós ajudamos a senhora. – disse Nick sorrindo.

- Tix! – chamou Narcissa e voltando-se para as crianças. – Vão com a Tix e se preparem para o jantar.

As crianças saíram correndo em direção a casa. Tix também, a pobre elfa gritava pedindo para as crianças não correrem. Ela com certeza se puniria se acontecesse algo com alguma delas. Todos riram da cena.

- Não perdeu o jeito, minha querida. Mas, bolo de chocolate foi golpe sujo! – comentou Lucius enquanto ajudava a esposa a se levantar.

- Francamente mamãe! – Draco estava estarrecido.

- Bem senhora Malfoy tenho que dar o braço a torcer, a senhora é... Como era mesmo a  palavra? ‘Suprendete’!

As risadas ecoaram com os últimos raios de sol caiam no jardim de rosas em Wiltshire. Enquanto à noite os envolvia docemente.

oOo


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