O Diário de Sir William escrita por Andressa Becker


Capítulo 17
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Booa noite :)
Eu sei,eu sei,estou atrasada com o capítulo!Me perdoem,essa semana teve um monte de testes na escola e eu me atrapalhei para postar!
Espero que gostem do capítulo,ele é mais um capítulo para acertar as coisas!
Obrigada a Lala,Naah,Lileta e xDebora18 por comentarem ♥ Vocês são umas fofas!(E obrigada X Debora18 pela dica,mds os parágrafos realmente estão muito colados,tentei arrumar isso nesse capítulo,mas ficou tudo desnivelado,vou tentar arrumar pelo PC nos próximos!)
Boa leitura!



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—Margaret-Will chamou. Margaret murmurou algo incompreensível e o ouviu rir-Você precisa acordar.

—Que horas são?-Ela perguntou sonolenta,tendo os primeiros vislumbres do rosto dele.
  _Não sei exatamente,acabou de amanhecer então deve ser por volta de umas cinco ou seis horas.-Ele deu um beijo suave na bochecha dela,seus cabelos roçando o rosto da garota e fazendo cócegas.

—Acho que é a primeira vez que eu acordei tão cedo e...-Ela se interrompeu rindo quando ele passou a distribuir beijos pelo seu pescoço-E eu gostei.
        _Vou te acordar muitas vezes assim no futuro.-Ele prometeu com um sorriso sonhador-Mas agora acho melhor irmos para casa. Olhe,a chuva deu uma parada.

—Precisamos mesmo ir agora?-Margaret perguntou se enroscando preguiçosamente nele.

—Sim,dorminhoca-Ele respondeu risonho-A sua febre abaixou um pouco durante a noite,mas você ainda está tossindo muito,precisa ver um médico.

—Se a minha mãe estivesse aqui ela me faria um dos chás medicinais dela-A garota arregalou os olhos-São horríveis.

—Espero que eu não acabe tendo que tomar algum deles então.-Will disse rindo.

—Você não disse que tinha uma saúde de ferro?

—Uma das únicas coisas boas que eu herdei do meu pai.-Ele respondeu,sorridente,arrancando mais risadas da garota quando se inclinou e distribuiu mais beijos por todo o rosto dela-Agora vamos mocinha,posso te carregar até o cavalo ou você pode ir andando.

—Gosto da ideia de você me carregar até lá.-Ela falou brincalhona,tentando não demonstrar o quanto estava se sentindo fraca e dolorida demais para ficar de pé.

—Como a senhorita quiser.-Ele disse e com uma facilidade tremenda a ergueu da cama e começou a caminhar na direção do estábulo improvisado.

—Uau,você é tão forte.-Margaret falou,cutucando o braço dele e se sentindo alegre até demais-O Sr.Mackreth uma vez disse que meus olhos pareciam duas nozes brilhantes...

—O Sr.Mackreth não sabe fazer um elogio decente.

—Mas os seus são como a terra molhada.-Ela deu um risinho.

—Pelo visto você também não.-Will sorriu e a ajeitou em seus braços-Acho que sua febre voltou.

—E por que acha isso?-Ela praticamente gritou e novamente riu olhando para o cavalo de Will-Acho que aquele cavalo piscou para mim.

—Você tem esse efeito nos machos de qualquer espécie.-Will respondeu,se dando conta que não havia nada mais adorável do que Margaret com febre,se não fosse pela preocupação com a saúde dela ele teria achado muito mais graça do momento.

Não foi fácil,muito menos rápido,voltar para casa,Will teve que acomodar a garota na sua frente em seu cavalo e conduzir tanto ele quanto Tempestade pelas rédeas. Margaret não falou muito durante o caminho,apenas murmurando vez ou outra sobre os pássaros que pareciam sorrir ou a terra-que segundo ela comprovava seu argumento anterior-tinha a exata cor dos olhos de Will.

Quando chegou em casa para sua surpresa haviam várias pessoas na porta. Charlotte,a Srta.Wright e algumas criadas vieram correndo ajudar a carregar Margaret assim que o viram,William explicou rapidamente a situação,inventando uma história que não manchasse a reputação de Margaret e entregou a garota-Ainda grogue e murmurando besteiras-aos cuidados delas,que prometeram chamar um médico. Seu pai também estava observando tudo da porta,com os olhos avaliativos indo de Will até Maggie,o garoto trincou os dentes e tentou passar por ele.

—Filho-Seu pai chamou cautelosamente,fazendo com que ele vacilasse por um instante. Eram raras as ocasiões que o pai se dirigia a ele com qualquer cortesia-Achei que tivesse fugido,quando não tive notícias suas e a tempestade eu...

—Bem,eu não fugi-William se virou e fitou o pai com o que ele esperava ser um olhar indiferente-Sai para cavalgar e achei Margaret perdida pela propriedade,começou a chover então nos abrigamos e esperamos até a chuva passar,ela ficou doente.

Meias verdades. Aquilo era o suficiente. Não que importasse,já que ele pretendia se casar com a garota em breve. Quer dizer,se ela aceitasse é claro.

—Sim,compreendo.-O olhar do seu pai vacilou.

—Era só isso?-William perguntou se preparando para entrar na casa.

—Não. Eu...-O Conde respirou fundo-Você deve estar com fome e frio. Então depois que Hã...tomar café da manhã e se aquecer,por favor venha falar comigo em meu escritório.

William ficou parado surpreso com a declaração do pai,o que será que ele poderia querer falar com ele?

—Como quiser.-O garoto murmurou ainda em choque e adentrou a casa.

Descobriria aquilo mais tarde,agora estava completamente faminto.
                *                       *                      *

O Conde de Wiltshire,mais conhecido como Conde Davies estava frustrado. E com dor de cabeça. Ou talvez fosse uma frustrante dor de cabeça. Seja lá o que fosse ele não conseguia parar de pensar no filho,e no quanto gostaria de ter apreendido com seu pai como exercer bem esse cargo. Mas era difícil sentir qualquer afeto por seus pais quando você passou toda sua vida os vendo por apenas dez minutos todos os dias antes do jantar,e quando finalmente tinha idade o suficiente para se juntar a eles na sala de jantar formal,sua mãe decidiu que queria ir morar na casa deles em Londres,e seu pai nunca fez mais do que erguer os olhos do jornal toda vez que Richard adentrava o cômodo. Ele se acostumou com isso e não importava,porque ele tinha ela. Emmeline sempre esteve ali com ele,era filha do visconde de algumas terras próximas,e era consequentemente vizinha de Richard. Aos poucos ele começou a pensar na indiferença do pai como uma bênção,ele se casaria com Emmeline quando tivesse idade suficiente e era capaz do pai nem dizer uma palavra sobre o assunto.

Mas não foi bem assim.

Richard olhou novamente para a carta em sua mesa exaurido. Estava procurando a respeito de Cecília,a Srta.Galesmith mais velha. No jantar há algumas semanas,em que ela estava presente,Will se mostrou muito interessado na jovem. O dote dela não nem de perto tão grande quanto o da Srta.Walsh,mas não importava. Emmeline...Emmie os ajudaria.O sobrinho que herdaria o condado do falecido lorde Somerset gostava muito dela,como a mãe do menino havia falecido cedo Emmeline se tornou uma espécie de figura materna para ele,agora ele lhe deixara grande parte da fortuna do falecido Conde como agradecimento.Por isso Emmeline procurou Richard,queria se casar com ele e ajudar com a situação financeira,ajudar com a situação financeira!Como se nos últimos 29 anos da vida dele,ele não tivesse sonhado em como teria sido sua vida ao lado dela,porque a amava e queria ter tido o direito de ficar com ela,e não por uma maldita questão de precisar de dinheiro!

—O que estou fazendo?-Ele se perguntou empurrando a carta para longe,não faria isso com Will,ele tinha o direito de se casar com quem quisesse,não importava que o filho o odiasse,nem que estivessem falindo.Pegou seu relógio de bolso e olhou para o retrato de Odélia gravado nele.Tinham sido obrigados a se casar tudo por conta das relações das famílias deles,porque eram mais próximos do que seu pai com a família de Emmeline. Richard ficou devastado,toda sua vida sonhando viver ao lado de uma pessoa e de repente tudo isso é arrancado de você. Ele não fora o melhor marido,mas nunca havia maltratado Odélia e sempre atendia a tudo que ela pedia,se sentiu extremamente aliviado por ela ter estado lá para amar e cuidar do Will,Richard não fazia ideia de como criar um filho.

Mas depois de tudo,de ver Emmeline se casar com o Conde de Somerset e desejar de todo o coração que tivesse sido ele no lugar,tudo em que ele encontrou conforto foi em fumar e beber,era onde podia afogar suas mágoas e esperanças perdidas. Então quando os médicos o pediram para abrir mão de fumar ele recusou veementemente,não podiam arrancar dele a única coisa que ainda lhe restara.

Ele se arrependia disso todo santo dia,e Will estava sempre ali para lembra-lo de quão infeliz havia sido sua decisão.

—Você queria falar comigo?-William perguntou,adentrando o escritório e tirando Richard de seus devaneios.

—Ah,sim.Sente-se. Você quer chá?Pedi para uma das criadas preparar.

Will franziu a testa confuso,mas balançou a cabeça e se sentou na cadeira de frente para o pai.

—Não me diga que está planejando outro casamento arranjado.-Ele murmurou o olhar exasperado fixo na carta jogada em um canto da mesa.

—Eu pensei que você pudesse estar interessado na Srta.Galesmith.-O Conde tentou se explicar constrangido.

—Em qual Srta.Galesmith?-Will perguntou arregalando os olhos,para logo em seguida balançar a cabeça e continuar:-Não importa,não estou interessado em nenhuma das duas.

—Ah-Richard se serviu de uma xícara de chá,tentando não tornar evidente seu desconforto-Eu estava pensando a respeito da Srta.Walsh também.

—Devo ter medo?-William murmurou baixinho.

—Vou desmanchar o contrato.

—O que?-Will guinchou,perplexo.

—Não precisa se casar com ela. Cheguei a conclusão...hã...recentemente que seria incapaz de conviver comigo mesmo se o forçasse a ter o mesmo destino que eu tive.-Richard bebeu mais um gole de chá e sentiu o olhar avaliador de Will em seu rosto.

—Está me liberando desse casamento arranjado?-O garoto perguntou desconfiado-Eu poderia sair agora mesmo daqui e ir embora?

—Se assim você quiser,então pode ir-Ele suspirou se sentindo ainda mais cansado-Não sou um monstro,Will.

—Foi um com a minha mãe-O garoto retrucou afiado e Richard se encolheu-Foi Lady Somerset que o convenceu a desistir disso,não foi?

—Não,fui eu mesmo.-Ele respondeu baixinho. Nunca soube o que falar para o filho e naquele momento não era diferente,se sentia como sempre se sentiu com seu próprio pai,diminuído,constrangido e muito perto de ser um nada.-Não quero que as coisas continuem como estão entre nós.

—Não acha que é um pouco tarde para isso?-Will resmungou e cruzou os braços.

—Nunca se é tarde demais.-O Conde respondeu dando de ombros.-Eu mudei,de verdade Will. 

—Não consigo perdoa-lo.-Will falou,em uma repentina explosão de sinceridade-Você causou a morte dela.

—Precisa saber que me arrependo disso todos os dias.

—Isso não traz ela de volta-William rebateu,parecendo anos mais velho do que realmente era. Richard havia perdido tanto da vida dele...Queria poder ter sido um pai melhor,Will merecia isso.

—Eu sei. Sinto muito.

Um silêncio incômodo se instalou na sala,até que Will o quebrou:

—Por que me deu o diário?

—Sua mãe me falou que você tinha habilidade com desenhos e eu pensei que poderia ser uma boa ideia.-Ele respondeu sincero e Will pareceu ponderar.

—Foi um bom presente. Não sabia que você e minha mãe conversavam sobre coisas assim.

—Sempre que surgia uma oportunidade ela me falava sobre você.-Richard revelou e os lábios de Will se curvaram em um sorriso.

—Não acha que poderia ter a amado?Se tentasse,de verdade. Ela era uma boa pessoa.-Ele argumentou,a expressão se suavizando. O Conde assentiu com os pensamentos distantes,sempre se pegara pensando sobre isso,na época estava ferido e magoado demais para ter reparado na esposa. Amar talvez não,tinha forte convicção na paixão que tinha por Emmeline,mas uma amizade talvez,Odélia sempre lhe pareceu uma pessoa fácil de se relacionar.

—Acho que nunca irei descobrir.-Richard falou com pesar e Will assentiu.

—Pretende se casar com Emmeline?

—Sim.-Ele respondeu meio hesitante,pretendia sim casar com Emmie,mas não pelos motivos que ela estava oferecendo,e precisava convencer ela disso.

—Desejo que sejam felizes,então.-Will declarou,para surpresa do pai-Estou me sentindo muito mais feliz e compreensivo ultimamente-Ele completou com um sorriso lançando um olhar de esguelha para a porta.

—Obrigado,Will.-Richard falou com a voz trêmula,esperava tudo menos uma atitude compreensiva da parte do filho.

—Você foi um péssimo pai,porém-O garoto ergueu um dedo no ar com um sorriso-Pode recompensar sendo um avô bom.

—Avô?-Richard quase cuspiu o chá de surpresa e Will riu,se levantando.-Você...

—No futuro.-O sorriso dele se alargou enquanto ia em direção a porta-Um futuro bem próximo.

—E posso perguntar se esse futuro envolve alguma moça em especial?-O Conde perguntou erguendo uma sobrancelha e Will balançou a cabeça,sorridente.

—E estragar toda a surpresa?Você receberá um convite para o meu casamento logo logo.-William prometeu saindo pela porta. Richard abaixou os olhos para sua xícara com um sorriso,por amor…Vendo o sorriso bobo no rosto do garoto ele só podia estar querendo se casar por amor. Richard olhou para seu relógio novamente e seu coração se encheu de pressa,queria falar com Emmeline,precisava falar com ela. Não conseguiria passar mais uma noite sem declarar o quanto a amava. Ele se levantou e se dirigiu ao corredor,no caminho quase esbarrando com Will que voltava alegre para o escritório.

—A propósito,obrigada pai.-A expressão de confusão do seu pai deve ter sido evidente,porque Will acrescentou com um sorriso enigmático:-Você ainda não faz ideia,mas me ajudou a encontrar a garota por quem me apaixonei.


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Notas finais do capítulo

E então gente?O que acharam?
Vocês perdoariam o pai do Will?
Eu realmente acho que o perdoaria,me faria mal ficar com rancor de alguém assim!E eu,como autora,realmente não resisti a dar um final feliz para mais alguém!



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