Uma Única Semana escrita por Samazing


Capítulo 2
Dia 02.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas, antes tarde do que nunca! alksjlfkçlskd Então, nesse capítulo eu escrevi um Gajeel um pouco diferente do de costume, enfim, espero que gostem mesmo assim. ♥



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Lá estava ele, caminhando em meio as enormes estantes da maior biblioteca da cidade. Seus amigos zombariam dele até o último dia da sua vida se o vissem ali, caminhando em meio a tantos livros. Não que Gajeel não gostasse de ler, na verdade, ele admirava as pessoas que tinham esse hábito, mas quando se olha para um homem como ele, jamais imagina-se um leitor assíduo. De fato, não era o maior dos leitores ou o mais viciado em livros, mas lia recorrentemente. E fazia questão de esconder isso de cada um de seus amigos. Entretanto, infelizmente, não estava na biblioteca em busca de uma leitura de seu agrado, mas sim de um livro que ajudasse em seu trabalho acadêmico.

Trabalhos da faculdade, sempre desgraçando a vida de qualquer universitário. Por incrível que pareça, Gajeel era mais o tipo de pessoa que preferia sentar em uma cadeira e fazer uma prova do que se estressar para concluir um trabalho. Talvez fosse por isso que estivesse com tamanho mau humor naquele dia. Não esforçava-se minimamente sequer para esconder a feição de insatisfação que dominava o seu rosto. Vasculhou as enormes estantes e pegou dois livros ligados à informática que lhe pareciam interessantes. Passeou um pouco mais em meio a grande quantidade de livros ali presente e deparou-se com um que não lia há muito tempo: “O Pequeno Príncipe.” Aquele livro o recordava da sua mãe, que costumava ler para ele quando era mais novo. Talvez por isso fosse o seu livro preferido, ainda que fosse negar avidamente quando qualquer pessoa perguntasse. Após pegar o pequeno e último livro da prateleira, retomou o seu caminho para o balcão da biblioteca para reservá-los.

Ao chegar ao destino, foi surpreendido. Mais uma coincidência que diria extremamente inoportuna naquele dia. Lá estava a menina sorridente do cabelo azulado, conversando com a senhora que ficava na recepção. Conseguira ouvir parte da conversa. Por sinal, a senhora Margareth trabalhava na biblioteca há mais tempo do que ele imaginava, já que ela e Levy conversavam como velhas amigas.

— Fico feliz que tenha voltado, Levy. Nós da biblioteca sentimos sua falta. Nunca tivemos uma visitante tão assídua. — A senhorinha proferiu, com um pequeno sorriso em seus lábios.

— Fico contente em saber disso! — Respondeu a pequenina, como se aquele fosse o maior dos elogios. Em seguida, entregou os livros à senhora. — Eu senti bastante falta daqui. Não importa quantas bibliotecas eu visite no mundo, essa sempre será a minha favorita.

— Ora, falando assim parece até que a nossa biblioteca é grande coisa! — Margareth respondeu brincalhona. Levy riu. — Esse livro de novo? Ainda é o seu favorito, não é mesmo?

— Certamente. Nunca deixou de ser. Eu cresci com ele, acho que sempre será o meu preferido. — Ela pausou, parecia sonhadora. Um sorriso doce e involuntário surgiu em seus lábios. Era discreto, mas um tanto quanto sincero. — É um livro cheio de lições, com uma personagem feminina forte e um amor que está além das aparências. Não é lindo?

— Sim, é um belo livro. Confesso que o li depois de a ver elogiá-lo tantas vezes e gostei bastante. — Confessou a mais velha.

— É bom saber que gostou. — A menina respondeu, pegando o livro já reservado das mãos da senhora.

— Oh, senhor Redfox, por aqui novamente? Vejo que está se tornando um ótimo competidor para essa menininha aqui. — Margareth apontou para Levy por um breve momento.

Gajeel congelou. Não sabia se ficava constrangido, se sentia raiva ou se simplesmente implorava para que a pequenina não contasse a ninguém. A feição de insatisfação em sua face transparecia, e era praticamente impossível de se esconder. Ele suspirou, contou até dez mais vezes do que imaginava que conseguia, provando que sua paciência tinha um limite muito além do que ele mesmo conhecia.

A menina, por sua vez, sorriu e, por fim, o cumprimentou, ignorando qualquer vestígio da aparência carrancuda que o rapaz carregava.

— Olá, Gajeel. — Ela virou-se completamente para ele, ainda sorridente. — Nossa, quantos livros!

— Olá. — Respondeu, da forma mais fria que conseguiu. — É, trabalhos da faculdade, é por isso que estou sempre na biblioteca. — Apontou para a pilha de livros em sua própria mão, fingindo desinteresse.

— Então quer dizer que não gosta de ler? É só obrigação? — Ela perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Mais ou menos isso. — Mentiu.

— Se você diz... — Ela deu uma risadinha baixa que Gajeel não compreendeu. Em seguida, pegou um pequeno papel das mãos da Margareth. Em seguida, virou-se novamente para ele, como se estivesse esquecido de dizer algo. — Oh, mas lembre-se: “o essencial é invisível aos olhos.” — Mais uma vez, ela riu divertida.

Só então ele se deu conta de que carregava o livro do “Pequeno Príncipe.” E que ele era o primeiro da pilha. Por um segundo, amaldiçoou-se por ter sido tão descuidado.

— Mas tudo bem, o seu segredo está a salvo. — Ela deu uma piscadela. — Até breve, senhora Margareth. — Dirigiu-se a mais velha. — Até qualquer dia, Gajeel. — Ela acenou e, em seguida, deixou o local.

Os olhos de Gajeel perseguiram a menina até que ela deixasse a biblioteca. Junto com a porta se fechando, pôde-se ouvir um suspiro frustrado que ele nem percebera deixar escapar.

Enquanto a garota conversava com a senhora, atentou-se em descobrir qual era o livro preferido dela e, por algum motivo incompreendido, o título não o surpreendeu — "A Bela e a Fera". Levy era apaixonada por leitura, percebera isso pela forma com que olhava para os livros, encantada. E livros, bem, livros diziam muito sobre qualquer pessoa. Ele, por exemplo, percebera que ela gostava do gênero romance ao julgar pelo seu título favorito. Também imaginava que ela tinha afeto pelos personagens, já que aquele era seu livro predileto e, provavelmente, se identificava com algum deles. Bela, ele ousaria chutar. Notou, além disso, que ela se afeiçoava a fantasia e provavelmente era uma grande sonhadora, a julgar pelo fato de gostar de contos de fadas.

Como poderia ficar tão intrigado por uma coisa tão pequena? Uma mera descoberta recente. Uma menina que mal conhecia. Talvez, apenas talvez, ele estivesse interessado em saber mais sobre aquela garota.

No segundo dia em que se viram, ele revelou um segredo para uma desconhecida. E ela descobriu o livro favorito dele.


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Notas finais do capítulo

Chegou ao fim do capítulo? Espero muito que tenha gostado! ♥
Ah, temos uma nota nesse capítulo: "O essencial é invisível aos olhos" é uma citação do livro "O Pequeno Príncipe", um livro maravilhoso, inclusive. Fica a recomendação. Até a próxima e obrigada. ♥