Advogada do Diabo escrita por Morganninha


Capítulo 9
Presente - Final


Notas iniciais do capítulo

Como é o último capítulo da fanfic, eu gostaria de falar algumas coisinhas mais pra mim mesmo - se quiser, já pula pro capítulo e me conta o que achou depois ❤

Eu comecei essa fanfic no finalzinho de 2017 que foi um ano muito difícil pra mim. Escrever sempre foi e acho que sempre será a minha paixão e uma das coisas que mais me alegra fazer. Em 2017, quando as coisas ficaram bem feias, eu me sentia uma das piores pessoas do mundo. Por muita sorte minha, eu tive pessoas que sempre estiveram do meu lado para me falar as verdades, tomar sorvete em frente ao mcdonalds (parecendo levemente derrotada) e me dar carinho e apoio. Eu agradeço essas pessoas por tudo.

Além delas, claro, gostaria de agradecer ao Drama Total, Dark e Star Wars (mais precisamente ao Adam Driver) por serem as distrações mais apaixonantes que eu tive quando eu não conseguia mais me apaixonar por nada. Obrigada pelas risadas,pelos surtos, por todas as conversas estranhas que eu tive durante a época, pelo sonho e pelos ships. Essas séries e esse filme serviram de inspiração para essas fanfics que eu escrevo hoje com todo o carinho do mundo e que sempre me ajudam a escapar desse nosso mundo que consegue ser tão hostil às vezes.

E, claro, eu agradeço a você que leu até aqui. Por cada comentário, elogio, crítica e até mesmo discussão sobre o rumo do Drama Total. Muito obrigada! Você com certeza fez o meu coraçãozinho se encher de alegria a cada comentário.

Essa fanfic que demorou séculos para atualizar está chegando ao fim. Tudo acaba algum dia, não é? Espero encontrar vocês nas minhas outras fanfics ❤

E, para finalizar com chave de ouro, eu deixo um recado a Morganninha de 20177: Tudo tem o seu tempo. Vai ficar tudo bem, eu prometo!

Boa leitura!

PS: Eu escrevi esse capítulo escutando a música Blood do The Midle East. A letra não tem nada a ver com o tema, mas acredito que a melodia descreve muito a vibe e o que eu senti escrevendo ♥



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Advogada do Diabo

Capítulo nove 

"Presente"

— Aos noivos! — Courtney disse estendendo sua caneca estampada com gatinhos e com água, já que ela tinha que se hidratar pela noite anterior. Bridgette e Geoff deram um selinho demorado após o brinde. Courtney desviou o olhar para dar mais privacidade para os dois e acabou encontrando Duncan, que o olhava maliciosamente. Ela revirou os olhos e terminou por brindar suas canecas. - Ao nosso caso também.

— Caso? - Duncan sorriu da forma que Courtney adorava descrever como cafajeste.

— Perdão, eu deveria dizer processo? - perguntou ela com deboche.

— Não, não - ele sorriu. - Aliás, obrigado. Eu não teria conseguido sem você. Em todos os sentidos.

— Não precisa agradecer - respondeu ela. - Ou melhor, pra que agradecer sendo que você pode se arrastar fazendo reverências? 

Os dois riram, por mais que soubessem que no fundo aquele comentário tinha uma pontinha de verdade. 

— Muito engraçado, Princesa - Duncan disse.

Ouviram alguns cochichos e avistaram Bridgette e  Geoff, abraçado e com expressões fofas em seus rostos, o que disfarçavam as reais intenções daquelas duas cabeças loiras. Courtney semicerrou os olhos e cruzou os braços.

— O que vocês querem? - perguntou ela.

— Nós? Nós queremos alguma coisa, babe? - Geoff perguntou cínico para Bridgette e a surfista balançou a cabeça arregalados os olhos, porém com um mini sorriso estampado no rosto. - Longe de nós queremos qualquer coisa de dois amigos tão especiais, não é, babe?

— Será que dá para parar de colocar babe em cada final de frase? - Duncan disse. Geoff franziu a testa, não irritado de verdade.

— Dá, sim. Princesa.— Bridgette retrucou com ironia. Courtney revirou os olhos.

— Falem logo o que vocês querem porque eu já preciso ir - Courtney disse sentando-se à beirada do sofá.

— Mas já? 

— Sim, Bridge. Tenho relatórios pra fazer. - disse ela dando ênfase na palavra relatório e então Bridgette entendeu. Aquele era o código delas para fugir de situações constrangedoras e a de Courtney estava bem ao seu lado com piercings espalhados por todo o rosto. 

— Bom, nesse caso, eu vou ser rápida. - Disse sorrindo e olhando para Geoff. - Vocês sabem que nós dois não curtimos nada tradicional como casamento na igreja. E, por isso, vamos fazer tudo na praia.

— Ok, isso eu já esperava. - Courtney disse.

— É mais a nossa cara - Bridgette sorriu. - Mesmo assim, a gente não queria abrir mão de todas as tradições do casamento.

Duncan arqueou uma das sobrancelhas e Bridgette mordeu o lábio, nervosa.

— E vocês dois são nossos melhores amigos… - Geoff começou a dizer com cautela, observando as expressões dos dois. Courtney arregalou os olhos. Merda, pensou ela. - e já se suportam de novo…

— Quer que nós sejamos os padrinhos? - Duncan perguntou.

— Já que vocês insistem! - Bridgette disse rápido. - Nós aceitamos, sim!

— QUÊ? - Duncan e Courtney disseram em uníssono.

— NÓS VAMOS NOS CASAR! - Geoff e Bridgette começaram a pular, deixando Courtney e Duncan de queixos caídos.

 

***

Após tentarem argumentar contra e Courtney ter quase matado os recém noivos apenas com o olhar, Duncan e ela saíram da casa. O sol estava alto e o dia bem quente. Courtney puxou seu óculos escuros da bolsa e os colocou, apenas acentuando o perfil de quem estava de ressaca. 

Os dois ficaram na varanda por um tempo, olhando para o mar à frente deles.

— Para onde você vai agora? - Courtney perguntou tentando não transparecer a curiosidade em sua voz. 

— Serviço comunitário. Aliás, gatinha, se pudesse me dar uma carona eu iria agradecer muito. - Duncan disse arqueando uma das sobrancelhas enquanto Courteney revirava os olhos e ria. - E você?

— Delegacia - respondeu ela. - Se parar com o "gatinha", eu posso te levar.

— Beleza, princesa.

— Credo, Duncan.

Dito isso, os dois foram caminhando até o carro da advogada. Puderam sentir o quão quente o dia estava só de entrar no carro quando sentiram a necessidade de abrir todas as janelas. Enquanto Duncan preocupava-se com ficar o dia inteiro embaixo do Sol catando latinhas, Courtney pensava que estava a três meses de distância de trocar de carro, para um que finalmente tivesse ar condicionado. Courtney resolveu tirar os óculos escuros, por fim, sentindo-se mais confortável ao enxergar tudo ao seu redor. Duncan disse o endereços a Courtney e logo ela girou as chaves do carro e deu partida saindo da vaga de estacionamento na frente da casa dos recentes noivos.

— Bridgette e Geoff realmente são dois manipuladores - Courtney comentou e Duncan soltou o ar pelo nariz como quem dissesse "não diga". - Não me entenda mal, mas Brody sempre foi o melhor amigo do Geoff. 

— É bem claro o que eles estão tentando fazer. O que eu estou tentando fazer. - Duncan acusou e procurou o olhar julgador de Courtney. Ela revirou os olhos como de costume, mas ele conseguia ver um esboço de um sorriso no canto de sua boca. - Não dá pra fugir dessa conversa, Court.

— Por que acha que eu fui até a Bridge ontem?

— Vocês estavam falando sobre mim? - perguntou sarcástico.

— Não, sobre o Trent. - respondeu ela no mesmo tom que ele. - Ele vai ao casamento e pensei se tinha uma chance. Lógico que sobre você! - exaltou-se ela e Duncan riu.

— Vocês fariam um lindo casal…

— Talvez. Quem sabe. - brincou ela com um sorrisinho provocativo em seu rosto enquanto olhava para Duncan. Ele comprimiu os olhos, rindo falsamente.

— Então....- Duncan começou - se você conversou com ela, já tem a resposta? 

Courtney continuou de olho na estrada, tamborilando seus dedos no volante. 

— Sim - disse ela e Duncan se ajeitou no banco, não achando que ela  realmente fosse confirmar. - Mas já chegamos ao seu destino, então você pode esperar mais um pouco.

Duncan franziu a testa e só então percebeu que já estava no parque o qual tinha indicado para ela. 

— Qual é, Courtney. - ele jogou a cabeça para trás no banco - É só uma palavra: sim ou não! - Duncan pediu.

— Não, não é uma só palavra. Têm muitas palavras que eu quero dizer para deixar isso bem claro de uma vez por todas. - ela disse firme e Duncan bufou.

— Ok, não precisa dizer mais nada. 

— Que bom. Agora sai do meu carro.

Duncan assim o fez e Courtney acompanhou o ex-delinquente ir até um pequeno grupo no meio do parque. Ela riu antes de dar a partida novamente.

***

Courtney caminhou pela entrada da Delegacia pelo o que ela queria que fosse uma última vez. Olhou para a secretária, quem a denunciou para os paparazzis, e não foi nem rude ou falsa em seu sorriso, apenas pediu para que ela avisasse Pallet de sua chegada, mas não foi preciso porque, como sempre, o delegado estava bem ali com sua icônica caneca de café quentinha, esperando Courtney com um meio sorriso caído. 

Chegaram até a sala dele, onde ele ofereceu um copo de café a Courtney, o qual ela prontamente aceitou por não ter tido tempo o suficiente de comer nada na casa de Bridgette e Geoff. 

— Senhorita Delacroix… Ou chegamos ao ponto da amizade que eu posso te chamar de Senhorita Santiago? - perguntou ele e Courtney riu.

— Espero que à esse ponto o senhor já possa me chamar de Courtney.

— E você pode parar com o senhor e me chamar de Bill. - rebateu ele e os dois acabaram rindo. Courtney não poderia deixar de estar surpresa com aquela amizade tão inusitada. 

— Ok, Bill.

— Ok, Courtney. - ele começou a mexer em alguns arquivos por trás de sua mesa e os colocou por cima. - Você provavelmente nem deve estar se perguntando o porquê de eu a chamar aqui. É muito inteligente pra isso.

Courtney inclinou a cabeça e deu de ombros como quem fingisse estar se gabando. 

— Um pouco.

— Não, não estava. - Bill suspirou pesadamente, inclinando-se na cadeira. - E é por isso que eu vou precisar te frustrar um pouco antes de dizer o motivo de você estar aqui.

O sorriso de Courtney abaixou um pouco, mas ela tentou se manter firme ali na presença dele. Frustrar não era exatamente a palavra que ela esperava ouvir.

— Bom, como você já deve saber eu tenho meus contatos nos escritórios porque sempre acontece de aparecer um Duncan precisando de uma Courtney para poder resolver alguns problemas por aqui. - começou ele. - E quando digo uma Courtney, quero dizer uma advogada competente que não teve muitas oportunidades de se mostrar e, assim, acaba pegando esses casinhos.

Por mais que o comentário tivesse a deixado feliz, Courtney não conseguiu se sentir tranquila. Começou a brincar com o anel em seus dedos sem olhar para ele, apenas o sentindo. Isso já a fazia relaxar. 

— E você se provou ser muito mais competente do que eu tinha imaginado. Sério. Nunca vi tantos relatórios documentando cada passo do processo tão bem detalhados com tantos post-its e marca-texto. Se nada der certo, eu garanto um futuro pra você na propaganda dessas marcas.

Mas? Era a única palavra na cabeça dela. Mas o quê? Tem um mas? É necessário um mas?

— Mas - Courtney ajeitou a postura ao ouví-lo dizer - mesmo que eu tivesse muito a intenção de te indicar para todos eles, eu cheguei tarde demais.

Os ombros de Courtney caíram gradativamente e ela jamais tinha se segurado tanto para chorar como naquele momento, mas podia sentir sua boca tremendo.

— Foi por causa do programa? - perguntou ela com a voz falha. Percebeu a expressão dele de confusão e pigarreou para poder falar de forma mais firme e eloquente. - Digo, aquela entrevista que o Chris deu influenciou na decisão de algum escritório?

— O quê? - perguntou ele. Courtney franziu a testa, já um pouco estressada. - Não. Ah, queira me desculpar. Vou acabar com esse terrorismo psicológico porque nem eu mais me aguento.

Courtney não entendeu a risada dele até que ele entregou a ela todos os papéis que tinham sido pegos antes.

— Eu disse que cheguei tarde porque todos esses escritórios entraram em contato comigo antes mesmo de eu conseguir falar com eles. - esclareceu Pallet e Courtney precisou colocar a mão na boca em surpresa. Tinham pelo menos trinta escritórios ali. - Antes que você pergunte, muitos dos escritórios foram atrás do seu histórico como aluna na universalidade e em alguns casos como esse que você trabalhou. Tem um que foi muito exigente em ter você como membro. Acho que se trata de um local apenas com mulheres que defendem outras mulheres.

Foi então que uma lágrima inevitavelmente rolou pelo seu rosto.

— Isso é… - Courtney sorriu. - Pallet, quer dizer, Bill. Isso é....Isso é incrível. Eu não tenho palavras. Meu Deus! 

Pallet riu.

— Eu posso te dar um abraço? - perguntou ela. Pallet voltou a rir enquanto saía da mesa e os dois se abraçaram de forma um pouco desajeitada, mas sincera. - Muito obrigada por tudo, Bill. Do fundo do meu coração.

— Mas eu não fiz nada! - exclamou ele e riu.

— Claro que fez! Eu digo isso por todas as conversas, conselhos e apoio. - Courtney acabou por fazer um biquinho enquanto falava para controlar o choro. - Eu sinto como se você tenha sido meu mentor. 

Pallet riu.

—  Foi muito importante para mim. 

— Foi um prazer trabalhar com você, Courtney. - disse ele estendendo a mão para ela e os dois se cumprimentaram. - Bom, agora vai. Você tem muitas ligações a fazer. Isso tudo chegou ontem à tarde. 

— Muito obrigada mais uma vez.

— Ah, antes que você vá - Pallet disse e Courtney voltou a fechar a porta do escritório. - Eu não sei se deveria te contar isso, mas, eu estou meio sensível.

— Você é - Courtney sorriu. - O que foi?

— Ok, não vamos fazer grande caso disso. Enfim, sobre os escritórios: o mérito foi total seu. Isso é bem óbvio pra mim e pelo menos trinta e três escritórios vieram buscar por você através de mim. - disse ele e fez uma pausa para conferir Courtney. - Mas teve um em específico que recebeu uma grande recomendação de um recente cliente seu que não quis se identificar. 

Courtney franziu a testa, não entendendo muito bem o que ele estava dizendo. Era tanta coisa na sua cabeça que ela já nem sabia mais o que estava acontecendo.

— Ele disse que você fazia a defesa e acusava como se fosse uma princesa estendendo o seu castelo.

Courtney entreabriu os lábios e sentiu seus olhos encherem de lágrimas novamente. 

— Eu achei meio estúpido ele dizer princesa, até porque na hierarquia tem pessoas acima da Princesa e, bom, nem a monarquia tem mais poder verdadeiro, mas… Enfim, você já entendeu, não é?

Courtney riu e acenou com a cabeça.

— Espero te ver de novo, Courtney.

— Eu também, Bill.

E assim ela saiu em disparada da Delegacia. Finalmente, pela última vez.

***

Duncan virou uma garrafinha de água num gole só. Já não fazia mais tanto calor como na hora em que chegou no parque, mesmo assim, um pouco de trabalho braçal conseguira o cansar. O céu estava azul com poucas nuvens o cobrindo e, por mais que uma parte dele odiasse dias ensolarados, não teve como não pensar na beleza daquele céu. Mesmo assim, ele só queria ir para casa para poder descansar e se preparar novamente para o próximo sábado e o próximo que viria depois daquele.

— Cadê aquela roupa laranja? - Duncan ouviu a voz de Courtney dizer e por um momento pensou ter alucinado pelo clima do dia ao vê-la ali em pé à alguns metros de distância dele. Duncan sorriu cafajestemente como sempre, perguntando-se o motivo dela estar ali.

— Tá decepcionada?

— Um pouco - disse ela com um sorriso brincando em seus lábios. 

— Você deve tá se divertindo com isso, não?

— Confesso que sim - revelou ela e os dois riram. - Mas eu não quero te atrapalhar.

— Eu já acabei. Quer um gole de água? - perguntou ele. Courtney fez que não com a cabeça. - Esqueci que a princesa só toma coisas chiques.

— Qual é. Você precisa mais do que eu. - respondeu ela. Duncan deu de ombros e acabou tomando o resto da garrafinha. Os dois ficaram se olhando por alguns segundos.

— Posso perguntar o que você tá fazendo aqui? - perguntou ele.

Courtney umedeceu os lábios e fugiu da tentação de olhar para qualquer outro lugar que não fosse para ele. Conversas sentimentais sempre eram difíceis para ela e olhar olho no olho parecia mais fácil quando ela apenas atacava as pessoas.

— O Pallet me contou sobre o que você fez. Sobre os escritórios. - respondeu ela já sentindo o nervosismo tomar conta de sua voz. - Mas não é por isso que eu tô aqui. Quer dizer, eu agradeço pelo o que você fez. Apesar de tudo ter dado mais certo do que eu imaginava…

Duncan arqueou uma das sobrancelhas sorrindo. Courtney então ajeitou a postura e o olhou firmemente nos olhos.

— Eu vou falar e você vai me escutar, ok? - perguntou ela da mesma forma que Duncan se lembrava da primeira vez em que tinham se falado. A Courtney monitora de acampamento. Duncan acenou com a cabeça. 

— Ok.

— Eu odiei você.

— Começamos bem. - ele riu olhando para o céu.

— Duncan.

— Desculpa.

— Eu odiei você por um bom tempo depois daquilo. Eu te odiei tanto que eu queria ter te empurrado daquele avião. Talvez eu ainda te odeie.

— Eu já entendi, princesa. - Courtney arregalou os olhos. - Ok, eu vou ficar quieto.

Então ela continuou.

— Mesmo que eu goste de acreditar na ideia de que você foi um surto coletivo daquele maldito reality show, eu sei que não foi bem assim. - Courtney fez uma pausa e engoliu em seco. Duncan pareceu ficar surpreso com a mudança brusca. - E que, na verdade, o que eu senti por você foi muito forte e real. 

Os dois se olharam por um tempo e Courtney acabou sorrindo por um instante, antes de sua expressão ficar firme novamente.

— Mas também é verdade que o nosso namoro já estava fadado ao fracasso. Eu não sei. Se as coisas realmente estivessem bem, não teria acontecido tudo aquilo que aconteceu e nós não teríamos terminado. Eu te julgava o tempo todo, queria que você mudasse para poder se encaixar ao meu jeito e isso nunca fez sentido porque eu me apaixonei por você justamente sendo totalmente diferente do que eu gostaria que fosse. Foi um erro eu ser tão mandona e isso também seria um ótimo motivo pra você me odiar. Porque você não deve querer mudar o jeito da pessoa que você diz tanto amar. E eu te amei. Muito. 

Courtney fez outra pausa para verificar a reação dele. Duncan parecia estar confuso ao mesmo tempo que feliz por ela estar dizendo aquilo. 

— Mas você errou demais comigo, Duncan. Você partiu o meu coração de uma forma tão baixa que demorou muito tempo pra sarar. E eu não sei se posso confiar de novo.

Duncan engoliu em seco com uma dor no olhar que ela jamais havia visto nele.

— Essa é a sua resposta?

— Sim, mas me deixa continuar. - ela sorriu. - Eu achava que nada nesse mundo ia me fazer te perdoar ou, sei lá, me fazer te querer de volta. - Courtney riu. - Mas esses últimos tempos me mostraram que infelizmente eu ainda gosto de você. - disse ela deixando as mãos caírem e baterem em suas pernas. 

—  Eu queria não gostar porque você ainda me irrita muito. Com o seu jeito, com as sua provocações e com a droga desse cigarro. VOCÊ TEM QUE PARAR COM ISSO, VAI ACABAR SE MATANDO!

Duncan riu alto e Courtney acabou o acompanhando.

— Eu vejo o quanto nós dois mudamos conforme o tempo. Talvez a minha maior dificuldade tenha sido aceitar o passado do jeito que ele aconteceu. Te perdoar e me perdoar. E que tá tudo bem. - disse ela. - Enfim, é. Eu gosto muito de você. - Courtney sorriu. - Essa é a minha resposta.

— Eu também gosto de você, Courtney. - Duncan disse pegando nas duas mãos dela e a acariciando. - E eu me arrependo muito do que aconteceu. Você não faz ideia. Se eu pudesse voltar na porra do tempo, eu-

— Tá tudo bem, Duncan. - interrompeu ela.

Duncan sorriu, aproximando e diminuindo a distância entre os dois. Intercalava o olhar entre a boca e os olhos dela. 

— Isso quer dizer que a gente tá namorando?

Em uma reação inesperada por Duncan, Courtney começou a gargalhar na frente dele, que não entendeu absolutamente nada enquanto a observava limpar as lágrimas.

— Namorar? Você tá doido? - perguntou ela. - Claro que não. A gente acabou de se conhecer de novo! Você vai me levar num encontro em restaurante decente que eu vou escolher, você vai ser cavalheiro, vai me deixar em casa e-

Então Duncan em meio ao riso, a puxou pela cintura e a beijou como nunca havia a beijado antes. Courtney correspondeu de forma apaixonada, agarrando a camisa dele o quanto podia e finalizando com três selinhos. 

Duncan e Courtney então caminharam pelo parque por horas e horas até que fossem expulsos pelos monitores. Os dois pareciam iguais a antigamente, porém completamente mudados. 


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Notas finais do capítulo

Me contem o que vocês acharam ❤ e, por favor, não voltem com ex que traiu, galerinha. Duncan e Courtney é ficção. Bom, é isso! Obrigada por tudo e até a próxima fanfic!



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