O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos escrita por Waulom Amarante


Capítulo 4
Capítulo IV: Órion


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos:
Hakurei e Sage partiram rumo ao Santuário convocados pelo Grande Mestre. No caminho encontraram Valentine de Harpia que tentou matá-los, mas foi impedido por uma projeção astral de Brafmah o Mestre de Jamir, ao qual os gêmeos descobriram ser o antigo Cavaleiro de Virgem.
Contudo depois de um tempo Valentine retornou com sede de vingança contra os garotos.



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As Harpias estavam paralisadas, os irmãos estavam parecendo estar em transe. Iluminando as pupilas deles a constelação de câncer.

Eles fizeram um movimento rápido e forte com o braço cujo dedo estava em riste manipulando as linhas de energia azulada e os espíritos das Harpias foram lançadas na parede se desfazendo.

— Como é possível que esses dois moleques consigam controlar os Espíritos das minhas Harpias? Malditos.

Eles piscaram rápido, como que saindo do transe.

— Sage… você sentiu?

— Sim era como… era como estar conectado com universo, como se ele estivesse dentro de nós.

— Os livros falavam de quando o ser humano manifesta o cosmo, mas isso… isso não cabe em palavras!

— Mestre Brafmah estava certo.

— Eu vou acabar com vocês! Sweet Chocolate!

Novamente os espíritos das harpias se manifestaram diante de Sage e Hakurei

— Acha que conseguiríamos fazer de novo?

— Está em nós, eu sei disso…

Novamente eles ergueram os braços com o dedo indicador em riste criando as linhas de energia espiritual. Em resposta as Harpias pararam.

— Esse poder… - alguém observava da parte alta do penhasco no lado oposto.

Ele saltou para a parte mais profunda onde o embate ocorria.

Os espíritos de aparência meio humana e meio animal, tinham linhas corporais femininas na parte de cima do tronco. De seus braços emergiam plumagens que formavam asas. As pernas por sua vez eram bestiais parecendo as de pássaros de rapina. Seus rostos eram finos e de traços demoníacos. Contudo estavam paralisadas ante os garotos.

Tonituri Fera Caelus (Trovão Celestial)!

Raios cor de prata caíram com fúria sobre o Espectro.

Greed the Live!

As técnicas se chocaram alguns metros acima do chão.

— Mais um maldito cavaleiro…

O cavaleiro se postou entre Valentine e os gêmeos. Sua armadura reluzia um brilho prateado que ficava ainda mais vislumbrante sob a luz do luar. Seu cosmo também era uma luz prateada, intenso e amplo. Seus olhos eram verdes como duas esmeraldas entalhadas em seu rosto. Os cabelos curtos num tom de amarelo trigo apenas pareciam curtos, mas do ângulo de visão dos gêmeos era possível ver um rabo-de-cavalo fino, porém longo, na base da nuca até a cintura.

— Esses garotos estão sob minha proteção. A mando do Mestre do Santuário. E eu não permitirei que nenhum Espectro toque em um fio sequer desses cabelos.

— O que você acha que um Cavaleiro de Prata pode fazer contra mim, uma Estrela Celeste? Quando nem mesmo um cavaleiro de Ouro foi capaz de me derrotar completamente…

Nesse momento os olhos de Harpia brilharam.

Em resposta o rosto de Cavaleiro de Prata ficou surpreso.

— O Grande Mestre não chegou a mim informar que havia outro guardião. - ele disse se dirigindo aos garotos.

— Era o Mestre Brafmah! - respondeu Hakurei.

Brafmah… o antigo cavaleiro de virgem que sobreviveu a Guerra Santa anterior…, mas o Grande Mestre me disse que ele se privava dos movimentos…

— Ele criou uma projeção cósmica e baniu esse daí com um só golpe. - explicou Hakurei.

Fazendo a situação fazer sentido para o cavaleiro.

— Sabe, garotos, os Espectros não podem ser mortos… - um tom de surpresa pairou nos rostos dos dois - eles servem a Hades e o deus deles lhes concede o poder de ir e vir entre o Mekai e o Mundo dos Vivos. O Senhor Brafmah sabe disso e provavelmente decidiu banir este Espectro para que vocês ganhassem tempo. Meu dever é proteger vocês dois.

— Chega de blá, blá, blá… eu vou acabar com vocês três em honra a chegada do Imperador Hades!

Chegada? Do Imperador Hades? O que este Espectro está querendo dizer?

— Sinta o poder da Estrela Celeste do Clamor… Greed the Live!

— Eu já disse que você não vai tocar nesses meninos! Eu sou Olivier de Órion e vou derrotar todos que se opõe ao caminho da justiça e da paz! Exploda meu cosmo! - uma energia avassaladora explodiu emanando do cavaleiro de prata - Orion Devastation (Devastação de Órion)!

O cosmo de Olivier formou uma esfera elétrica potente que brilhava intensamente, condensando parte do poder no punho ele arremeteu ao solo criando ainda mais raios que concentraram-se na esfera fazendo-a aumentar sua circunferência e potência energética.

— Esse homem… domina o poder do Sétimo Sentido!

— Ele provavelmente pode estar próximo ou até mesmo no nível de um Santo de Ouro.

O choque das técnicas explodiu gerando uma onda de devastação gigantesca. Rapidamente Órion tomou os garotos debaixo dos braços afastando-os do local. Atordoados com o simples resvalar de tal energia, Sage e Hakurei desfaleceram.

Quando Sage acordou percebeu que era claro.

— O… o que aconteceu? Hakurei?

— Seu irmão foi até o vilarejo, ver se conseguia algo para comer. - disse o homem.

Agora, Sage o via com mais nitidez. Seus olhos eram realmente intensos e seu semblante sério.

Sem armadura vestia uma roupa simples que lembrava um pouco a dos soldados rasos que tanto visitaram Jamir na infância de Sage.

— Seu poder… é gigantesco…

— Eu sou um mero Cavaleiro de Prata… - ele disse com um sorriso nos lábios.

— Aquele ataque foi incrível! E você… você tem mesmo o Sétimo Sentido, não tem?

— Você… sentiu?

— Sim! É grandioso!

Hakurei regressou pelo caminho da floresta trazendo consigo uma peça de carne.

— Olha o moço do mercado me deu isso em troca de um trabalho que fiz para ele.

— Trabalho? - indagou Sage.

— Sim ele precisava erguer uma pedra grande que tapava a passagem do córrego no fundo da propriedade.

— E você…

— Eu soquei aquela coisa e estilhacei completamente. Então vamos comer?

Após o almoço os dois treinaram mais uma vez. Trocando chutes e socos, saltos a alturas incomensuráveis e um poder destrutivo digno de um cavaleiro. Olivier, apenas observou os dois.

Agora entendo porque o Grande Mestre convocou esses garotos. Eles podem sentir o cosmo com maestria, tem habilidade de luta muito avançada para a idade deles, são sábios, provavelmente o Senhor Brafmah os treinou para serem restauradores. Apoio de Guerra, mas eles não poderiam ficar em segundo plano… e aquele poder… eu só ouvi falar daquilo uma única vez, e foi o próprio Mestre Itia quem mencionou.

Os garotos voltaram um pouco suados e bufando.

— Senhor Olivier, vamos seguir em frente?

— Sim. - disse o cavaleiro se levantando - Estamos a meio dia de viagem do Santuário, tão logo cheguemos será melhor.

O local onde o Santuário se erguia era impressionante. Caminhos largos pavimentados em pedras claras. As colunas do tempo mitológico que ainda permaneciam em vários locais. Estátuas de guerreiros do passado. Templos de todos os tamanhos. Caminhando um pouco a construção que mais se destacava era o Coliseu. De longe se ouvia o som de luta, de guerreiros treinando arduamente para aprimorar suas habilidades.

— Nem todos que vem para o Santuário se tornam cavaleiros. - disse Olivier com firmeza.

— Sabemos disso. - respondeu Hakurei - Muitos de Jamir voltaram após alguns anos. Não resistiram ao sistema árduo de treinamento e resolveram ser apenas apoio para o Santuário.

— Claramente não é o caso de vocês… - disse quase para si mesmo. - O Grande Mestre pediu que vocês fossem diretamente a ele assim que chegassem. Para chegar ao Salão do Grande Mestre é preciso passar pelas 12 Casas do Zodíaco, onde estão os mais poderosos cavaleiros do exército de Athena, os Santos de Ouro.

— Mas eles não precisaram passar pelos 12 Templos, Olivier… - quem se aproximava era um homem alto de presença marcante, porém já com denotado avanço de idade - eu vim até aqui.

— Grande Mestre Itia! - Olivier se ajoelhou prontamente.

— Olivier… - saldou Itia - então estes são Sage e Hakurei, os discípulos de Brafmah de Virgem.

 


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo:
Capítulo V: As Peças de Xadrez



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