O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos escrita por Waulom Amarante


Capítulo 26
Capítulo XXVI: O Detentor do Arayashiki


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior de O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos:
O Santo de Ouro de Virgem foi escolhido por Itia para uma Missão no submundo de Hades.
Entregando ao cavaleiro as sementes da Mokurenji que haviam sido recolhidas na Guerra Santa anterior pelo Cavaleiro de Câncer, Itia, confiou ao virginiano uma missão que considerou de suma importância replantar a árvore que um dia fora deixada no Inferno por Démeter, a mãe de Pérsefone, esposa de Hades; a existência que se opunha ao mineral que compõe as Sobrepeliz.
Com isso em seu horizonte Shiva parte para o Submundo, mas sua missão seria mais difícil do que ele poderia esperar.



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O ser que surgira no local era uma figura alta de porte avantajado. Sua sobrepeliz se assemelhava, em forma, com as roupas de um monge. Carregava inclusive um cetro como o dos monges budistas. Seu rosto era impossível de distinguir pois a veste o ocultava totalmente.

— Você é um Espectro… uma das estrelas malignas…

— Eu sou Kageboshi, a Estrela Terrestre da Opressão.

— Entendo…

— Eu sou um coletor de almas a serviço do Mestre Atavaka.

— Atavaka…!

Atavaka é um espectro, que segundo meu mestre, tinha um status diferente em meio ao exército de Hades. Seu papel sempre foi permanecer no Inferno, como um tipo de guarda, tendo até mesmo uma morada própria no Submundo. Ele está livre até mesmo do comando de Pandora.

— Parece que o nome do senhor Atavaka não é desconhecido de você, Santo de Athena. Mas o que um Santo de Ouro faz deste lado do Inferno?

— Isso não é da sua conta Espectro!

O cosmo de Shiva se elevou grandemente.

Ohm!

A mera expansão do cosmo do virginiano lançou para longe o espectro. Enquanto a luz de seu golpe regredia, o cavaleiro da sexta casa levitou rapidamente para o topo da cachoeira de sangue. Lá ele divisou um tronco de árvore retorcido que parecia ter sido queimado, sentado de costas para a planta morta estava um homem. Uma perna esticada, a outra dobrada com o cotovelo apoiado sobre o joelho, num primeiro momento pareceu a Shiva, uma figura contemplativa.

— Esse homem… é possível sentir um cosmo vindo dele… será possível que ele seja…

— Finalmente Itia mandou alguém trazer isso de volta para cá. - disse um homem com um tom de ironia, mas trazendo na voz certa alegria.

Ele tinha os cabelos muito longos, pretos como a própria escuridão, seus olhos carregavam um tom de púrpura seu rosto tinha traços fortes, mas ao mesmo tempo transmitia uma leveza inexplicável.

— Quem é você? - indagou o cavaleiro diminuindo a velocidade.

— Meu nome é Cipriano. Cipriano de Câncer.

— Cipriano… o cavaleiro de Câncer que lutou ao lado de meu mestre Brafmah e do Grande Mestre Itia?!

— Eu mesmo… - a figura se levantou - Você trouxe? - perguntou olhando para a pequena bolsa de tecido que carregava o Cavaleiro.

— Está falando das sementes?

— Sim…

 - E como eu vou saber que você é realmente um cavaleiro de Athena e não um espectro disfarçado, como o que eu acabei de derrotar?

Nesse momento o homem passou o braço pelo torço do virginiano o jogando para trás de si. Ele apontou o dedo indicador e nesse momento almas se reuniram formando uma barreira espiritual frente a eles.

A barreira obliterou os projeteis que disparavam em direção aos dois.

Como…?— Shiva não conseguiu ver ao certo o que os alvejou.

— Você atacou Kageboshi?

— Ele se colocou no caminho de minha missão.

— Você, como discípulo de Brafmah, deveria saber que os espectros não morrem…

— Maldição!

— Os Espectros são, por excelência, imortais. Toda vez que uma estrela maligna se estingue o poder do Imperador dos Mortos faz com que voltem a vida.

O espectro-monge surgiu flutuando da parte debaixo da cachoeira. As partes têxteis de sua sobrepeliz flutuavam com movimentos leves.

— Esse maldito…

— O que sabe dele, Cipriano-sama?

— Ele é um monge que serve a Atavaka. Ele peregrina pelo Submundo coletando justamente almas como a minha.

— Almas… como a sua?

— Arayashiki. - disse simplesmente.

Os olhos do Cavaleiro de Virgem se encheram de surpresa.


Santuário de Athena

 Sage e Hakurei entraram na casa de Câncer.

— A energia desse lugar…

— Sim… é como se estivéssemos conectados a ela…

Eles atravessaram alguns corredores, até chegar a um salão mais amplo. Por algum motivo o ar ali era nefasto.

— Eu sinto… sinto como se estivesse naquele lugar…

— O Yomotsu?

— Sim.

Eles então repararam uma urna dourada.

— Essa é…

— Sim…

— A Sagrada Armadura de Ouro de Câncer. - disseram em uníssono.

A urna dourada reagiu e a tampa se abriu revelando um pilar de luz dourada ascendente. O poder da armadura ressonou com o cosmo dos irmãos gêmeos.

— Que poder grandioso!

Hakurei apenas ficou calado diante da manifestação da armadura de Câncer.

A armadura emergiu de dentro da urna… seu brilho era quase solar. Contudo a indumentária ascendeu aos céus desaparecendo em meio ao pilar de Luz.

Itia observava a movimentação do topo do Star Hill.

— Então você resistiu Cipriano…


Mekai

Então você despertou o lendário Oitavo Sentido?

— Foi no momento da minha morte.

“O poder daquele Juiz era muito maior do que qualquer um com o qual eu já tinha me deparado. Mas ele não era um dos Três Juízes. Ele era Lune de Balron, a Estrela Celeste da Eminência.

Ele é tido como o detentor do Livro da Vida, onde estão registrados os fatos de todos os seres que viveram. O poder de Lune era imensurável, mas ainda assim parecia que algo de anormal o estava dando mais poder. Ele com certeza poderia destronar qualquer um dos juízes do inferno originais, Wyvern, Garuda ou Griphon.

A luta foi extremamente desvantajosa para mim, era como se aquele desgraçado soubesse todas as minhas técnicas. Até que eu saquei o meu maior segredo.”

— Isto. - o Cavaleiro então mostrou para ele um Grimório Negro.

— Eu sempre pensei que isso fosse uma lenda!

O canceriano sorriu.

— Aqui eu guardei o segredo para invocar a alma de um rei antigo que dizem ter sido um cavaleiro de Athena, um dos poucos que foi para o Elíseos. Mas para isso… eu preciso dela… da minha Sagrada Armadura…

— Vocês pensaram mesmo que poderiam sair do Inferno tão facilmente?

— Não tem ninguém aqui querendo sair do Inferno, seu idiota! Eu já estou morto como vou sair desse lugar?

— Então é realmente verdade que um cavaleiro de Athena da Guerra Santa anterior vaga pelo inferno há dois séculos? Um cavaleiro que despertou o Oitavo Sentido…

— Eu sou duro de matar, Kageboshi!

Os ataques do Espectro continuavam a alvejar a barreira de espíritos formada pelo canceriano.

— Chega disso!

O virginiano se levantou seu cosmo se elevou, ele fez um sinal de meditação com as mãos. Um sorriso ladeou os lábios de Cipriano.

Ohm! — uma formação como a de uma galáxia se formou entre as mãos do cavaleiro - Kahn!

Uma esfera de energia envolveu os dois cavaleiros repelindo os ataques do monge negro.

— Eu vou te destruir completamente!

— Você realmente não entendeu com quem está lidando, espectro.

Uma nova elevação cósmica…

Esse moleque é mesmo cria do Brafmah, que cosmo avassalador!

Tenma Kōfuku (Rendição Divina)! Desespere-se ante ao poder de Buda!


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Notas finais do capítulo

No próximo Capítulo...
Capítulo XXVII: Grimório



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