As cores que você me ensinou escrita por Ellaria M Lamora


Capítulo 1
ONESHOT: AS CORES QUE VOCÊ ME ENSINOU


Notas iniciais do capítulo

Pois bem, essa história nasceu depois de um sonho muito tristinho apdkapskdasd. Espero que gostem ♥

É recomendado alguma música triste de piano, para que consigam entrar na atmosfera da história.

Particularmente, recomendo Just Be Friends (de Vocaloid).

Link: https://www.youtube.com/watch?v=inPVedSa1tI

Boa Leitura ♥



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ONESHOT
AS CORES QUE VOCÊ ME ENSINOU

EMBALADO NO SOM DOS BIPES daquele miserável hospital, o moribundo tinha como companhia uma graciosa senhora de cabelos grisalhos ao seu lado, segurando sua mão com carinho e afeto, contando-lhe em uma amável voz uma história antiga. Algo do passado, que ele não conseguia lembrar direito, mas que ela dizia que ambos tinham vivido juntos.

Mergulhando nas aventuras que a mulher contava, o homem queria ter energia para gargalhar de suas expressões, sem importar-se se o debilitado corpo sofreria com isso. Gostaria de ignorar os aparelhos que o ajudavam a respirar, para poder lhe agradecer por sempre fazê-lo esquecer daquele deplorável cheiro de hospital e sua ausência de cores. Se tivesse forças, levantaria e a embalaria em uma suave valsa pelo quarto, comentando o quão linda ficava naquele vestido rosa que sabia ser proposital para atacar a monocrática cor daquele quarto.

Mas o que lhe restava era somente ficar ali, sem poder fazer nada, assistindo os ponteiros do relógio se moverem em um silencioso sinal de que sua vida estava chegando ao fim, sussurrando-lhe que precisava começar a temer a morte.

E ele? Ele estava em paz.

Na verdade, havia um pouco da tristeza por abandonar aquela mulher e quebrar a promessa que havia feito no casamento apressado deles, quando a guerra estava estourando e os dois proclamavam juras de amor desesperadas. Naquela época, ele sobrevivera nas trincheiras agarrando-se a miserável promessa de revê-la, de que ele não morreria antes dela. Por sorte, conseguiu voltar a salvo para os braços dela.

Os traumas da guerra vieram com ele, claro. Sua vida que antes era repleta de cores vivas ganhou o vermelho e as imagens que antes transmitiam paz e alegria, tornaram-se turvas, carregadas de raiva, sofrimento e morte. Entretanto, a amada ficou ao seu lado. Foi ela que lhe apresentou os pincéis e telas. Aquela mulher, com sua paciência, o ensinou a expor o que havia dentro dele, transformando sua dor em arte.

E agora estava em paz.

Ele... eles tinham vivido tanta coisa, passado por tantas situações que o que restara era a felicidade e paz. Havia vivido seus dias ao lado de quem amara, construindo uma família e uma bela história. Despedira-se da tristeza e se entregara a um sentindo de eternidade, onde o que importava era a voz dela, suas roupas coloridas como protesto para o hospital sem cor e as memórias que ela não deixava que o abandonassem.

Por isso, naquela tarde de inverno em que a neve caía gentilmente do lado de fora, o homem não sentiu medo quando começou a tossir e as manchas vermelhas espalharam-se pelo lençol branco. Ele não entrou em desespero quando uma equipe médica apareceu no mesmo instante: um batalhão de jalecos brancos, com aparelhos e conversando em termos que jamais seria capaz de compreender. Sofreu quando afastaram sua mulher para longe e viu as lágrimas descendo pela face que nunca enjoaria de encarar.

Naquela mistura de emoções, ele só queria dizer que a amava.

Mas deixando o impossível de lado, o moribundo perdeu-se em tantos acontecimentos e, ignorando as dores que tomavam conta de seu corpo, entregou-se ao que o esperava.

Não demorou para as cores começarem a desaparecer e, pela falha visão, ele teve um vislumbre de sua vida através dos quadros que a esposa o ensinara a pintar. Na tinta a óleo, estavam os dois bebericando um vinho francês que ele comprara para um aniversário dela. Na aquarela, ela assistindo ao pôr do sol. Em lápis, um esboço do sorriso que a amada lhe dava quando servia o café da manhã.

Fechando os olhos, permitiu que a mistura de todas as cores se cravasse em sua alma. O negro, senhor de tudo, tão importante, impôs-se sobre o homem, que curvou-se obediente.

Sendo embalado pelo sono eterno, os cheiros foram sumindo. A sensação de dor o largou.

Mas, antes de respirar pela última vez, um contato quente despertou sua mão. A mão confortável, o metal de um anel e unhas feitas tocaram sua pele, indicando que ela estava ali. As lágrimas quentes molharam sua face e ele não soube dizer se eram dela ou dele.

Antes que a morte lhe levasse, ele ouviu-a cantar a música favorita deles.

E sua última expressão foi um singelo sorriso.


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Notas finais do capítulo

Aí gente, eu tenho um fraco por história de velhinhos e que narram o amor deles um pelo outro. É lindo perceber como o amor deles vence tudo e continua vivo até em uma hora dessas, haha. Acho que, num geral, bate a invejinha de viver tanto tempo e ter alguém especial do seu lado APKASPDAKD.

Mas para falar a verdade, isso aqui era pra ser uma história bem trágica e FODIDA, mas os personagens são teimosos e levam a gente a escrever algo bem diferente da ideia inicial pdáls´pdasd. Então está aí, a história desses dois idosos amorzinhos (eu não gosto muito de dar nomes nos meus originais, pq acho que personagens vão além de nomes e o que importa pra mim é explorar o interior deles).

[desculpas para preguiça de inventar nomes -q]

MAS O IMPORTANTE É que vocês tenham gostado. Por isso, peço para que deixe seu feedback. Não precisa ser uma crítica literaria renomada, mas só me digam se gostaram ou não, haha. Como eu sempre digo: é ruim escrever para fantasmas, pq a gente não sabe se tá pagando micão ou não aspdapsdkad.

Um abraço recheado de cores para a vida de vocês ♥



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