Na terça feira a chuva continuava quando despertei, Rosalie ainda dormia e quando olhei para o relógio era cedo demais. Bufei e voltei a dormir.

Quando despertei novamente Rosalie não estava mais nada cama e eu pude ouvir uma música muito alta que vinha da TV, pude ouvir também a voz de Rosalie vinda de dentro do banheiro.

—“When we move, well, you already know, so just imagine, just imagine, just imagine”, uhhhhh. –ela cantou desafinadamente.-“Nothing I can see but you when you dance, dance, dance, a feeling good, good, creeping up on you so just dance, dance, dance, come on”.

Eu ri, reconhecia aquela música era Can't Stop The Feeling de Justin Timberlake.

—Bom dia, Bella! –ela disse quando me viu sentada na cama.

—Bom dia, Rose, para que tanta animação?

—Porquê de triste já basta essa chuva que vamos ter que enfrentar. Levante-se, Bella.

Rose parou em frente à TV e começou a dançar junto com os dançarinos.

 -“I can't stop the feeling, so just dance, dance, dance”

Eu levantei e me juntei a ela e nós cantamos juntas o final da música e depois caímos na cama gargalhando.

—Certo, estamos atrasadas, podemos comprar um copo de café na Starbucks do caminho! –eu disse me levantando da cama e correndo para o banheiro.

Quando já se passava das três horas da tarde Alice me ligou. Eu não a via desde o jantar na casa dos seus pais, mas nós conversávamos frequentemente por ligações e mensagens e eu estava adorando nossa aproximação.

—Oi minha cunhada favorita. –ela disse, antes mesmo de eu dizer qualquer outra coisa.

—Oi Alice, isso é porque você só tem uma, uh? –Alice riu.

—Eu só tenho uma, e mesmo se tivesse outra você ainda seria a favorita. E sabe por quê?

—Não, eu acho.

—Porque nós iremos até o shopping hoje e você irá tirar as medidas para o vestido do meu casamento.

—Em algum momento você cogitou a ideia de eu não poder ir hoje? –eu disse enquanto observava os documentos sendo impressos.

—De forma alguma, sua presença é indispensável, Bella.

—Você realmente não tem jeito.

—Engraçado que as pessoas dizem que eu tenho jeito para tudo.

—Pode ser também. –eu murmurei.

—Então nos encontramos após sua saída do serviço.

—Eu posso levar Rosalie?

—Claro, traga ela por favor!

Alice não sabia que estávamos na casa de Edward, na verdade sua família não fazia ideia pelo o que estávamos passando.

—Bom, acho que será uma ótima ideia.

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Mais tarde estávamos nós três caminhando pelo maior shopping de Seattle, na verdade eu nunca vira um shopping tão grande quanto esse. Rosalie e Alice estavam se dando melhor do que eu imaginara, e pareciam ser amigas de longas datas. Nós havíamos passado pela sessão masculina e Alice mostrou onde comprava os ternos de Edward, os preços eram exorbitantes. Alice insistira para que nós entrássemos em uma loja enorme de vestidos, ela havia levado a sessão tamanho pequeno praticamente toda para dentro do provador, de dois em dois minutos ela saia de dentro vestida em um look diferente e exigia minha opinião e de Rosalie. Nós ficamos uma hora esperando ela experimentar as roupas e quando ela disse que não se interessou por nenhuma, eu quis enforca-la.

—Você está brincando comigo, ne? –eu disse irritada.

—Não Bella, essa loja não me atraiu.

—Você passou exata uma hora no provador, Alice.

—Esse é o tempo mínimo, já passei mais de três horas escolhendo um único vestido.

—Isso é um exagero. –eu disse franzindo o cenho.

Ela só deu de ombro e seguiu pelo shopping como se tudo aquilo fosse normal, Rosalie achara normal também. Eu realmente era a única diferente, talvez porque em Forks não tinha shopping e a única loja de roupas não me atraia nenhum pouco. Eu sempre comprava minhas roupas em Portland, ou seja, bem raramente.

—Bella, minha mãe ficou tão feliz quando soube sobre você. Esme tem uma espécie de sexto sentido, eu nunca vou entender como é que funciona aquilo, sei que quando ela botou os olhos em você soube que você era destinada ao Edward.

—Sua mãe já me conhecia, Alice.

—Sim, e desde de quando ela te conheceu desenvolveu um carinho especial por você.

—Edward nunca apresentou uma mulher para ela?

—Não, ela só conheceu é... –Alice perdeu a fala.

—Victoria?

—Você sabe sobre ela?

—Edward me contou.

—Sim, ela mesma. Conhecemos por algum acaso, aquela mulher era louca, Edward também não era dos melhores, mas convenhamos usar do psicológico para se ter alguém é o pior tipo de coisa.

Eu juro que pude ver Alice estremecendo.

—Desculpe, não deveria estar falando assim do meu irmão para você.

—Está tudo bem.

—Eu o amo, amo como se fosse minha própria vida, mas ele era desconectado...Mas, ainda assim era meu irmão. Depois de Victoria ele se tornou uma pessoa fria, estranha, eu não reconhecia muitas atitudes dele e ele nunca foi de contar sobre o que estava passando. Eu fiquei feliz quando você apareceu, trouxe uma alegria que eu nunca vi em Edward, isso é tudo muito legal! –seu tom passou de tenso para enérgico em poucos segundos.

 -Edward sofreu muito com tudo o que aconteceu.

—Sim. Você o mudou em muitas coisas Bella, ele até começou a ligar frequentemente para nossa mãe e antes de ir para Chicago passou dar um abraço nela.

Não sei se eu estava feliz ou surpresa, talvez uma mistura dos dois, mas meu coração se aqueceu com essa notícia e um sorriso rompeu meu rosto.

—Pronto meninas, podemos ir agora. –Rose veio até nós.

Ela tinha entrado em uma loja para escolher algumas roupas e pela primeira vez Alice não quis acompanha-la.

—Por que Bella, está sorrindo feito uma boba?

—A gente estava falando de Edward.

Alice deu de ombros e eu revirei os olhos para as duas.

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Depois de andarmos a sessão feminina inteira, Alice parou em frente uma loja que tinha vestidos de noiva e outros vestidos mais coloridos em toda a vitrine. Só a fachada me dizia que era uma loja de luxo.

Alice entrou na loja puxando eu e Rosalie pela mão. Ela conversou com uma das vendedoras, e ela logo nos encaminhou para uma sala privada. A loja parecia de cinema e eu nunca havia entrado em uma igual a aquela, era decorada com tons dourados e brancos, a sala onde estávamos agora continha um carpete fofo, todas as paredes eram revestidas por espelhos luxuosos, havia dois sofás brancos e uma mesa de centro, nela havia um balde com uma champanhe e várias taças em volta. Eu estava me sentindo em um filme da Disney.

—Uau. –eu ouvi Rosalie suspirando ao meu lado. –Dá até vontade de casar também, não é Bella?

Pela primeira vez eu senti desejo de saber como eu ficaria em um vestido branco e por um momento visualizei Edward me esperando no altar. Eu sorri com aquilo, era um futuro bem distante.

—Senhorita Cullen é um prazer ver você de novo.

Uma mulher ruiva entrou sorridente falando com Alice.

—Olá Marie, eu trouxe Isabella como o prometido.

—Olá Isabella, nós iremos tirar suas medidas e no sábado seu vestido estará pronto para a primeira prova.

Alice me abraçou de lado e soltou um gritinho de felicidade.

—Isso não é demais, Bella?

Eu concordei sorrindo para ela.

Enquanto Marie tirava as medidas necessárias, Alice estava com seu iPad nas mãos me mostrando o modelo, ela explicou que seriam todos iguais. Os vestidos longos cairiam como cascatas em um monte de pano ao redor do meu corpo, uma faixa seria passada ao redor da minha cintura e no peito seria feitos alguns drapeados. Era simples, mas muito sofisticado. Rosalie havia amado também e a essa altura já estava convidada para o casamento de Alice.

Depois que terminamos nossa visita a loja de noiva, Alice sugeriu um restaurante perto da Seattle Center, nós terminamos a noite com algumas bebidas e Will apareceu para nos levar para casa.

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Até a quarta feira os dias se passaram tranquilamente, Edward e Emmett não tinham muito tempo para falar conosco, mas sempre diziam se estavam bem. Rosalie dissera que um pub perto da onde trabalhava teria um show ótimo, e ela queria muito assistir. Will concordou desde que ele ficasse por perto.

Meu celular tocou e eu estranhei ao ver que era Charlie.

—Bella?

—Oi pai, como vai? –eu disse feliz por estar falando com ele.

—Oi querida, estou bem e você?

—Estou bem.

—Fui mandado para uma missão em Nova York. –ele disse aquilo como se tivessem o crucificado.

—Sério pai? Isso é incrível!

—Sim, eles querem que eu tome a frente de um caso.

Eu juro que pude visualizar Charlie dando de ombros, eu sorri.

—Mas, você volta quando?

Nossa viagem para Forks já estava marcada, seria complicado remarcar para um dia onde todos pudessem ir novamente.

—Volto em três dias para cá, acha mesmo que eu ia perder o feriado com minha família?

Eu sorri.

—Esse é o Charlie que conheço.

—Mas, Bella, eu liguei para falar que meu vôo fará conexão em Seattle por 10 horas, chegarei por volta da hora do almoço.

—Isso é sensacional, pai. Posso ir até lá e podemos almoçar juntos e eu posso te levar para conhecer algumas coisas.

—Eu acho ótimo. Te vejo amanhã então.

—Certo, até amanhã, pai. Estou com saudades!

—Eu também, Bella.

Por sorte, eu havia algumas horas para tirar de folga, então deixei avisado que iria trabalhar até o meio dia do dia seguinte.

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—Hoje só seria mais bacana se esse cara não estivesse na nossa cola. –Rosalie disse.

Os ingressos para o tal show que ela queria ir estavam esgotados, nós nos contentamos em ir para outro barzinho que ficava perto do Seattle Center apenas beber alguma coisa. Seattle era uma das cidades mais lindas que eu já havia visto, e quando anoitecia tinha uma magia local. Eu amava.

Will estava na porta, para nos dar alguma privacidade, como se fosse um segurança local, mas ele estava sempre de olho em alguma aproximação.

Nós pedimos alguns petiscos para comer e nossas bebidas. Eu era fraca para bebida, disso eu sabia, mas Rosalie não e ela queria tanto beber esquecer os problemas da empresa que eu acabei acompanhando-a, com várias doses de tequila. Fazia tempo que eu não bebia tanto assim, e não me sentia assim, como se estivesse flutuando e muito animada. Eu não conseguia parar de rir das coisas que ela falava, até que mencionou Edward. Ai senti meu peito doer de saudade.

Rosalie achou melhor irmos embora, mas antes eu queria ir ao banheiro. A fila estava enorme e Rose embalou numa conversa com uma colega que encontrou na fila, e de repente quando vi já estava discando para o celular de Edward.

—Bella? –ele disse ao terceiro toque. Senti minha face ruborizar só de ouvir sua voz.

—Ooooi.—minha fala saiu arrastada.

—Onde você está?

Eu fechei os olhos para absorver aquela voz.

—Com saudadesss de você.

—Isabella, aonde você está?

—Eduardo, você é muito mandalão... mandão.

Eu comecei a rir, por que eu não conseguia parar de fazer isso?

—Por Deus, Bella, se você não me disser aonde está...

Eu poderia dizer que ele estava irritado.

—Estou com Rosária.

Eu ri depois de dizer Rosária.

—Passe o telefone para ela.

—Nãaao, você é meu namorado, deve falar comigo. Sabia que eu estou com saudades...

—Bella.

—Eu queria muito você aqui, você poderia me levar para a cama e nós transaríamos muito com seu pau helicóptero, ta-ta-ta.

—QUE PORRA! –Rosalie gritou ao meu lado arrancando o celular das minhas mãos. –Alô? Edward, é a Rosalie. –ouvi ela dizer. Fiz um bico. –Estamos na fila do banheiro de um barzinho. Will está lá fora. Eu não vi que ela estava falando com você. Aham... certo. Tchau.

Ela me entregou o celular e puxou minha mão, me levando para fora do banheiro.

—Ei, eu quero fazer xixi. –protestei no meio do caminho. Rose deu meia volta e então era nossa vez. –Por que você desligou? Eu estava falando com ele!

—Eu sei e ele não estava nada feliz.

—Ele não manda em mim.

Rosalie me botou dentro da cabine do banheiro, com um olhar de que eu deveria ficar quieta a partir de agora. Nós saímos do bar e Will nos conduziu para o carro.

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Depois de um banho e algumas doses de café eu me sentia voltando ao meu estado normal. Estávamos no quarto e Rosalie mudava os canais até que achasse algo que ela gostasse, mas não permanecia nem 5 minutos.

—Eu juro que nunca mais vou beber dessa forma. Você acha que eu deveria ligar para Edward?

—Acho melhor você não ligar mais.

—Eu falei o que para ele?

—Não ouvi muito, só a parte que você queria transar muito com o pau de helicóptero dele. Da onde você tirou essa merda? –ela me olhou com o rosto franzindo.

Eu juntei as pernas próximas ao peito e afundei a cabeça no meio delas.

—Acho que foi numa série de comédia.

Ela começou a rir.

—Na hora eu quis te matar e acho que ele também. Mas, agora até que foi engraçado.

—Engraçado para você que não passou mico.

—Edward é realmente muito bom com você, ele ficou aliviado em saber que eu estava junto.

—Até parece que eu não sei me cuidar. –eu revirei os olhos.

—Se soubesse não tinha dito aquelas coisas para ele.

Eu gemi escondendo o rosto novamente.

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No dia seguinte, eu tentei ligar para Edward novamente, mas eu só consegui falar com ele realmente perto da hora do almoço.

—Sinto muito, fiz um papelão com você.

—Até que foi engraçado, mas na hora eu fiquei muito bravo, se você tivesse sozinha naquelas condições...

—Nunca mais vou beber. –eu gemi de frustação. –O que foi que eu te disse?

—Primeiro me chamou de Eduardo, disse também que estava com saudades e que queria que eu estivesse ai. Ah, disse também que eu tinha um pau helicóptero, eu nem sei o que é isso.

Eu bati com a cabeça na mão.

—Eu estou morrendo de saudades, isso é verdade. Também queria que você estivesse aqui. Agora não me pergunte que tipo de pau é esse porque eu não sei, ouvi essa expressão em uma série.

Ele riu.

—Também estou morrendo de saudades.

—Liguei para te contar também que meu pai está pousando daqui uns minutos em Seattle. Ele está indo para uma reunião em Nova York e fará conexão aqui.

—Uau, isso é ótimo. Vocês irão almoçar juntos?

—Sim, estou indo para lá, tirei o resto do dia de folga.

—Quando o chefe não está tudo vira essa bagunça?

Eu ri.

—Em tese sim, mas eu tenho meus direitos, só Deus sabe tudo o que passei para suportar meu chefe. –ouvi ele rindo. –Preciso ir agora, a gente se fala depois?

—Tudo bem, a gente se fala depois.

—Ah, seu pau pode não ser de helicóptero, mas ele é ótimo e eu estou morrendo de saudades dele também.

Eu desliguei a tempo de ouvir Edward rindo.

Eu entrei no carro de Edward, porque Will disse que me levaria até o aeroporto. No caminho recebi uma mensagem dele.

“Ele também está morrendo de saudades de você. Aliás, eu daria tudo para estar na cama com você agora mesmo.”

“Merda, só de imaginar você em cima de mim, fiquei duro”

Eu ri encostando a cabeça no banco, sentindo mais falta dele do que imaginava.

“Amanhã estaremos juntos, farei tudo o que você imaginou” respondi.

“Tome cuidado com as ereções, as coroas podem achar que são para elas.”

“Estão bem guardadas em minhas calças, vai ser difícil para você andar no sábado se fizer tudo o que eu imaginei.”

 Eu me contorci e mordi o lábio, ele me excitava até com as palavras. Merda. Lembrei que Will estava no carro e me recompus.

“Pare de falar essas coisas para mim e me deixar excitada enquanto ando de carro com Will”

“Sinto muito senhorita, não quero que ele tenha vislumbre algum da sua excitação.”

“Fico feliz que você tenha deixado Will dirigir para você, vou entrar em uma reunião agora. Até mais tarde, linda.”

“Beijos”

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—Pai! –eu gritei.

Visualizei Charlie no meio daquela multidão com a farda da polícia e uma mala pequena, aos pés. Eu pedi licença as pessoas a minha frente e andei depressa até ele, que olhava para o outro lado, porém ele ainda estava do outro lado dos portões.

—Pai! –gritei mais alto e ele olhou em minha direção. Eu levantei a mão abandando para ele.

Charlie saiu para onde eu estava e logo eu corri para o abraçar. Abracei mais forte que eu podia, era muito bom o ver novamente.

—Ei, garota, que saudades.

—Eu também senti muito a sua falta. –eu me afastei para olhar em seu rosto. –Não acredito que você está aqui! –disse sorrindo.

—Olhe só para você, está tão diferente, tão linda. Até parece uma mulher séria.

Eu fingi estar brava.

—Ei, eu sou uma mulher muito séria Charlie e em breve serei uma escritora aclamada.

—Espero que aqui você tenha encontrado aquela inspiração que te faltava.

—Encontrei muito mais.

Eu disse e o abracei novamente.

—Vamos almoçar em um restaurante aqui perto, vou te levar para conhecer algumas coisas de Seattle.

Pela primeira vez ele pareceu notar Will próximo a nós.

—Quem é ele? –ele sussurrou.

—Will, motorista de Edward.

Charlie pareceu demorar um pouco para lembrar quem afinal era Edward.

—O que ele faz aqui?

—Longa história.

Will ficou o mais alerta possível durante todo o trajeto e então recebeu uma ligação, enquanto ele falava ao telefone eu fiquei tensa e meu pai percebeu.

—Bella, preciso ligar para Sue. Espere um minuto.

Enquanto meu pai falava ao celular, Will se aproximou de mim.

—Senhorita, acabo de falar com Wench, ele acha que deveríamos sair o quanto antes do aeroporto.

Claro. James poderia muito bem estar aqui, talvez fosse o lugar mais fácil para ele me encontrar.

—James?

—Wench o perdeu de vista, mas já está quase lá novamente.

Eu assenti. Ele parou de falar quando meu pai se aproximou, e pela cara que Charlie fez, não gostou nada das nossas expressões.

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Will nos levou a um restaurante que dava vista para a Seattle Center, da onde estávamos era possível ver a Space Needle, ponto a qual Charlie mais amou. Depois do almoço, nós fomos mais perto do centro e Charlie pode ver a torre mais de perto, la em cima havia um observatório e um restaurante giratório que eu tinha muita curiosidade em conhecer. Eu propus a Charlie para que subíssemos até o observatório, ele odiava grandes alturas, mas aceitou. Agora vendo o ali, observando minunciosamente Seattle com um leve sorriso no rosto, sabia que era uma ótima ideia.

—Cidade grande. –ele deu de ombros quando perguntei sobre o que achara.

—Que tal um dia você vir morar aqui?

—Acho que seria muito improvável, Bella. Gosto de Forks e Sue também. É bom você ter sua própria vida sem ficar se preocupando o que fazer comigo.

—Ah Charlie não diga isso.

—Estou falando sério, garota. Eu estou muito feliz de ver com meus próprios olhos o quanto você está bem. Sei que perdeu muito tempo da sua vida, mas nunca desistiu dos seus sonhos.

Ele me abraçou de lado como um gesto de carinho e beijou o alto da minha cabeça.

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Nós estávamos andando por todo o parque, eu o mostrava tudo o que conhecia por ali, era uma pena Charlie não poder conhecer tudo de perto, nosso tempo era escasso.

—Você vai me contar o que está acontecendo? –ele disse.

—Como assim? Você sabe que estou namorando Edward.

—Não é disso que estou falando. Esse cara é um segurança e não um simples motorista, desde quando você precisa disso?

Eu abaixei a cabeça.

—Onde está Edward? –ele perguntou.  

—Edward está em Chicago com Emmett. Ele é advogado. –expliquei.

—Claro, agora estou me recordando, já vi seu nome várias vezes.

Charlie esperou um tempo e voltou a falar.

—Certo, agora me diga o que está acontecendo, Isabella.

—Pai, não está acontecendo nada. –eu tentei passar confiança.

Ele deveria ficar o mais longe possível de James ou de qualquer coisa que envolvesse apenas seu nome.

—Isabella, você se esqueceu que eu já interroguei os piores assaltantes e mentirosos do EUA? Eu sei quando uma pessoa está mentindo.

Sim, ele sabia.

—É James?

Eu olhei para ele com os olhos arregalados, como ele sabia?

—Eu sabia! Aquele desgraçado! Eu descobri que ele saiu da cadeia. –Charlie fechou as mãos em punho ao lado do corpo.

—Pai, se acalme, por favor. –eu toquei seu braço.

—O que ele fez? –ele ignorou meu comentário.

—Não fez nada.

—O que ele fez, merda!

—Ele não fez nada! Você tem que confiar em mim. Se acalme e eu conto tudo.

Charlie me olhou, seu olhar estava carregado de raiva.

—Ele não fez nada, ainda. Ele entrou no apartamento de Rosalie com um cumplice que morava no mesmo prédio que o nosso e sacou alguns documentos meus. Deve ter tirado cópia. Depois disso, Edward pediu ajuda a seu segurança e um detetive para saber qual é o plano de James. James está usando uma identidade falsa, no momento está na Carolina do Sul.

—Eu não acredito que aquele desgraçado está atrás de você de novo! E você não me contou nada! –ele esbravejou.

—Eu não queria que você ficasse assim tão nervoso, as coisas estão no controle, pai. Eu estou protegida.

—Está protegida, mas eu sou o seu pai e sou polícia, poderia muito bem estar a par disso. Aliás, a polícia está sabendo disso?

—Não, não tínhamos certeza de que era James, só descobrimos no domingo.

O olhar no rosto de Charlie me fez ver que eu estava sendo egoísta em não contar a ele, eu queria deixar ele de fora, mas agora vejo que meu pai poderia mesmo ter ajudado muito e omitir isso dele não havia sido uma ótima ideia.

—Me desculpe pai, eu pensei que era o melhor no momento, não queria que você sofresse.

—E você pode sofrer sozinha? –ele passou a mão em meu cabelo, exatamente como fazia quando as coisas não iam bem. –Eu sou seu pai e estamos juntos sempre, lembra?

—Sim, eu realmente sinto muito.

—Edward realmente está fazendo tudo isso?

—Sim, ele colocou esse pessoal atrás de James.

—Eu vou entrar com um processo hoje mesmo de busca e apreensão contra James, por ter entrado em seu apartamento. Eu vou fazer com que esse cara nunca mais volte a ver o sol redondo.

Eu não poderia impedir, infelizmente era isso que aconteceria de uma forma ou de outra.

—Por favor, Bella, nunca mais esconda nada de mim, eu sou seu pai e sou velho se alguma coisa acontecesse com você...

—Nada vai acontecer comigo, eu confio naquele cara ali. –apontei sobre os ombros para Will. –Eu tenho um pai e um Edward superprotetor, o que poderia acontecer comigo?

Ele suspirou.

—Só me prometa.

Olhei para seu rosto, Charlie parecia ter envelhecido um pouco, já fazia dois meses que eu não o via. Eu entendia sua fúria e preocupação.

—Eu prometo, pai.

—Agora eu quero saber que história é essa de namorado, uh? –Charlie perguntou com um meio sorriso.

Charlie perguntou mais sobre Edward e eu contei tudo a ele, exceto por algumas coisas. Contei sobre o trabalho, Rose e Emmett. E ele me contou sobre como andava Forks, Sue e seu trabalho. A hora tinha passado tão rápido e Will já nos levava de volta ao aeroporto.

—Ah, já estava me esquecendo. Jake, mandou eu te entregar isso.

Era um livro. E dentro tinha uma carta. Eu leria depois.

—Obrigada. Como ele anda?

—Logo depois sua partida, ele me visitava com frequência, hoje não mais.

—Não diga a ele que estamos indo a Forks, eu ainda não sei se conseguirei falar com ele ou o ver.

—Fica tranquila, Bells.

Eu suspirei triste.

—Não fique magoada, você fez o que era melhor. –Charlie me disse e me tranquilizou com seus olhos cheios de experiência. –E hoje eu vejo que realmente foi o melhor.

—Te vejo semana que vem. –eu disse sorrindo. Era bom dizer isso.

—Semana que vem, garota. E diga ao Edward que estou o esperando. –ele arqueou a sobrancelha.

—Pai. –eu disse gemendo de frustação. Ele me abraçou de lado rindo.

—Estou brincando, Bella. Eu estou feliz por você, vejo que você está feliz. Eu nunca vi você assim, nunca vi esse sorriso.

—Eu o amo.

—Eu sei, é exatamente isso que o amor faz com as pessoas e eu sabia que você encontraria o seu.

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Na sexta feira, eu acordei feliz demais. Finalmente veria Edward. Minha semana não havia sido mal, afinal. Pelo ao contrário, havia sido muito produtiva, o meu livro finalmente estava terminado e eu estava tão feliz com isso! Passei a última madrugada acertando os detalhes do capítulo final, quando via Rose dormir tranquilamente, eu a invejava pois havia perdido completamente o sono, a ansiedade estava me consumindo.

 Havia passado mais tempo com Rose e Charlie. Ter Charlie em Seattle fora muito bom, é como se eu realmente precisasse da sua concepção sobre o lugar que eu morava agora. Pulei da cama antes do meu horário e me arrumei com o maior sorriso no rosto. Coloquei um terninho com uma camisa por baixo e sapatos pretos de salto alto, deixei os cabelos soltos e apliquei maquiagem.

Desci para fazer o café da manhã e Rosalie apareceu quando tudo já estava pronto.

—Não vamos comprar hoje?

—Não, acordei mais cedo. –disse com um sorriso rasgando meu rosto.

—Percebi. Tudo isso é porque Edward volta hoje?

—Pode ser. –ela revirou os olhos para mim. –Rose?

—Hm? –ela disse não muito interessada enquanto se sentava na bancada a minha frente.

—Você ainda tem o contato com aquele pessoal das editoras? –eu disse tentando esconder meu animo e falhando miseravelmente.

—Sim, por que?

Rosalie ainda estava muito alheia a tudo o que estava acontecendo, ela geralmente acordava mais animada do que hoje. Depois de alguns segundos a minha pergunta parece ter surtido efeito nela, porque quando seu rosto se levantou estava radiante, olhos brilhavam e um sorriso rasgava seus lábios.

—Você finalmente terminou o livro? –ela gritou.  

—Sim! Podemos começar a divulgar.

Rosalie correu até mim gritando e pulando até me abraçar. Nós gritamos feito loucas na cozinha de Edward e aquilo me levou ao fato da ansiedade que eu estava em vê-lo logo e contar a novidade também. Senti meus olhos cheios de lagrimas enquanto ainda estava abraçada a Rosalie.

—Ah Bella, eu estou tão feliz, você finalmente vai poder realizar seu sonho!

—Eu nem acredito ainda... –balbuciei.

—Eu vou enviar hoje mesmo uma cópia para cinco editoras.

Rosalie copiou o pdf para seu pen drive e enquanto tomávamos o café da manhã ela enviou os cinco e-mails que determinariam meu futuro a partir dali.

Dizer que eu estava tranquila e razoavelmente bem era mentira, eu estava uma pilha de nervos e ansiedade. Estava meio alheia ao que acontecia no escritório e eu só queria que aqueles ponteiros do relógios andassem rápidos. Era assim que as pessoas se sentiam esperando a carta de admissão da faculdade? Possivelmente. Eu estava na mesma situação, havia me dedicado aproximadamente cinco meses escrevendo aquele livro, passei muitas madrugadas em claro quando tive um bloqueio mental, só quando vim para Seattle foi que consegui dar o final, ainda assim tive que mudar alguns pontos principais e o resultado era muito satisfatório para mim. Então Rosalie havia encaminhado para as editorias e aqui estava eu atualizando a página do meu e-mail minuto por minuto. Se Jessica percebeu minha euforia não fez questão de comentar, muito menos Ângela.

Quando o telefone tocou meia hora antes do almoço eu quase cai da cadeira, Rosalie me convidou para almoçar, mas não mencionou resposta alguma e eu não queria pressionar. Will estava junto de Wench quando me ligou perguntando se eu precisava de algo para o almoço, eu disse que Rosalie e eu iriamos sair, eu tive que insistir muito para ele não se incomodar comigo, mesmo assim ele disse que quando acabasse o que estava fazendo iria até o restaurante.

Eu e Rosalie fomos a um restaurante que era o meu preferido, eu encarava Rosalie procurando qualquer reação até que ela bufou para mim.

—Pare de me encarar.

—Não estou.

—Pergunte o que você quer perguntar. –ela arrumou seus cabelos loiros no rabo de cavalo.

—Eu não... certo, teve alguma resposta? 

Ela riu e eu quis pular nela. Como ousava rir diante do meu nervosismo?

—Bem... aqui é um lugar apropriado para dizer que você e seu livro serão o mais novo sucesso?

—O que... –eu sussurrei chocada.

—É o que dizem esses e-mails.

Ela tirou seu iPad da bolsa e passou para mim com um e-mail aberto.

—Essa editoria te achou sensacionalíssima, disse que seu livro vai ser tendência. Essa outra disse para você já começar a escrever a sequência.

Eu encarava os escritos a minha frente e encarava Rosalie, quando finalmente caiu minha ficha eu escondi o grito e riso de felicidade colocando a mão em frente a boca. Meus olhos imediatamente se encheram de lagrimas.

—Eu não estou acreditando que tudo isso é real, eles gostaram...

—Eles amaram, Isabella! Bom, a terceira disse que seu livro passaria pelos os supervisores para então dar a resposta, mas ela provavelmente seria positiva.

Franzi o cenho.

—Precisamos da resposta da duas últimas e as mais importantes.

—Isso já é mais do que eu imaginava. –disse ainda sem acreditar e limpei uma lagrima que escorreu.

—Você merece, querida.

—Rose, e se por algum acaso duas ou mais quiserem publicar?

—Ai você vai precisar de um advogado, acho que isso não vai ser um problema, e ele irá negociar para você. Qual der o lance mais alto e tiver o maior mercado é a qual iremos escolher.

—Isso é um sonho!

—Sim, é o seu sonho se tornando realidade.

Eu me encostei na cadeira sentindo dores em meu ombro da tensão que eu estava horas atrás, tudo agora parecia muito em vão diante das respostas animadoras.

Rosalie disse que iria até o banheiro, e me pediu para esperar para que pudéssemos ir embora juntas. Comecei a ficar preocupada quando ela demorou mais de dez minutos e então recebi a seguinte mensagem:

“Preciso de uma ajudinha, aqui no banheiro.”

Eu estranhei, mas caminhei até o banheiro. Quando me aproximava eu sentia meu estomago pesar e a minha intuição dizia para eu correr dali, mas por que? Rosalie precisava de ajuda, não havia nada demais. Abri a porta do banheiro sentindo minha nuca pinicar, isso estava muito estranho.

—Rose? Oi?

Eu caminhei lentamente em frente as portas chamando pelo seu nome, mas não obtive resposta, então enquanto caminhava lentamente para fora dali, ouvi uma porta se abrindo, eu virei para olhar e a última pessoa que eu imaginei ver neste lugar estava ali. A última pessoa que eu desejaria ver na vida.

James.