Hit And Run escrita por Any Sciuto


Capítulo 35
Mal-Entendido.


Notas iniciais do capítulo

"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem. - Friedrich Nietzsche"



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Derek se sentiu doente observando como Penelope se transformou em Lisa Chambers. De verdade, ele sonhou com esse momento durante todos esses anos. Ele sabia que Penelope comandava uma pequena "franquia" do cartel de Gabriel na Sicília desde que ele morreu.

Então porque ela nunca procurou por ele? Algo estava errado. Aquela não era sua Baby Girl, a garotinha que havia lhe dado Hank, que havia desaparecido com um bebê na barriga. Se Gabriel assumiu a menina isso significa que ele a violentou.

Penelope sentia muito a falta de Derek. De verdade, ela só se revoltou porque Gabriel mostrou uma foto de Derek com uma garota. Ela nunca soube se era verdade ou mentira.

Olhando pela janela do jato ela sentia tristeza de não ter contado a Derek que ela esperava uma menina dele. Tanto quanto ela estava "feliz" com Gabriel ela mostrava isso por Clara.

— Chegamos. – O piloto anunciou já em inglês.

— Desculpe. – Penelope falou triste sabendo que Derek não era mais dela e que provavelmente Esther a odiava.

Clara ficou maravilhada pela paisagem dos EUA, mesmo com cinco anos era a primeira vez que ela vinha para cá. Clara de alguma maneira nunca tratou Gabriel como seu pai. Ela sempre o chamava de tio e estava bem com isso.

— Já pegou suas malas, Clara? – Penelope perguntou. – Ou quer que a mãe leve?

— Quer levar? – Ela estava cansada da viagem.

— Deixe comigo. – Penelope amava sua filha, uma lembrança de Derek.

Passando pelo portão do aeroporto seu olho pegou os de Derek e da equipe enquanto passava com sua filha. Ironicamente, o olhar deles era de saudade e não de raiva.

— Porque você não vai comprar um doce? – Ela deu uma nota de dólar para Clara. – E traz um para mim?

— Claro. – Ela pegou o dinheiro e saiu. – Chocolate, certo?

— Sim, Baby Girl. – Ela usou o apelido com a filha.

Enquanto Clara se afastava ela temeu estar sozinha. Ela começou a andar, numa tentativa fracassada de se afastar dos seus colegas.

Sentada em um banco a espera de Clara, ela não percebeu quando Rossi se sentou. Evitando contato ela abaixou a cabeça.

— Ninguém está te julgando, Kitten. – Rossi começou. – Ele te levou a cinco anos e provavelmente se ele não tivesse morrido nunca mais iramos ver você.

— Todos me odeiam. – Ela suspirou. – Inclusive Derek.

— Você queria proteger a Clarinha, não é? – Rossi perguntou.

— Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com ela. – Penelope ainda olhava para o chão. – O problema é que eu não posso simplesmente voltar como se nada tivesse acontecido.

— Você veio para se vingar? – Rossi ficou preocupado. – Da gente?

— Não. – Penelope murmurou. – Vou tentar achar os cumplices do Gabriel e acabar com tudo. Eu vim para me vingar de Derek, porém eu vi nos olhos deles que eu não poderia fazer.

— Você não vai nos matar? – Rossi colocou um dedo sob o queixo de Garcia.

— Não. – Ela se levantou quando Clara voltou. – Vou encontrar outras pessoas e são elas que vão morrer.

— E o que eu digo para a equipe? – Rossi gritou quando ela começou a ir embora.

— Diga que eu farei uma pequena vingança pessoal antes de explicar tudo. – Ela partiu com Clara. – E diga a Derek que eu vou cuidar de Clara.

Penelope passou pela equipe, encontrando seu olhar com Derek. Ele por sua vez olhou para Clara e a menina olhou para ele.

Ela entrou no carro em espera e partiu. Quando eles começaram a se afastar as lágrimas começaram a fluir.

Ela viu que Derek ainda a amava, que sua equipe estava esperando por ela. Foram cinco anos difíceis. Nos quais tirando o ano em que ela estava grávida, ela foi agredida várias vezes. Gabriel era um homem possessivo.

Derek por sua vez queria abraçar Penelope e não deixar ela se soltar dele. Ele nunca teve rancor dela.

— Ela vai voltar Derek. – Rossi colocou uma mão no ombro dele. – Eu prometo.

— Porque ela está evitando falar comigo? – Derek se sentou na cadeira atrás dele.

— Ela ainda teme essa gente, Derek. – Rossi disse. – Ela vai ter sua vingança pessoal.

— Ela não vai ser presa por isso? – Emily perguntou.

— Não vamos permitir que descubram. – Hotch respondeu.  

Quando Clara e Penelope chegaram a casa pronta para elas, Penelope começou a colocar seu plano em ação.

Um a um, as fotos eram pregadas na parede escondida. Ferre-se se eles eram amigos de seu marido babaca. Eles iriam morrer, sem deixar vestígios.

Ela era amiga de uma cientista forense afinal. Ela fez contato com Abby, usando um nome falso perfeito e descobriu como fazer uma morte natural.

Ela ficou sentada no chão do escritório até que alguém bateu na porta. Ela queria ficar sozinha com Clara na sua casa. Ela deitou no espaço frio e fechou os olhos, desejando que a pessoa simplesmente desistisse de ser visita.

— Mesmo depois de tantos anos, você continua linda. – Derek falou da entrada.

— O que está fazendo aqui? – Ela perguntou surpresa. – Eu não acho que você quer estar aqui. Não depois de tudo.

Derek avançou sem esperar um convite e se juntou a ela no chão. Eles se olharam por alguns minutos.

— Não há outro lugar que eu quero estar, Baby Girl. – Ele se virou para ela. – Eu senti sua falta.

— Eu fiz coisas horríveis, Derek. – Ela sussurrou. – Escondi sua filha, me escondi e aqui estamos. Ele morreu a dois anos e eu só tive coragem de voltar agora. O que isso faz de mim?

— Uma lutadora. – Derek respondeu. – Você fez coisas pela nossa filha, não é?

— Eu não poderia deixar ela pagar por minha causa. – Penelope começou a chorar. – Ela me lembrava de você.

Derek a abraçou. Ele perdeu esse abraço a tanto tempo.

— Você vai ter tempo para se perdoar. – Ele beijou a cabeça dela. – E eu já te perdoei quando me mandou aquela foto.

— Eu guardei com muito amor aquela foto. – Ela olhou nos olhos de Derek. – Todas as surras que ele me dava, era a ela que eu recorria depois.

Se o coração de Derek não havia quebrado antes, com essa revelação ele foi destroçado. Ele sabia que havia uma razão para ela não entrar em contato.

— Eu precisei de dois anos de cura antes de te procurar. – Ela afundou no abraço de Derek. – Ele me fez dependente dele a ponto de eu me subjugar e fazer tudo que ele queria. – Ela olhou nos olhos dele. – Eu tomava pílulas escondida para nunca ter um filho desse cara.

— Pen. – Ele começou. – Baby Girl. Me conte tudo sobre o que você passou.

— Você não vai querer ouvir. – Ela disse, cansada de tudo aquilo. – Eu apenas quero você comigo. Se quiser ir embora, nunca mais me olhar na cara e me esquecer eu vou entender. – Ela fez uma pausa. – Eu provavelmente vou sofrer, porém vou entender.

— Eu nunca poderia deixar a mulher que eu amo. – Derek a beijou. – Ainda mais porque Esther veio comigo.

Penelope levantou atordoada com a revelação.

— Ela me odeia? – Penelope tentou não chorar. – Eu entendo isso.

— Quando eu contei a ela, Esther só começou a chorar e pedir para ver você. – Derek explicou. – E eu contei sobre Clara. Ela quer ver você, Baby Girl.

— Ela não me odeia? – Penelope estava chorando de novo. – Eu não tenho certeza se ela vai querer me ver.

Derek levantou e pegou a mão de Penelope. Ajudando ela a levantar.

— Vem comigo. – Ele a puxou para onde Esther estava.

Quando Penelope entrou na sala onde Esther estava, ela sentiu medo. Esther percebeu sua mãe e largando o celular, correu para ela, a abraçando com toda a força. Penelope a envolveu nos braços e começou a chorar.

Estava tudo muito emocional.


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