Hit And Run escrita por Any Sciuto


Capítulo 34
Sobrenatural.


Notas iniciais do capítulo

Penelope desapareceu por cinco anos.



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Penelope acordou em uma espécie de jato particular, amarada a uma cama de solteiro. Ela ainda tinha suas roupas intactas. Uma parte dela agradecia por isso, porém outra a fazia temer pela sua própria vida.

Um pequeno som a fez olhar para frente onde seu atacante a olhava. Gabriel, o homem que acabou com seu sonho de família estava a sua frente. Era tentou se soltar apenas para sentir as algemas cortando seus pulsos.

— Filho da puta. – Ela grunhiu. – Derek vai achar você.

— Então você e Derek ainda estão se vendo? – Ele perguntou, nervoso. – Eu falei que vocês iriam pagar se ainda estivessem juntos.

— Qual é o seu problema, cara? – Ela perguntou. – Não gosta de ver a felicidade dos outros? Sua mamãe te abandonou quando era pequeno e por isso você compensa acabando com outras?

— Cala essa boca cadela. – Gabriel deu um tapa na cara de Penelope. – Eu queria você livre de Derek Morgan para ser minha. Quando eu te vi nas manchetes eu sabia que era você quem eu queria.

— Para onde vai me levar? – Agora ela estava aterrorizada.

— Paris. – Gabriel respondeu. – Você vai ser minha esposa e seremos felizes longe de Derek Morgan e companhia LTDA.

— Eu nunca vou ser sua mulher. – Ela tentou quebrar as algemas da cama. – Derek vai te encontrar.

— No meio do oceano? – Gabriel riu. – Já estamos praticamente chegando em Paris. Então relaxe.

Penelope começou a chorar. E se ela nunca mais visse Derek ou seus filhos e se ela não visse sua equipe outra vez?

Gabriel abriu uma janela no jato e ela olhou para a imensidão azul.

— Derek. – Ela estava nervosa e cansada. – Eu sempre vou te amar.

Washington...

— Eu também sempre vou te amar, Penelope. – Derek respondeu, sem saber o que.

Ele percebeu que poderia ser um poder sobrenatural que eles compartilhassem. Ele precisaria perguntar a ela sobre isso.

Chegando ao aeroporto privado, ele deixou o carro e entrou.

— Eu vi esse homem. – O dono do aeroporto respondeu. – Ele levantou voo há duas horas.

— Sabe para onde ele estava indo? – Derek perguntou cheio de esperança.

— Ele deu um plano de voo falso para o Hawaii. – O homem passou o plano falso. – Ele estava com uma moça.

— Essa garota aqui? – Derek mostrou uma foto de Penelope.

— Sim. É ela. – O homem olhou triste para Derek. – Ele disse que o nome dela era Carolyn e ela estava saindo de um procedimento no hospital.

— Como assim? – Derek se sentou no banco.

— Ela estava dormindo. – Adrin respondeu. – Se quer saber, nunca acreditei.

— Posso perguntar algo senhor? – Derek tinha medo de fazer qualquer pergunta.

— Por favor, me chame de Adrin. – Adrin pediu. – É menos formal.

— Adrin. – Derek começou. – Que tipo roupas ela estava vestindo?

— Um vestido floral vermelho. – Adrin respondeu. – Algo como cetim ou seda, tinha algumas transparências e um cinto.

Derek deu a Adrin um olhar interrogativo.

— Como marido de uma costureira você tem que saber de certos tecidos. – Ele tirou a dúvida de Derek. – E então eu sei. Eu posso te perguntar algo?

— Claro. – Derek respondeu.

— Ela é sua esposa, não é? – Adrin perguntou. – Como você fala dela e como olhou a foto dela quando eu respondi que ela era a mulher você praticamente queria chorar.

— Fez curso de perfil? – Derek perguntou brincando.

— Um semestre. – Adrin respondeu. – Tinha sonho de trabalhar no FBI, porém assumi o negócio do meu pai depois que ele morreu.

Derek levantou e olhou para os aviões na pista. Talvez ele nunca mais visse Penelope na vida.

Cinco anos depois...

A rotina na vida de Derek e de todos na BAU havia se instalado. Hotch colocou uma placa de honra para Penelope no segundo ano. Eles seguiram cada pista sobre o desaparecimento dela, cada pedacinho que estava em seu caminho até terem que desistir.

Ester tinha 15 anos e sentia muito a falta de Garcia. Para uma adolescente era difícil ter seus próprios problemas sem saber onde a mãe estava. Hank tinha nove anos e não lembrava direito da mãe.

As fotos pela casa, as roupas dela, o anel que Derek iria dar a ela no aniversário dela, todos os momentos e lembranças entre os dois. Apesar da distância, Derek sempre sentiu que ela estava viva, nunca se envolvendo com outra mulher. Ele poderia passar a vida toda dedicado a ela.

JJ tinha saído no terceiro ano. Henry praticamente se esqueceu de Penelope. Agora com quinze anos, ele e Esther eram grandes amigos e Henry a confortava cada vez que a saudade apertava.

A BAU acabou no quarto ano por determinação de Linda Barnes. A mulher era pior que Strauss e Mateo Cruz juntos. Ela poderia fazer um pequeno placar sobre todas as equipes que ela havia separado e ir para casa com seu uísque.

A dor da saudade estava em cada um cada vez que eles se reuniam.

— Posso contar uma coisa? – Derek interrompeu Hotch. – Todos os anos, no nosso aniversário de casamento eu recebo uma ligação telefônica. E duas horas depois, flores brancas aparecem na minha porta.

— Nunca descobriu quem manda? – Rossi perguntou.

— Flores brancas eram as favoritas de Penelope. – Derek respondeu. – Acho que é o jeito de ela me dizer que ainda está viva.

— E que provavelmente vai voltar? – Reid parecia abatido. – Eu espero isso acontecer isso todos os dias.

— Alguém acredita que o Gabriel se acidentou com o jato e morreu? – Emily perguntou. – Nunca acharam os destroços da aeronave.

Dois dias depois do sumiço de Penelope a equipe recebeu uma notícia perturbadora. Gabriel supostamente havia se acidentado com o jato e caído a caminho do Hawaii.

Ninguém tocava nesse assunto.

— Faz cinco anos, Emily. – Derek disse distraído com uma mulher loira. – E talvez nunca saberemos de verdade. Com licença.

Derek se levantou e foi a caminho do banheiro.

Estudando a mulher loira ele sentiu que a conhecia. Ela olhou para Derek e seus olhos se conectaram. Ela podia estar mais velha, mais magra. Porém era fácil demais.

— Derek. – Ela falou o nome dele.

A equipe se virou quando viram Derek praticamente correndo para a garota.

— Penelope? – Derek perguntou para a mulher. – Me diga que é você. Porque eu não vou aguentar uma decepção.

— Você está vivo. – Ela desceu do banco e correu para ele. – Ele disse que estavam todos mortos.

— Meu deus. – Derek a abraçou com força. – É bom demais para ser verdade.

— Eu sinto tanto a sua falta Derek. – Ela o abraçou fortemente.

Os outros viram a cena a sua frente.

— Derek? – Emily tirou Derek de sua imaginação.

— O quê? – Ele se virou e não viu a sua deusa. – Era tudo imaginado? Ela estava aqui na minha frente.

— Você bebeu o suficiente, Agente Morgan. – Reid o puxou para trás. – Já está pagando mico.

Derek se sentou na mesa de volta, enquanto Hotch pedia compreensão dos outros.

— Eu senti ela a minha frente. – Derek grunhiu. – Ela estava no banco.

— Você bebeu demais Derek. – Hotch o repreendeu. – Você está sempre bebendo demais.

— Já fazem cinco anos Derek. – Rossi disse. – Gastou metade da rescisão em bebidas.

— Eu preciso disso. – Ele colocou a cabeça entre os braços. – Esther está chateada comigo. Eu prometi que traria a mãe dela de volta.

— Nós prometemos demais para nossos filhos, Derek. – JJ respondeu. – Nem sempre conseguimos cumprir.

— Eu ainda espero que ela volte para a gente. – Derek disse.

— Derek Morgan? – Um homem alto e sombrio perguntou.

— Sim. – Ele olhou para a pasta de manilha a sua frente.

— Isso é para você. – Ele entregou e saiu.

Derek olhou para o envelope a sua frente. Ele examinou a letra e congelou.

— Lisa Chambers. – Derek leu. – Essa letra.

— Abra logo. – JJ gritou. – Estou curiosa.

Derek abriu o envelope com medo do que poderia ter dentro. Ele encontrou uma foto dele com Esther, cinco anos antes a única foto que havia desaparecido.

Nela, Derek segurava Hank Spencer e Esther estava a seu lado sorrindo. Ele virou a foto e encontrou algo escrito.

— "Estou voltando para casa." É a letra de Penelope. – Derek anunciou. – O que ela quis dizer com isso?

— Talvez ela conseguiu fugir de Gabriel. – Reid respondeu.

— Isso é impossível. – Hotch voltou a mesa. – Falei com um amigo. Ele não me passou detalhes, mas o corpo de Gabriel Waincroft foi encontrado no cemitério Matre de Fiori. Na Itália, enterrado como Joseph L. Campbell.

— Há quanto tempo ele está morto? – Rossi perguntou.

— Dois anos. – Hotch respondeu. – Ele morreu de ataque do coração. A narcóticos está fazendo uma investigação completa sobre a mulher que assumiu os negócios do Gabriel, Lisa Chambers.

— A mulher que me mandou a foto? – Derek pegou o envelope em suas mãos. – Porque ela teria uma foto minha e dos meus filhos? A única foto que eu nunca consegui encontrar depois que Penelope sumiu.

— Acha que essa Lisa pode ser Penelope? – Rossi perguntou. – Não vejo a garota Geeky e doce se transformando em uma senhora das drogas.

— Se Gabriel a fez dependente ela pode ter se transformado. – Reid respondeu. – A forma como uma pessoa reage há alguns abusos é diferente das demais. Talvez, se Gabriel a fez dependente dele, ela pode ter tomado gosto.

— Lisa Chambers tem uma filha de cinco anos. – Hotch anunciou. – Clara. – Hotch mostrou a foto da garota para todos. – Qual o problema?

— É extremamente parecida com Morgan. – Emily respondeu. – E com Hank.

— É filhada Penelope e minha? – Derek deixou seus olhos brilharem. – Eu deveria ter sabido. Eu preciso conhecer essa menina.

Sicília, Itália...

— Andiamo, Clara. Non ho tutto il giorno. * -  Penelope gritou.

 (Vamos Clara. Não tenho o dia todo) *

— Non capisco perché dobbiamo andare negli Stati Uniti, mamma*. – Clara retrucou.

(Não estou entendo porque temos que ir para os estados unidos, mãe.) *

— Non discutere con Clara. Ti piacerà*. – Penelope disse.

(Não discuta Clara. Você vai gostar.) *

— Signorina Chambers. Voliamo tra cinque minuti. * - O piloto anunciou.

(Senhorita Chambers. Voaremos em cinco minutos.)

— Grazie, Giuseppe. * - Penelope respondeu.

(Obrigado Joseph) *

Penelope olhou pelo ar quando eles levantaram. Há cinco anos ela foi levada de Derek e de seus amigos. Agora ela comandava uma central do Cartel de Gabriel na Sicília.

Gabriel morreu achando que Clara era sua filha, quando na verdade era filha de Derek.  Pensando que Derek havia desistido de encontrar ela, Penelope decidiu se vingar dele.


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