Derek estava inquieto. Mal tinha chegado, ele já queria sair e começar as buscas por sua garotinha.

JJ estava sendo verificada também, sob os olhares atentos de Will e Henry.

— Então doutor? – Will estava preocupado.

— Ela está em choque, Senhor LaMontagne. – Disse o médico. – Mas vou pedir alguns exames de sangue.

— Obrigado. – Will apertou a mão do médico. – A propósito, me chame de Will.

— Certo, Will. – O médico saiu do quarto.

Ele não tinha certeza se contaria para JJ até que ela estivesse muito bem. Henry brincava com Reid.

Ele se sentou esperando que sua mulher acordasse. Em meio a memórias ele voltou para o café com Reid.

Alguns minutos atrás...

Reid e Will se sentaram no café do hospital. Ambos estavam desesperados. Reid estava duplamente desesperado. Por JJ, sua amiga e por Penelope, que era mais como uma irmã.

— Desde o começo, Spencer. – Will pediu.

— Kevin foi mandado para Halzehood depois do julgamento. Ele foi condenado a cumprir pena lá. – Reid começou. – Segundo a diretora da clínica ele parecia bem o suficiente para ser mandado para a cadeia, mas errava os testes de propósito a cada revisão. Então, Penelope e Derek se casaram. Ontem, um enfermeiro foi atacado quando ele levou um sedativo para Kevin depois de um surto ao ler a notícia do casamento.

— Nem sabia que havia saído no jornal. – Will parecia chocado.

— Penelope foi um caso muito visado nos últimos tempos. – Reid constatou. – Todo mundo parecia gostar em ver o sofrimento de Derek. E depois da entrevista coletiva, a coisa saiu de controle.

— E então ele fugiu. – Will cortou o silêncio.

— Ele tocou a campainha dizendo que tinha mais presentes e atacou Derek e nem ele sabe o que aconteceu para Penelope ficar inconsciente. – Reid estremeceu. – Nem acho que ele queira saber.

— Eu quero ajudar. – Will disse decidido.- Penelope é uma irmã para JJ e eu preciso ajudar.

— Talvez você deva pedir a Hotchner. – Reid aponto para o chefe. – Não acho que ele vá recusar.

Agora...

JJ começou a acordar. Ela sentia ainda um aperto no peito.

— Você acordou. – Will tentou disfarçar.

— Eu posso estar me sentindo como se eu tivesse sido atropelada por um caminhão, mas ainda sou uma perfiladora. – Ela falou, vendo a expressão de Will.

— A melhor perfiladora que eu conheço. – Will respondeu.

— Willian LaMontagne Jr. – JJ o repreendeu. – Me conte tudo.

Felizmente Will foi salvo de ter que contar quando o médico entrou com os resultados dos exames.

— Algo errado Doutor? – Will se levantou.

— Eu vou ser direto, ok? –O médico não sabia como falar. - Eu acho que encontrei o real motivo para a Senhorita Jennifer ter desmaiado.

— Eu tenho uma doença? – Agora era JJ a preocupada.

— Senhorita Jennifer. – Ele começou.

— Apenas JJ. – Ela interrompeu. – Só minha mãe me chama de Jennifer e apenas quando está brava comigo.

—Certo, JJ. – Ele se corrigiu. – Você está de dois meses de gravidez.

Havia apenas silêncio na sala por longos cinco minutos. JJ quebrou o silêncio rindo de nervosa.

— Ok. – Ela respirou fundo. – Acho que a gente vai ganhar outro bebê Will.

Ele apenas não disse nada.

As coisas pareciam sem solução depois de uma hora de busca. Kevin não havia deixado uma pista sobre onde ele havia levado Penelope.

Will entrou de cabeça no caso e cobrou favores de um amigo da segurança interna em Los Angeles.

— Devem ser eles. – Will assumiu a frente quando viu o pequeno grupo. – Cabe.

Cabe Gallo era um homem bem-apessoado. Ele comandava uma equipe de gênios chamada Scorpion e eles conseguiam resolver quase todos os casos.

— Willian. – Eles se abraçaram.

— Esses são os agentes da BAU. – Will indicou. – Agente Hotchner, rossi, Prentiss, Dr. Reid e JJ, minha esposa e agente. Faltam apenas o agente Morgan e obviamente Penelope.

Ele disse o último nome com tristeza.

— É ela que foi levada, certo? – Cabe olhou para os agentes depois da menção ao nome.

— Ela é uma amiga, filha e irmã para quase todos. – Will apontou para Derek. – Menos para ele. Ele lutou por ela dá primeira vez e obviamente quando ela ficou em coma por nove meses. Eles se casaram ontem.

A equipe de jovem pegou os olhos do agente de cor escura. Eles pareciam frios e doloridos.

— Esses são Walter O'Brien, Toby Curtis, Happy Quinn, Silvester Dood e nossa amiga Paige. – Cabe apresentou.

Reid tomou a frente. Estudando cada um dos jovens ele começou a perfilar os mesmos. Paige deu o primeiro passo até Reid para um abraço, mas antes de ela chegar, Reid deu para trás.

— A quantidade de germes transmitido em um simples abraço é capaz de fazer milhares de pessoas ficarem doentes. – Ela estava chocada. – É mais saudável beijar uma pessoa.

— Não pergunte. – Will falou.

— Onde podemos trabalhar? – Walter perguntou.

— Podem trabalhar na sede do FBI, no nosso escritório. – Hotch falou. – A sala de Pen fica lá também.

— Ela é uma agente de campo? – Happy perguntou.

— Analista técnica. – Derek falou. – A melhor do mundo.

— Derek. – Hotch voltou para o agente. – Porque não vai para casa?

— Não quero voltar para casa. – Derek gritou. – Ela foi levada de lá. Aquela poltrona maldita, aquele filho da puta.

Derek escorregou para o chão chorando tudo o que havia segurado. Era um choro dolorido.

Rossi se aproximou e colocou uma mão protetora nele.

— Venha Derek. – Hotch pediu. – Porém se sentir que está perdendo o controle saia de perto e esmurre a parede do banheiro. Deixe o conserto para mim.

Todos riram, mas era uma coisa séria.

Os SUV's entraram pela estrada até o prédio federal.

— Temos informação sobre a técnica desaparecida? – Walter olhou para o computador.

— Diz que ela se chama Penelope Grace Garcia. – Silvester respondeu. – Bom deus.

— Não é bom? – Toby perguntou.

— O homem que a levou também era analista técnico. – Sly respondeu. – Kevin Lynch. Ex-namorado de Penelope. Estava em um hospital psiquiátrico atualmente por tentativa de homicídio.

— Quem ele tentou matar, Sly? – Paige perguntou.

— A mesma pessoa que ele sequestrou agora. – Sly fechou os olhos com medo. – Ele a sequestrou por duas semanas e depois ele a jogou de uma montanha. Não satisfeito ele ainda a atropelou.

— Ele voltou para terminar o serviço. – Cabe observou. – Algum problema maior?

— A transcrição do julgamento dele cita que Penelope estava grávida de dois meses quando Kevin a agrediu fazendo ela perder o bebê. – Sly suspirou.

— Eles sabem como isso aconteceu? – Paige estava se sentindo mal.

— Há um arquivo de texto com a transcrição daquele dia. – Sly acessou o arquivo.

Um ano e dois meses atrás...

Penelope acabava de confirmar que sim, ela estava grávida de Kevin. Era um grande sonho dela ser mãe. Ela preparou algo romântico para anunciar. Se Kevin apenas não desejasse o bebê, então ela iria criar ele sozinha.

Kevin estava chateado naquele dia. As coisas deram terrivelmente erradas no modo de sua visão. Ele apenas queria dormir e esquecer.

A mesa estava posta quando ele chegou em casa. Ele se agradeceu por dar uma chance a Penelope. Ele era especial na verdade.

— Já está em casa? – Penelope estava maravilhosa em um vestido com formar geométricas.

— Sim. – Ele foi grosso. – Só quero comer e ir para a cama.

— Eu tenho que contar algo. – Penelope se sentou à mesa.

— Seja rápida, ok? – Ele estava a cada vez mais grosso.

— Estou grávida Kevin. – Penelope falou diretamente.

— Merda. – Kevin gritou quando largou o garfo nervoso. – De quem é o bebê?

— É seu Kevin. – Penelope não acreditava que ele duvidava dela.

 - Sabe o que eu sinto sobre crianças. – Ele jogou. – Eu não quero filhos. Nem agora nem nunca. Você espera que eu crie esse bebezinho como se fosse a coisa mais maravilhosa que aconteceu?

— Não precisa criar e nem assumir. – Ela começou a tirar seu prato. – Aliás, eu vou cria-lo apenas com meu sobrenome.

— E você acha que Derek virá em um cavalo branco te socorrer. – Ele ironizou levantando e seguindo ela.

— Porque você odeia Derek? – Ela perguntou. – O que ele fez para você?

— Você. – Kevin gritou. – Ele fez de você uma burra apaixonada.

— Se eu tivesse me apaixonado por Derek acha que eu ficaria com você? – Penelope resmungou. – E acho que nem você sabe porque está comigo.

— Você vai se livrar dessa coisa. – Kevin disse. – Sei de um médico muito bom que pelo preço certo ele se livra desse problema.

Penelope sentiu que Kevin havia perdido a cabeça.

— Eu não vou me livrar disso, Kevin. – Ela colocou um dedo na cara dele.

Kevin não quis mais saber. Ele deu um soco com força no estomago de Penelope a fazendo se contorcer de dor.

— Aprenda a me obedecer, garota. – Kevin estava espumando.

Penelope colocou os joelhos para se apoiar. A dor era insuportável. Ela sentiu um liquido escorrendo pelas pernas e logo sabia o que era.

— Meu bebê. – Ela tentou sair e procurar ajuda, mas Kevin a empurrou para o banheiro.

— Você não vai ter essa criança. – Ele a trancou no banheiro e saiu do lugar.

Quanto mais ela precisava sair, mais ela sabia que a essa altura ela havia perdido seu bebê.

Ela entrou no chuveiro para chorar. Desejando Derek a seu lado, desejando JJ e até desejando Hotchner ao seu lado ela sentiu seu sonho escorrer junto com a água quente do banheiro.

Ela gritava de dor. Ela amaldiçoou Battle por atirar nela, forçando Kevin a substituir, ela amaldiçoou o homem da corregedoria por suspender quando encontrou um arquivo inofensivo criptografado e por fim desejou que Kevin morresse da pior forma.

Kevin voltou e destrancou a porta e a empurrou de volta ao quarto. Ele deu um soco em seu rosto e fez ameaças veladas contra a equipe se ela ousasse contar.

Quando ele foi embora ela queria dormir para sempre, mas ela se forçou a trocar de roupa e dormir. Ela colocaria uma camada extra de maquiagem para cobrir o olho roxo, colocaria um sorriso falso para mostrar que ela estava bem.

Ela pensava todos os dias em terminar o relacionamento e quando ela o fez, Kevin começou um círculo vicioso.

Presente...

De repente o carro era um silencio quando Sly leu o último parágrafo. Paige pegou o primeiro saco a sua frente e vomitou.  Walter estava pensando em como uma pessoa rejeita um bebê, matando da forma que Kevin fez. Cabe se sentiu mal. Ele havia perdido uma filha, e apesar dela ter nascido e estado por alguns anos, ele imaginou a dor que ela carregou dentro dela até conseguir coragem para contar.

Happy queria mais que tudo achar Penelope. Se ela fosse a melhor Hacker do mundo como o homem a descreveu, então elas poderiam ser amigas. Ela queria ser sua amiga. Toby estudou o comportamento de Penelope em um dos vídeos do julgamento. Parecia segura de si mesma.

Sly tinha suas mãos tremendo depois de ler.

Eles estavam chegando ao prédio federal, prontos para achar a garota na foto.