Perdida escrita por Echerrevia


Capítulo 1
Perdida


Notas iniciais do capítulo

tava com essa começada desde 2016. segurei mexxxmo. aí fiz uma capa linda e fiquei "eu não vou deixar essa capa aqui" aí por conta da capa, que estou apaixonada, resolvi postar. aí, fiz a sinopse, achei legal. e disse "é, galera, é hoje".

Então, espero que gostem de minha viagem. Boa leitura.



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PERDIDA

E ela falava. E falava. E falava. E quando eu achava que ela finalmente iria se calar, meu pai respondia e dava corda para que continuasse, e ela falava, falava e falava mais. Fosse sobre o stress que passava no hospital, fosse a casa desarrumada e que não tinha tempo de arrumar, voltava para o Hospital, citava algum jantar que teria na casa de alguma amiga e, então, fez a sacanagem de me chamar na conversa.

— Sarada. Você vai conosco, não vai?

O sorriso largo e esperançoso, a mão sorrateira que apertava o ombro de meu pai prestes a mandar um sinal para que ele a desse apoio, caso eu não respondesse o que ela desejava. E logo então, ela iria continuar a falar, e falar. Cansada de ouvir a voz irritante de minha mãe, puxei a alça de minha mochila do chão e joguei no ombro. Não iria dar a resposta que ela queria, nem que eu queria.

— Tenho que ir pra aula, tchau.

Joguei a tigela com meu singelo café da manhã na pia e acenei para eles, rumando à saída daquele inferno.

— Espera. — Ouvi a voz de Sasuke, meu pai, ser dirigida a mim. Girei meu corpo e olhei-o, curiosa e pronta para qualquer discussão que ali viesse começar.  — Eu te levo.

Dei de ombros e tomei outro rumo, dessa vez a garagem.

Meu pai é tolerável, mas minha mãe um porre. Intrometida, chata, mandona, grita aos quatro cantos e tem a incrível mania de afirmar com todas as forças que me conhece. Positiva demais, sorridente demais, de bem com a vida demais. Para uma pessoa que vê desgraças alheias enfurnada na porra de um hospital 12 horas por dia, eu ainda penso que ela vê o mundo uma maravilha. E isso, é um saco.

Encostei a cabeça no vidro observando Sasuke conversar algo com Sakura enquanto caminhavam rumo a seus próprios carros. A mulher abriu a porta do automóvel ao lado do que eu estava, lançou-me um sorriso aberto e movimentou os lábios em um “eu te amo”, ignorei-a virando minha atenção para meu celular vibrante na mochila. Era Bolt, meu adorável namorado.

Vem logo ta foda aguentar Choujo dando encima de Mitsuki.

Sorri e digitei uma resposta que se pode resumir a risadas e um super carinhoso “morra”. Ouvi Sasuke pigarrear e bloqueei o celular escondendo as mensagens com meu namorado. Não que fosse necessário ele ver. Sasuke ainda é meu pai.

— Se for dar sermão, me poupe. — Alertei voltando meus olhos a garagem vazia sem o carro de Sakura.

— Sarada, eu quero que você trate sua mãe direito. — Tirei meus óculos e cruzei meus braços fitando os olhos de Sasuke. — Ela é sua mãe, você deve respeitá-la.

— Você sabe que eu não a suporto, Sasuke.

Ele colocou os dedos entre as sobrancelhas e encostou-se na janela de seu lado, respirou fundo e olhou para mim e dessa vez eu vi que a bronca seria muito legal.

— Ela é sua mãe! Você sabe o peso dessa palav...?

Os olhos dele ganharam aquela forma quando irritado, que para sua surpresa não me intimida em nada, e foi aquilo que me motivou a interromper sua frase.

— Ahh, por favor, não comece com o papo de que eu devo admirá-la e considerá-la porque você perdeu a sua, Sasuke. Eu não agüento a Sakura e você sabe disso! — Molhei meus lábios e semicerrei meus olhos — Me diz uma coisa, como você foi ficar com uma mulher tão CHATA como ela!? — Desci do carro irritada e terminei meu momento de fúria:

— VOCÊS SÃO UM PORRE!

Bati a porta e saí marchando pela rua, rumo à escola e só esperava que ele não estivesse me seguindo.

É incrível a capacidade daqueles dois de serem dois chatos de galocha. Puta merda, cara! Só queria que eles morressem logo. Eu tenho certeza que seria bem mais feliz sem os dois para me azucrinarem. A paz, o silêncio, sem gritos, poderia comer o que bem entendesse, poderia fazer o que quisesse, daria muitas festas e não receberia broncas, poderia me agarrar com meu namorado sem ouvir gritos de que eram um “falta de consideração” à eles. Só queria que eles sumissem.

Acho que eu faria uma festa no dia do enterro de meus pais.

Com esse pensamento entrei gargalhando no colégio.

Alguns minutos atrasada não iriam mudar em nada em meu boletim perfeitinho. Enrolei ao máximo para pegar meus materiais no armário e então caminhei lentamente para a coordenação para receber alguma permissão idiota para que eu entrasse na sala de aula.

Puxei meu celular e havia diversos emojis com gestos obscenos ou enraivecidos de Bolt, além de uma mensagem de Sasuke que dizia:

Em casa conversamos.

Taquei o telefone na bolsa e debrucei-me na bancada da secretaria, batuquei no mogno enquanto esperava alguém vir me atender e quando veio, foi Konohamaru me olhando feio.

— De novo, Sarada?

Dei de ombros e bati o pé no chão esperando impaciente, ele fez minha autorização e antes de me entregar mandou-me ter juízo. Caminhei para o banheiro mais próximo e retoquei minha maquiagem, passei a mão no vestido rodado vermelho com preto e puxei as mangas da jaqueta de couro para os cotovelos deixando a parcela de pulseiras e o relógio a mostra. Fui para a sala, bati duas vezes à porta e entrei.

Orochimaru sorriu largamente para mim e se aproximou, se eu não soubesse a fissura que esse cara tem com o sobrenome Uchiha eu até estranharia, mas eu já estou acostumada.

— Tá aqui.

Adiantei entregando as atividades por meio de um bater no tórax do homem, se havia uma coisa que eu não queria era que ele se aproximasse de mim.

Passei por ele rumo à cadeira ao lado de Bolt.

Joguei a mochila no chão e cruzei as pernas.

— O que houve? — Cochichou o loiro.

Suspirei e tombei minha cabeça para o lado dele.

— Seus pais não querem me adotar?

Pela cara de reprovação que me lançou, eu sabia que viriam mais sermões e sinceramente, eu não agüentava de jeito nenhum ouvir alguém dizer que eu destrato minha mãe ou assim e assado. Os pais de Bolt são uns amores! Hinata super na dela, não invade a privacidade do filho e Naruto é o sonho de qualquer filho. O cara é despojado, gente boa, engraçado e um sogro incrível!

Não entendo o porquê de Bolt reclamar tanto deles.

Rapidamente as aulas do primeiro turno se passaram. Orochimaru me pediu para ir à sua sala durante o intervalo para conversar comigo sobre minha última nota, provavelmente meu rendimento não estava equiparado ao de meu pai mil anos atrás.

Caminhava com Choujo para o refeitório, ouvindo-a contar o quão lindo Mitsuki estava ficando e que cada vez mais a vontade de agarrar o filho do professor esquisito de Física, era forte. Ainda é desconhecido o motivo de tal atração, então, enquanto não se é descoberto, apenas concordo e dou forças a ela para cair de boca nele.

Entramos no antro de barulho, misturado a chulé e comida e caminhamos para nossa sagrada mesa. Sentei ao lado de Inojin e ouvi-o reclamar das aulas de Kurenai e que aquela mulher já deveria ter se aposentado há décadas. Não deixei de concordar, a gagá já ta ultrapassada.

Apoiei meu rosto em uma mão e observei a movimentação. Lembrei de Orochimaru e me levantei, resmungando que ouviria alguma bronca desnecessária só porque não honrava o nome Uchiha, bosta de família.

— O que foi, Sara?

— Cobra me chamou na sala dele.

Sim, Cobra foi o modo carinhoso com que apelidamos Orochi, claro que fora do conhecimento dele e escondido das autoridades dessa prisão, chamada vulgarmente de escola. Carreguei minha mochila e caminhei para a sala de Química, que era onde o professor fissurado por meu sobrenome fica enfurnado parte de seu dia.

— Professor Orochimaru.

Para minha surpresa, as cadeiras da sala estavam todas reviradas , Orochimaru estava no centro sentado com um capacete estranho de costas para mim, ao redor dele havia postes de ferro piscavam em diferentes cores. Todo o colégio tremia. Um terremoto. Apoiei-me no quadro e chamei o nome do Cobra, ele se virou e arregalou os olhos quando me viu. De repente, o mundo estava devagar, meu corpo estava pesado, tudo doía, meus ossos queimavam. Logo mais, meu corpo despencava com toda a força do mundo sendo posta contra meu peito.

Tudo ficou preto.

Minha cabeça doía muito, a sensação de falta de ar me agoniava, minha visão se encontrava embaçada, meus ouvidos chiavam tentando acostumar-se aquele pós-terremoto, meus ossos pareciam que iriam quebrar-se. A sensação de sobrevivência ao fim do mundo poderia se equiparar àquilo.

Senti uma superfície macia me confortar, muito provavelmente a sala da direção. Argh, meu desmaio significava ter que encarar uma Sakura preocupada e em seguida um Sasuke me analisando analiticamente à procura de qualquer arranhão. Qualquer um.

Respirei fundo e passei a mão nos olhos, bati em meus ouvidos na falha tentativa de diminuir os chiados e observei o local em que me encontrava.

Dos dois um: ou a escola mudou drasticamente para uma sala com uma TV estranha e apoiada em uma mesa, com paredes escuras e o cheiro de mofo impregnado em todos os cantos; ou eu fui levada para um lugar muito esquisito e estou muito fodida.

— Sarada! Acordou.

Aquela voz eu conhecia. Era Orochimaru. Virei meu rosto para ele sentindo um pouco de dor de cabeça, o vi com um sorriso amigável e aquele sorriso não me agradava nem um pouco.

— Eu vou embora. — Levantei-me e logo caí de novo no sofá, estava tonta.  — O que fez comigo?

Perguntei, observando-o. Ele me deu alguma coisa para me deixar assim, tenho certeza.

— Acalme-se, por favor. Deite se quiser.

Não precisou pedir duas vezes, meu corpo foi jogado naquele sofá sem meu consentimento, abracei uma almofada com cheiro de cerveja e coloquei a mão na testa.

— Minha cabeça dói.

— É o tempo, depois passa. Durma.

— O que fez comigo?

— Nada. — Respondeu, sua voz cínica doía meus ouvidos.

— Orochimaru! — Exclamei. Ele respirou fundo e disse:

— Bom, você veio para o passado comigo, satisfeita?

Sentei de supetão e olhei para aquele cara tentando lembrar em meu vasto conhecimento sobre drogas qual tinha efeito mais forte para fazê-lo pensar que estamos no passado. Droga, meu corpo estava dolorido. Bem dolorido.

— Você usou o que? — Precisei perguntar, aquela ideia não era normal.

— Ciência. — Respondeu sorridente.

E totalmente inebriada pela ideia dele, caí naquele sofá vencida pelo cansaço e pelo sono.

 


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Notas finais do capítulo

tô me cagando de ansiedade com essa loucurinha. espero que gostem.

eu também fiquei agoniada com essa sarrada kakakakak.
bom carnaval!!



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