Aart bateu o pé quando o homem entrou no quarto.

— Eu quero sair daqui. Desse quarto. — exigiu antes mesmo que o outro pudesse dizer qualquer coisa. O homem hesitou, mas a expressão de poucos amigos do garoto demonstrou que passar todos aqueles dias preso no quarto tinha sido difícil, ainda mais para alguém com o gênio dele.

— Quer... trocar de quarto?

— Não, eu quero sair, andar pela casa, conhecer o jardim, — ele gesticulava enquanto falava — falar com outras pessoas, acessar a internet... — perdeu o fôlego. — ver o mundo. — simplificou.

Aart já sabia a resposta quando o homem fechou a porta. Virou as costas.

— Aart, — ele começou. — eu não acho que seja uma boa ideia, você...

— Eu detesto essa casa, já entendi. — o jovem virou-se. — Já passou pela sua cabeça que a pessoa que você conheceu não é a mesma que eu sou?

O homem o encarou e suspirou.

— Já. — ele abriu a porta e esperou pelo jovem.