Orgulho e Preconceito - Os rumores que nos separam escrita por Mirytie


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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A carta para Elizabeth chegou de Londre dois dias depois de ela responder à carta de Mr. Darcy, mas esta não se atreveu a abri-la, receando o que pudesse estar escrito. Felizmente, a sua mãe respeitou a sua privacidade, já que a filha já estava noiva.

Esse era um dos receios de Lizzy. Talvez Mr. Darcy tivesse cancelado o seu pedido, depois de receber a sua carta. Não queria saber o que estava lá dentro mas, por outro lado, estava curiosa.

Tinha dito a Mr. Darcy que a data não lhe convinha e que até era melhor ele permanecer em Londres com o seu amigo e cuidar de assuntos que pudessem vir a ocupá-lo, num futuro próximo.

Claro que Darcy não era de todo estúpido e devia ter compreendido as verdadeiras intenções de Elizabeth.

Foi o que descobriu quando pediu à irmã, Jane, para lhe ler a carta, quando foram as duas para o quarto, depois da ceia.

A carta lia:

“Querida Miss Bennet,

Se deseja que eu fique em Londres, assim o farei até enviar uma carta com permissão para voltar para o seu lado.

Devo, desde já, apagar os seus receios de que as minhas afeições pela minha cara Elizabeth se irão desvanecer. Temo pelo contrário. Que esteja tão ansioso para a ver a minha linda noiva e, como tal, não possa aceder ao seu pedido.

Escrevo o seguinte com toda a certeza que já a conheço bem de modo a saber qual é o motivo que você tem para me manter afastado e adiar o nosso matrimónio. Não irei intrometer-me nesse caso.

Mas, por meu lugar, irei enviar um ‘presente’ para que se mantenha distraída.”

Depois de acabar de terminar de ler a carta, Jane olhou para a irmã, sem saber o que dizer, durante alguns momentos. Felizmente, o silêncio entre as irmãs não durou muito.

— Cara irmã, espero que não se ofenda quando me atrevo a dizer que você e Mr. Darcy serão muito felizes no futuro pois, como pôde escutar, ele parece amá-la muito. – disse Jane – Mas porque é que enviou tal carta para Mr. Darcy? O que irá a mamã pensar?

— Que pense o que bem entender. Já estou acostumada aos seus desvaneios. – garantiu Elizabeth – Já você, doce irmã, espero que não fique preocupada com o conteúdo de ambas as cartas. Creio que seremos as duas mulheres mais felizes no mundo num futuro próximo. Mas o que devo fazer é meu dever como irmã.

— Pensa que as nossas irmãs estão em perigo? – perguntou Jane.

— Mais do que nunca. – respondeu Lizzy – Estão em perigo de ficarem para sempre nesta casa, sem partidos que as achem desejáveis.

— Porque não diz ao papá? – perguntou Jane – Ele com certeza faria alguma coisa.

— O papá não vê as coisas como elas são. – respondeu Lizzy – Eu própria já tentei chamá-lo à razão. Mas ele pensa que o meu matrimónio com Mr. Darcy não trará nenhum perigo às nossas queridas irmãs.

— E claro que não pudemos contar à mamã. – Jane devolveu a carta à irmã – Mr. Darcy deve estar preocupado. Deu para entender porque é que está tão perturbada. Com certeza, ele deve querer ajudá-la.

— Mas eu não posso deixar que isso aconteça. – Lizzy guardou a carta para a sua mãe não a encontrar – Ele já fez demasiado por esta família.

— Concordo consigo, nesse aspeto. – disse Jane – Mas o que será esse tal presente que ele menciona na carta? Algo para nos ajudar nesta crise?

— Temo que sim. – disse Elizabeth – Apesar de ter pedido a Mr. Darcy para não voltar, se ele descobriu o que me aflige, irá fazer alguma coisa para ajudar.

— Só pudemos esperar. – concluiu Jane – Mas não tema, irmã. Tenho a certeza de que resolveremos este problema. Os nossos queridos familiares e conhecidos não serão cegos à sua paixão por Mr. Darcy, quando nos visitarem.

Elizabeth tinha-se esquecido por momentos que a sua mãe tinha organizado uma refeição no dia a seguir àquele para todos os familiares e conhecidos. Claro que sabia que a sua mãe só tinha esse trabalho para ouvir as pessoas a cumprimentarem Jane pelo seu matrimónio com Mr. Bingley e o seu próprio com Mr. Darcy. Apesar de Elizabeth ter a certeza que o último não aconteceria com facilidade, estando Mr. Darcy em Londres, enquanto Mr. Bingley iria atender ao jantar.

E Elizabeth ainda não tinha dito nada à sua mãe.

As noticias da ausência de Mr. Darcy, tal como Lizzy previra, tinham sido mal recebidas e ela foi o alvo de desprezo da sua mãe, quando, inevitavelmente teve de contar tudo sobre o conteúdo da carta que enviara em resposta a Mr. Darcy.

— O que é que vão dizer sobre a nossa família? – lamentou Mrs. Bennet – Não pensou na sua pobre irmã, Jane?

— Mamã, por favor, não culpe a minha querida irmã. – pediu Jane – Ela teve as suas razões.

— E que razões poderiam ser essas, tão importantes para deitar o nome da família na boca de toda a cidade? Quem sabe se a palavra não chegara até a Londres. – continuou Mrs. Bennet – E eu que tive tanto trabalho a organizar o jantar de amanhã. O que será de nós?

— Lizzy não faria mal à sua família se não tivesse algo importante na mente. – disse Mr. Bennet, indo à defesa da filha – Não se preocupe e coma, Mrs. Bennet.

— Já nem tenho apetite. – declarou Mrs. Bennet – Os meus pobres nervos…

Dizendo aquilo, levantou-se e saiu da mesa sem dizer mais nada.

— Não se preocupe com a sua mãe nem com os seus nervos, Lizzy. – disse Mr. Bennet – Tenho a certeza que amanhã os seus nervos estarão bastante ocupados a entreter os nossos convidados.

Elizabeth sorriu, mas, apesar de já saber que qualquer pequeno problema perturbava os nervos da sua querida mãe, não conseguia deixar de se culpar e tinha saudade de Mr. Darcy. O que só se iria complicar quando Mr. Bingley chegasse na noite seguinte, sozinho.

Esperava não sentir ciúmes de Jane quando a visse com Bingley.

Tal como o seu pai lhe tinha dito, a sua mãe e os seus nervos estavam agora muito ocupados a dar ordens para a noite especial.

As horas passaram a correr, tanto para Mrs. Bennet como para Elizabeth. Jane também parecia um pouco ansiosa pela volta do seu querido Mr. Bingley.

Os convidados começaram a chegar um par de horas antes da ceia. Mr. Bennet não saía do seu escritório até ser hora de jantar ou se soubesse que Mr. Bingley tinha chegado. Por muito que Mrs. Bennet lhe pedisse ou dissesse que era rude não cumprimentar os convidados que tinham vindo de propósito para os cumprimentar.

— Eles estão aqui para cumprimentar Jane e Lizzy e só porque você os convidou. – corrigiu Mr. Bennet – Mas, por Deus, quando ouvir a carroça de Mr. Bingley, pode arrastar-me do meu escritório para onde bem pretender.

Como se fosse destino, depois de Mr. Bennet acabar de falar, duas carroças pararam em frente à sua propriedade. Curiosa, Mrs. Bennet aproximou-se da janela e viu Mr. Bingley a sair de uma das carroças.

— Pois levante-se, Mr. Bennet. – avisou Mrs. Bennet – Porque o seu futuro filho acabou de chegar.

— Ouvi duas carruagens. – mencionou Mr. Bennet – Quem é que segue o nosso futuro filho.

— Uma moça. – descreveu Mrs. Bennet – Um pouco pálida para o meu gosto. Nunca a vi antes.

— Será que Mr. Bingley mudou de ideias em relação à nossa Jane? – perguntou Mr. Bennet, soltando duas gargalhadas.

Mrs. Bennet não achou isso engraçado. A moça, apesar de parecer demasiado nova para Mr. Bingley, podia ser comparada à sua querida Jane nas suas feições e maneirismos.

Mr. Bennet segui a esposa para cumprimentar Mr. Bingley e a sua companheira. Jane e Elizabeth não demoraram a segui-los.

Lizzy ficou de boca aberta quando viu a senhorita ao lado de Mr. Bingley e soube imediatamente que aquela era a ‘prenda’ que Darcy lhe tinha enviado.

— Peço imensas desculpas por aparecer sem avisar. – disse a doce menina, depois de os dois entrarem e receberem as cortesias habituais – O meu irmão mandou-me e garantiu-me que estariam à minha espera.

— Mamã, esta é a Miss. Darcy. – anunciou Elizabeth – A irmã mais nova de Mr. Darcy.

Apesar de se orgulhar pelo facto de conseguir ler as pessoas como lia livros, Elizabeth não conseguiu perceber o que a mãe estava a sentir quando descobriu que aquela seria a sua futura filha.

Certificou-se de adicionar mais algumas cortesias às que já lhes tinha dirigido. Disse que ela era ainda mais bonita do que imaginara e que gostava de ter a honra de a ouvir a tocar piano depois do jantar, se a senhorita se sentisse com vontade.

— Temos um bom piano que Mary usa todos os dias para praticar. – garantiu Mrs. Bennet – Apesar de ter a certeza de que não é tão bom como o seu.

— O meu irmão garante que eu me sinta constrangida, sempre que compra algo que não devia. Miss. Elizabeth deve saber do que falo. – disse Miss. Darcy – Mas garanto-lhe que qualquer piano é alvo de afeto, da minha parte.

Elizabeth sorriu. Ela própria foi alvo das afeições de Miss. Darcy durante a noite toda, não só porque Miss Darcy era extremamente tímida, mas também não conhecia mais ninguém ali, para além de ela e de Mr. Bingley. E o último estava demasiado entretido a falar com Jane.

Infelizmente, a noite ainda estava a começar.


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Notas finais do capítulo

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