Aurora escrita por Clarinna


Capítulo 11
A Ordem da Fênix


Notas iniciais do capítulo

Lererê.

Segurem essa.



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A velha Sr. Figg e Mundungo Fletcher caminhavam apressadamente pela Rua dos Alfeneiros, uma garoa fina caia sobre eles, tudo estava silêncioso. Harry Potter não deixara a casa para caminhar naquela noite, não havia muito para ver, nem sentir.

— A garota já foi, Figgy? - o ladrão quis saber, ansiosamente.

— Sim... - havia tristeza na voz ranhenta dela - Partiu de manhã.

— Potter deve estar arrasado, mas foi a melhor coisa que lhe aconteceu. – Mundungo juntou as mãos e apontou para o céu, como se agradecesse – Se ela não fosse por causa dos pais ou algo assim, cedo ou tarde, iríamos ter que agir.

O rosto de Arabela Figg era uma mascara; a aparição dos dementadores ainda a atormentava, e a partida precoce de Aurora deveria lhe causar alguma satisfação, afinal, não precisava mais se preocupar com os passeios noturnos arriscados e as constantes saídas pelo bairro, mas só pensava no rosto infeliz de Harry quando o viu surgir no meio das hortênsias mais cedo no jardim.

— Ela estava pondo Harry em perigo, e consequentemente se colocando em perigo também. - disse mais para si mesma do que para o outro.

— Não só poderia expor o menino, mas a nós. - ele afirmou – Ela tinha que partir, você viu pelo o quê passei para protegê-los a primeira vez que saíram com aquela bicicleta como loucos! Nem gosto de lembrar.

— Não há como negar. – a velha ergueu as sobrancelhas – Eu só me sinto mal por ele.

— Ora, vamos, sua velhota sentimental! – a bolsa da Sra. Figg voou para dar uma bofetada surda na cabeça de do homem – Ai, ai!

— Cale a boca. – ela se recompôs, com uma carranca – Harry realmente gostava dela.

— Não importa do que ele gosta ou não, nosso dever aqui é vigia-lo e não deixar que nada ruim aconteça. – Mundungo sussurrou com urgência enquanto esfregava a cabeça onde a bolsa tinha atingido – Honestamente, estou sendo obrigado pela Ordem a cumprir esta tarefa, mas não vem ao caso. 

Eles diminuíram o passo ao chegarem na frente da casa de n°4. A janela do quarto de Harry estava clara, e era possível enxergar sua sombra se movendo lá dentro.

— Receio ter que concordar. – ela suspirou – Boa noite, Mundungo.

— Noite, Figgy.

A Sra. Figgy seguiu para sua casa, mais no final da rua, e o homem ficou parado, meio escondido enfiado numa sebe de folhas verde escuras do outro lado da rua.

— Pelo menos isso. – ele murmurou vislumbrando a casa dos Catburry, balançava a cabeça como se desaprovasse alguma coisa  – Mais um dia aqui e aquela garota o levaria a morte.

Depois de uma meia hora, mais ou menos, as costas do ladrão já estavam doendo pela posição, e o sono já estava embaraçando sua visão. A luz do quatro de Harry ainda estava acesa, e ele logo apareceu, sentando-se do lado da janela com o quê parecia ser o Profeta Diário nas mãos.

— Ele não está tão mal, assim. – bufou o vigilante.

Mas o menino apenas passou os olhos pela primeira página, e jogou para o lado o jornal, praticamente intocado. Com uma expressão triste, ele se debruçou na janela e encarou a casa dos vizinhos. Os cabelos negros eram varridos pelo vento, e dali Mundungo conseguia ver a cicatriz. O homem achou que podia entender do que a velhota Figg estava falando ao se sensibilizar, porque Potter realmente parecia ter perdido toda a energia que os deixara de cabelos em pé há dias.

— Gostava mesmo daquela sua namoradinha, hein? – ele riu sem realmente achar graça.

Todo mundo sabia como o relacionamento entre bruxos e trouxas poderia ser desastroso, até Mundungo. Porém, ele ficou insatisfeito e entediado ao ver a apatia do garoto, e até sentiu um pouco de empatia. Harry já era triste e revoltado antes, quando se resumia apenas a viver entre aqueles trouxas que eram do pior tipo, mas depois da partida de Aurora, parecia que dificilmente algo colocaria um sorriso em seu rosto de novo.

Mundungo teve um estalo, e a ideia que surgiu em sua mente fez com que acordasse do torpor sonolento. Levou a mão a varinha e a segurou, sem tirar os olhos de Harry.

— A velhota nunca saberia... – ele começou a balbuciar consigo mesmo – Consigo acertar daqui.

Ele mirou varias vezes, a mão chegava a tremer um pouco, a possibilidade de Figg descobrir o assustava um pouco, mas para ser sincero, ele achava que ela iria agradecer por isso, todo iriam se soubessem, até Harry.

— Vou lhe fazer esse favor, Potter.

Mais uma vez apontou a varinha, tendo certeza que o feitiço percorreria o caminho certo quando fosse lançado, e com a sensação de estar cumprindo um dever, ele disse as próximas palavras em tom baixo e claro:

— Obliviate.

Então, Harry teve a memória apagada, como se as ultimas semanas fossem apenas uma neblina densa e disforme, tão sem graça que não valia a pena lembrar. Seus olhos entraram em foco de repente, e ele saiu da janela pronto para se deitar, sentindo sono e cansaço, sem saber a razão de estar tão triste segundos antes.

Ninguém jamais descobriu que Mundungo Fletcher lançou um feitiço em Harry Potter durante sua vigia.


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