Cores da Alma escrita por CassandraCain
Essa sensação era tão familiar para Maria que muitas vezes ela poderia esquecer que estava lá. Mas não desaparecia.
A dor de uma ferida aberta, doendo, sangrando, permitindo que toda sua energia vital escorra entre suas costelas, pingando no chão e se extinguindo.
Ela não lembrava mais de como era não sentir dor.
Ela já se perguntou, em meio a fios desordenados de pensamentos, se a ferida um dia cicatrizaria. É claro que não poderia desaparecer completamente. Estava permanentemente gravada em sua alma e Maria estava consciente disso.
Mas se simplesmente cicatrizasse, deixando uma lembrança indolor para trás, Maria ficaria verdadeiramente feliz.
Talvez fosse possível, se ela parasse de mexer. Se parasse de arranhar e reabrir aquela ferida toda noite, quando deita para tentar dormir e fica sozinha com seus pensamentos.
Ela promete a si mesma toda manhã que deixará a ferida cicatrizar, mas o ciclo se repete à noite.
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