A Queda escrita por sandsphinx


Capítulo 6
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

*Finge que não faz meses que não apareço aqui*
Oi, meus amores! Espero que gostem de capítulos grandes, porque esse aqui é um pouquinho maior que o normal (não grande grande, porque sei que há quem poste capítulos de 10, 12 mil palavras, mas os meus sempre foram curtinhos). Tem detalhes importantes escondidos aqui e ali por ele, também, então prestem atenção, hahah ♥ Boa leitura, e espero que gostem!



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Brom bateu a porta atrás de si, as palavras de Aleifar ainda ecoando em sua mente, e secou os olhos com as costas de uma mão. Pensou em sua mãe, em como ela costumava cantarolar ao preparar a comida e sempre insistir em separar a oferenda que deixavam sobre a janela, e em como seu pai se dedicava a seu trabalho e era o iluminador preferido de Lorde Hector e nunca, nunca falhara em seu dever.

Ficariam decepcionados se o vissem agora?

Brom queria se enrolar na cama e chorar, e também apoiar a cabeça no colo de sua mãe em busca de conforto. Mas uma parte sua tinha dúvidas, e fraquejava, e seria possível que tudo o que seus pais lhe ensinaram fosse mentira? 

Seja seu melhor eu, veio a voz de sua mãe sussurrando em sua mente, repreensiva. Brom se sentou na cama estreita, abraçando os joelhos junto ao corpo, e apoiou a cabeça contra a parede de pedras. Saphira estava empoleirada sobre a janela, observando o céu e o pátio lá embaixo, e virou a cabeça para olhar para ele.

Ela já crescera muito e não cabia mais em seus braços, mas ainda não usava as palavras humanas em seus pensamentos, então não era possível a entender; Brom via seus olhos azuis inteligentes, no entanto, e sabia que ela, ao menos, compreendia. Deixou escapar um suspiro muito suave.

“Acho que estou fazendo tudo errado.” Era estranho, falar em murmúrios baixos com um dragão que não o responderia. “Não sei se sou um Cavaleiro muito bom.”

A verdade era que achava que não era; se nem mesmo seu pai chorava, um Cavaleiro não deveria também, e não deveria ter dúvidas sobre todas as coisas em que sempre acreditara — principalmente não por causa do riso debochado de outra pessoa.

Mas Aleifar falara com convicção além de desprezo — “Tocar o batente da porta não afasta a má sorte, você sabe, ou garante que você passe inteiro por ela, ou o que quer que seja que vocês acreditem. Uma porta é só uma porta.” — e era verdade que ninguém mais em Ilirea fazia as coisas que Brom aprendera em casa.

Ele se lembrava de como Morzan franzira as sobrancelhas escuras, também, alguns dias antes, e parecera incerto. Dissera que não achava que espíritos comiam — então para quê as oferendas? — e sugerira, como explicação, que talvez fossem ratos as comendo.

Brom sabia que aquilo era absurdo, pelo menos. Não poderiam haver ratos em sua casa, porque é claro que Misty os comeria, e a comida que deixavam sobre a janela sempre desaparecia. Só não conseguia entender como ninguém naquela cidade que era o centro do mundo sabia daquelas coisas, por mais que tivesse a certeza de que seus pais também não poderiam estar errados sobre tanto assim.

Não fazia sentido.

“Não faz sentido,” ele repetiu em voz baixa para o dragão que o observava. Saphira não o respondeu, mas parecia entender, e Brom assentiu como se conversassem. “Vamos descobrir a verdade, eu e você.”

Sua mãe aprovaria, ele sabia. A busca pela verdade era um bom propósito, e melhor do que aquela vontade de chorar. Seja o seu melhor eu, ela sussurrou de novo em sua mente, desta vez não tão severa. E ele seria.

Só talvez não imediatamente, não enquanto seu coração pesava e batia rápido. Sua cabeça doía um pouco, também, e Brom escorregou para se deitar na cama, Saphira aos seus pés e o livro que seu pai lhe dera ao seu lado.

Ficou assim por um bom tempo, pensando e pensando e revivendo as palavras cruéis de Aleifar (Morzan não estivera por perto, e Alexis franzira a testa para o tom de seu irmão, mas não parecera discordar), e não ouviu a primeira batida na porta.

A segunda foi mais alta, e Brom ergueu a cabeça e se apoiou nos cotovelos antes de pedir para que a pessoa entrasse. Não se surpreendeu de todo ao ver Morzan esgueirar a cabeça para dentro do quarto, mas tampouco pode evitar o pequeno sorriso que curvou seus lábios.

O menino mais velho usava calças escuras e uma camisa vermelha com bordados escuros nos punhos, e seus cabelos negros caíam desarrumados sobre seus olhos. Morzan os afastou com as costas da mão e sorriu de volta, confiante e curioso.

“Você sumiu,” ele disse, e Brom gostava de como ele não soava preocupado. Morzan não o tratava como uma criança nova demais para entender as coisas, e não agia como se precisasse tomar muito cuidado perto dele; era diferente, e bom. “E também não te vi no almoço.”

Morzan estivera treinando esgrima com outros estudantes humanos quando Aleifar parara Brom para lhe perguntar sobre seus hábitos — a resposta debochada viera depois — e não percebera quando ele fugiu do pátio para voltar correndo aos dormitórios.

Brom só encolheu os ombros. “Não estava com fome.”

Seu amigo pendeu a cabeça para o lado. “Mesmo?” Seus olhos de cores diferentes o fitaram por um instante, e então ele encolheu os ombros. “Como estava planejando aproveitar seu tempo livre hoje à tarde? Porque é raro que Oromis e Glaedr estejam tão ocupados a ponto de nos deixarem sozinhos por uma tarde inteira, e se você não tem nenhuma ideia melhor do que ficar no quarto por horas e horas, tenho uma sugestão.”

Brom hesitou. Se sentou melhor no lugar, juntando as mãos no colo, e se decidiu por admitir a verdade. “Não queria me encontrar com Aleifar e Alexis. Não hoje.”

Morzan só sorriu, sem se perturbar. “Eles me cansam também, às vezes.” Ele deu de ombros. “E estarão os dois muito ocupados estudando, como todos os outros noviços. Mas sei de um ponto no rio onde os garotos da cidade vão para nadar, filhos de nobres e de mercadores, e hoje está terrivelmente quente, não acha?”

Era outono, e estava mais quente que deveria estar; com certeza mais quente do que Kuasta naquela época do ano. Brom hesitou, olhando para a janela por onde entrava a luz do sol forte e então para Saphira, que descera para sua cama e se enrolara ao seu lado. “Bem...” Ele mordeu o lábio. “Dragões sabem nadar?”

Os olhos de cores diferentes de Morzan brilhavam travessos. “Muito bem, e desde pequenos.” Ele lançou um olhar para Saphira. “Você pode trazer ela, se quiser. Saphira já voa bem?”

O dragão o encarou de volta, parecendo um tanto entediada, e Brom se perguntou se ela não gostava de ter estranhos no quarto. Assentiu uma vez.  “É muito longe?”

“Teríamos que ter saído mais cedo se fôssemos andar, mas não vamos ir andando.” Ele se recostou contra a parede, cruzando os braços. “Você veio para Ilirea voando, não veio? Com Vídair?”

“Sim.” Brom não se levantou, ainda em dúvida. “Mas Saphira não é grande o bastante para me levar. Ainda.”

O sorriso de Morzan foi um pouco torto. “Claro que não.” Ele não parecia preocupado. “Você vem comigo, voando em Raëd, e Saphira pode nos acompanhar. Faz sentido, não acha? E não tem problema, Raëd não se importa de levar você.”

A ideia de subir nas costas do dragão de seu amigo e irem sozinhos para longe era estranhamente empolgante, e Brom sorriu um pouco. Ainda assim, ele não tinha certeza. Não sabia se era permitido saírem da cidade assim, sozinhos — ele já brincara muito pelos arredores de Kuasta, mas sempre com a permissão dos pais e algum adulto por perto. Se perguntou se Morzan já havia levado alguém em seu dragão assim, se era seguro.

“Você já fez isso antes?” Acabou por perguntar.

Os olhos de Morzan ainda brilhavam. “Vai dar certo,” ele repetiu. “Confie em mim.”

Brom não estava prestes a protestar mais. Se ergueu, seguindo o garoto mais velho para fora do quarto, escada abaixo, até o pátio onde Raëdsel já os esperava. Parou um pouco longe do dragão — que era absurdamente maior que Saphira, ainda que muito menor que Glaedr ou os dragões dos outros professores e anciãos.

O dragão de Morzan tinha olhos negros que destoavam de suas escamas vermelhas, e, com a cabeça de lado, acompanhava com um deles os movimentos dos meninos. Brom encontrou seu olhar, engolindo em seco, e deu um passo mais hesitante em sua direção. “Olá,” disse, a voz fraca. Não o conhecia de fato, embora Raëdsel estivesse sempre por perto.

O dragão bufou como se achasse graça, um filete de fumaça escapando de suas narinas, e Morzan abriu também um sorriso, como se não pudesse se conter. Brom ouviu sua voz em sua mente, profunda e macia, Olá, Brom.

Ele sorriu um pouco, e Morzan pôs uma mão em seu ombro ao passar por ele. “Vamos,” disse, correndo para subir nas costas de seu dragão. Se sentou na sela com muita naturalidade, sem se preocupar em prender as pernas das fivelas de segurança, e estendeu uma mão para ajudar Brom a montar.            

Brom a aceitou, um pouco desconfortável ao precisar pisar nas escamas de Raëdsel para subir (embora o dragão não parecesse se importar), e acabou por se sentar na frente de Morzan, segurando com firmeza a sela. Queria lhe perguntar se tinha certeza que aquilo era seguro, que era permitido, mas se convenceu a permanecer em silêncio.

Talvez o garoto houvesse percebido seu nervosismo, no entanto, porque passou os braços ao redor dele para mantê-lo a salvo no lugar, e Raëdsel abriu as asas para alçar vôo devagar. Saphira saltou da janela do quarto de Brom para acompanhá-los quando passaram por ela, parecendo muito pequena ao voar um pouco acima.

Ocorreu-lhe que aquela era a primeira vez que voavam juntos em que ela realmente voava, exceto que não estavam juntos, exatamente, e era estranho que ele estivesse sobre as costas de Raëdsel, sentindo Morzan muito próximo atrás de si. Era algo, talvez, que devessem fazer sozinhos.

Ilirea parecia cada vez menor conforme o dragão subia no ar, e logo estavam voando alto o suficiente para passar facilmente sobre as muralhas — era bom que os Cavaleiros fossem bons, ele pensou, porque não seria tão difícil tomar a cidade com dragões —, deixando para trás as mansões e então as casas e finalmente planavam sobre os campos ao norte da cidade.

Morzan o soltou, devagar como se com cuidado, para abrir os braços e inclinar o corpo para trás, pendendo a cabeça e de olhos fechados, o vento balançando seus cabelos escuros e o tecido de sua camisa vermelha. O curvar de seus lábios sugeria que adorasse a sensação, e ele parecia para Brom um pouco louco e incrivelmente corajoso, relaxado no ar como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Ele se perguntava se algum dia voaria com a mesma naturalidade.

E então Raëdsel começou uma descida suave, pousando junto às margens do rio Ramr, perto de onde um grupo de dez, quinze garotos brincavam na água. O mais novo não deveria ser muito mais velho que Brom, e o mais velho parecia ter dezessete ou dezoito anos; alguns vestiam ainda calças de couro, mas a maior parte usava apenas as roupas de baixo, com corpos molhados e cabelos pingando água.

Brom hesitou um instante diante do grande número de desconhecidos, até que Morzan lhe deu um empurrão muito leve nas costas, e ele passou uma das pernas de volta sobre as costas de Raëdsel e escorregou do dragão. Saphira estava próxima ao rio, um pouco distante deles e dos outros meninos, se aproximando da água com curiosidade. Brom sorriu um pouco ao observá-la, e então olhou para trás quando Morzan pulou para o chão ao seu lado.

Um dos garotos — de cabelos castanhos e pele bronzeada, talvez um ano mais velho que Morzan — se aproximava, e Morzan o cumprimentou sorrindo. O garoto brincou sobre Cavaleiros descendo dos céus para se misturar às pessoas comuns, e o amigo de Brom riu como se já estivesse acostumado àquele tipo de coisa.

“Tivemos sorte hoje,” respondeu. “Nosso mestre está ocupado com coisas importantes demais até para nós. Brom, venha aqui, quero que conheça Oliver. Oliver, esse é Brom. Ele é novo em Ilirea, e estou me responsabilizando para que conheça os melhores lugares por aqui.”

Oliver tinha um sorriso um tanto torto. “É um prazer,” disse, parecendo sincero. “É bom que você tenha um guia,” continuou, “porque existem coisas que não se encaixam em uma instrução formal. Não vai aprendê-las com os Cavaleiros, mas é verdade que nossos tutores não as ensinaram tampouco.”

“O pai de Oliver é um dos mercadores mais importantes da cidade,” Morzan informou, se abaixando para tirar os sapatos, os cabelos escuros muito rebeldes depois de terem sido bagunçados pelo vento. “Então ele também terá que aprender a ser responsável no futuro.”

“No futuro,” o menino concordou, rindo. Bateu de brincadeira no ombro de Morzan e sorriu mais uma vez antes de se afastar correndo de volta para o rio.

Morzan tirou também a camisa, a deixando cair junto a seus calçados, e esperou enquanto Brom fazia o mesmo antes de andar atrás de Oliver, entrando na água gelada com facilidade. Brom o seguiu, hesitando um pouco diante de rio — ele era enorme, largo e rápido, e ele tomou nota de seu tamanho antes de testar a temperatura da água com a ponta dos pés.

Olhou para Saphira mais uma vez, e então para Morzan, reparando como seu amigo se misturava aos outros sem o menor esforço, conversando e rindo e espirrando água, e pensou que eles todos talvez se conhecessem já há bastante tempo. Ficou um pouco distante, até que um dos outros lhe fez uma pergunta, lhe jogando água para lhe chamar a atenção, e a partir daí o incluíram na conversa.

Passaram horas ali, mergulhados até a cintura na água gelada, com o sol brilhando muito quente no céu, e Brom aprendeu os nomes de cada um, se divertindo como não se divertia desde que deixara sua casa. Eles eram muito diferentes dos outros noviços, talvez por não terem sobre os ombros toda a importância do vínculo com um dragão — muito embora fossem de alguma relevância eles mesmos, filhos de nobres e de mercadores ricos.

Já era o fim da tarde quando Brom se encontrou sentado ao lado de Morzan na grama, observando os outros, o rio, e os dragões — Raëdsel descansava no sol, e Saphira brincava na água, nadando tão bem que ele começava a desconfiar que dragões talvez fossem um pouco como peixes.

“Você acha...” Brom começou, e então hesitou, sem saber muito bem como fazer a pergunta. “Eu estava pensando, e...” deixou que a voz morresse.

Morzan tinha os olhos díspares voltados para onde dois garotos mais velhos fingiam lutar à beira d’água, vestindo apenas as roupas de baixo e tentando derrubar o outro no rio. Ele parecia distraído, mas piscou forte, como se tentando para afastar um pensamento, e se voltou novamente para Brom. “O quê?”

“Aleifar me disse algo hoje,” confessou. “Mais cedo, quando você praticava esgrima. Que as coisas que fazemos em Kuasta, as coisas que acreditamos... Bem, que nada daquilo é verdade. Que é ridículo que eu acredite.”

Morzan franziu as sobrancelhas escuras. “Você não deveria dar atenção à Aleifar,” disse. “Ele é idiota, e não sabe o que fala de qualquer forma.”

“Mas você...” Brom não sabia como perguntar aquilo, tampouco. “Você não acredita no que acreditamos, acredita? Eu reparei, e ninguém em Ilirea faz as mesmas coisas que eu.”

“Ilirea é uma cidade grande, então acho que você consegue encontrar pessoas aqui que acreditam em qualquer coisa.” Ele deu de ombros. “Existem dezenas de religiões humanas, e até quem creia nos deuses dos anões. Mas é verdade que eu nunca conheci ninguém como você.”

Brom engoliu em seco. “Você acha que as coisas que eu faço são estranhas.”

“Acho que são diferentes, mas, honestamente, eu não me importo. Acho que você pode acreditar no que quiser.” Ele pareceu hesitar. “Os elfos não acreditam em deus nenhum, você sabe. E não vêem propósito em muitos dos nossos costumes.”

Brom deixou escapar um suspiro, e se deitou de costas na grama. O céu era muito azul lá em cima, e ele mordeu a bochecha com força, para afastar as emoções. “Se ninguém acredita,” disse baixinho, “talvez não seja verdade.”

Morzan voltou os olhos díspares para ele, o contemplando muito calmo. “Talvez não.”

“E se não é verdade... Talvez eu devesse parar de fazer certas coisas. Se os outros acham o que faço estranho, e se... Se não serve para nada.” Ele respirou fundo. “Ninguém mais faz, e todos estão bem, não fazê-las não pode fazer mal, pode?”

“Acredito que não.”

Brom sentia vontade de chorar mais uma vez. “Meus pais ficariam furiosos se soubessem que estou falando isso. Eu não deveria questionar; não é meu melhor eu.” Olhou para o amigo. “O que seus pais acham?”

Morzan respirou fundo, como se preparando para o que estava prestes a dizer, e manteve os olhos treinados no horizonte. “Meus pais estão mortos. Minha irmã, também.” Olhou de relance para Brom. “Não se preocupe, já faz muito tempo. Os Cavaleiros me acolheram depois que eles morreram, porque meu pai os ajudava com doações e coisas do tipo. Um deles costumava sair com minha irmã, antes que... antes, e ele vinha me ver bastante, mesmo depois. Mas ele se foi, também.” Sacudiu um pouco a cabeça. “Eu não acho que você deva tomar decisões com base no que seus pais acreditam, Brom, porque você não é eles, e terá uma vida separada da deles.”

Ele quis dizer algo sobre os pais de Morzan, consolá-lo de alguma forma, odiando a si mesmo por ter tocado no assunto, mas sentia que não era aquilo que seu amigo queria. Ao invés disso, perguntou apenas, “Você acha que eu deveria parar, então? Com tudo o que meus pais me ensinaram?”

“Se você quiser parar,” Morzan disse, “se não ver mais propósito nessas coisas, sim, acho que deveria parar. Se não, não. Não posso te dar essa resposta, e não acho que você deva desistir do que quer que seja só por causa do que Aleifar disse; ele não vale à pena.”

Devagar, Brom assentiu. “Tudo bem.” Tentou sorrir um pouco. “Acho que entendo.”

Morzan sorriu também, e se pôs de pé. “Chega dessa conversa,” disse. “É séria demais para um dia como esse. Venha, quero que veja uma coisa.”

Saiu correndo de encontro a seu dragão, subindo com facilidade em suas costas, e Raëdsel levantou vôo antes mesmo que Morzan se sentasse direito na sela. Ele subiu alto sobre o rio, se afastando até o ponto onde a correnteza era mais forte e a água mais funda, e Brom observou, com o coração batendo muito forte, Morzan ficar de pé sobre a sela e saltar, desaparecendo no rio.

Ele emergiu de novo pouco depois, rindo ao nadar de volta até a margem, enquanto os outros garotos gritavam provocações sobre correr atrás do perigo. Morzan era a imagem da bravura, capaz e imprudente, mas Brom se perguntou, pela primeira vez, se não era possível que ele estivesse fugindo de alguma coisa ao correr tão precipitadamente de encontro à outra.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Agora que estamos no fim do capítulo, gostaria de perguntar se viram que o Christopher Paolini vai lançar mais um livro no universo do Ciclo da Herança?? São histórias menores, então não é um livro como os outros, mas se passa depois do último livro e vamos ver os personagens de novo, which is great. Sempre fico feliz por mais cenas do Murtagh, after all. Fico sempre na esperança também de descobrir mais sobre os personagens do passado, pois os amo demais (Selena, Brom e Morzan, principalmente), mas não sei se há muita esperança aí.
Outra coisa é que vai sair uma edição especial de Eragon com o capítulo cortado do ponto de vista do Murtagh, lá do primeiro livro, que eu já vasculhei a internet procurando e nunca achei. Maravilhoso, também, mas vou precisar de um pouquinho mais de coragem pra ler esse. (Como é de antes das revelações importantes sobre os pais dele, acho que não vai ter nada a respeito ali, mas ainda assim. Murtagh, né?) Adoraria um livro inteiro pelo ponto de vista dele, sigh.
Enfim, já falei demais. Espero que tenham gostado do capítulo, e nos vemos nos reviews!!
Amo vocês ♥

P.S.: fazendo só mais um pouco de propaganda, para quem ainda não conhece, escrevo também uma fanfic que conta a história da Selena, desde que deixou Carvahall até... bem. Se chama Shiver, e pode ser encontrada aqui: https://fanfiction.com.br/historia/733708/Shiver/



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