é bem verdade que eu culpo o estado do mundo e a temporada de câncer por estar emocional desse jeito o tempo todo esses dias — o que também não torna menos reais todos os sentimentos que "cornelia street" me trouxe. a fanfic é poseidon e atena no seu estado mais simples, sem o demorar das longfics ou as palavras escancaradas de oneshots mais dramáticas, e por isso os contém inteiros: nas sutilezas dos parágrafos curtos, nas palavras escolhidas com cuidado, nos sentimentos escondidos, em tudo que se passa nas entrelinhas. é a escrita da cecília no seu mais incrível, e eu só posso dizer o quanto amei e o quanto recomendo — para quem já é fã da autora e para quem também já ama o ship, mas também para todos os outros, porque acho (acredito) que exista aqui algo muito mais profundo do que apenas isso.

muitas coisas entram nessa recomendação, desde o amor por taylor swift ao quanto crowley e aziraphale fazem um ship incrível, mas a verdade é que a bia é simplesmente uma escritora incrível. a história é leve e fofa, mas também muito atual, e capaz de ressignificar muitas coisas: a situação que estamos vivendo, a música de que toma o título, o amor. eu fico sempre impressionada com como consigo ver e ouvir os personagens ao ler, e amo o sentimento tão confortável e morno que fica conosco depois de uma fanfic dessas. leiam, leiam, leiam.

Durante toda minha história como leitora (e escritora) de fanfics, poucas me impressionaram e marcaram tanto quanto Lembranças de Porto Venere. Essa foi uma história que tornou um universo pelo qual eu sentia carinho, mas não me importava de verdade, e o tornou incrivelmente envolvente e complexo, o reconstruindo com uma emoção e profundidade que o leitor não pode evitar levar consigo para o resto da vida. Do começo ao fim, o enredo foi construído com cuidado e atenção aos detalhes, com uma conclusão impossivelmente satisfatória. Mais importantes do que isso, porém, são os personagens: sei que personagens originais tem má fama no universo de fanfics, mas a autora construiu um elenco diverso e complexo que me encantou por inteira. Tiro daqui alguns dos meus personagens favoritos (dentre todas as histórias que já li, ouvi, assisti, ou até mesmo escrevi), e um casal em especial que conquistou totalmente meu coração.
Recomendo a quem está familiarizado com o universo, para receber uma visão nova e refrescante, e também para quem não o conhece, porque essa seria uma introdução tão perfeita como qualquer outra. Agradeço demais a Ana por ter me proporcionado a experiência tão incrível que foi a leitura de Lembranças de Porto Venere, por ser uma escritora tão talentosa e dividir essa história com o resto do mundo, e também por ser a amiga tão querida que é.
A todos os outros, peço apenas que leiam a fanfic, e prometo que não vão se arrepender.

Estive hesitante sobre recomendar essa história não porque ela não mereça uma recomendação – com certeza merece – mas porque ela é, afinal, um universo alternativo de outra fanfic, e talvez exija certo investimento em personagens que o leitor correria o risco de não conhecer. Então falo, primeiramente, para os leitores de Lembranças de Porto Venere – outra fanfic que sem dúvida merece ser lida, recomendada, admirada – que, como eu, já são apaixonados por Antonieta Barbieri: em Collide to Mars, meus queridos, ela está tão maravilhosa como sempre, e se encaixa bem demais nesse contexto dos anos da proibição. Para os fãs de Piratas do Caribe, que não devem deixar de amar Hector Barbossa, peço que se arrisquem apenas um pouco para aproveitar dessa coisa incrível que é a interpretação dele que faz a Ana – e se vocês sentirem que falta algo, bem, Lembranças de Porto Venere está logo ali. Para ambos, destaco toda a beleza e estética dessa oneshot, que puxa de uma época onde tudo era proibido (e tão delicioso), de filmes em preto e branco, do gosto de casa depois de anos de exílio. Para a Ana, por fim, apenas deixo meu agradecimento e admiração; foi uma coisa maravilhosa essa fanfic que você escreveu.

SINESTESIA, substantivo feminino; 1. (psic) relação que se verifica espontaneamente (e que varia de acordo com os indivíduos) entre sensações de caráter diverso mas intimamente ligadas na aparência (p.ex., determinado ruído ou som pode evocar uma imagem particular, um cheiro pode evocar uma certa cor, etc.); 2. (estl) cruzamento de sensações; associação de palavras ou expressões em que ocorre combinação de sensações diferentes numa só impressão. 3., eu poderia dizer: história escrita por MaeveDeep, e simplesmente maravilhosa.
Não é sempre que vemos tanto cuidado na elaboração de uma história, mas Sinestesia o tem por completo: no nome, nos temas, na escrita, nos personagens. É original, o que talvez torne o feito mais incrível ou talvez apenas certo. O que posso dizer com certeza é que nunca li algo assim antes; em três capítulos, a autora imerge o leitor na narrativa e tece com suas palavras um mundo totalmente novo. É possível ver o sol brilhando sobre taças de champanhe e refletido em cabelos escuros, se identificar e se apaixonar por personagens até então desconhecidos. É uma história que tem seu próprio tom, sua própria melodia, e que é muito delicada. Frágil como pessoas podem ser, e também duradoura.
Que eu amei e que recomendo a todos não vem como surpresa; não é segredo algum o quanto amo a autora. Mas ela tem o poder de me surpreender e entregar um trabalho ainda melhor que o esperado mesmo quando espero dela o mundo, e se isso não é evidência de qualidade, não sei o que seria.

Difícil de acreditar, mas eu demorei quase dois anos para ler She Is Love pela primeira vez. Não sei porquê, já que sempre amei tudo que a Ciça escreve, eu olhava para a fic e torcia o nariz e simplesmente não sentia vontade de clicar. Talvez porque achava a capa azul escura da época nada convidativa (sorry, Ciça), talvez porque songfics sejam mais difíceis de fazer dar certo, talvez porque eu não estivesse num clima loganna (ou poseitena, talvez, mas de fato loganna), talvez por nunca ter sido fã declarada de Oasis.
Não preciso dizer que não ter lido a fic logo que ela saiu foi uma besteira tremenda, não? She Is Love pode ter sido escrita para uma música de Oasis, e nunca questionarei as escolhas musicais da Cecília, mas eu sou, realmente, uma swiftie, e o que tiro dela algo muito doce, muito macio, que me lembra os ares de You Are In Love. A fanfic é o que autora uma vez disse, apenas Logan e Anna se apaixonando devagarinho, e é tão linda que você a lê sorrindo feito bobo do começo ao fim.
Se alguém por aí ainda faz como eu fiz, olha para a fic e deixa para depois (por mais que a capa atual seja lindíssima), é mais que hora de parar. She Is Love é amor puro, e merece ser lida (e comentada, favoritada, relida, recomendada, enaltecida, etc.).

Eu às vezes digo que o melhor que posso dizer sobre uma história é que ela ganha muito ao ser relida, e isso é completamente verdadeiro no caso de O Roteiro. Quando lemos algo escrito por MaeveDeep já esperamos um nível de complexidade e profundidade maior do que os da maior parte das fanfics, mas isso me surpreende ainda mais no caso dessa história específica. Talvez por eu tê-la lido pela primeira vez muito nova, por ela ter sido escrita pela primeira vez por uma autora muito nova, talvez pela proposta tão simples e uma trope tão clássica (no mundo de fanfics, é claro). O Roteiro, em seu nome e sinopse, leva alguém a esperar uma leitura leve e fofa, romântica, e, sim, que implique em uma quantidade imensa de sentimentos. E é muito mais que isso.
Por ter personagens que já começam bem trabalhados e que passam por um desenvolvimento estarrecedor em um período de uma semana e sessenta capítulos. Por ter um enredo planejado que se entrelaça em cenas grandes e detalhas que se encaixam como o melhor dos quebra-cabeças do começo ao fim. Pela escrita maravilhosa. Por ter uma reflexão maior debaixo de tudo isso.
Não é que O Roteiro destrua dos deuses como os conhecíamos antes, é que os reconstrói completamente novos.