A Queda escrita por sandsphinx


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

O prólogo é super curtinho, mas podem esperar por capítulos maiores.
Espero que gostem, meus amores!



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Inverno, 7883 DC

A casa estava completamente silenciosa, e, na escuridão que precedia o amanhecer, parecia quase serena. Mas as janelas estavam quebradas, a porta entreaberta, e a mancha negra que se empoçava na entrada mudaria de cor quando o sol nascesse. Oromis soltou as fivelas que prendiam suas pernas à sela, os dedos hábeis possuídos de uma calma de que ele não sentia, e escorregou das costas de Glaedr.

Puxou Naegling da bainha dourada, embora desconfiasse que não haveria necessidade alguma para utilizar a espada; àquela hora, os agressores já estariam longe. Empurrou a porta de madeira escura com uma mão, apenas para revelar o mordomo jazendo no chão com olhos escuros que já não enxergavam. Atrás de Oromis, Thuviel murmurou, “Barzûl.”

Oromis não podia culpar o elfo mais jovem pela linguagem. Com cuidado para não pisar no corpo do mordomo, entrou na casa, temendo o que encontraria lá dentro. O corredor estava completamente destruído. Candelabros haviam sido arrancados da parede, móveis jogados ao chão.

“Como não percebemos isso antes?” Thuviel perguntou em voz baixa.

“Os jardins da mansão são extensos o suficiente para dar distância entre ela e as outras casas,” Oromis respondeu. “E aconteceram festas em duas das outras propriedades da rua. Em meio a tudo isso, ninguém ouviu o barulho.”

Ele olhou de relance para trás e viu Thuviel balançar a cabeça. “É vergonhoso que isso tenha acontecido no coração de Ilirea, a um dos nossos mais fervorosos aliados, e não tenhamos tido como impedir.”

Oromis apenas assentiu. Abriu uma porta e revelou o que uma vez fora uma rica sala de estar; ao correr os olhos pelos móveis estraçalhados, comentou com Glaedr, Esse não pode ter sido o trabalho de ladrões comuns. Havia travessas de prata amassadas caídas no chão, as cortinas de seda haviam sido rasgadas, o rico tapete manchado. Ladrões levariam tais itens, não os destruiriam. Não. Esse foi um golpe contra nós.

Um golpe eficaz, também. Os grupos que se opunham aos Cavaleiros não eram numerosos nem populares, mas estavam se provando ser de uma inteligência considerável. Quaisquer tentativas de desmascarar seus membros levaram apenas a frustração, e quando atacavam, sempre atingiam bons alvos. Desta vez, um rico mercador cuja família tinha uma longa história de patrocinar jovens Cavaleiros humanos.

Oromis e Thuviel continuaram a explorar a casa, e atrás de cada porta achavam mais evidências de que o verdadeiro alvo do ataque fora a ordem dos Cavaleiros. Quando alcançaram a sala de jantar, Thuviel xingou mais uma vez. Era o único cômodo intacto. A mesa estava posta, como se pronta para uma refeição, mas os pratos e cálices de ouro estavam vazios. E amarrados a cadeiras ao redor da mesa estavam três pessoas com as gargantas cortadas.

O mais velho era o mercador que vinha investindo em jovens cavaleiros. Com trinta e seis anos, tinha um rosto orgulhoso, cabelos e olhos escuros, e usava ricas roupas vermelhas. Ao seu lado estava sua mulher, loira de olhos azuis, ainda vestindo a camisola. Na próxima cadeira, a filha de dezesseis anos, muito parecida com a mãe, que Oromis sabia ter estado se encontrando com um promissor Cavaleiro humano que ele conhecia apenas de vista.

“Isso foi encenado para nós,” Oromis disse. “É uma mensagem aos Cavaleiros.”

Thuviel apenas assentiu, examinando a cena com desgosto. Então seus olhos se arregalaram, e ele se voltou para Oromis. “E o garoto? Achei que o mercador tivesse um filho?”

Sim. Agora ele se lembrava. Oromis estendeu a própria mente, procurando pela casa, e suspirou em alívio ao sentir o toque dos pensamentos assustados da criança. “O achei,” disse, e voltou para o corredor. Subiu as escadas para o segundo andar, pulando dois degraus a cada passo, e entrou na primeira porta a direita. Foi bom ter procurado usando sua mente; caso contrário, poderiam ter demorado muito mais para achar o garoto.

Ele empurrou para o lado um pesado guarda-roupa, e ergueu o alçapão. O menino olhou para cima com olhos grandes e escuros. “Você é um Cavaleiro?”

Oromis assentiu. “Sou,” respondeu, e ofereceu a mão para o garoto de modo que ele visse a gedwëy ignasia em sua palma.

“Astrid me disse para ficar em silêncio.”

O menino se moveu um pouco para o lado, e só então Oromis reparou que seus olhos eram de cores diferentes. Um azul, um preto.


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Notas finais do capítulo

*sorriso super nervoso* Gostaram? Espero que sim!!
No próximo capítulo teremos Brom, com 10 anos de idade, se tornando um Cavaleiro.
Me digam (pretty pretty pls) o que acharam nos reviews, e também podem me encontrar no twitter (@sandsphinx_) e no tumblr (@artemeis, @sandsphinx). E, já pedindo desculpas pela autopromoção, tenho outra fanfic do Ciclo da Herança em andamento chamada Shiver, que conta a história da Selena, se tiverem interesse.
Amo vocês ♥ e nos vemos nos reviews!



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